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Efeitos comportamentais e neuroquímicos do status epilepticus induzido por LiCI-pilocarpina em ratos jovensOliveira, Diogo Losch de January 2008 (has links)
Convulsões prolongadas, status epilepticus (SE), durante o desenvolvimento cerebral podem afetar a estrutura e a função neuronal, levando a morte celular e alterações comportamentais na idade adulta. Nesta tese, investigamos os efeitos neuroquímicos e comportamentais, a curto e longo prazo, do SE induzido por LiCl-pilocarpina em animais jovens. O SE induzido por LiCl-pilocarpina reduz em 50% a atividade da Na+/K+ ATPase 1,5 h após a indução do insulto. Doze e vinte e quatro horas após a administração de pilocarpina, a atividade da Na+/K+ ATPase retornou aos níveis do controle. A diminuição da atividade da Na+/K+ ATPase foi acompanhada por uma diminuição significativa na captação de glutamato em concentrações fisiológicas (1 μM). No entanto, em concentrações elevadas (100 μM) não observou-se alteração da captação de glutamato. Nos animais tratados com LiCl-pilocarpina observou-se uma diminuição dos níveis de fosforilação das proteínas PKB e GKS-3β de 35,84% e 38,79%, respectivamente, 1,5 h após a indução do SE na região CA1 do hipocampo. No entanto, 24 h após a indução do SE, a fosforilação da PKB e GKS-3β retornaram aos níveis do controle. No giro denteado, observou-se uma redução de aproximadamente 30% nos níveis de fosforilação tanto da PKB e GKS-3β em 1,5 e 24 h após a indução do SE. Um elevado número de neurônios em degeneração foi observado 24 h após a indução do SE nas regiões CA1 e hilo do hipocampo. Na idade adulta, os animais tratados com LiCl-pilocapina apresentaram um severo déficit de memória-aprendizado na tarefa de esquiva inibitória, sendo que os animais que apresentaram menor latência para descida da plataforma apresentaram um maior escore para brotamento de fibras musgosas no hipocampo. No teste do claro-escuro, os animais submetidos ao SE retornaram menos e permaneceram menos tempo no compartimento claro quando comparados aos animais controles. Além disso, os animais tratados com LiCl-pilocarpina apresentaram elevados níveis da proteína S100B no líquor, bem como apresentaram uma correlação positiva entre o escore para brotamento de fibras musgosas e o imunoconteúdo de GFAP na região CA1. Portanto, nossos resultados mostraram que o SE induzido por LiCl-pilocarpina diminui a atividade da Na+/K+ ATPase, bem como a captação de glutamato em hipocampo 1,5 h após a indução do insulto. Estes efeitos foram acompanhados por uma diminuição da fosforilação das proteínas PKB e GKS-3β nas regiões CA1 e giro denteado, os quais podem estar relacionados com a morte neuronal observada 24 h após a indução do SE. Além disso, na idade adulta, o SE induzido aos 14 dias pós-natal induziu alterações no processo de memória-aprendizado e no comportamento emocional. As alterações comportamentais parecem estar relacionadas ao brotamento de fibras musgosas, visto que os animais que apresentaram déficit de memória na tarefa de esquiva inibitória e elevados níveis de ansiedade no teste claro-escuro apresentaram maior escore para brotamento de fibras musgosas no hipocampo. Além disso, os animais tratados com LiCl-pilocarpina apresentaram elevados níveis da proteína S100B no líquor bem como uma correlação positiva entre o imunoconteúdo de GFAP na região CA1 e o escore para brotamento de fibras musgosas, sugerindo uma resposta glial ao dano neuronal. Estes dados indicam que o status epilepticus induzido em períodos iniciais do desenvolvimento cerebral é danoso ao sistema nervoso central, alterando sua maturação e levando a alteração neuroquímicas, morfológicas e comportamentais na idade adulta. / Prolonged seizure activity, i.e. status epilepticus (SE), or repeated, brief seizures affect neuronal structure and function in the developing nervous system leading to neuronal death and behavioral impairment at adulthood. In this study, we investigated the short- and long-term effects of early-life LiCl-pilocarpine-induced SE on neurochemical and behavioral parameters. LiClpilocarpine- induced SE decreased Na+/K+ ATPase activity by 42% in hippocampal plasma membranes 1.5 h after SE induction when compared with control group. However, at 12 and 24 h after SE induction the activity of pump returned to control levels. At physiologic concentration of glutamate (1 μM), LiCl-pilocarpine treated animals showed