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O estatuto linguístico das línguas de sinais : a Libras sob a ótica saussuriana

Frydrych, Laura Amaral Kümmel January 2013 (has links)
A presente dissertação consiste numa pesquisa de caráter teórico linguístico. O objetivo é o de oferecer uma rediscussão do estatuto linguístico das línguas de sinais com base na Linguística tributária a Ferdinand de Saussure. Interessa aqui a teoria linguística e suas implicações sobre o objeto língua. Revisar o estatuto linguístico de uma modalidade de língua que desafia muitos dos parâmetros de teorias já consolidadas no campo dos estudos da linguagem acarreta um novo olhar sobre o objeto. Assim, na primeira parte desta dissertação é apresentada uma retrospectiva sobre a consideração das línguas de sinais como instrumento de ensino, como objeto de pesquisa linguística e como tal, enquanto passível de análises essencialmente linguísticas. Para isso retoma-se a vida e a obra dos seguintes pesquisadores, precursores no estudo das línguas de sinais: o francês Charles Michel l’Épée e o norte-americano William C. Stokoe. Além deles, considera-se a contribuição de alguns estudos específicos sobre a linguística da língua de sinais brasileira (Libras). Na segunda e terceira partes, revisa-se a teoria linguística saussuriana, seus princípios e elementos constitutivos, aproximando-a das línguas de sinais. Com esse movimento de aproximação, ambos os campos sofrem efeitos: as línguas de sinais passam a ser consideradas com o estatuto linguístico conforme outras línguas, e a Linguística saussuriana passa a ser deslocada para contemplar teoricamente as especificidades das línguas de sinais. Este trabalho justifica-se por mobilizar áreas distintas do conhecimento – a epistemologia linguística saussuriana e seus desdobramentos teóricos, e os estudos linguísticos das línguas de sinais – na busca por esboçar novos rumos para a reflexão linguística, em si mesma, e no tocante às línguas de sinais. / This dissertation consists of a theoretical linguistic research. The aim is to offer a renewed discussion on the linguistic status of sign languages based on Ferdinand de Saussure’s Linguistics. Interest here the linguistic theory and its implications on language. To review the status of a linguistic mode of language that challenges many of the already established theories parameters in the field of language studies brings a fresh look at the subject. Thus, the first part of this study presents a retrospective review on the consideration of sign languages as a teaching tool, as an object of linguistic research and as such, as liable to essentially linguistic analyzes. In this way, it is taken into account the life and work of the following researchers, precursors in the study of sign languages: the French Charles Michel l'Épée and the American William C. Stokoe. Besides them, we consider the contribution of some specific linguistics studies of Brazilian sign language (Libras). In the second and third parts, the Saussurean Linguistic theory is revised, and its principles and components are brought closer to the sign languages. With this approach movement, both camps suffer effects: sign languages are being considered with the linguistic status as other languages, and Saussurean Linguistics becomes theoretically shifted to contemplate the specificities of sign languages. This work is justified by mobilizing different areas of knowledge – Saussurean epistemology and its theoretical developments, and linguistic studies of sign languages – in the search for new paths to sketch linguistic reflection in itself, and as regards sign languages.
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Notes sur l'accentuation lituanienne : uma ciência em construção

Schneider, Vitor Jochims January 2016 (has links)
Le but du présent travail, c’est de produire une lecture analytique du manuscrit Notes sur l’accentuation lituanienne de Ferdinand de Saussure afin d’identifier les procédures épistémologiques employés par le linguiste pendant la construction d’une nouvelle manière de faire de la science. Telle entreprise est basée sur l’établissement d’une alliance théorique entre l’historiographie de la linguistique et les études saussuriennes. Dans la première partie de la thèse, on présente le champ de recherche de l’historiographie de la linguistique comme un croisement des perspectives historique et épistémologique. Par l’articulation de ces deux axes, on expose les différentes façons comment le nom de Ferdinand de Saussure peut être situé dans une progression de développement de la linguistique en tant que science. Deuxièmement, on présente la manière dont la linguistique générale saussurienne a été identifiée avec une matrice épistémologique d’ordre aristotélicien, c’est-à-dire une production de connaissance dérivée de la manipulation de concepts ordonnés en axiomes indémontrables. Dans la seconde partie de la thèse, le croisement entre histoire et épistémologie a été reproduit sur l’objet de cette étude-ci : le manuscrit Notes sur l’accentuation lituanienne. On présente donc, d’abord, un examen du contexte historique et scientifique dans lequel les études de Ferdinand de Saussure sur la langue lituanienne ont été réalisées. Après la localisation de ce matériel, c’est réalisée une lecture descriptive et analytique de quelques fragments du texte manuscrit. Finalement, on élabore une synthèse interprétative du matériel présenté. On conclue que les procédures épistémologiques dans ce manuscrit ne configurent pas d’épistémologie aristotélicienne dans d’autres parts du corpus saussurien. Ce manuscrit, spécifiquement, montre que la linguistique générale de Saussure dérive de pratiques analytiques spécifiques qui imposent la nécessité d’élaborer une science dont l’objet a des conditions d’existence distinctes de celles vérifiées dans d’autres sciences modernes. / O objetivo desta tese é produzir uma leitura analítica do manuscrito Notes sur l’accentuation lituanienne de Ferdinand de Saussure a fim de identificar os procedimentos epistemológicos empregados pelo linguista durante a construção de um novo modo de fazer ciência. Tal empreitada é realizada com base no estabelecimento de uma aliança teórica entre a historiografia da linguística e os estudos saussurianos. Na primeira parte da tese, apresenta-se o campo de pesquisas da historiografia da linguística enquanto um cruzamento de perspectivas histórica e epistemológica. Com base na articulação desses dois eixos, são expostos os diversos modos pelos quais o nome de Ferdinand de Saussure pode ser situado numa marcha de desenvolvimento da linguística enquanto ciência. Num segundo momento, apresenta-se como a linguística geral saussuriana foi identificada a uma matriz epistemológica de ordem aristotélica, ou seja, uma produção de conhecimento derivada da manipulação de conceitos ordenados em axiomas indemonstráveis. Na segunda parte da tese, o cruzamento entre história e epistemológica foi reproduzido sobre o objeto deste estudo: manuscrito Notes sur l’accentuation lituanienne. Portanto, apresenta-se inicialmente um exame do contexto histórico e científico no qual os estudos de Ferdinand de Saussure sobre a língua lituana foram realizados. Após a localização de tal material, é realizada uma leitura descritiva e analítica de alguns fragmentos do texto manuscrito. Por fim, elabora-se uma síntese interpretativa do material apresentado. Conclui-se que os procedimentos epistemológicos neste manuscrito não configuram uma epistemologia aristotélica, tal como a identificada em outras porções do corpus saussuriano. Este manuscrito em específico apresenta que a linguística geral de Saussure deriva de práticas analíticas específicas que impunham a necessidade de elaborar uma ciência cujo objeto tem condições de existência distintas das verificadas nas outras ciências modernas.
