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Adesão ao tratamento em idosos e hipertensos / Adherence of elderly and hypertensive patients to medical treatmentTavares, Noemia Urruth Leão January 2012 (has links)
A adesão ao tratamento pode ser conceituada como o grau de concordância entre o comportamento de uma pessoa em relação às orientações do médico ou de outro profissional de saúde. O baixo grau de adesão pode afetar negativamente a evolução clínica do paciente e a sua qualidade de vida, constituindo-se em problema relevante, que pode trazer consequências pessoais, sociais e econômicas. A tese aqui apresentada aborda a adesão tratamento medicamentoso, analisando dois contextos de extrema importância epidemiológica: os fatores associados a baixa adesão ao tratamento medicamentoso em uma população idosa residente na comunidade e os determinantes da adesão ao tratamento anti-hipertensivo por pacientes hipertensos acompanhados pela Estratégia Saúde da família (ESF). Os resultados apresentados são de dois estudos distintos, realizados no município de Bagé, RS, em 2008 e 2010, respectivamente. O primeiro estudo foi transversal de base populacional, com amostra representativa de 1.593 idosos entrevistados em seus domicílios. A baixa adesão referida ao tratamento medicamentoso foi mensurada através do Brief Medication Questionaire (BMQ) e verificada a sua associação em relação aos fatores demográficos e socioeconômicos, comportamentais e de saúde, assistência e prescrição. No segundo estudo amostra foi composta por 1.588 indivíduos hipertensos adultos e idosos residentes na área de abrangência urbana da ESF do município. Os dados também foram coletados através de entrevistas domiciliares. Para mensuração da adesão ao tratamento anti-hipertensivo foram utilizados dois instrumentos de adesão referida pelo paciente, o Brief Medication Questionaire (BMQ) e o Morisky Medication Adherence Scale, 8- items (MMAS-8) e analisada a associação em relação aos fatores demográficos e socioeconômicos, comportamentais e de saúde e também relativos à assistência ao paciente e a prescrição de medicamentos antihipertensivos. Para a análise das associações foi utilizado modelo de regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência bruta e ajustada, os respectivos intervalos com 95% de confiança e p-valor (teste de Wald). Do total de idosos entrevistados, 1.247 referiram ter usado algum medicamento nos últimos sete dias, e destes, cerca de um terço (28,7%) foram considerados com baixa adesão ao tratamento. Os fatores estatisticamente associados a baixa adesão ao tratamento foram: idade (65 a 74 anos), não ter plano de saúde, ter que comprar (totalmente ou em parte) os seus medicamentos, ter três ou mais morbidades, possuir 10 incapacidade instrumental para a vida diária e usar três ou mais medicamentos. Em relação ao segundo estudo, 1588 hipertensos foram entrevistados, onde a prevalência de pacientes aderentes ao tratamento foi de 19,1% pelo BMQ e 48,1% foram considerados com níveis de alta adesão pelo MMAS-8. Os principais fatores associados à adesão ao tratamento antihipertensivo avaliado pelo BMQ foram: renda maior que um salário mínimo, melhor autopercepção de saúde, ter menor número de morbidades e menor número de anti-hipertensivos utilizados. Os níveis de alta adesão ao tratamento pelo MMAS-8 foram associados a maior idade, melhor autopercepção de saúde e maior vínculo com a equipe assistencial. Os resultados aqui apresentados reforçam que a elevação da frequência de doenças crônico-degenerativas que acomete os idosos, o seu processo de envelhecimento que predispõe a incapacidade funcional, a dificuldade no acesso ao tratamento e a utilização aumentada de medicamentos são fatores importantes que devem ser considerados pelos profissionais de saúde visando a promoção da adesão ao tratamento nesta faixa etária e aumentando a resolutividade terapêutica e a qualidade de vida destes pacientes. E enfatiza que a equipe de saúde pode contribuir para melhorar a adesão dos pacientes ao tratamento anti-hipertensivo, prescrevendo regimes menos complexos, explicando os benefícios e efeitos colaterais dos medicamentos, e principalmente fortalecendo o vínculo com o paciente em um processo compartilhado permanente de cuidado em relação a sua saúde. / Adherence to treatment can be construed as the level of agreement of an individual's behavior towards the guidelines provided by a doctor or other health professional. Low levels of adherence might affect negatively both the patient's clinical progression as well as his quality of life, which represents a relevant problem that might entail personal, social and economic consequences. The present thesis addresses the issue Adherence to Medical Treatment by analyzing two crucial epidemiological contexts: factors related to low adherence to medical treatment within the elderly population living in a specific community and the determining factors of adherence to antihypertensive treatment of patients assisted by the Family Health Strategy (FHS). The findings presented refer to two different studies carried out in the municipality of Bagé, Rio Grande do Sul, in 2008 and 2010 respectively. The first was a cross-sectional population-based study, with a representative sample of 1.593 elderly citizens interviewed in their households. Low adherence to medical treatment was assessed through the Brief Medication Questionnaire (BMQ) and associated to demographic, socioeconomic and behavioral determiners, as well as health, assistance and prescription factors. The second study was also a cross-sectional study with a sample of 1.588 adult and senior hypertensive patients living in the urban area covered by the municipality’s FHS. The data were collected through household interviews as well. In order to measure adherence to antihypertensive treatment, there was a twofold tool responded by the patients themselves, the Brief Medication Questionnaire (BMQ) and the Morisky Medication Adherence Scale, 8-items (MMAS-8) and further association with demographic, socioeconomic and behavioral variables, as well as those related to patient assistance and prescription of antihypertensive medicaments. Analyses were carried out using the Poisson regression model to assess crude and adjusted prevalence ratios, with their respective 95% confidence and p-values intervals (Wald test). From the total number of the elderly interviewed, 1.247 claimed to have taken some kind of medicine in the previous seven days, and among these, approximately one third (28.7%) were considered to have low adherence to the treatment. The statistical factors associated to low adherence to treatment were: age (65 to 74 years old), not having a health plan, having to purchase (totally or partially) their own medicines, having three or more morbidities, having functional disabilities and using three or more medicines. Regarding the second study, 1.588 hypertensive patients were interviewed, with the prevalence of patients joining the treatment being 19.1% according to the BMQ and 48.1% with a high level of adherence according to the MMAS-8. The main factors related to higher or lower adherence to the antihypertensive treatment as per the BMQ were: income higher than the minimum wage, better health selfawareness, less comorbidity and fewer antihypertensive drugs used. Higher 12 taxes of adherence to the treatment as per the MMAS-8 were related to older age, better health self-awareness and greater bond to the health team. The results here presented reinforce the fact that the rise of chronic-degenerative diseases that affect the elderly, the ageing process that leads to functional disability, the difficulty to gain access to the treatment and the increased use of medicaments are crucial factors that should be considered by health professionals, aiming at fostering adherence to treatment and increasing therapeutic solutions and quality of life of said patients. In addition, they highlight that the health team can contribute to increase patient adherence to the antihypertensive treatment, by prescribing less strict and complex diets, by explaining the benefits and side effects of the medicaments, and most importantly, by strengthening the bond with the patient, participating actively in the health care process.