decreased levels of glutamate uptake 1.5 h after SE induction. However, LiCl-pilocarpine-induced SE did not alter the glutamate uptake 12 and 24 h after SE induction. At higher concentration of extracellular glutamate (100 μM), no alterations were observed in glutamate uptake between control and LiCl-pilocarpine-induced SE groups in all times tested. LiCl-pilocarpine-induced SE decreased the phosphorylation of PKB by 35.84% and GSK-3β by 38.79% 1.5 h after SE induction in CA1 subfield. However, 24 h after LiCl-pilocarpine-induced SE the phosphorylation of PKB and GSK-3β returned to control levels. At dentate gyrus, the phosphorylation of PKB was reduced by 35.18% and 31.19% at 1.5 and 24 h after SE induction, respectively. GSK-3β phosphorylation was reduced by 38.05% and 33.12% at 1.5 and 24 h, respectively, after LiCl-pilocarpine administration. Twenty four h after SE, it was observed an increased number of degenerating neurons in the CA1 subfield and in the hilus. At adulthood, SE group presented an aversive memory deficit in an inhibitory avoidance task and the animals that presented lower latency to the step down showed a higher score for mossy fiber sprouting. In the light-dark exploration task, SE rats returned less and spent less time in the light compartment and present an increased number of risk assessment behavior (RA). There was a negative correlation between the time spent in the light compartment and the score for mossy fiber sprouting and a positive correlation between score for mossy fiber sprouting and number of RA. LiCl-pilocarpine-treated animals showed higher levels of S100B immunocontent in the CSF as well as a positive correlation between the score for sprouting and the GFAP immunocontent in the CA1 subfield, suggesting an astrocytic response to neuronal injury. Our results showed that early-life LiCl-pilocapine-induced SE reduce hippocampal Na+/K+ ATPase as well as glutamate uptake 1.5 h after SE induction. These effects were accompanied by a reduced phosphorylation of Akt and GSK- 3β at CA1 and dentate gyrus, which may be related to neuronal death observed 24 h after SE induction. Moreover, at adulthood the animals submitted to LiCl-pilocapine induced SE displayed memory impairment and increased anxiety-like behavior. The behavioral alterations appear to be associated with the mossy fiber sprouting, since the animals that presented impairment in the performance of inhibitory avoidance task and higher levels of anxiety in adulthood showed higher scores for mossy fiber sprouting in the hippocampus. Moreover, LiCl-pilocarpine-treated animals showed higher levels of S100B immunocontent in the CSF as well as a positive correlation between the score for mossy fiber sprouting and the GFAP immunocontent in the CA1 subfield, suggesting an astrocytic response to neuronal injury. These data indicate that LiCl-pilocarpine-induced SE early in life might harmfully affect brain maturation, leading to behavioral, morphological and neurochemical alterations in adulthood.
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O efeito da assistência psicológica num programa de reabilitação pulmonar para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica / Rhe effect of psychotherapy on patients with chronic obstructive pulmonary disease of a pulmonary rehabilitation programGodoy, Dagoberto Vanoni de January 2002 (has links)
Resumo não disponível.
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Efeitos da exposição de curta e longa duração ao etanolFerreira, Vania Maria Moraes January 2000 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas. / Made available in DSpace on 2012-10-17T16:31:17Z (GMT). No. of bitstreams: 0Bitstream added on 2014-09-25T18:02:22Z : No. of bitstreams: 1
170859.pdf: 2998722 bytes, checksum: 7eed6f18b64435a30624cb553589ea41 (MD5) / A participação das vias nitrérgicas e dos [receptores glutamatérgicos] ionotrópicos nos efeitos da exposição de curta e longa duração ao [etanol] foi avaliada no [hipocampo] de ratos. Inibidor e estimuladores das vias nitrérgicas indicam que estas vias opõem-se ao efeito [ansiolítico] do etanol e podem ter um papel importante no desenvolvimento da dependência ao álcool. A exposição de longa duração ao etanol resulta em dependência ao álcool, mas não fica obrigatoriamente associada com mudanças nos níveis proteicos das subunidades dos receptores glutamatérgicos ionotrópicos e/ou da enzima sintase do [óxido nítrico] hipocampais.