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A constituição do campo dos estudos do fônico no curso de linguística geral : notas para o ensino do programa linguístico saussuriano

Sortica, Maurício Marques January 2016 (has links)
La relecture du Cours de Linguistique Générale (SAUSSURE, 1916) – une édition et compilation du programme linguistique développé par Ferdinand de Saussure dans des cours donnés à l’Université de Hautes Ètudes à Genève – sous le regard des sources manuscrites du Cours, ainsi que sous d’autres écrits du linguiste suisse (ENGLER, BOUQUET, 2002), nous apporte de nouvelles interprétations et manières de concevoir le travail développé par le maître genevois (BOUQUET, 1997 ; NORMAND, 2000 ; DEPECKER, 2010) lorsqu’il « essaie de montrer au linguiste ce que le linguiste fait. Malgré les avancées qui ont eu lieu dans la compréhension des conceptions saussuriennes et du contexte de ses contributions pour le domaine de la linguistique (DE MAURO, 1956), l’enseignement de la pensée linguistique saussurienne semble être basée sur des lectures réductrices de l’oeuvre du maître, telle que celle élaborée par le structuralisme nord-américain et diffusée jusqu’à nos jours, qui d’ailleurs exclut la parole et le sujet parlant du champ de l’étude de la langue (BLOOMFIELD, 1933). Lorsque l’on établit cette exclusion, l’on élimine aussi l’un des primitifs théoriques les plus importants de la théorie saussurienne : le rôle de l’aspect phonique dans le langage. Tel qu’observé dans des études précédentes (SORTICA, 2011), notre objectif est d’aller au-delà des constats concernant les courants de l’enseignement de la linguistique : nous souhaitons comprendre comment le programme saussurien pourrait être enseigné puisqu’il s’agit de l’une des bases nécessaires à comprendre la linguistique contemporaine (idem, ibidem), et ce, à partir de la compréhension de la base du développement de sa théorie : le phonique et ses relations de valeur. Pour ce faire, nous faisons une révision bibliographique du Cours (SAUSSURE, 1916) tout en le mettant en relation avec d’autres écrits saussuriens (ENGLER, BOUQUET, 2002 ; MARCHESE, 2002 ; TESTENOIRE, 2013 ; PARRET, 2014). Notre objectif est de décrire et d’explorer les extraits traitant des études sur l’aspect phonique, en spécial, les chapitres destinés à la phonétique, à la phonologie, à la conception de signe et à la théorie de la valeur. Ainsi, nous considérons que le champ des études du phonique est intrinsèquement lié avec la théorie de la valeur et avec l’organisation de la contribution saussurienne pour la linguistique moderne, étant donc un primitif théorique du programme saussurien. De ce fait, nous comprenons que l’enseignement de la pensée saussurienne à partir du point de vue du phonique non seulement évite la lecture réductrice de l’oeuvre du maître genevois, vu qu’il inclut la parole et le parlant comme des points cruciaux de l’étude de la langue, mais aussi met en évidence le passage de la pensée linguistique dominante du XIXe siècle à la pensée qui est le point de repère pour les études des langues pour analyser l’héritage saussurien d’après la base de sa théorique. / A releitura do Curso de Linguística Geral (SAUSSURE, 1916), edição e compilação do programa linguístico desenvolvido por Ferdinand de Saussure em seus cursos na Universidade de Altos Estudos de Genebra, sob o olhar das fontes manuscritas do Curso, assim como de outros escritos do punho do linguista suíço (ENGLER, BOUQUET, 2002) trouxe novas interpretações e maneiras de se conceber o trabalho desenvolvido pelo mestre genebrino (BOUQUET, 1997; NORMAND, 2000; DEPECKER, 2010) ao “tentar mostrar ao linguista o que ele faz”. Apesar disso e dos avanços no entendimento das concepções saussurianas e do contexto de suas contribuições para o ramo da linguística (DE MAURO, 1956), o ensino do pensamento linguístico saussuriano ainda parece estar baseado em leituras reducionistas da obra do mestre, como aquela feita pelo estruturalismo norte-americano e difundida até hoje que, de maneira geral, exclui a fala e o sujeito falante do campo do estudo da língua (BLOOMFIELD, 1933). Dessa maneira, ao se fazer essa exclusão, elimina-se também um dos mais importantes primitivos teóricos da teoria saussuriana: o papel do fônico na linguagem. Como em estudos anteriores (SORTICA, 2011) já observamos as principais correntes de ensino de linguística, o objetivo deste trabalho é ir além dessas constatações e entender como pode se dar o ensino do programa saussuriano, já elencado por nós como uma das bases para se compreender a linguística contemporânea (idem, ibidem), a partir da compreensão da base do desenvolvimento de sua teoria: o fônico e suas relações de valor. Para fazer isso, fazemos revisão bibliográfica do Curso (SAUSSURE, 1916), cotejando-o com outros escritos saussurianos ENGLER, BOUQUET, 2002; MARCHESE, 2002 ; TESTENOIRE, 2013 ; PARRET, 2014), descrevendo e explorando os trechos que tratam dos estudos do fônico, em especial os capítulos destinados à fonética, ao apêndice de fonologia, à concepção de signo e à teoria do valor. Destarte, consideramos que o campo dos estudos do fônico tem relação primordial com a teoria do valor e com a organização da contribuição saussuriana para a linguística moderna, sendo, portanto, primitivo teórico no programa de Ferdinand de Saussure. Disso, depreendemos que o ensino do pensamento saussuriano a partir do ponto de vista do fônico evita a leitura reducionista da obra do mestre genebrino, já que inclui a fala e o falante como pontos cruciais do estudo da língua. Além disso, evidencia a passagem do pensamento linguístico dominante no século XIX àquele considerado marco até hoje nos estudos das línguas, pois analisa a herança saussuriana a partir da base de sua teoria.
