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Trabalho, família e amizade entre maricultores/as de uma associação do sul da ilha de FlorianópolisBritto, Renata Apgaua January 2012 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social / Made available in DSpace on 2012-10-26T10:51:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1
302234.pdf: 1449237 bytes, checksum: 311551b16620c1d97dcc402fc2243c95 (MD5) / Construída a partir de uma pesquisa de campo realizada na Associação de Maricultores e Pescadores Profissionais do Sul da Ilha (AMPROSUL), formada por pequenos/as produtores/as de ostras e/ou mariscos, esta tese debruça-se sobre o espaço de interlocução entre os discursos técnico-científicos (governo, pesquisadores, etc.), de um lado, e os dos/as maricultores/as, de outro. Para as instituições governamentais e parceiras vinculadas à maricultura, diante do objetivo de conciliar desenvolvimento econômico e inclusão social e econômica dos/as produtores/as, a alternativa é transformar o caráter familiar e artesanal das produções: organizá-los/as em associações/cooperativas, profissionalizá-los/as e padronizar suas produções, de modo que possam participar do arranjo produtivo local. Neste sentido, as políticas públicas dirigidas à maricultura estão voltadas para a organização dos/as produtores/as por meio de associações/cooperativas e a estruturação da cadeia produtiva, do arranjo produtivo local (APL). Para os/as maricultores/as, os tempos já foram melhores. Desejam ser incluídos/as no mercado, no arranjo, e reclamam do que consideram exigências e normas excessivas, mau uso dos recursos destinados à maricultura e privilégios em relação aos/às "grandes" produtores/as. Entendem que precisam se organizar para que suas demandas sejam atendidas. Acionam familiares e amigos/as para contornarem problemas relativos ao trabalho e ao exercício da atividade, como a falta de mão de obra. As falas dos/as maricultores/as indicam a existência de conflitos e de tensões neste processo de transformação do setor. Ao mesmo tempo, discursos técnico-científicos procuram explicar o porquê das dificuldades de estes/as produtores/as atenderem às novas exigências que se impõem em relação à organização em torno de
associações/cooperativas e do arranjo. Diagnósticos "negativos" sugerem que essas dificuldades estão associadas, por exemplo, ao fato de não possuírem organização, cooperação/solidariedade, etc. O parâmetro de comparação, no caso, é a construção de vínculos de cooperação como estratégia competitiva. Seguindo as falas dos/as mariculores/as e a pista de que está em curso um processo crescente de "mercantilização" da maricultura, apoiado no modelo de desenvolvimento adotado pelo governo, esta tese propõe ao menos duas voltas no parafuso: 1ª) Problematizar os discursos técnico-científicos por seu viés economicista. Tal atitude apóia-se em discussões críticas que se desenrolam nas ciências humanas sobre as implicações da lógica utilitária, sustentadas por determinadas teorias, e abre espaço para tratar os problemas em termos de exclusão social, econômica e simbólica dos/as pequenos/as produtores/as e refletir sobre a existência de relações de poder assimétricas; e 2ª) Criar outra narrativa sobre os/as
produtores/as sem a ênfase na "falta", marcando a importância dos vínculos de amizade e parentesco para eles/as no exercício da atividade. Neste contexto, misturam-se trabalho, família e amizade, o que permite que essas pessoas enfrentem as dificuldades que se lhes apresentam. Essa atitude apoia-se nas mesmas discussões críticas que problematizam a lógica utilitária e exploram a existência de outra modalidade de ação marcada por uma lógica não utilitária. / Based on a field study of the Association of Mariculturists and Professional Fishermen from the South of the Island (AMPROSUL), composed of small-scaleoyster and mussel producers, this thesis analyzes the space of interlocution between technical-scientific discourses (government, researchers, etc.) and mariculturists. Government institutions and their partners linked to mariculture, whose stated objective is to reconcile economic development and the social and economic inclusion of the producers, affirms their aim is to transform the family and cottage nature of the process and organize the producers into associations and cooperatives, professionalizing them and standardizing production so that they can participate in the local production arrangement. Public policies aimed at mariculture focus on the organization of the producers in associations and cooperatives and the structuring of the production chain and the local production arrangement. The mariculturists have seen better days. They want to be included in the marketand production arrangement, and complain about what they consider demanding and excessive norms, poor use of resources allocated to mariculture and privileges for the "large"
producers. They understand that they need to organize to have their demands met. They commonly turn to families and friends to resolve work related problems such as the lack of labor. The statements of the mariculturists indicate the existence of conflicts and tensions in this process of transformation in the sector. At the same time, technicalscientific discourses seek to explain the difficulties of these producers and meet their demands in relation to organization around the associations and cooperatives. "Negative" diagnoses suggest that these difficulties are associated to the fact that they lack organization, cooperation and solidarity. The parameter for comparison, in this case, is the construction of ties of cooperation as a competitive strategy. According to the statements of the mariculturists, there is a growing process of "mercantilization" of mariculture, supported by the development model adopted by the government. This thesis proposes two approaches. 1) The first is to analyze the technical-scientific discourses and their economist bias, supported by critical discussions in the human sciences about the implications of a utilitarian logic sustained by certain theories and to open space to treating problems related to the social, economic and symbolic exclusion of small producers and reflect on the existence of asymmetric power relations. 2) The second is to create a different narrative about the producers that does not emphasize what is "lacking," marking the importance of their ties of friendship and kinship in the exercise of their activity. In this context, work, family and friendship combine, allowing these people to confront the difficulties that they face. This attitude is supported by critical discussions that analyze the utilitarian logic and explore the existence of another modality of action marked by a non-utilitarian logic.