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MEDO, ANSIEDADE E DESCONFORTO EM VIAGENS AÉREAS:FATORES PSICOLÓGICOS E FISIOLÓGICOSMattos, Danielle Accardo de 22 September 2011 (has links)
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DANIELLE ACCARDO MATTOS.pdf: 1685124 bytes, checksum: 86a77f7f9dae3072b4938fd31f93660e (MD5)
Previous issue date: 2011-09-22 / A finalidade desta tese de mestrado é enriquecer o conhecimento sobre ansiedade, medo e desconforto em viagens aéreas. Sua proposta é identificar os aspectos fisiológicos e psicológicos que estão envolvidos nas diversas etapas que constituem uma viagem de avião. A primeira etapa deste estudo foi a aplicação de escalas e questionários em 51
indivíduos, trabalhadores de empresas de grande porte e que realizavam viagens aéreas com freqüência. A etapa posterior foi relacionar os dados obtidos através dos instrumentos de avaliação. Os resultados demonstraram que a ansiedade e o desconforto estão ligados mais às etapas que precedem a viagem propriamente dita. Em relação à aeronave, o desconforto e a ansiedade estão muito mais relacionados ao movimento do avião do que a cognição que os indivíduos experimentam enquanto voam. Os dados obtidos têm uma implicação significativa no que se refere aos tratamentos utilizados para a eliminação do medo e ansiedade ao voar, sugerindo possíveis adaptações para um melhor resultado.
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ANSIEDADE E ESTRESSE DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE TRABALHAM EM UNIDADES DE PACIENTES GRAVES / Anxiet ans stress of mursing professionals working at critical patient unitsBianco, Rosana Pires Russo 28 March 2007 (has links)
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ROSANA PIRES RUSSO BIANCO.pdf: 2224695 bytes, checksum: a6cb5a5d1372a3b66fc47e7c6d0b910d (MD5)
Previous issue date: 2007-03-28 / Permeando o exercício da profissão de enfermagem existem vários fatores que podem elevar os níveis de ansiedade e estresse.
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Estudo do efeito do tipo ansiolítico da Cuphea carthagenensis (JACQ.) J.F. MACBR. (sete-sangrias) em camundongosLorenzo, Marco Antônio de January 2000 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas. / Made available in DSpace on 2012-10-17T15:40:29Z (GMT). No. of bitstreams: 0Bitstream added on 2014-09-25T18:11:58Z : No. of bitstreams: 1
171614.pdf: 2520897 bytes, checksum: e75669aee212e9cc3d90394d85b4e490 (MD5) / Esse estudo avaliou a atividade do tipo ansiolítica do extrato aquoso (EA) e de uma fração semi-purificada (PPT-3) da Cuphea cadhagenensís (Jacq.) J. F. Macbr., popularmente conhecida como sete-sangrias. Para este fim foi utilizado o modelo experimental do labirinto em cruz elevado (LCE) em camundongos. Nossos resultados mostram que o EA (0,25 - 1,0 g/kg v.o.) e o PPT-3 (0,1 - 0,5) alteram significativamente tanto os parâmetros espaço-temporais quanto ecológicos nesse modelo, o que indica um efeito do tipo ansiolítico, promovendo um aumento da frequência e permanência dos animais nos braços abertos, bem como o número de imersões de cabeça e uma redução do número de estiramentos. Os mesmos tratamentos, no entanto, não apresentaram nenhum efeito em testes complementares, realizados com o intuito de se obter algum indicativo do mecanismo de ação ansiolítico observado. Os testes realizados foram o sono induzido por barbitúrico, e convulsões induzidos por pentilenotetrazoi (PTZ) ou por eletrochoque transcorneal máximo, onde drogas que atuam como os benzodiazepínicos são facilmente detestáveis. Esses resultados complementares associados ao fato de que o pré-tratamento com antagonistas de receptores colinoceptivos nicotínicos neuronais, mecamilamina e metilcaconitina, foram capazes de reverter o efeito do tipo ansiolítico exercido pelo EA, sugerindo que este efeito possa envolver, direta ou indiretamente esses receptores. No entanto, o mecanismo molecular de ação responsável por esse efeito do tipo ansiolítico da Cuphea carthagenensis, assim como sua toxicologia, necessita ser melhor investigado.
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Avaliação dos substratos neurais do efeito ansiogênico da substância PGavioli, Elaine Cristina January 2000 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas. Curso de Pós-Graduação em Farmacologia / Made available in DSpace on 2012-10-17T15:50:53Z (GMT). No. of bitstreams: 0Bitstream added on 2014-09-25T16:17:19Z : No. of bitstreams: 1
181088.pdf: 2123229 bytes, checksum: 78d387e89fa7d5dfc4be12dae9ed8ba8 (MD5) / O presente trabalho investigou o substrato neuroanatômico e o envolvimento dos receptores taquicinérgicos NK1 e NK2 na área de maior relevância para o efeito ansiogênico induzido pela SP em ratos avaliados no teste do labirinto em cruz elevado (LCE). Nossos dados mostram que os ratos tratados com SP 10 pmol no septo lateral (SL) expressaram reações de defesa extremas no teste do LCE e na arena, denominadas como respostas de "freezing" e "darting", respectivamente, sendo essa ação muito mais evidente nessa área do que quando a SP foi injetada na região amigdalar ou no ventrículo lateral. Por outro lado, a injeção intra-septal de FK 888 (100 pmol), antagonista NK1, ou de SR 48968 (100 pmol), antagonista NK2, no SL, seguido da injeção de SP (10 pmol) no ventrículo lateral foi capaz de inibir as respostas aversivas induzidas pela injeção intracerebroventricular de SP. Estes resultados sugerem que o septo lateral parece ser um substrato neuroanatômico muito importante na mediação dos efeitos do tipo ansiogênico da SP e que os receptores NK1 e NK2 possuem um papel importante na mediação deste efeito.