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O estatuto linguístico das línguas de sinais : a Libras sob a ótica saussuriana

Frydrych, Laura Amaral Kümmel January 2013 (has links)
A presente dissertação consiste numa pesquisa de caráter teórico linguístico. O objetivo é o de oferecer uma rediscussão do estatuto linguístico das línguas de sinais com base na Linguística tributária a Ferdinand de Saussure. Interessa aqui a teoria linguística e suas implicações sobre o objeto língua. Revisar o estatuto linguístico de uma modalidade de língua que desafia muitos dos parâmetros de teorias já consolidadas no campo dos estudos da linguagem acarreta um novo olhar sobre o objeto. Assim, na primeira parte desta dissertação é apresentada uma retrospectiva sobre a consideração das línguas de sinais como instrumento de ensino, como objeto de pesquisa linguística e como tal, enquanto passível de análises essencialmente linguísticas. Para isso retoma-se a vida e a obra dos seguintes pesquisadores, precursores no estudo das línguas de sinais: o francês Charles Michel l’Épée e o norte-americano William C. Stokoe. Além deles, considera-se a contribuição de alguns estudos específicos sobre a linguística da língua de sinais brasileira (Libras). Na segunda e terceira partes, revisa-se a teoria linguística saussuriana, seus princípios e elementos constitutivos, aproximando-a das línguas de sinais. Com esse movimento de aproximação, ambos os campos sofrem efeitos: as línguas de sinais passam a ser consideradas com o estatuto linguístico conforme outras línguas, e a Linguística saussuriana passa a ser deslocada para contemplar teoricamente as especificidades das línguas de sinais. Este trabalho justifica-se por mobilizar áreas distintas do conhecimento – a epistemologia linguística saussuriana e seus desdobramentos teóricos, e os estudos linguísticos das línguas de sinais – na busca por esboçar novos rumos para a reflexão linguística, em si mesma, e no tocante às línguas de sinais. / This dissertation consists of a theoretical linguistic research. The aim is to offer a renewed discussion on the linguistic status of sign languages based on Ferdinand de Saussure’s Linguistics. Interest here the linguistic theory and its implications on language. To review the status of a linguistic mode of language that challenges many of the already established theories parameters in the field of language studies brings a fresh look at the subject. Thus, the first part of this study presents a retrospective review on the consideration of sign languages as a teaching tool, as an object of linguistic research and as such, as liable to essentially linguistic analyzes. In this way, it is taken into account the life and work of the following researchers, precursors in the study of sign languages: the French Charles Michel l'Épée and the American William C. Stokoe. Besides them, we consider the contribution of some specific linguistics studies of Brazilian sign language (Libras). In the second and third parts, the Saussurean Linguistic theory is revised, and its principles and components are brought closer to the sign languages. With this approach movement, both camps suffer effects: sign languages are being considered with the linguistic status as other languages, and Saussurean Linguistics becomes theoretically shifted to contemplate the specificities of sign languages. This work is justified by mobilizing different areas of knowledge – Saussurean epistemology and its theoretical developments, and linguistic studies of sign languages – in the search for new paths to sketch linguistic reflection in itself, and as regards sign languages.