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Entre "desabrochar para o mundo" e "produzir mais e melhor"Girelli, Scheila January 2012 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia / Made available in DSpace on 2013-06-25T22:52:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1
309419.pdf: 1703617 bytes, checksum: 933b8d94b67618d6e669f7fcbcde88c8 (MD5) / As práticas cooperativas ligadas ao movimento de economia solidária têm sido alvo de constantes debates e estudos. Muitas pesquisas apontam para a possibilidade destes empreendimentos produzirem novas formas de relação com o trabalho privilegiando, para além da esfera econômica, o resgate da dimensão humana; enquanto outras pesquisas apontam as limitações desses empreendimentos no contexto capitalista. Dada a heterogeneidade destas experiências e a impossibilidade de compreendê-las fora de sua realidade concreta, o interesse desta pesquisa recai, a partir da análise foucaultiana, sobre a análise das relações cotidianas de saber/poder, observando como se constroem, circulam, se sustentam e, pela incitação recíproca, engendram modos de subjetivação. Neste sentido, o objeto da presente pesquisa foi "compreender como se caracterizam as relações de saber/poder em uma cooperativa inserida no movimento de economia solidária", a partir de um estudo de caso em uma cooperativa de costureiras na cidade de Chapecó, SC. Foram utilizados como procedimentos de pesquisa a observação participante, o grupo focal e o recurso fotográfico. As informações foram analisadas a partir da Análise de Discurso proposta por Iñiguez (2005). Em análise aos dados obtidos, constatou-se que o processo de gestão do trabalho cooperativo revela ambiguidades. De um lado, as possibilidades de participação das trabalhadoras se manifestam por meio da organização técnica do trabalho e da política geral do empreendimento, o que aponta para uma ligeira atenuação das forças de exploração. De outro, a intensificação do trabalho e a assimilação de normas disciplinares induzem a um sistema de individualização que, ao mesmo tempo em que modelam o sujeito, conduzem a processos de subjetivação, reforçando a hegemonia do capital. Nas relações cotidianas construídas está imbricado um constante jogo de forças e contradições, revelando-se como um emaranhado de situações que vinculam, simultaneamente, formas de sujeição e laços afetivos. Nesse cenário, são evidenciados lugares sociais construídos historicamente, os quais, legitimados pelo discurso, corroboram "estados de poder". Como forma de resistência e enfrentamento aos agenciamentos dos dispositivos de saber-poder são cunhadas linhas de fuga, garantindo não só novos modos de gestão do trabalho, mas também a manutenção de velhas práticas. Finalmente, o que se coloca em pauta é a possibilidade dos processos de subjetivação, engendrados no exercício das relações de saber/poder, no trabalho cooperativo, fomentar ou inverter as relações propostas pelo ideário da economia solidária. / The cooperative practices connected to solidary economy movement have been target to constant debate and studies. Many researches guide to the possibility for these practices to produce new forms of relations with work, giving priviledge , beyond economic scope, to rescue the human dimension; white other researches point to the limitations of these practices in the capitalist environment. Due to the heterogeneity of these experiences and the impossibility to understand them, outside their concrete reality, the interest of such a research relays on the analysis of daily relations of knowledge/power, from a Foucaultian analysis, taking into account the way they are built, spread, supported and, by reciprocal induction, manage ways of subjectivity. Thus, the object to this research was to ¡°understand how the relations of knowledge/power are characterized inside a cooperative inserted in solidary economy movement¡±, from a case study in a cooperative of sawers in Chapeco (SC, Brazil). It was used research procedures such as participative observation, focal group and photography. Information was analyzed from Discourse Analysis, approached by Iniguez (2005). In the analysis of data obtained, it was possible to notice that the process of cooperative work management reveals two-side meanings. On one hand, the possibility of workers. participation has manifested by the technical organization of work and general politics of the enterprening, which leads to the diminish of exploration strength. On the other hand, the intensification of work and the understanding of disciplinar rules lead to a system of individualization that, together with modeling the subject, lead to subject process, reinforcing the capital hegemony. In every day relations it is inserted a contant game of strength and contradictions, revealing as a net of situation that link, simultaneously, ways of subjectivation and affection relations. In this scenario, social places historically built are evident, which, reinforced by the discourse, coopt ¡°power status¡±. As a form of resistance and facing the devices of knowledge-power, are built border lines, assuring not only the new forms of works management, but also keeping old practices. Finally, what is in discussion is the possibility of subject process, placed in the usage of knowledge-power relations, in the cooperative work, to support or to invert the relations proposed by the ideal of solidary economy.