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Desnutrição infantil em dois municípios do estado do Acre: prevalência e fatores associados / Prevalence and factors associated to child malnutrition in two municipalities in the state of AcreOrivaldo Florencio de Souza 05 March 2009 (has links)
Objetivo: Analisar a prevalência da desnutrição e fatores associados em crianças menores de 60 meses em dois municípios do estado do Acre. Métodos: Estudo transversal de base populacional com 667 crianças da área urbana dos municípios de Acrelândia e Assis Brasil. As prevalências de déficits nutricionais para os índices estatura para idade (E/I), peso para idade (P/I) e peso para estatura (P/E) foram calculadas com o ponto de corte -2 escores Z, utilizando-se o padrão de crescimento infantil da Organização Mundial da Saúde de 2006. Informações sobre condições socioeconômicas, acesso aos serviços e cuidado da criança, peso ao nascer e morbidades foram obtidas por questionário estruturado e pré-codificado. Análise múltipla e hierarquizada de regressão de Poisson (erro padrão robusto) foi utilizada para identificar os fatores associados à desnutrição infantil. Resultados: As prevalências dos déficits E/I, P/I e P/E foram de 9,9%, 6,3% e 4,1%, respectivamente. Os principais fatores associados ao déficit E/I foram: baixo índice de riqueza domiciliar (razão de prevalência [RP]: 1,74; intervalo de confiança [IC95%]: 0,95 - 3,18), analfabetismo do pai ou padrasto (RP: 1,82; IC95%: 1,01 - 3,27), ter 2 ou mais irmãos menores (RP: 2,88; IC95%: 1,45 - 5,72), ausência da mãe biológica no domicílio (RP: 2,63; IC95%: 1,32 - 5,24) e exposição ao esgoto a céu aberto no âmbito domiciliar (RP: 2,46; IC95%: 1,51 - 4,00). Para o déficit de P/E houve associação somente com o peso ao nascer igual ou abaixo de 2.500 g (RP: 2,91; IC95%: 1,16 - 7,24). Conclusão: Nos municípios estudados, a desnutrição infantil apresenta-se como um importante problema de saúde pública, associada aos indicadores de iniquidades sociais, acesso aos serviços de saúde e ausência da mãe no domicílio. / Objective: To describe malnutrition prevalence and associated factors in children under the age of 60 months from two municipalities in the state of Acre. Methods: A population-based, cross-sectional study was carried out using 667 children from urban areas in the municipalities of Acrelândia and Assis Brasil. The occurrence of nutritional deficit was determined by indexes of height for age (H/A), weight for age (W/A) and height for weight (H/W), which were calculated with cut point -2 for Z scores as determined by 2006 World Health Organization child growth standards. A structured and precoded questionnaire was applied to gather information about socioeconomic conditions, access to the services and child care, birth weight and morbidity. Multiple and hierarchical analysis of Poisson regression (robust standard error) was used to identify the factors associated to child malnutrition. Results: The incidence of H/A, W/A and H/W deficits was 9.9%, 6.3% and 4.1%, respectively. The main factors associated to H/A were low household wealth index (prevalence ratio [PR]: 1.74; 95% confidence interval [95% CI]: 0.95 3.18), illiterate father or stepfather (PR: 1.82; 95% CI: 1.01 3.27), the existence of 2 or more young siblings (PR: 2.88; 95% CI: 1.45 5.72), the absence of the biological mother at home (PR: 2.63; 95% CI: 1.32 5.24) and exposure to open wastewater near the house (PR: 2.46; 95% CI: 1.51 4.00). The W/H deficit was associated only to birth weight equal or lower than 2,500 g (PR: 2.91; 95% CI: 1.16 7.24). Conclusions: Child malnutrition in the municipalities studied is an important public health problem, which is associated to indicators of social inequality, access to health services and absence of a mother at home.