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Um designio semiologico sobre o conceito freudiano de simbolo

Bocca, Francisco Verardi, 1961- 11 June 2001 (has links)
Orientador: Luiz Roberto Monzani / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-07-29T03:14:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Bocca_FranciscoVerardi_D.pdf: 5746982 bytes, checksum: 97c51836d26584af456dc9e13ac47d15 (MD5) Previous issue date: 2001 / Resumo: A presente pesquisa intitulada Um desígnio semiológico sobre o conceito freudiano de símbolo, desenvolve-se a partir de uma reconstituição histórica do conceito freudiano de símbolo onírico aplicada sobre uma seqüência cronológica de obras de Sigmund Freud, particularmente sua Interpretação de sonhos, bem como de alguns de seus colaboradores com Wilhelm Stekel e Ernest Jones. Em seguida, apresenta o instrumental teórico obtido da semiologia formulada por Ferdinand de Saussure, bem como do desdobramento desta concepção elaborada por Roland Barthes. Sendo que deste último derivou-se o conceito de mito contemporâneo a partir do qual analisamos o conceito freudiano de símbolo além de justificar as teses aqui sustentadas. Em último capítulo, uma série de sonhos e sintomas, onde a noção de representação simbólica fixa é reconhecida, é analisada com o objetivo de reconhecer-lhes os contornos, bem como as formas e possibilidades de constituição. Isso realizado segundo os conceitos obtidos do referencial teórico proporcionado pela corrente semiológica aqui adotada. Em suma, nossa análise semiológica empenhou-se em assinalar, de início, a tese do mito como mecanismo de produção do símbolo e, por último, da mitificação como procedimento freudiano na formulação do seu conceito de representação simbólica fixa, cuja finalidade era a de dar estabilidade e justificativa à sua teoria da universalidade da sexualidade infantil / Abstract: This research, entitled A semiologic designation about the freudian concept of symbol, is developed from a historic reconstitution of this concept applied over a chronologic sequence of the works of Sigmund Freud, especially his Die Traumdeutung, as well as some of his collaborators, as Wilhelm Stekel and Ernest Jones. Then it presents the theoretical instrument obtained from the semiology elaborated by Ferdinand de Saussure, as well as from the extension of this conception elaborated by Roland Barthes. From this one it has been obtained the concept of contemporaneous myth from which we analyse the freudian concept of symbol and also it justifies the theses here sustained. In the last chapter, a series of dreams and symptoms, where the notion of fixed symbolic representation is recognized, is analyzed with the objective of demonstrating the contours, as well as the forms and possibilities of constitution. This is achieved following the concepts obtained from the theoretical reference proportioned by the semiology here adopted. Summarising, our analisys was dedicated to signal, in the first place, the thesis of the myth as a mechanism of the production of the symbol, and, in second place, the mythification as a Freudian procedure in the formulation of his concept of the fixed symbolic representation, whose objective was to give stability and justification to his theory of the universality of sexuality of children / Doutorado / Doutor em Filosofia
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Convencionalidade : uma hipotese para a mudança linguistica / Conventionality : an hypothesis for linguistic change

Dallari, Bruno Bohomoletz de Abreu 28 February 2008 (has links)
Orientador: Edson Françoso / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-11T20:10:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dallari_BrunoBohomoletzdeAbreu_D.pdf: 523815 bytes, checksum: b5b289f184198e91ac053212d749f93b (MD5) Previous issue date: 2008 / Resumo: No artigo La forme et le sens dans le langage, publicado em 1966, Benveniste coloca a necessidade de cindir a Lingüística em duas: uma incumbida das formas da linguagem, que corresponderia à lingüística da língua, já existente; outra, incumbida do sentido da linguagem, ainda por ser constituída. Benveniste considera a lingüística saussureana, tal como é apresentada no Curso de Lingüística Geral, insuficiente para cobrir os fenômenos de sentido da linguagem. Em sua revisão do pensamento saussureano, feita a partir do exame dos escritos originais de Ferdinand de Saussure, Simon Bouquet coloca que, ao contrário, as formulações saussureanas vocacionam a sua lingüística à investigação desses fenômenos a partir do estabelecimento de uma ¿gramática do sentido¿, em continuidade ontológica e epistemológica com a lingüística da língua. A abordagem proposta por Bouquet abre caminho para uma reformulação do conceito de língua, de modo que ela deixe de ser caracterizada como uma entidade estática e passe a incorporar a mudança como parte de sua condição permanente. Nesta hipótese, a mudança lingüística passa a ser abordada como um evento motivado por uma propriedade da própria língua e não como um evento externo que perturbaria sua estabilidade fundamental. Essa propriedade é a convencionalidade, proposta a partir da noção saussureana da língua como convenção e que se manifesta numa atitude tácita das comunidades de falantes, que atribuem sentidos aos termos e zelam coletivamente pela manutenção da integridade da língua como instância partilhada / Abstract: In the article La forme et le sens dans le langage, published in 1966, Benveniste states the need to separate Linguistics in two parts: one dealing with language forms, corresponding to the already existent linguistics of the langue; the other dealing with language meaning still to be developed. Benveniste consider Saussurean linguistics, as it is exposed along the Cours de Linguistique Générale, as being limited in order to cover language meaning phenomena. In a revision of Saussurean thought, done over the examination of Saussure¿s original writings, Simon Bouquet states that, on the contrary, Saussurean formulations dispose his linguistics to investigate these phenomena from the establishment of a ¿meaning grammar¿, in ontological and epistemological continuity with the linguistics of the langue. The approach proposed by Bouquet opens the way to a reformulation of the concept of langue, in a way it may not anymore be understood as an static entity, but as one which embodies change as a feature of its permanent condition. In this hypothesis, linguistic change is understood as an event motivated by a language inherent property and not as an external event which troubles its stability. This property is called conventionality, proposed from the Saussurean notion of langue as a convention, and manifests itself in a tacit attitude of the speakers communities, who attribute meanings to terms and care collectively for the maintenance of language integrity as a shared domain / Doutorado / Doutor em Linguística