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Influência do estresse de natureza psicossocial e biológica na indução de estresse oxidativo, danos celulares e alterações comportamentaisPrevedello, Aline Danielle Bonjorno 24 October 2012 (has links)
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-graduação em Neurociências, Florianópolis, 2009 / Made available in DSpace on 2012-10-24T17:58:15Z (GMT). No. of bitstreams: 1
270294.pdf: 2093068 bytes, checksum: 56b6e8644296cec2df098b3243f10ff9 (MD5) / As alterações fisiológicas e comportamentais decorrentes dos processos que envolvem a resposta ao estresse podem promover efeitos deletérios ao organismo. O estresse está relacionado a disfunções associadas ao sistema imune, oxidativo, processos de morte e proliferação celular, déficits cognitivos e mnemônicos, além da participação em diversas patologias. O estresse de natureza psicossocial ou biológica é responsável por alterações em marcadores de estresse oxidativo e na ativação do sistema de defesa antioxidante. Dados obtidos em nosso grupo de pesquisa demonstraram correlações entre a resposta imune humoral e a atividade de enzimas antioxidantes. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da exposição de camundongos suíços ao estresse de natureza psicossocial e biológica na ativação da resposta imune humoral, na indução de estresse oxidativo e nos processos de apoptose e neurogênese no hipocampo e córtex frontal. O comportamento tipo-ansioso e a memória emocional também foram analisados. Os animais experimentais foram injetados com Hemácias de Carneiro (HC), com Lipopolissacarídeo extraído de Escherichia coli (LPS) ou solução veículo (PBS). Outro grupo foi exposto ao estresse de instabilidade social por quatro dias consecutivos. No quinto dia os animais foram expostos ao teste do Labirinto em Cruz elevado (LCE) por dois dias consecutivos. Amostras de soro destes animais foram obtidas para as dosagens de produção de anticorpos anti-HC e anti-LPS. O parênquima cerebral foi retirado para análise da atividade da enzima Glutationa Redutase (GR) e as possíveis alterações nos tecidos foram avaliadas por métodos imunohistoquímicos: anti-fosfo histona H3 (marcador de células em divisão) e anti-Bcl2 (proteína presente na via apoptótica) assim como o método de marcação com TUNEL (marcação de fragmentação do DNA). A exposição aos estressores psicossociais e biológicos promoveu alterações no comportamento tipo-ansiedade. No hipocampo dos animais estressados foi observada uma redução na atividade da enzima GR. No córtex frontal a atividade foi mais estável, ocorrendo uma elevação apenas no grupo injetado com HC. Através dos estudos histológicos preliminares realizados neste trabalho não se observou a presença de alterações nos processos de proliferação ou apoptose nos tecidos avaliados. Desta forma, nossos resultados demonstraram que estressores psicossociais e biológicos interferem no sistema de defesa antioxidante e no comportamento tipo-ansioso, contudo, após um período de cinco dias de estresse não se observa indícios de agressão celular no hipocampo e no córtex frontal. Entretanto, estudos adicionais precisam ser conduzidos no sentido de elucidar os mecanismos associados às relações entre a resposta ao estresse e os sistemas imune, antioxidante e as consequências celulares e comportamentais associadas.