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Círculo de cultura e economia solidária: uma investigação dessa aliança no cotidiano dos catadores da Coocassis / Culture circle and supportive economy: an investigation of this alliance in the daily lives of the Coocassis collectorsTorres, Ana Elídia [UNESP] 18 January 2016 (has links)
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CÍRCULO DE CULTURA E ECONOMIA SOLIDÁRIA.pdf: 976482 bytes, checksum: 1db566d2dfbe3d3bb3fcda37028f776a (MD5) / Approved for entry into archive by Ana Paula Grisoto (grisotoana@reitoria.unesp.br) on 2016-02-29T16:13:26Z (GMT) No. of bitstreams: 1
torres_ae_me_assis.pdf: 976482 bytes, checksum: 1db566d2dfbe3d3bb3fcda37028f776a (MD5) / Made available in DSpace on 2016-02-29T16:13:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016-01-18 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Este trabalho tem por objetivo investigar se o Círculo de Cultura, enquanto ferramenta de Educação Popular, pode contribuir para a afirmação dos princípios da Economia Solidária. Para tanto fizemos uma pesquisa de campo buscando averiguar possíveis impactos do Círculo de Cultura no cotidiano dos trabalhadores da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Assis e Região (Coocassis), que ocorreu com o grupo durante os anos de 2010 e 2011, e tinha como intuito potencializar os princípios da Economia Solidária. Para alcançar o objetivo desta pesquisa, realizou-se, nos anos de 2014 e 2015, um reencontro com o grupo de catadores em uma pesquisa de campo promovida pelo método etnográfico. Ao todo, foram dois anos de convívio com a Cooperativa durante a graduação, dois anos distante da Cooperativa e, por fim, mais dois anos de pesquisa. Dividindo didaticamente o trabalho em dois grandes encontros, temos: o primeiro com o passado, através do Diário de campo produzido lá e usado aqui como documento. E o segundo encontro no retorno à Coocassis, e no novo convívio com o grupo, realizado com visitas semanais. Como resultado disso vimos vidas reais que foram impactadas pela Economia Solidária, mas que mesmo trabalhando em uma cooperativa autogestionária, viviam grandes contradições pois ainda estavam submetidos a sociedade capitalista. Nesse sentido, pensar a Educação Popular e o Círculo de Cultura para o cooperativismo autogestionário e popular é fundamental para enfrentar as contradições que emergem das relações apresentadas ao longo do trabalho. / The purpose of this work is to investigate whether the Culture Circle, as a Popular Education tool, can contribute to the affirmation of the principles of Supportive Economy. To this end we did a field research seeking to investigate possible impacts of Culture Circle in the daily lives of workers from Recyclable Materials Collectors Cooperative of Assis Region(Coocassis), it happened to the group during the years 2010 and 2011, and it had the intention to enhance the principles of Supportive Economy. To achieve the objective of this research, in the years 2014 and 2015, a reunion with the collectors group was held in a field research conducted by the ethnographic method. In all, two years of living with the Cooperative during graduation two years away from the Cooperative and, finally , two more years of research. Didactically dividing the work into two major meetings , we have: the first with the past, through the Field diary produced there and used here as a document. The second meeting in the return to Coocassis , and the new association with the group , carried out weekly visits . As a result we have seen real lives that have been impacted by the Supportive Economy, but even working on a self-managed cooperative, lived great contradictions as they were still subject to capitalist society. In this sense, think of Popular Education and Culture Circle for self-managed and popular cooperativism is essential to face the contradictions that emerge from the relations presented throughout the work.