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Saussure e a questão da referencia na linguagem / Saussure and the issue of reference in the language

Silva, Karen Alves da 08 July 2008 (has links)
Orientador: Maria Fausta Cajahyba Pereira de Castro / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-12T12:08:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Silva_KarenAlvesda_M.pdf: 1678036 bytes, checksum: a13a3de05bb5bce9a61e460162a07418 (MD5) Previous issue date: 2008 / Resumo: Se para os estudos lingüísticos anteriores a Saussure, o signo se fundava por uma relação de representação assimétrica - A representa B e, B não precisa representar A -, para o genebrino, o signo lingüístico é fruto de uma relação de associação recíproca entre significado e significante: A está associado a B e, isto implica que B esteja associado a A (cf. Milner, 2002, p. 27). Este deslocamento da representação assimétrica para a associação recíproca foi uma importante inovação de Saussure, pois assim a sua teoria, diferentemente dos estudos da época, pôde abdicar de qualquer compromisso para com a forma das coisas materiais (a conjuntura) a fim de focar estritamente as relações lingüísticas. Desse modo, como os objetos materiais não estariam abarcados na teorização saussuriana, a questão da referência não compareceria: a suposta ligação entre língua e mundo material não colocaria problema para a teorização de Saussure. Contudo, segundo Bouquet (1992), os manuscritos do genebrino permitem descobrir um Saussure, ao tratar da relação da língua com os objetos, que menciona a relação do signo a um terceiro termo. De fato, o próprio Saussure, pelo menos uma vez, evoca o modelo triádico de signo para tratar dos nomes geográficos e próprios. Então, teríamos de um lado, as articulações referentes à língua e, de outro, a possibilidade de que a referência compareça na teoria. Diante dessa aparente dicotomia, indagamo-nos se o comparecimento da questão da referência estaria relacionado à "reverberação" dos objetos materiais na teorização do genebrino. Até que ponto o mestre teria conseguido afastar a forma das coisas materiais de suas articulações, se assim objetivava fazer? Buscando entender esses questionamentos e refletir sobre a interferência dos objetos materiais na teorização de Saussure, tecemos algumas considerações, nesta dissertação de mestrado, sobre o momento histórico em que o trabalho do genebrino estava inserido e sobre os deslocamentos teóricos feitos pelo mestre (Capítulo I); sobre a questão do valor e sobre o toque oblíquo das palavras nos objetos materiais (Capítulo II); sobre como o mestre entenderia a questão do sentido lingüístico e sobre como a questão da referência permitiria refletir sobre a constituição das articulações de Saussure (Capítulo II). Sumariamente, nesta dissertação, buscaremos refletir - guiados pelos Escritos de Lingüística Geral (2004), pelo Curso de Lingüística Geral (2001[1916]), por Engler (1989), por Bouquet (1992; 2000), por Milner (2002) e por outros teóricos - sobre a possibilidade da questão da referência ser efetivamente ligada ao trabalho de Saussure ou desta questão ser tratada como uma das "incompletudes" do genebrino e como a problemática do sentido estaria relacionada a estas questões. / Abstract: If for language studies prior to Saussure the sign was established by an asymmetrical relation of representation - A represents B, and B does not need to represent A, for the Genevan, however, the linguistic sign is the result of a relation of reciprocal association between signified and signifier: A is associated with a B, and this implies that B is associated with an A (cf. Milner, 2002, p. 27). This displacement of asymmetrical representation to reciprocal association was an important innovation brought by Saussure. Therefore, unlike the contemporary studies, his theory could abdicate from any commitment to the form of material things (the conjuncture) in order to hold strictly to linguistic relations. Thus, as the material object would not be covered by Saussurian theory, the issue of reference would not appear: the supposed linkage between language and the material world would not pose a problem for Saussure. According to Bouquet (1992), however, the Genevan's manuscripts enable us to discover a Saussure that, when dealing with the relations of language to objects, pointed out a third term in relation to the sign. In fact, Saussure himself, at least once, evoked the triadic model of sign to deal with proper and geographical names. Moreover, in another manuscript, the master questioned himself about the fact that it is intrinsic to the functioning of languages to establish a connection to the world, and that the apparent solution to this conflict is to state that naming approaches the objects obliquely. On the one hand, we would have the joints concerning the language and, on the other, the possibility that the reference emerges at the theory. Facing this apparent dichotomy, we are drawn to question ourselves if the issue of reference would be related to the "reverberation" of material objects in the theory of the Genevan. / Mestrado / Linguistica / Mestre em Linguística
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As marcas do movimento de Saussure na fundação da linguistica

Silveira, Eliane Mara 28 July 2003 (has links)