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Vigilancia pos-alta em cesareas : incidencia e fatores associados a infecção do sitio cirurgico / Postdischarge surveillance following cesarean section : the incidence of surgical site infection and associated factorsCardoso Del Monte, Meire Celeste 14 August 2018 (has links)
Orientador: Aarão Mendes Pinto Neto / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-08-14T08:21:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2009 / Resumo: Objetivo: Identificar a taxa de incidência de infecção do sítio cirúrgico (ISC) e fatores associados ao aparecimento desta infecção, em pacientes submetidas à cesárea em um hospital público, de ensino e terciário, através da vigilância pósalta. Sujeitos e Métodos: Foram admitidas no estudo 204 mulheres que realizaram cesárea no Centro de Atenção Integral à Saúde da mulher no período de maio de 2008 a março de 2009 e que possuíam telefone para contato. A pesquisadora abordava as mulheres durante sua internação e preenchia uma ficha para registrar os fatores associados às infecções pós-cesárea. Após a alta hospitalar, a pesquisadora ligava para essas mulheres 15 e 30 dias após a cirurgia, preenchendo um questionário para obter dados relativos à infecção pós-operatória. A análise estatística foi feita com o programa SAS versão 9.02, usando-se os testes qui-quadrado e exato de Fisher para variáveis categóricas e Mann-Whitney para variáveis numéricas. Um modelo de regressão logística para riscos de COX (RR), com critério de seleção de variáveis stepwise, foi utilizado para identificar os fatores associados a ISC. O RR e seu intervalo de confiança foram calculados e p<0,05 foi considerado significativo. Resultados: A amostra final foi de 187 mulheres. Dessa amostra 44 apresentaram uma ISC, correspondendo a uma taxa de 23,5%. Em 42 mulheres (95%) a ISC manifestou-se após a alta, sendo que em 39 delas (93%) a ISC manifestou-se dentro dos primeiros 15 dias. Na análise bivariada foram observadas como significantes para ISC as variáveis: número de consultas pré-natal = 7 e hipertensão arterial. Na análise multivariada foi observada significância apenas para hipertensão arterial. Conclusão: A vigilância pós-alta é fundamental para não subestimar as ISC em cesáreas, e neste estudo um acompanhamento de 15 dias pós-alta foi suficiente para detectar o aparecimento dessas infecções. A hipertensão arterial foi associada à ISC. / Abstract: Objective: To identify the rate of surgical site infections (SSI) and factors associated with their occurrence by performing postdischarge surveillance of patients following Cesarean section at a public university teaching hospital. Subjects and Methods: A total of 204 women, who had undergone Cesarean section at the Center for Women's Integrated Healthcare (CAISM) between May 2008 and March 2009 and who were able to be contacted by telephone, were admitted to the study. The women were approached during hospitalization and a form was completed on factors associated with post-Cesarean section infections. Following discharge from hospital, the women were contacted by telephone 15 and 30 days after surgery to complete a questionnaire on the presence of postoperative infection. Statistical analyses were performed using the SAS statistical software program, version 9.02. The chi-square test and Fisher's exact test were used to analyze categorical variables and the Mann Whitney test for numerical variables. Cox proportional hazards regression model with stepwise variable selection was applied to determine the relative risks (RR) and respective confidence intervals of factors associated with SSI. Significance was established at p<0.05. Results: The final sample consisted of 187 women. SSI was detected in 44 cases (23.5%). In 42/44 women (95%), SSI appeared following discharge from hospital, becoming evident within the first 15 days following surgery in 39/44 cases (93%). Bivariate analysis indicated the following variables as being significantly associated with SSI: number of prenatal visits =7 and hypertension; however, only hypertension remained significant in the multivariate analysis. Conclusion: Postdischarge surveillance is essential for ensuring accurate estimates of post-Cesarean section SSI; nevertheless, the present findings suggest that a 15-day post discharge follow up is sufficient to detect these infections. Hypertension was associated with SSI. / Universidade Estadual de Campi / Ciencias Biomedicas / Mestre em Tocoginecologia
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Anemia e deficiência de vitamina A em crianças brasileiras / Anemia and vitamin A deficiency in Brazilian childrenDaniela Braga Lima 15 April 2014 (has links)
Introdução: Dentre as carências nutricionais de maior relevância destacam-se, neste estudo, anemia e deficiência de vitamina A, que constituem as principais preocupações das políticas públicas, na área de alimentação e nutrição. Apesar de medidas de prevenção e controle já terem sido implantadas no Brasil há algum tempo, suas prevalências continuam elevadas, com profundas repercussões na saúde infantil. Assim, embora reconhecidos como problemas de saúde pública e bastante explorados, politicamente, ainda há espectros de interesse epidemiológico a serem investigados. Objetivo: Analisar os determinantes da anemia e da deficiência de vitamina A (DVA), bem como a presença concomitante dessas duas carências nutricionais em crianças brasileiras. Métodos: Reanálise dos dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) de 2006, abrangente inquérito das condições de saúde de mulheres e crianças brasileiras cuja 3ª edição incorporou a avaliação dos níveis de hemoglobina e vitamina A. Essa reanálise baseou-se numa amostra probabilística complexa com representação nacional, o que permitiu descrever a situação de anemia e DVA nas macrorregiões brasileiras e suas áreas urbanas e rurais. O presente estudo incluiu a análise de 3.417 crianças de 6 a 59 meses. Anemia foi definida como hemoglobina (Hb) <11g/dL, determinada pelo método da cianometa-hemoglobina. DVA foi definida como retinol sérico <0,7mol/L, avaliado por cromatografia líquida de alta eficiência. Para expansão da amostra utilizaram-se critérios adotados pela PNDS. As variáveis respostas foram presença de anemia, de DVA e carência concomitante de DVA e anemia, enquanto as explanatórias, analisadas considerando-se três dimensões, foram vinculação aos processos estruturais da sociedade (variáveis socioeconômicas e ambientais); ao ambiente imediato da criança (variáveis maternas, de segurança e consumo alimentar); e individual (características biológicas da criança). A força de associação entre as variáveis respostas e as explanatórias foi avaliada pelo odds ratio (OR), tanto na análise univariada (OR bruta) quanto na múltipla (OR ajustada), com nível de significância de 5%. Resultados: Determinantes da anemia: A prevalência de anemia no País foi de 20,5%. Na análise múltipla, permaneceram associadas à anemia residir no Nordeste [OR: 3,45; IC: 2,21-5,40] Sudeste [OR: 2,55; IC: 1,60-4,06] e Sul [OR: 2,22; IC: 1,39-3,55]; na zona urbana [OR: 2,01; IC: 1,35-3,00]; e ter insegurança alimentar grave [OR: 1,78; IC: 1,00-3,16], destacando-se como proteção ter mãe com 5 a 8 anos de estudo [OR: 0,62; IC: 0,41-0,92] e consumir carne pelo menos uma vez na semana [OR: 0,45; IC: 