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Economia solidária como estratégia para o desenvolvimento territorial: a atuação da INCOOP no Jardim Gongaza e entorno, São Carlos, SPFerreira, Danilo Malta 25 October 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-10-25 / Financiadora de Estudos e Projetos / São vários os estudos em Economia Solidária (EcoSol) que estão centrados na promoção dos Empreendimentos Econômicos Solidários (EES). São estudos de viabilidade econômica, autogestão, qualidade dos serviços oferecidos etc. Contudo, trabalhos que estudam a relação destes EES com os territórios em que estes estão inseridos e a EcoSol como eixo estratégico e articuladora de projetos intersetoriais existem em menor quantidade. O território formado pelo bairro Jardim Gonzaga e seu entorno, na cidade de São Carlos, é caracterizado como um dos mais precários da cidade e recebe atuação de diversas políticas setoriais. Este território também é alvo, desde 1998, de atividades de incubação de EES e outras ações de fomento a Economia Solidária, tendo a Incubadora Regional de Cooperativas Populares da Universidade Federal de São Carlos (INCOOP/UFSCar) como entidade de fomento a tais atividades. A partir de 2007, a INCOOP passou de uma atuação focada nos EES para uma atuação centrada no território em que os EES se encontram com a perspectiva de consolidá-los, criar novos EES, fomentar outras iniciativas econômicas solidárias e articular projetos e ações inter-setoriais visando à promoção de direitos de cidadania. O presente trabalho tem como objetivo caracterizar e analisar as estratégias gerais da inserção da EcoSol articuladora de projetos e ações inter-setoriais na perspectiva do desenvolvimento territorial. A estratégia de pesquisa utilizada é a observação participante que conta com a participação do autor deste trabalho em atividades que foram desenvolvidas ao mesmo tempo que estavam sendo examindas como objeto de pesquisa. O caso único estudado consiste em um projeto de Desenvolvimento Territorial (DT) que se encontra em andamento. Através de observação direta, registros de relatórios técnicos da INCOOP, registro de reuniões, foi possível obter evidências das estratégias, condições essenciais e obstáculos da Economia Solidária como eixo estratégico de projetos e ações inter-setoriais. Os resultados obtidos são caracterizações das estratégias gerais implementadas pela INCOOP: 1) Fomento ao protagonismo dos EES; 2) Consolidação de cadeias produtivas e outras iniciativas econômicas solidárias; 3) Articulação com diversos atores do território ou com atuação no território. Entre as estratégias implementadas foi possível identificar obstáculos e limites, a saber: 1) EES fragilizados por conflitos internos; 2) Diferentes graus de compreensão sobre a EcoSol e a relação desta com o DT; 3) Diferentes graus de motivação e expectativas entre os atores envolvidos; entre outros. Conclui-se que é possível a articulação de projetos e ações inter-setoriais através da Economia Solidária na perspectiva do desenvolvimento territorial, no entanto é necessária a maior compreensão e superação dos obstáculos existentes.
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Limites à economia solidária: legitimidade e legalidade. O caso da Cooperativa Cooperlimp e seus impactos no desenvolvimento territorialMoya, Rafael Duarte 28 June 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-06-28 / From the identification of a pocket of poverty in a medium-sized city in a city in the state of São Paulo, an incubator started university in 1998, a work of lifting needs along with the population living in a particular region São Carlos. Thus was founded in 1999 Cooperlimp. In 2009, the cooperative signed a Term of Conduct Adjustment with the Prosecution Office of Labor, in which it would terminate its activities until January 2011. The damage caused by this measure were taken multiple, deeply and profound. The aim of this research is to seek the Brazilian legal system, in general, if it would be able to meet the needs of Productive Associations, especially popular cooperatives and organizational structures of the Solidarity Economy. It shows the limits of the law, the limits of the understanding of the actors involved in the face of the challenges of Solidarity Economy, particularly the implementation of public policies, the relationship between legality and legitimacy, their territorial impacts and social consequences. / A partir da identificação de um bolsão de pobreza em uma cidade de médio porte de um município do interior do estado de São Paulo, uma incubadora universitária iniciou, em 1998, um trabalho de levantamento de necessidades juntamente com a população moradora de uma determinada região do município de São Carlos. Assim, em 1999, foi fundada a Cooperlimp. Em 2009, a cooperativa assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público do Trabalho, no qual se comprometia a encerrar suas atividades até janeiro de 2011. Os danos produzidos por essa medida foram múltiplos, profundos e graves. O objetivo da presente pesquisa é o de buscar no ordenamento jurídico brasileiro, de maneira geral, se este seria capaz de atender às necessidades do Associativismo Produtivo, em especial o cooperativismo popular e as estruturas organizativas da Economia Solidária. Apresentam-se os limites do ordenamento jurídico, os limites do entendimento dos atores envolvidos em face dos desafios da Economia Solidária em especial da implementação de políticas públicas, a relação entre legalidade e legitimidade, seus impactos territoriais e consequências sociais.