Orientador: Claudia Thereza Guimarães de Lemos / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-03T16:30:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Silveira_ElianeMara_D.pdf: 7266371 bytes, checksum: aea632910bfe393c29e8ad55156931c9 (MD5) Previous issue date: 2003 / Résumé: Cette thèse se propose d' examiner la fondation de la linguistique moderne par Ferdinand de Saussure (1857 - 1913). Cette fondation est reconnue depuis le début du XXe siècle, lors de la parution du Cours de Linguistique Générale (1916). A partir de cette publication, les études du language ont acquis une autonomie centrée sur la reconnaissance que la langue avait un ordre propre. De la reconnaissance de cet ordre en tant que structure est né, aux environs de 1960, le structuralisme, mouvement qui a influencé d'autres domaines de recherche dans les Sciences Humaines comme l' Anthropologie, la Psychanalyse et la Théorie Littéraire. Toutefois, dans la Linguistique en particulier, ce qui avait été révolutionnaire à un moment donné est devenu d'un côté discrédité, de l'autre figé: les critiques aux exclusions lues dans les dichotomies saussuréennes _langue vs parole, syncrhonie vs dyachronie- s'intensifient et surtout, le Cours de Linguistique Générale devient lecture obligatoire à l'Université, mais souvent, ayant le statut de lettre morte, sans aucun rapport avec la théorisation sur le language, comme simple information pour déterminer sa différence par rapport à tant d'autres théories linguistiques. L'oeuvre de Ferdinand de Saussure, cependant, est demeurée intouchée. Il n'a pas écrit le Cours de Linguistique Générale. Cet ouvrage est le fruit d'une édition à partir de quelquesuns de ses manuscrits et des notes de ses éleves, ce qui mérite, actuellement, des discussions chaleureuses de la part des auteurs qui sont partagés dans le jugement du travail des éditeurs. En outre, les classes ayant donné naissance aux notes qui ont fourni la matiere de cette édition ne résument pas la production du linguiste genevois. Il a écrit pres de dix mille feuilles dont la plupart se trouvent à présent archivées dans la Bibliothèque Publique de Genève et une petite partie dans la Houghton Library de l'Université de Harvard. Le travail sur ces manuscrits a engendré un entendement de Ia production du linguiste comme une dichotomie : le 'Saussure nocturne', révélé par quelques manuscrits, et le 'Saussure diurne', celui des classes qui sont à l'origine du Cours de Linguistique Générale. Ce travail suscite, encore aujourd'hui, une querelle sur le 'vrai Saussure'. Dans ces discussions, l'on oublie souvent l'importance de la Grammaire Comparative, école ou Saussure s'est formé. Ainsi, cette thêse a pour but d' examiner , à partir des élaborations de la psychanalyse lacanienne sur le sujet et la science, comment les élements de cet ensemble de productions de Ferdinand de Saussure pourraient être en jeu dans la fondation de la linguistique moderne. De ce fait, nous avons cherché le mouvement de Saussure dans la fondation de la science linguistique, en considérant chaque élément de cet ensemble et en établissant, á partir de la psychanalyse , la relation possible entre eux. Pour cela, nous avons utilisé la bande de Moebius et le noeud borroméen, figures topologiques par lesquelles Jacques Lacan (1901/1981) effectue la monstration du sujet, ce qui nous offre la possibilité de nous approcher du mouvement particulier de Ferdinand de Saussure, en tenant compte de l'hypothèse de l'inconscient. Ce chemin débute par la discussion du statut de cette édition du Cours de Linguistique Générale dans la fondation de la Linguistique. Ensuite, nous avons cherché à abolir la dichotomie Saussure diurne/Saussure nocturne au profit des rapports entre ses productions sur les anagrammes et la théorie de la valeur, en considérant, ici ainsi que dans l'édition, l'importance de Saussure comme comparatiste. Enfin, nous avons cherché à signaler, dans quelques pages de ses notes pour la « Premiere Conférence» (1891), le mouvement tortueux du linguiste, en quête de la définition de la Linguistique en tant que science, par des ratures, des incises et des répétitions présentes dans ce manuscrit / Resumo: Esta tese se propõe a examinar a fundação da lingüística moderna por Ferdinand de Saussure (1857-1913). Essa fundação é reconhecida desde o início do século XX, quando foi publicado o Cours de Linguistique Général (1916). A partir dessa publicação, os estudos da linguagem conquistaram uma autonomia, centrada no reconhecimento de que a língua tinha uma ordem própria. Foi do reconhecimento dessa ordem própria enquanto estrutura que surge por volta de 1960 o estruturalismo, movimento que afetou outras áreas de pesquisa nas chamadas ciências humanas, como a antropologia, a psicanálise e a teoria literária. Contudo, na lingüística especificamente, aquilo que fora revolucionário num determinado momento, passou a ser desqualificado aqui, engessado acolá: as críticas às exclusões lidas nas dicotomias saussureanas_língua vs. fala, sincronia vs. Diacronia_ se intensificam e, sobretudo, o Curso de Lingüística Geral passa a ser leitura obrigatória na universidade, mas, na maioria das vezes, com o estatuto de letra morta, sem nenhum compromisso com a teorização sobre a linguagem, como mera informação para localizar a sua diferença relativamente a outras tantas teorias lingüísticas. A obra de Ferdinand de Saussure, entretanto, permaneceu intocada. O Curso de Lingüística Geral não foi escrito por ele. Foi fruto de uma edição a partir de alguns de seus manuscritos e notas de alunos, fato esse que, atualmente, tem merecido discussões calorosas por parte de autores que se dividem no julgamento do trabalho dos editores. Além disso, as aulas que deram origem às notas que serviram de material para a edição não resumem a produção do lingüista genebrino. Ele escreveu quase dez mil folhas hoje arquivadas, na sua maioria, na Biblioteca Pública de Genebra e uma pequena parte na Houghton Library da Universidade de Harvard. O trabalho sobre esses manuscritos deu origem a um entendimento da produção do lingüista como uma dicotomia: 'o Saussure noturno', revelado por alguns manuscritos, e o 'Saussure diurno', o das aulas que deram origem ao Curso de Lingüística Geral. O trabalho com os manuscritos, ainda hoje, tem rendido uma querela sobre o 'verdadeiro Saussure'. Nessas discussões freqüentem ente se esquece a importância da Gramática Comparativa, escola em que Saussure se formou. Assim, o objetivo desta tese é examinar, a partir das elaborações da psicanálise lacaniana sobre o sujeito e a ciência, como os elementos dessa constelação de produções de Ferdinand de Saussure poderiam estar em jogo na fundação da lingüística moderna. Por isso, procuramos buscar o movimento de Saussure na fundação da ciência lingüística considerando cada elemento dessa constelação e estabelecendo, a partir da psicanálise, a relação possível entre eles. Para isso nos servimos da banda de Moébius e do nó borromeano, figuras topológicas através das quais Jacques Lacan (1901-1981) efetua a mostração do sujeito, o que nos oferece a possibilidade de nos aproximarmos do movimento particular de Ferdinand de Saussure, levando em consideração a hipótese do inconsciente. Esse caminho se inicia pela discussão do estatuto da edição do Curso de Lingüística Geral na fundação da lingüística. Em seguida. procuramos abolir a dicotomia Saussure diurno/Saussure noturno em favor das relações entre as suas produções sobre os anagramas e a teoria do valor e considerando, tanto aí quanto na edição, a importância da formação de Saussure como comparatista. Finalmente, buscamos indicar, em algumas páginas de suas notas para a "Première Conférence" (1891), o movimento tortuoso do linguista às voltas com a definição da Lingüística enquanto ciência, através da rasuras, incisos e repetições presentes nesse manuscrito / Doutorado / Doutor em Linguística