0,22-0,93]. Determinantes da DVA: A prevalência de DVA no País foi de 17,5%. Após ajuste para as variáveis de confusão, permaneceram associadas ao DVA residir no Nordeste [OR: 1,77; IC: 1,16-2,77] e Sudeste [OR: 1,74; IC: 1,16-2,72]; na zona urbana [OR: 1,29; IC: 0,91-1,87]; e ter mãe com idade 36 anos [OR: 3,14; IC: 1,48-7,09], considerando-se proteção consumir carne pelo menos uma vez na semana [OR: 0,19; IC: 0,09-0,40]. Determinantes da DVA e da anemia: A prevalência concomitante de DVA e anemia foi de 3,9%, sem associação entre elas (p>0,05). As variáveis estatisticamente associadas (p<0,05) com DVA e anemia na análise múltipla foram residir no Sudeste [OR: 4,28; IC: 1,96-11,68] e Nordeste [OR: 2,92; IC: 1,31-7,96]; na zona urbana [OR: 3,66; IC: 1,46-12,30]; e ter insegurança alimentar grave [OR: 3,64; IC: 1,41-8,84]; revelando-se proteção ter idade 2 anos de idade [OR: 0,51; IC: 0,26-0,99]; e consumir carne pelo menos uma vez na semana [OR: 0,04; IC: 0,00-0,23]. Conclusões: Os resultados mostram redução importante na prevalência de anemia e DVA infantil no Brasil, embora, de acordo com o critério de importância epidemiológica da Organização Mundial da Saúde (OMS), continuem como problema moderado de saúde pública. Apesar das fortes evidências de que a DVA contribui para o desenvolvimento da anemia, constatou-se baixa prevalência concomitante dessas duas carências nutricionais entre as crianças brasileiras, e sem associação entre elas. Entretanto, anemia e DVA apresentam determinantes comuns (residir em macrorregiões menos e mais desenvolvidas e em área urbana), que reiteram o caráter trans-social dessas carências estudadas. O fato de terem como determinante a insegurança alimentar e como proteção consumir carne pelo menos uma vez por semana reforça a determinação social dessas deficiências nutricionais, embora a insegurança alimentar não tenha se associado à DVA. Os resultados evidenciaram como principais determinantes da anemia e da DVA aqueles relacionados aos processos estruturais da sociedade e do ambiente imediato da criança e não os individuais. Constatou-se, também, que as estratégias governamentais têm contribuído para a prevenção e controle dessas carências nutricionais no País, porém, sinaliza-se a necessidade de expansão da estratégia governamental no sentido de prevenção e controle da DVA, até então restrita a áreas de risco (região Nordeste e áreas pobres da região Sudeste). / Introduction: Among the most relevant nutritional deficiencies, anemia and vitamin A deficiency stand out, constituting the main concerns of public policy in food and nutrition area. Even though prevention and control measures have already been implemented in Brazil some time ago, their prevalence remains high, with profound effects on child health. Thus, in spite of recognized as problems of public health and plenty explored, politically, there are still spectra of epidemiological interest to be investigated. Objective: To analyze the determinants of anemia, vitamin A deficiency (VAD), as well as these two concomitant nutritional deficiencies in Brazilian children. Methods: Reanalysis of data from the National Survey on Demography and Health of Women and Children (PNDS) of 2006, comprehensive survey of health of women and children in Brazil, whose 3rd edition incorporated the evaluation of hemoglobin and vitamin A levels. This reanalysis was based on a complex random sampling with national representation, which allowed describing the situation of VAD and anemia in Brazilian regions and their urban and rural areas. This study included analysis of 3.417 children aged from 6 to 59 months. Anemia was defined as hemoglobin (Hb) <11g/dL, determined by cyanometahemoglobin method. VAD was set as serum retinol <0.7 mol/L, evaluated by high performance liquid chromatography. To expand the sample, the criteria adopted by PNDS were used. The variable responses were presence of anemia, VAD and concomitant deficiency of VAD and anemia, while the explanatory, analyzed considering three dimensions, were link to the structural processes of society (socioeconomic and environmental variables), to the immediate environment of the child (maternal variables, of safety and food consumption); and individual (biological characteristics of the child). The strength of association between the response and the explanatory variables was evaluated by odds ratio (OR), both in univariate (crude OR) and in multiple analysis (adjusted OR), with a significance level of 5%. Results: Determinants of anemia: The prevalence of anemia in the Country was 20.5%. In multiple analysis, remained associated with anemia living in the Northeast [OR: 3,45, CI; 2,21-5,40], Southeast [OR: 2,55; CI: 1,60-4,06] and South [OR:2,22;IC:1,39-3,55]; in urban area [OR: 2,01; CI: 1,35-3,00], and having severe food insecurity [OR: 1,78; CI :1,00-3,16], highlighting as protection having a mother with 5 to 8 years of study [OR: 0,62; CI: 0,41-0,92] and consuming meat at least once a week [OR: 0,45; CI: 0,22-0,93]. Determinants of VAD: The prevalence of VAD in the Country was 17.5%. After adjustment for confounding variables, remained associated with DVA living in the Northeast [OR: 1,77; CI: 1,16-2,77] and Southeast [OR: 1,74; CI: 1,16-2,72]; in urban area [OR: 1,29; CI: 0,91-1,87]; and having a mother aged 36 years [OR: 3,14; CI :1,48-7,09], considering protection to consume meat at least once a week [OR: 0,19; CI: 0,09-0,40]. Determinants of anemia and VAD: The concomitant prevalence of VAD and anemia was 3.9%, with no association between them (p>0,05). Variables statistically associated (p <0.05) with VAD and anemia in multiple analysis were living in the Southeast [OR: 4,28; CI: 1,96-11,68] and Northeast [OR: 2,92; IC: 1,31-7,96]; in urban area [OR: 3,66; CI: 1,46-12,30], and having severe food insecurity [OR: 3,64; CI: 1,41-8,84]; revealing protection being 2 years old [OR: 0,51; CI: 0,26-0,99] and consuming meat at least once a week [OR: 0,04; CI: 0,00-0,23]. Conclusions: The results show a significant reduction in the prevalence of child anemia and VAD in Brazil, although according to the criterion of epidemiological importance of the World Health Organization (WHO), they continue as a moderate public health problem. Despite strong evidences that VAD contributes to the development of anemia, it was verified a low prevalence of these two concomitant nutritional deficiencies among Brazilian children, and no association between them. However, anemia and VAD present common determinants (living in macro-regions less and more developed and in urban areas), reaffirming the transocial character of these nutritional deficiencies. The fact they have as a determinant food insecurity and as protection consuming meat at least once a week reinforce the social determination of these nutritional deficiencies, although food insecurity was not associated with VAD. The results showed as major determinants of anemia and VAD, those related to structural processes of society and the immediate environment of the child and not the individuals. It was also verified that government strategies have contributed to the prevention and control of these nutritional deficiencies in the Country, but it is signalized the need for expansion of the government\'s strategy for prevention and control of VAD, so far restricted to high-risk areas (Northeast and poor areas of the Southeast).