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Incubadoras universitárias na economia solidária: embriões da tansformação?Ruwer, Léia Maria Erlich [UNESP] 18 October 2011 (has links) (PDF)
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ruwer_lme_dr_fran.pdf: 1212090 bytes, checksum: 91d255bf9054257bade68d0d54f36838 (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / O presente estudo tem como foco o fomento à Economia Solidária pelas atividades de apoio, assistência e assessoria técnica realizado nas Incubadoras Universitárias de Cooperativas. São ações que se destacam, dada a ruptura que se propõe introduzir nas relações de produção capitalistas; e devido à emergência de um novo modo de produção e organização do trabalho e das atividades econômicas na sociedade contemporânea. O interesse da pesquisa (descritiva e exploratória) é mostrar a relação existente entre teoria e prática da Economia Solidária nas Incubadoras Universitárias de Cooperativas das Universidades Públicas do Estado de São Paulo, como proposta de ruptura ou manutenção do modo de produção capitalista contemporâneo. O escopo da pesquisa consiste em contextualizar a Economia Solidária no Brasil e o papel das Incubadoras Universitárias de Cooperativas neste contexto; explicar como se dão as ações de apoio, assistência e assessoria técnica da Economia Solidária nas Incubadoras Universitárias de Cooperativas das Universidades Públicas do Estado de São Paulo; e demonstrar se a realidade levantada na pesquisa empírica compreende uma proposta de ruptura ou manutenção do modo de produção capitalista contemporâneo. Para tanto, utilizase o Estudo de Caso; o levantamento documental e bibliográfico; e o questionário semi-estruturado com os coordenadores das referidas incubadoras; de forma a constituir dados para a análise e construção do conhecimento proposto. Como resultado, o estudo revela que as ações de apoio, assistência e assessoria técnica à Economia Solidária realizadas nas Incubadoras Universitárias de Cooperativas das Universidades Públicas do Estado de São Paulo compreendem em suas atividades a proposta de ruptura do modo de produção capitalista. Contudo... / This paper focuses on the promotion of the Solidarity Economy activities support, assistance and technical assistance carried out in university incubators of cooperatives. These are actions stand out, given the disruption that is proposed to introduce in the relations of capitalist production, and due to the emergence of a new mode of production and work organization and economic activity in contemporary society. The interest of research (descriptive and exploratory) to show the relationship between theory and practice of the Solidarity Economy in university incubators of cooperatives of Public Universities of São Paulo, a proposal to tear or maintenance of the contemporary capitalist mode of production. The scope of the research is to contextualize the Solidarity Economy in Brazil and the role of university incubators of cooperatives in this context, explain how the actions are given support, assistance and technical advice from the Solidarity Economy in university incubators of cooperatives of Public Universities of São Paulo and the reality show up in empirical research includes a proposal to break or maintenance of the contemporary capitalist mode of production. To this end, we use the case study, the documentary surveys and literature, and the semi-structured questionnaire with the coordinators of these incubators, in order to provide data for analysis and knowledge construction proposed. As a result, the study reveals that the actions of support, assistance and technical advice to the Solidarity Economy held at the university incubators of cooperatives of Public Universities of São Paulo they understand in its activities the rupture proposal of rupture in the way of capitalist production. However, evidence shows that this is a path that is still under construction and that this construction requires the involvement of professionals and researchers from all areas of knowledge
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Produção e comercialização de produtos em um modelo de economia solidária : dois estudos de caso em Porto Alegre, RSUieda, Gabriela January 2007 (has links)
O modelo, ou modelos, de organização da Economia Solidária nasceu, aproximadamente, ao mesmo tempo em que surgia o capitalismo industrial e foi reinventado na década de 1990, enquanto alternativa ideológica de afronta aos efeitos excludentes do capitalismo e/ou alternativa de política de emprego e renda à população mais pobre, desempregada ou subempregada, com a formação de iniciativas por parte da população excluída do mercado. Esta “reinvenção” ocorre majoritariamente sob orientação de organizações religiosas, sindicais, universitárias e ONG’s. Segundo a SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária) (BRASIL, 2004b), considera-se Economia Solidária o conjunto de atividades econômicas com as seguintes características: cooperação, autogestão, viabilidade econômica e solidariedade. Em 2005, a secretaria identificou 14.954 empreendimentos econômicos solidários no Brasil, dos quais 85 em Porto Alegre. Para estudar a Economia Solidária, pela ótica econômica, não é suficiente a teoria econômica