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O aspecto fônico da língua : uma reflexão sobre o lugar do ouvinte na proposta Saussuriana

Stawinski, Aline Vargas January 2016 (has links)
Il y a cent ans, Ferdinand de Saussure avait été pour toujours inscrit dans l’histoire des sciences. Considéré comme le fondateur de la linguistique que nous connaissons aujourd’hui, l’érudit a acquis une renommée grâce à la publication du Cours de linguistique générale, en 1916, ouvrage qui continue à provoquer l’intérêt des spécialistes du langage, au-delà de sa valeur historique. Parmi de différentes lectures, recherches et découvertes de textes manuscrits, les réflexions du genevois ont donné lieu à la discussion sur la définition de l’objet de la linguistique. Saussure a également été responsable de tracer le chemin pour les futures générations de linguistes, dont la tâche serait, enfin, d’établir des théories et des méthodes qui pensassent la langue comme un objet construit à partir d’un certain point de vue, compte tenu de son fonctionnement sémiologique via la notion de système. Ce travail propose de relire Saussure partant de la matérialité sonore, afin de regarder celle-ci en tant que signifiant linguistique, et ce, en raison de l’historique suppression du fait concret, par le fait abstrait dans des interprétations sur la pensée du genevois. Étant donné le rôle crucial de l’auditeur dans la délimitation des unités linguistiques et son rapport avec la notion de signifiant, on a pour but, ainsi, de réfléchir à la place de l’auditeur dans les propositions de Saussure. Nous nous demandons donc quelle est l’importance de la notion d’auditeur pour la définition de signe linguistique, et dans quelle mesure cette position est insérée dans la réflexion générale de la théorie conçue par Saussure. Pour notre recherche, on utilise principalement le Cours de linguistique générale (2006), les Écrits de linguistique générale (2004) et les manuscrits de Harvard, présents dans Phonétique (1995), une fois que nous sommes aperçus, en lisant ces matériaux, un nombre pertinent de considérations qui renvoient à la position d’auditeur dans la langue. Nos lectures seront guidées par des concepts-clés de la théorie de Saussure, en particulier les notions qui dialoguent directement avec le thème de notre travail, les questions liées au signe, signifiant, sujet parlant, auditeur, valeur et découpage de l’unité. La lecture du corpus de recherche, dans la quête de la place de l’auditeur, nous a permis d’entrevoir l’importance de la forme sonore de la langue dans la réflexion théorique, à partir d’un point de vue qui paraît étroitement lié aux principes généraux de la proposition saussurienne. Nous avons été en mesure de discerner la place cruciale occupée par l’auditeur dans la définition de ce qui peut être pris comme unité linguistique tout en envisageant l’inséparabilité fondamentale entre l’aspect phonique de la langue et la possibilité de la signification. / Há cem anos, Ferdinand de Saussure fora gravado para sempre na história das ciências. Considerado fundador da linguística como hoje a conhecemos, o estudioso ganhou fama graças à publicação do Cours de Linguistique Générale em 1916, obra que continua provocando o interesse de estudiosos da linguagem para muito além do seu valor histórico. Em meio às mais variadas leituras, pesquisas e descobertas de textos manuscritos, as reflexões do genebrino deram lugar à discussão sobre a definição do objeto da linguística e fora responsável por projetar caminhos para as futuras gerações de linguistas, cuja responsabilidade seria a de, enfim, estabelecer teorias e métodos que pensassem a língua como objeto construído a partir de um determinado ponto de vista, considerando seu funcionamento semiológico via noção de sistema. O presente trabalho propõe-se a reler Saussure partindo da materialidade sonora a fim de olhar para seu valor como significante linguístico, em decorrência do constante apagamento do fato concreto em detrimento do fato abstrato realizado por interpretações dos ensinamentos do genebrino. Tem-se como objetivo, assim, pensarmos o lugar do ouvinte na proposta saussuriana, em razão do papel crucial operado por este na delimitação das unidades linguísticas. Nos questionamos, portanto, qual a importância da noção de ouvinte para a definição do signo linguístico, e em que medida esta posição está inserida na reflexão geral da teoria projetada por Saussure. Para nossa investigação, lançaremos mão prioritariamente do Curso de Linguística Geral (2006), dos Escritos de Linguística Geral (2004) e dos manuscritos de Harvard presentes em Phonétique (1995), visto que percebemos, na leitura destes materiais, uma presença significativa de considerações que levam em conta a posição de ouvinte na língua. As leituras serão guiadas por conceitos-chave da teoria saussuriana, em especial às noções que dialogam diretamente com a temática do trabalho, como as questões relacionadas ao signo, significante, falante, ouvinte, valor e recorte da unidade. A leitura do corpus de pesquisa à procura do lugar do ouvinte permitiu-nos vislumbrar a importância da forma sonora da língua na reflexão teórica a partir de um ponto de vista que mostra-se estritamente vinculado aos princípios gerais da proposta saussuriana. Foi-nos possível divisar o lugar crucial ocupado pelo ouvinte para a definição do que pode ser tomado como unidade linguística, vislumbrando a indissociabilidade fundamental entre o aspecto fônico da língua e a possibilidade da significação.