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Inativação temporária do córtex pré-frontal ventromedial atenua a ansiedade e prejudica a evocação da memória de uma experiência aversiva em ratosStern, Cristina Aparecida Jark January 2010 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Florianópolis, 2010 / Made available in DSpace on 2012-10-25T00:38:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1
275747.pdf: 3476177 bytes, checksum: a10ec7f34e0b63b53c94186298be27bd (MD5) / O córtex pré-frontal ventromedial (CPFvm) está associado com processos cognitivos e emocionais. Considerando que ansiedade e memória atuam de maneira integrada, o presente trabalho investigou os efeitos da inativação temporária do CPFvm de ratos usando como ferramenta farmacológica o cobalto, um bloqueador dos canais de cálcio, na concentração de 1 mM em dois intervalos diferentes de tempo (1 ou 10 min) entre a microinjeção e o teste ou reteste no labirinto em cruz elevado. O intervalo de tempo entre a microinjeção de cobalto e o teste/reteste foi crucial para observarmos os efeitos comportamentais da inibição do CPFvm. A inativação do CPFvm 1 min antes do teste produziu um efeito do tipo ansiolítico e 1 min antes do reteste observamos um prejuízo na expressão do aprendizado aversivo adquirido no teste. Estes resultados sugerem que o CPFvm modula a ansiedade e a memória relacionada à exploração de um ambiente potencialmente aversivo. A seguir, o papel dos receptores noradrenérgicos do tipo beta-1, colinérgicos do tipo musacarínicos e glutamatérgicos do tipo NMDA nos dois fenômenos supracitados foi estudado por meio do bloqueio com os respectivos antagonistas atenolol (10 nmol), escopolamina (10 nmol) e AP5 (6 nmol). A microinjeção de atenolol ou AP5 no CPFvm antes do teste produziu um efeito ansiolítico semelhante ao observado com a inativação pelo cobalto, sugerindo uma participação dos receptores beta-1 e NMDA no controle da ansiedade, enquanto que a microinjeção dos mesmos antagonistas antes do reteste não prejudicou a expressão da memória aversiva adquirida no teste. O bloqueio colinérgico não produziu nenhum efeito na ansiedade ou na expressão do aprendizado aversivo. Em conjunto, esses dados sugerem que o CPFvm é importante para a modulação da ansiedade, bem como dos componentes cognitivos relacionados à mesma. Além disso, sugere-se que nesta estrutura encefálica existam sistemas neuroquímicos distintos que controlam ansiedade e a evocação da memória aversiva.
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Validação farmacológica de um novo modelo comportamental integrado de ansiedade/emocionalidade em ratosWehrmeister, Thaize Debatin 25 October 2012 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Florianópolis, 2010 / Made available in DSpace on 2012-10-25T04:28:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1
277602.pdf: 828841 bytes, checksum: e0e02ccd1012afcf389dcb7cd6d8102b (MD5) / Vários testes existem para medir comportamentos relacionados à ansiedade em roedores de laboratório. Entretanto, a interpretação dos parâmetros e o entendimento dos comportamentos observados nestes testes ainda não são satisfatórios. Para uma avaliação mais completa do perfil emocional dos animais é interessante utilizar diferentes testes e medidas comportamentais. Porém, o mesmo animal não pode ser testado ao mesmo tempo em diferentes testes comportamentais. Para tentar resolver esta questão, foi proposto o teste triplo, que integra três testes comportamentais, o campo aberto (CA), o labirinto em cruz elevado (LCE), e a caixa branca/preta (CBP). No presente trabalho foi verificado o efeito do tratamento agudo com os ansiolíticos benzodiazepínicos midazolam (MDZ 0,187, 0,375 e 0,75 mg/kg) e clordiazepóxido (CDZ 0,5, 5 e 10mg/kg), e com o ansiogênico pentilenotetrazol (PTZ 10 e 20 mg/kg) no teste triplo. Ainda foi avaliado o efeito da administração aguda de clordiazepóxido (CDZ 0,5, 5 e 10 mg/kg) no CA e na CBP individualmente e o efeito da administração repetida de CDZ (10 mg/kg) em três protocolos: teste/reteste, quatro dias de exposição repetida e vinte dias de exposição repetida ao teste triplo. Nossos resultados demonstraram que o teste triplo provê índices relacionados à ansiedade, pois responde aos tratamentos com MDZ, CDZ e PTZ. A ausência de one trial tolerance, neste paradigma, o torna sensível também ao tratamento crônico com CDZ. Estes dados apontam o teste triplo como uma ferramenta promissora na avaliação de drogas ansiolíticas administradas de forma aguda e crônica. O efeito ansiolítico do CDZ, demonstrado através do aumento na exploração das áreas aversivas do LCE pelos animais tratados, também em exposições repetidas, sugere a presença de uma nova situação de conflito motivacional no teste triplo, o que também apóia a hipótese de ocorrência de uma aprendizagem aversiva e/ou de uma mudança no estado emocional do animal no fenômeno de one trial tolerance. A ausência de efeito do MDZ e do CDZ no CA e na CBP, individualmente e no teste triplo, indicam que, nas nossas condições experimentais, os testes comportamentais (CA, LCE, CBP) avaliam diferentes características emocionais ou ainda, que o CA e a CBP não são consistentemente sensíveis aos BDZs em ratos.
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