tradicional, pois é necessário: entender o surgimento e a sobrevivência de associações que encerram concomitantemente as lógicas econômica, política e social; considerar a relação entre ética e economia, com uma aproximação das duas, e entender esta relação tanto na busca de outros princípios de comportamento econômico quanto no entendimento dos juízos de valores feitos pelas pessoas ao adjetivarem um comércio de justo; entender o mercado como uma forma de alocação, dentre outras e que as outras formas de alocação permanecem, além de entender o mercado como uma formação social; entender como se formam os preços “justos” e porque um consumidor escolheria um produto de Economia Solidária, mesmo tendo que pagar um preço mais elevado. Foram realizados dois estudos de caso em Porto Alegre (RS, Brasil): nas feiras da Cooperativa Ecológica Coolméia e nas lojas da Etiqueta Popular. Por meio de entrevistas realizadas com produtores cooperados e com consumidores dos dois empreendimentos, buscou-se identificar se estes percebem os empreendimentos como mais do que uma alternativa de emprego, se os consumidores são conscientes de que compram uma relação de compromisso junto com os produtos e qual é o reflexo dos anteriores na formação dos preços. A análise qualitativa das entrevistas demonstra um grau de aderência com as teorias discutidas anteriormente, mas também demonstra que há ainda um longo caminho a ser percorrido, o que é percebido pelos produtores entrevistados. O fato da maioria dos produtores afirmarem que estavam em melhor situação sócio-econômica com sua participação nos empreendimentos e o fato de alguns consumidores parecerem conscientes com relação ao efeito de suas decisões de compra podem apontar a Economia Solidária como uma forma alternativa à economia capitalista. A dúvida que permanece diz respeito à dimensão desta Economia Solidária, ou seja, se ela conseguiria incluir toda a população excluída pela economia capitalista, sem deixar de gerar os benefícios encontrados até agora nestes empreendimentos e até mesmo os aumentando. Ademais, há dúvidas quanto à relação da Economia Solidária com a economia capitalista e com o governo. / The model, or models, of organization of the Solidarity Economy was born, approximately, at the same time as the industrial capitalism was being developed. It has, however, been reinvented in the 1990’s as an ideological alternative of confrontation to the excluding effects of the capitalism and/or as an alternative of employment and income policies to the poorest, unemployed or underemployed population. This was made by means of initiatives of the population excluded from the market, under the orientation of religious organizations, labor unions, universities and NGO’s. According to SENAES (National Office of Solidarity Economy) (BRASIL, 2004b), it is considered Solidarity Economy the ensemble of economic activities with the following characteristics: cooperation, self-management, economic feasibility and solidarity. In 2005, the Office identified 14.954 solidary enterprises in Brazil, among which 85 are located in Porto Alegre. To study the Solidarity Economy, from the economic point of view, the traditional economic theory is not suitable, because it is necessary to: understand the emergence and the survival of association that enclose, at the same time, the economic, social and political logics; consider the relationship between ethics and economics, and, also, understand both the search of other economic behavioral principles and the understanding of moral judgments made by people when qualifying a trade as fair; understand the market as one form of allocation among others, which also continue to exist, as well as understand that the market is a social construction; understand how the fair prices are formed and why a consumer would choose a product of Solidarity Economy, even if he has to pay a higher price for it. We have analyzed two cases of Porto Alegre, Brazil: the open markets of Cooperativa Ecológica Coolméia e the stores of Etiqueta Popular. The assessment was made by interviews with producers and consumers of both enterprises, as a means to identify if the producers view the undertaking as more than an employment alternative, if the consumers are conscious that they buy a commitment relationship along with the products, and what is the reflex of the answer of the two previous questions in their price formation. The qualitative analysis of the interviews has demonstrated a degree of adherence to the theories discussed before. Also, it has demonstrated that there is still a long way to go through, and that the producers have realized. The fact that the majority of the producers has affirmed that they were better off because of their participation and the fact that some consumers appeared to be conscious of the effect of their purchase decisions might indicate that the Solidarity Economy is an alternative to the capitalist economy. However, doubt still remains as to the size of this economy, that is, could it include all the population excluded by the capitalist economy, without overlooking the benefits generated until now, and even enlarging them? Besides, there are doubts as to the relationship of the Solidarity Economy with the capitalist economy and with the government.