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Quando falar e ouvir é apropriar-se : uma reflexão sobre apropriação de línguas estrangeiras à luz da teoria saussuriana

Gomes, Janaína Nazzari January 2016 (has links)
Qu‟est-ce qui fait en sorte que l‟on devienne parlants et auditeurs d‟une langue étrangère ? Voici la question qui suscite cette étude. Dans ce travail, la recherche sur le processus d‟appropriation de langues étrangères prend comme point de départ l‟héritage théorique laissé par Ferdinand de Saussure, dont les réflexions sur la linguistique moderne ont été rendues publiques dans le Cours de Linguistique Générale (1916), oeuvre relue dans cette étude à la lumière des Écrits de Linguistique Générale (2002) et du manuscrit Phonétique (1995). Le linguiste genevois ne s‟est pas penché spécifiquement sur l‟étude de l‟appropriation de langues étrangères ; sa théorie pourtant, qui débute avec l‟étude de plusieurs langues (idiomes) pour déclencher dans la notion de langue (comme système), nous fournit les bases pour entreprendre des glissements théoriques ayant pour but l‟élaboration d‟une réflexion qui explique le processus linguistique de prise de contact avec des langues étrangères. Nous commençons alors notre parcours avec les concepts de langue et de parole pour, ensuite, développer d‟autres importants construits théoriques présents dans l‟ouvrage saussurien tout en essayant de comprendre l‟appropriation de langues étrangères : il s‟agit de l‟aspect phonique et des procédures analogiques. Nous nous dévouons ainsi à l‟étude de nombreuses dimensions de l‟aspect phonique de la langue, ce qui comprend des réflexions sur l‟appropriation du système des sons ainsi que sa production. Dans ce sens, le phonique s‟est révélé comme l‟instance qui instaure la nécessité d‟un parlant devenir également auditeur de la langue cible. Nous avons donc observé l‟importance qu‟a, pour l‟appropriation, que le parlant s‟aperçoive acoustiquement des unités phonologiques de la langue cible pour alors être capable de les produire. Quant à l‟analogie, ce mécanisme linguistique prend place dans ce travail pour se révéler assez présent dans l‟expression de parlants de langues étrangères, ce qui le rend, peut-être, le mécanisme le plus clair de l‟appropriation. En effet, les signes créés en langue étrangère grâce à l‟analogie sont déjà situés dans la langue cible puisque la perception et la réallocation des unités de la langue étrangère sont évidentes dans les formes créées et, ce, malgré les traits de la langue maternelle que nous pouvons y voir. Ces productions, fruits du trésor linguistique de chaque parlant (CLG), sont toujours inédites et, pour cela, constitutivement singulières, caractéristique qui nous permet de proposer la notion d‟appropriation. Ce processus de rendre propre – à chaque nouvel état de langue, c‟est-à-dire, à chaque prise de connaissance de nouvelles formes linguistiques –, c‟est bien ce qui caractérise le processus d‟appropriation d‟une langue étrangère. / O que faz com que nos tornemos falantes e ouvintes de uma língua estrangeira? Tal é a questão que suscita o estudo que ora apresentamos. Neste trabalho, a pesquisa acerca do processo de apropriação de línguas estrangeiras adota como ponto de partida teórico o legado deixado por Ferdinand de Saussure, cujas reflexões sobre o que veio a ser a linguística moderna foram tornadas públicas no Curso de Linguística Geral (1916), obra que é, neste trabalho, relida à luz dos Escritos de Linguística Geral (2002) e do manuscrito Phonétique (1995). Embora o linguista de Genebra não tenha se dedicado ao estudo sobre apropriação de línguas estrangeiras, sua teoria, que partiu do estudo de várias línguas (idiomas) para despontar na ideia de língua (enquanto sistema), fornece-nos as bases teóricas necessárias para o empreendimento de deslocamentos que visam à elaboração de uma reflexão que explique o processo linguístico de entrada em contato com línguas estrangeiras. Iniciamos, então, nosso percurso com o estudo sobre os conceitos de língua e de fala, para, em seguida, desenvolvermos outros importantes construtos teóricos presentes na obra saussuriana à luz da apropriação de línguas estrangeiras: trata-se do aspecto fônico e dos procedimentos analógicos. Dedicamo-nos, assim, ao estudo de várias dimensões do aspecto fônico da língua, que engloba reflexões sobre a percepção e a produção de seu sistema de sons. Nesse sentido, o fônico revelou-se como a instância que instaura a necessidade de um falante tornar-se também ouvinte da língua-alvo. Vimos, pois, a importância, para a apropriação, de que o falante perceba as unidades fônicas da língua-alvo, para, somente então, conseguir produzi-las. Já a analogia, por sua vez, entra em nosso trabalho por mostrar-se deveras recorrente na expressão de falantes de línguas estrangeiras, revelando-se, em nossa pesquisa, o mecanismo mais claro da apropriação. Os signos criados em línguas estrangeiras, em razão do mecanismo analógico, apesar de apresentarem traços de língua materna, mostram-se situados na língua- alvo, já que fica evidente a percepção e a realocação de suas unidades nas novas formas criadas. Tais produções, por serem fruto do tesouro linguístico de cada falante (CLG), são sempre inéditas e, por isso, constitutivamente singulares; nesta singularidade reside a noção que propomos de apropriação. Com efeito, é esse tornar próprio – nesse novo estado de língua, que se produz cada vez em que conhecemos novas formas linguísticas – que caracteriza o processo de apropriação de uma língua estrangeira.

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