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Necessidades de saúde: construção de instrumento para o planejamento regional em saúde / Health needs: development of an instrument for regional health planningTatiana Yonekura 23 August 2016 (has links)
O objeto deste estudo é a identificação de necessidades de saúde por meio de um instrumento para gestores e técnicos das áreas de planejamento e gestão em saúde. O estudo considerou o arcabouço teórico-metodológico da Saúde Coletiva e particularmente da Epidemiologia Crítica que se fundamentam na categoria reprodução social para explicar os diferentes perfis de saúde e doença de um determinado território. Objetivo: construir um instrumento de captação de necessidades de saúde para subsidiar o planejamento regional em saúde. Método: Trata-se de um estudo metodológico que foi desenvolvido em quatro etapas: Etapa 1. Uma revisão integrativa para identificar os instrumentos de levantamento de necessidades de saúde existentes; Etapa 2. Entrevistas semiestruturadas e individuais com gestores da saúde para compreender as dificuldades no levantamento de necessidades. Os dados foram gravados, transcritos e analisados através da análise de conteúdo; Etapa 3. Construção de instrumento de levantamento de necessidades de saúde para subsidiar o planejamento regional em saúde; e Etapa 4. Validação de conteúdo por comitê de especialistas, por meio da técnica Delphi e índice de validade de conteúdo. Resultados: Em relação à revisão integrativa, foram identificados 17 instrumentos de levantamento de necessidades. As 123 variáveis utilizadas para identificar necessidades foram integradas em três categorias: necessidades de reprodução social, necessidades de presença do Estado e necessidades de participação política. Em relação às entrevistas, sete gestores de saúde da região metropolitana do Espírito Santo participaram do estudo. Quatro categorias compostas por 11 temas foram analisados: (1) Compreensão do conceito de necessidades de saúde, com um tema; (2) Necessidades de reprodução social, com dois temas; (3) Necessidades de presença do Estado, com sete temas; e (4) Necessidades de participação política, com um tema. A construção do instrumento envolveu a inclusão dos resultados da revisão e das entrevistas, resultando em material composto de introdução e cinco módulos (Módulo A Identificação das classes sociais, Módulo B Reconhecimento do território, Módulo C Necessidades de reprodução social, Módulo D Necessidades de presença do Estado, e Módulo E Necessidade de participação política). A validação de conteúdo foi realizada por meio da participação de oito especialistas. Tanto a introdução, quanto os módulos apresentaram de forma geral pontuação pelo índice de validade de conteúdo maior de 0,9, o que representa clareza, pertinência e relevância adequados. Apenas um item foi classificado com baixa clareza (0,75), e dessa forma precisou ser reformulado. Outras modificações foram realizadas, a partir da sugestão dos especialistas. Conclusão: o instrumento construído tem potencialidade para identificar necessidades de saúde, a partir da captação das desigualdades sociais dos diferentes territórios. Pondera-se no entanto que o instrumento é incapaz de sozinho sensibilizar gestores e técnicos das secretarias estaduais e municipais para a utilização e análise dos dados, e portanto sua utilização deve fazer parte de processos educativos que envolvam a compreensão dos referencias teórico-metodológicos que subsidiaram a construção do instrumento. / This work takes as its object of study the health needs identification by an instrument for both managers and technicians of health planning and management areas. The study has considered the theoretical-methodological framework of Collective Health, and in particular Critical Epidemiology, which is based on the social reproduction category to explain different health-disease profiles in a given territory. Objective: to develop an instrument to assess health needs aiming at subsidizing regional planning in health. Method: This is a methodological study. This study was developed in four stages: Stage 1. An integrative literature review to identify existing instruments for health needs assessment; Stage 2. Semi-structured and individual interviews with health managers to understand difficulties in needs assessment. The data was recorded, transcribed, and analyzed by content analysis; Stage 3. Development of an instrument for health needs assessment to subsidize regional planning in health; and Stage 4. Content validation by a committee of experts, by means of the Delphi technique and content validity index. Results: In relation to the integrative review, 17 instruments for needs assessment were identified; the 123 variables used to identify needs were grouped into three categories: social reproduction needs, State presence needs, and political participation needs. In relation to the interviews, seven health managers of the metropolitan region of Espirito Santo State took part in this study. Four categories composed by 11 themes were analyzed: (1) Understanding of the health needs concept, with one theme; (2) Social reproduction needs, with two themes; (3) State presence needs, with seven themes; and (4) Political participation needs, with one theme. The instrument development included adding both literature review and the interviews findings, resulting in a material divided in introduction and five modules (Module A Identification of social classes, Module B Territory recognition, Module C Social reproduction needs, Module D State presence needs, and Module E Political participation needs). The content validation was performed by eight experts. In general the content validity index of the introduction as well as the modules was higher than 0.9, what represents adequate clarity, pertinence, and relevance. Only one item was scored as low clarity (0.75), therefore needed to be reformulated. Other modifications were made according to the experts suggestion. Conclusion: The instrument that has been developed has potential to identify health needs by analyzing social inequalities of the different territories. However, it should be considered that the instrument, by itself, is unable to raise awareness among managers and technicians of state and municipal secretaries in order to use and analyze data. Therefore, it should be used as part of educational processes that include the study of its theoretical-methodological framework.