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Inovação em economia solidária : um desafio no campo políticoCosta, Pedro de Almeida January 2007 (has links)
Cette thèse propose un concept d’innovation en Économie Solidaire. Telle nécessité surgit à partir d’une recherche académique où s’est évidencié le besoin d’avoir un concept juste pour ce domaine, une fois que le concept dérivé de la Théorie Économique ne parvenait pas à capter les réelles contributions de l’Économie Solidaire pour la construction d’une vision de développement et de formation sociale démocratique, ainsi que les spécificités des groupes et des organisations solidaires. Pour la consécution de l’objectif, s’est entrepris, du point de vue conceptuel, la déconstruction critique des concepts de développement et d’innovation. Le concept présenté ne se propose pas à être conclusif. Pourtant, il ouvre des possibilités de nouvelles recherches et de nouveaux chemins pratiques pour la conception de politiques et programmes sociaux, en problématisant les notions fondamentales dans le champ politique. / Esta tese procura construir um conceito de Inovação em Economia Solidária. Tal necessidade surge a partir de uma pesquisa acadêmica apoiada pelo CNPq em que se evidenciou a necessidade de haver um conceito adequado para esse campo, uma vez que o conceito derivado da Teoria Econômica não conseguia captar as reais contribuições da Economia Solidária para a construção de uma visão de desenvolvimento e de formação social democrática, assim como as especificidades dos grupos e organizações solidárias. Para a consecução do objetivo, empreendeuse, do ponto de vista conceitual, a desconstrução crítica dos conceitos de desenvolvimento e de inovação, conforme são tratados pela Teoria Econômica. O conceito apresentado não se propõe a ser conclusivo. Abre, todavia, possibilidades de novas pesquisas e de novos caminhos práticos para a concepção de políticas e programas sociais, ao problematizar noções fundamentais ao campo político.
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Os sentidos do trabalho autogerido : um estudo a partir dos trabalhadores de economia solidáriaAzambuja, Lucas Rodrigues January 2007 (has links)
Paul Singer entende que existam, basicamente, duas lógicas de condução das atividades econômicas: a capitalista cujas características são a competição, individualismo, exploração do trabalho e a desigualdade gerada pelo jogo da livre concorrência, sendo a reprodução de tal lógica assegurada pelo modelo de propriedade privada e heterogestão; e a lógica de Economia Solidária cujas características são a cooperação, solidariedade, participação e igualdade, sendo a reprodução dessa lógica possível através do modelo de autogestão e propriedade coletiva. Assim, Singer entende que o sentido do trabalho autogerido está determinado por um conjunto de princípios (cooperação, solidariedade, participação e igualdade) objetivados no modelo de autogestão. Critica-se essa perspectiva por desconsiderar o papel criativo e reflexivo dos indivíduos na construção do sentido do seu trabalho e, também, por afirmar que o modelo de autogestão só poderia ser “verdadeiramente” conduzido através de princípios de Economia Solidária. Em contraposição, esta pesquisa buscou compreender o sentido do trabalho autogerido como uma construção reflexiva do sujeito, a partir de princípios e conhecimentos de natureza diversa, que se sedimentaram no seu estoque subjetivo de conhecimento ao longo de sua biografia de socialização. Com base na fundamentação empírica de 28 entrevistas estruturadas realizadas com trabalhadores de cinco cooperativas, identificaram-se quatro tipos de sentido do trabalho autogerido: 1) político – o sentido do trabalho autogerido é que ele representa a possibilidade de participação em um processo de mudança da realidade social; 2) coletivista – o sentido do trabalho autogerido é que ele representa a possibilidade da promoção do bem-estar e da qualidade de vida dos membros do coletivo de trabalho; 3) capitalista – o trabalho autogerido só tem sentido se servir de meio para inserção competitiva no mercado visando ao lucro como um fim em si mesmo; 4) sobrevivência individual – o trabalho autogerido representa uma saída, na falta de uma melhor, para manutenção da sobrevivência material e financeira. As diferenças entre os sentidos do trabalho autogerido são explicados a luz das diferenças em seis dimensões (família, trabalho, política, sindicato, educação e religião) nas biografias de socialização dos trabalhadores. / In Paul Singer’s understanding, there are essentially two logics guiding economic activities: the capitalist one, characterized by competition, individualism, labor exploitation and inequalities generated by the game of free competition – the reproduction of such logics being ensured by private property and the “hetero-management” model; and the logics of Solidary Economy whose characteristics are cooperation, solidarity, participation