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Transtornos mentais comuns e contexto social: análise multinível do \"São Paulo ageing and health study (SPAH) / Common mental disorders and social context: Multilevel analysis of \"São Paulo ageing and health study (SPAH)\"Letícia Maria Silva Coutinho 30 January 2014 (has links)
INTRODUÇÃO: Problemas de saúde mental são responsáveis por uma morbidade significativa em todo o mundo, por sua frequência e pela associação com comorbidades físicas, níveis de incapacitação e prejuízo na qualidade de vida de portadores e cuidadores. A ocorrência de transtornos mentais comuns (TMC) é influenciada por fatores biológicos, sociais, econômicos e demográficos. O contexto social pode ter papel importante na etiologia dos transtornos mentais e na sua prevalência. OBJETIVOS: Investigar fatores de risco que contribuem para a prevalência, incidência e prognóstico de TMC em população de baixa renda da cidade de São Paulo, considerando distintos níveis contextuais: indivíduo, domicílio e setor censitário. MÉTODO: O presente estudo utilizou dados da investigação longitudinal de base populacional \"São Paulo Ageing & Health Study\" (SPAH). Os indivíduos selecionados eram residentes em domicílios em que houvesse pelo menos dois participantes do estudo com avaliação para presença de TMC, identificada pelo instrumento Self Reporting Questionaire (SRQ-20). Foram avaliadas as associações independentes entre TMC e características sociodemográficas e dos domicílios dos participantes, através de modelos de regressão logística multinível, tendo como desfechos a prevalência de TMC na inclusão e a presença de TMC em avaliação de dois anos de seguimento. RESULTADOS: Foram incluídos 2.366 indivíduos no estudo transversal, realizado no período de 2003 a 2005. A prevalência de TMC nesta amostra foi de 43%. As características individuais sexo, idade, escolaridade e ocupação estiveram associadas à prevalência de TMC. As características de domicílios aglomeração, morar com crianças, bens materiais, saneamento básico e renda familiar também se associaram à prevalência de TMC. Modelos de regressão logística multinível mostraram que parte da variância na prevalência de TMC foi associada ao nível do domicílio, com associações entre aglomeração, renda familiar e prevalência de TMC, mesmo após controle para características individuais. No estudo longitudinal foram incluídos 1.733 indivíduos, reavaliados no período de 2005 a 2007. A prevalência de TMC na avaliação de seguimento foi de 33%, sendo que 8% não apresentavam TMC na inclusão. As características individuais sexo, idade e ocupação, e a característica de domicílio renda familiar estiveram associadas à presença de TMC na avaliação de seguimento. Modelos de regressão logística multinível para os dados longitudinais mostraram que a maior parte da variância na presença de TMC foi associada ao nível do indivíduo, com associações entre sexo, faixa etária, escolaridade, ocupação e TMC, mesmo após controle para características do domicílio. O nível de domicílio também contribuiu de forma independente para a variância relacionada à presença de TMC no seguimento, com associação de efeito fixo para renda familiar, mesmo após controle para características individuais. CONCLUSÃO: Os resultados mostraram que características individuais contribuem para a maior parte da variância na prevalência, incidência e prognóstico de TMC, mas há uma associação independente com o nível domicílio, que não é explicada completamente pela renda familiar. Esses resultados indicam que características do ambiente onde as pessoas vivem contribuem para sua saúde mental, sugerindo que pesquisas futuras se concentrem nas características psicossociais de domicílios e vizinhanças para estudo de contexto social e TMC / INTRODUCTION: Mental health problems are responsible for significant morbidity worldwide, due to its high frequency and association with physical comorbidities, levels of disability and impact in quality of life of patients and caregivers. The occurrence of common mental disorders (CMD) is influenced by biological, social, economic and demographic factors. The social context may play an important role in the etiology of mental disorders and their prevalence. OBJECTIVES: To investigate risk factors associated with the prevalence, incidence and prognosis of CMD in a low income population from the city of São Paulo, considering different contextual levels: individual, household, and census tract. METHOD: The present study used data from the population-based prospective investigation \"São Paulo Ageing & Health Study\" (SPAH). The individuals selected were living in households in which there were at least two study participants with assessments for presence of TMC, identified by the instrument Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). We assessed independent associations between CMD and the sociodemographic and households characteristics of the participants, through multilevel logistic regression models, having as outcome variables the prevalence of CMD at inclusion and the presence of TMC at the 2-year follow-up assessment. RESULTS: We included 2.366 individuals in the cross-sectional study, carried out in the period from 2003 to 2005. The prevalence of CMD in this sample was 43%. Individual characteristics sex, age, education and occupation were associated with the prevalence of CMD. The household characteristics crowding, living with children, possessions, basic sanitation and family income were also associated with the prevalence of CMD. Multilevel logistic regression models showed that part of the variance in the prevalence of CMD was associated with the household level, with associations between crowding, family income and prevalence of CMD, even after controlling for individual characteristics. In the longitudinal study, 1.733 individuals were reassessed in the period of 2005-2007. The prevalence of CMD at 2 years was 33%, with 8% in individuals without TMC at inclusion. Individual characteristics sex, age and occupation and household characteristic family income were associated with presence of CMD at follow-up. Multilevel logistic regression models for longitudinal data showed that most of the variance associated with presence of CMD was associated with the level of the individual, with associations between sex, age, education, occupation and CMD, even after controlling for household characteristics. The household level also contributed independently to the variance related to the presence of TMC at follow-up, with associated fixed effect for family income, even after controlling for individual characteristics. CONCLUSION: The results showed that individual characteristics contribute to most of the variance in the prevalence, incidence and prognosis of TMC, but there is an independent association with the household level, which is not fully explained by family income. These results indicate that characteristics of the environment where people live contribute to their mental health, suggesting that future research focus on the psychosocial characteristics of households and neighborhoods to study the social and TMC
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Ventilação não invasiva na prática clínica de um hospital terciário de grande porte: características demográficas, clínicas de fatores relacionados ao desfecho de pacientes internados em UTI / Non invasive ventilation in clinical pratice in a large tertiary hospital: demographical characteristics, clinics, and factors related to the outcome of patients in ICUTeresa Cristina Francischetto Travaglia 15 April 2010 (has links)
INTRODUÇÃO: A ventilação não invasiva (VNI) tem sido amplamente utilizada na prática clínica para o tratamento de insuficiência respiratória aguda (IRpA) e crônica. OBJETIVO: Observar longitudinalmente a rotina da utilização da VNI e estimar o seu impacto sobre os desfechos dos pacientes internados em UTI. METODOS: Estudo de coorte prospectivo de pacientes admitidos consecutivamente em 10 UTIs de um grande hospital público universitário. Durante 9 meses, foram estudados todos os pacientes com idade >= 18 anos, submetidos a VNI durante a permanência na UTI. RESULTADOS: Um total de 392 pacientes foram incluídos. A média (DP) de idade foi 56 (19) anos e 55% eram do sexo masculino. A média (DP) escore SAPS II foi de 36 (14). As indicações de VNI foram: pós-extubação (44%), IRpA (27%), fisioterapia respiratória(18%). A média do IPAP e do EPAP no último dia da VNI foi de 14 cmH2O e 8,8 cmH2O, respectivamente. A máscara facial foi utilizada em 93% dos casos e a máscara facial total em apenas 6%. A incidência de pneumonia foi de 5%. No desfecho do estudo, foi observado falência da VNI em 35% dos casos, taxa de mortalidade em 25% e o tempo de internação na UTI com uma mediana de 10 dias. CONCLUSÕES: A VNI pode ser bem sucedida se usada em pacientes selecionados. Muitos fatores foram associadas ao fracasso NIV: idade, SAPS II, IPAP, EPAP e valores FiO2 no último dia da VNI e presença de tosse e da necessidade de aspiração traqueal. A taxa de mortalidade e tempo de UTI foi maior no grupo que fracassou na VNI. / CONTEXT: Noninvasive ventilation (NIV) has been widely used in clinical practice in order to treat acute or chronic respiratory failure. OBJECTIVE: To observe the routine use of NIV and estimate the outcomes of this population. METHODS: A prospective cohort study of consecutively admitted patients in 10 ICUs of a large public university affiliated hospital. Over a 9 months period, we studied all patients with age >= 18 years, submitted to NIV during ICU stay. RESULTS: A total of 392 patients were included in this study. The mean (SD) age was 56(19) years, and 55% were males. The mean (SD) SAPS II Score was 36 (14). NIV indications were: post extubation (44%), acute respiratory failure (ARF)(27%), and chest physiotherapy (18%). The mean IPAP and EPAP at the last day of NIV was 14 cmH2O and 8.8 cmH2O respectively. The full face mask was used in 93% of cases, only 6% used total face mask. The incidence of pneumonia was 5%. The NIV failure rate was 35%, ICU mortality rate 25% and the median ICU stay 10 days. CONCLUSIONS: NIV can be successful in selected patients. Many factors were associated to NIV failure: age, and SAPS II, IPAP, EPAP and FiO2 values at the last day of NIV and presence of cough and the need for tracheal aspiration. Mortality rate and ICU length of stay were higher in NIV failure group.
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Uso de modelos de análise de decisão nos programas de vacinação contra a varicela / Use of decision analysis models in the programs of vaccination against varicellaPatricia Coelho de Soárez 03 September 2009 (has links)
INTRODUÇÃO: A escolha entre diferentes modelos de análise de decisão introduz variabilidade nos resultados das avaliações econômicas. Modelos estáticos não captam os efeitos indiretos da vacinação comprometendo a avaliação geral dos benefícios da vacinação. Neste trabalho foram desenvolvidos um modelo dinâmico e um modelo estático para a análise de custo-efetividade (ACE) da vacina contra varicela e foram comparados os resultados obtidos com os dois modelos. MÉTODOS: Avaliação econômica completa do tipo ACE usando modelagem. As análises compararam duas estratégias: 1) introdução da vacinação infantil de rotina aos 12 meses de vida; versus 2) situação existente (vacinação após os surtos em creches e vacinação de imunodeprimidos). As análises foram conduzidas no horizonte temporal de 30 anos. RESULTADOS: O modelo dinâmico estimou que na ausência do programa de vacinação ocorreriam 2 915 294 casos de varicela por ano no Brasil, resultando em 879 095 casos ambulatoriais, 4 507 hospitalizações, 119 mortes e 4 casos de sequela. O custo total anual da varicela foi estimado em R$27 378 957 para a sociedade e em R$14 412 610 para o sistema de saúde. A razão de custo-efetividade incremental (RCEI) por ano de vida salvo foi R$14 749 na perspectiva da sociedade e R$16 582 na perspectiva do sistema de saúde. O modelo estático estimou que na ausência do programa de vacinação ocorreriam 1 656 547 casos de varicela por ano no Brasil, resultando em 629 488 casos ambulatoriais, 5 120 hospitalizações, 82 mortes e 1 caso de sequela. O custo total anual da varicela foi estimado em R$17 311 412 para a sociedade e em R$9 570 551 para o sistema de saúde. A RCEI por ano de vida salvo foi R$35 254 na perspectiva da sociedade e R$36 599 na perspectiva do sistema de saúde. Aplicando o limiar de custoefetividade da Organização Mundial de Saúde (OMS) aos resultados obtidos com o modelo dinâmico a vacinação foi considerada uma estratégia custo-efetiva o mesmo não aconteceu com os resultados do modelo estático. Na análise de sensibilidade da taxa de incidência utilizada no modelo estático a RCEI por ano de vida salvo foi R$19 905 na perspectiva da sociedade e R$21 176 na perspectiva do sistema de saúde e a vacinação foi considerada custo-efetiva. CONCLUSÃO: A estimativa de custo-efetividade de programas de vacinação exige o uso de um modelo apropriado. O que é julgado como apropriado será influenciado pelo contexto da avaliação proposta, conhecimento da epidemiologia da doença, disponibilidade de dados e existência de uma equipe qualificada para construir e interpretar os resultados desses modelos. / BACKGROUND: The choice between different decision analysis models introduces variability in the results of economic evaluations. Static models do not take into account the indirect effects of vaccination, thus compromising the overall assessment of vaccination benefits. This work developed two models one dynamic and another static to conduct cost-effectiveness analyses (CEA) of varicella vaccine, comparing the results of the two. METHODS: Comprehensive economic evaluation CEA using modeling. The analysis compared two strategies: 1) introduction of routine vaccination for children under 12 months, versus 2) current situation (vaccination after outbreaks in nurseries and vaccination of immunocompromised). The time horizon of the analysis was 30 years. RESULTS: The dynamic model estimated that in the absence of the vaccination program, 2 915 294 cases of varicella occurred every year in Brazil, resulting in 879,095 outpatient cases, 4,507 hospitalizations, 119 deaths and 4 sequela cases. The total annual cost of varicella was estimated at R$ 27,378,957 for the society and at R$ 14,412,610 for the health care system. From the perspective of society, the incremental cost-effectiveness ratio (ICER) was R$ 14,749 per life-year saved, while from the perspective of the health care system, it amounted to R$ 16,582. The model estimated that, in the absence of a vaccination program, there would be 1,656,547 cases of varicella every year in Brazil, resulting in 629,488 outpatient cases, 5,120 hospitalizations, 82 deaths and 1 case of sequela. The total annual cost of varicella was estimated at R$ 17,311,412 for the society, and at R$ 9,570,551 for the health care system. The ICER was R$ 35,254 and R$ 36,599 from the perspective of society and the health care system, respectively. When applying the World Health Organization (WHO)\'s cost-effectiveness threshold to the dynamic model results, vaccination was considered a cost-effective strategy; this was nevertheless not the case with the static model. In the sensitivity analysis for the incidence rate employed in the static model, the ICER was R$ 19,905 per life-year saved from the perspective of society, and R$ 21,176 from the perspective of the health care system, with vaccination deemed cost-effective. CONCLUSION: Estimating the cost-effectiveness of vaccination programs requires the use of an appropriate model. Establishing an appropriate course of action will depend on the context of proposal evaluation, understanding of disease epidemiology, availability of data, and the existence of a qualified team to build these models and interpret their results.