and equality – the reproduction of this logic being possible by means of collective property and the selfmanagement model. Thus, Singer understands that the meaning of the self-managed labor is determined by a set of principles (cooperation, solidarity, participation and equality) objectified in the self-management model. We criticize this perspective for disregarding the creative and reflective role of individuals in building up their labor’s meaning and, also, for claiming that the self-management model might only be “truly” conducted within the principles of Solidary Economy. Contradicting such perspective, this study sought to comprehend the meaning of selfmanaged work while a reflective construction by the individual subject, based on both principles and knowledge of diverse character, which were consolidated within the subjective stock of knowledge along his/her biography of socialization. Based on the empirical foundation comprised by 28 structured interviews applied to workers of five cooperative enterprises, we identified four categories of meaning related to the self-managed work: 1) politic – the meaning of self-managed work is that it represents the possibility of participating in a process for changing the social reality; 2) collectivist – the meaning of the self-managed work is that it represents the possibility of promoting the welfare and the quality of life of members of the labor group; 3) capitalist - the self-managed work only makes sense if it serves as a means for competitive entry in the market aiming at profit as an end itself; 4) individual survival – the selfmanaged work represents a resort, in the absence of a better one, for the maintenance of material and financial survival. The differences between meanings of self-managed labor are explained in the light of six dimensions of distinctions (family, work, politics, labor union, education and religion) in the worker’s biography of socialization.
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Estratégias sociais de resistência aos processos desterritorializantes : redes de solidariedade - o caso da rede industrial de confecção solidária (RICS)Borges, Carolina Tavares Oliveira January 2007 (has links)
Esta dissertação objetivou levantar alguns pontos para a discussão e reflexão do que entendemos como algumas estratégias sociais de resistência aos processos desterritorializantes entendidos, também como socioeconomicamente excludentes. Com aporte teórico, subsidiamos nossa pesquisa, desenvolvendo uma metodologia que envolveu, outrossim, levantamento bibliográfico, entrevistas e observações. Analisamos, especificamente, o caso da Rede Industrial de Confecção Solidária (RICS) e sua contribuição para a geração de trabalho, renda, que, neste caso, vai além de mera sobrevivência, pois se configura na participação efetiva dos envolvidos em todas as etapas do projeto, contribuindo para o desenvolvimento da qualidade de vida e fortalecendo valores como a dignidade dos indivíduos, que visam o benefício coletivo do grupo. Buscamos apreender de que forma o Estado, em suas esferas federal, estadual e municipal, favorece a criação e fomenta a reprodução das redes de solidariedade, para, posteriormente, abordar como o município de Porto Alegre comporta-se diante deste cenário. Assim, apesar de incipiente, tanto na prática e principalmente na teoria, a Economia Solidária vai trilhando o seu caminho, com o trabalho e da criatividade de quem a faz na esperança de sobreviver numa sociedade cada vez mais competitiva e excludente. / This dissertation objectified to raise some points for the quarrel and reflection of what we understand as some social strategies of resistance to the understood desterritorializantes processes, as also social and economically exculpatory. With it arrives in port theoretical, we subsidize our research, developing a methodology that involved, also, empirical survey of data. We analyze, specifically, the case of the Industrial Net of Solidary Confection (RICS) and its contribution for the work generation, income, that, in this in case that, goes beyond mere survival, therefore is configured in the participation accomplishes of involved in all the stages of the project, contributing for the development of the quality of life and fortifying values as the dignity of the individuals, that aim at the collective benefit of the group. We search to apprehend of that it forms the State, in its spheres federal, state and municipal, it favors the creation and it foments the reproduction of the solidarity nets, for, later, approaching as the city of Porto Alegre behaves ahead of this scene. Thus, although incipient, as much in the practical one and mainly in the theory, the Solidary Economy goes treading its way, with the work and of the creativity of which it makes it in the hope to survive in a society each more competitive and exculpatory time.
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