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Adesão ao tratamento farmacológico de pacientes com hipertensão arterial em unidades de saúde da família em Blumenau, SC / Antihypertensives treatment adherence in health family services at Blumenau, SCErnani Tiaraju de Santa Helena 05 October 2007 (has links)
A adesão ao tratamento representa um problema de âmbito mundial por piorar os resultados terapêuticos, em especial de doenças crônicas, e aumentar os custos dos sistemas de saúde. Pouco se conhece sobre a magnitude da não-adesão ao tratamento com medicamentos antihipertensivos, em particular no contexto da atenção primária no Brasil. O objetivo desta tese é estudar a prevalência e fatores associados à não-adesão ao tratamento anti-hipertensivo de pessoas com HAS atendidas no PSF de Blumenau, SC. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional, transversal, com amostra aleatória estratificada, de 595 pessoas usuárias de serviços de saúde da familia de Blumenau, SC. A não-adesão foi medida com questionário previamente validado (QAM-Q). Foram coletadas variáveis socioeconômicas, relativas aos serviços de saúde, das pessoas (características demográficas, biológicas e comportamentais) e do tratamento com medicamentos, em visita domiciliar, com instrumento padronizado e entrevistadores treinados. Procedeu-se análise descritiva com intervalo de 95% de confiança para caracterização da amostra. Na análise univariada, utilizou-se o odds ratio como medida de efeito, sendo incluídas na análise multivariada as variáveis com p<0,10. Para o ajuste para variáveis de confusão, foi utilizado um modelo de regressão logística não condicional hierarquizado por blocos de variáveis, com nível de significância de p<0,05. As características predominantes das pessoas com HAS foram: sexo feminino (70,4%) e com idade média de 60,6 anos, brancas (80,7%), casadas (63,6%), com ate 4 anos de estudo (64,3%), sem trabalhar (75,5%). 13,1% relataram ser tabagistas e 23,7% consumiam álcool. O tempo médio de uso de medicamentos foi de 127,9 meses, em média 1,9 medicamentos, sendo a monoterapia com IECA o esquema mais freqüente (19,1%) e 20,1% relataram reações adversas. As principais doenças associadas foram diabetes mellitus (44,8%) e dislipidemias (24,7%), sendo que em 44,8% detectou-se a presença de transtorno mental comum. A maioria se mostrou satisfeita com os serviços. A prevalência de não adesão foi de 53% e 69,3% tinham PA 140x90mmHg. No bloco das variáveis socioeconômicas, pessoas de classes econômicas C/D/E (OR=1,7; IC95% 1,1-2,4) , trabalhadores (OR=1,6; IC95% 1,1-2,4), em especial não qualificados (OR=3,2; IC95% 1,8-5,8) apresentam maiores risco de não adesão. Dentre as variáveis relativas aos serviços de saúde, precisar comprar seus medicamentos (OR 4,5; IC95% 1,4-14,0) e mais que 6 meses desde a última consulta (OR=1,6; IC95% 1,0-2,5) se mostraram associadas à não-adesão. Quanto às características das pessoas e do tratamento com medicamentos, interromper previamente o tratamento (OR=1,8; IC95% 1,2-2,7), fazer tratamento há menos de 3 anos (OR=1,3; IC95% 1,2-2,7) e presença de transtorno mental comum (OR=2,1 IC95% 1,4-2,9) também se mostraram fatores de risco para não-adesão aos anti-hipertensivos. O estudo dos determinantes da não-adesão, articulados num modelo hierarquizado que ordenou as variáveis em blocos, permitiu ressaltar a importância dos fatores socioeconômicos na não-adesão. Utilizar uma abordagem teórica e optar por ajustar os resultados num modelo logístico hierarquizado, permitiu uma melhor discriminação das variáveis socioeconômicas e destacou que as desigualdades sociais podem se mostrar diretamente associadas à não-adesão, ou mediadas por fatores dos serviços e das pessoas / Adherence to treatment represents a worldwide problem, due to the outcome chronic diseases, increasing in mortality and health systems costs. In Brazil, the magnitude of non-adherence to antihypertensives is not well-known. This thesis aims to find out the prevalence and risk factors associated to non-adherence to antihypertensive treatment among people with hypertension assisted by family health program in Blumenau, SC. Its a sectional epidemiological study with 595 persons provided by stratified sample procedure. Users of family health services were visited at home and a tested questionnaire (QAM-Q) was used to measure non-adherence and other variables (related to social, economical, demographics, health assistance and medicines) in an private interview. Descriptive analysis was presented with 95% confidence interval, and odds ratio was calculated to measure association. Variables with p-value <0.10 were included in mulvariated analysis. Non-conditional logistic regression model with a hierarchical approach was used to fit odds ratio for confounding, with a p-value <0.05. Most of people are females (70.4%) average age between 60.6 years, whites (80.7%), married (63.6%), studied 4 years or less (64.3%), unemployed (75.5%). 13.1% are smokers and 23.7% drink alcohol beverages. The average time of medicine use was of 127.9 months, on average 1,9 medicines. Monotherapy with IECA is the most frequent scheme (19.1%) and 20.1% told adverse reactions. Diabetes mellitus (44.8%) and lipid disorders (24.7%) were the most frequent associated disease and common mental disorders present in 44.8% of people. The majority of people seemed satisfied with the health services. The prevalence of nonadherence to antihypertensives was 53% and 69.3% have blood pressure higher than 140x90mmHg. People of C/D/E classes(OR=1.7; IC95% 1.1-2.4), employed workers (OR=1.6; IC95% 1.1-2.4), specially unqualified ones (OR=3.2; IC95% 1.8-5.8), are in conditions associated with non-adherence. Among the variables related to health services, the need to buy medicines (OR 4.5; IC95% 1.4-14.0) and more than 6 month since last appointment (OR=1.6; IC95% 1.0-2.5) are also associated to non-adherence. Previously stopping the treatment (OR=1.8; IC95% 1.2-2.7), to have treated less than 3 years (OR=1.3; IC95% 1.2-2.7) and the presence of common mental disorders (OR=2.1 IC95% 1.4-2.9) represent people and treatment characteristics associated to antihypertensives nonadherence. The study of determinants of non-adherence, articulated in an theoretic hierarchical model, which ordinate the variables in blocks, allowed to highlight the importance of socioeconomic factors to explain non-adherence. A better discrimination of socioeconomic variables was obtained using a theoretical approach and hierarchical logistic model. It shows that social inequalities can be directly associated to non-adherence or mediated through factors of services and people
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Efeito da manobra de recrutamento alveolar em pacientes com síndrome da angústia respiratória aguda: revisão sistemática e metanálise / Effects of alveolar recruitment maneuvers in patients with acute respiratory distress syndrome: a systematic review and meta-analysisErica Aranha Suzumura 02 April 2015 (has links)
Objetivo: Avaliar o efeito das manobras de recrutamento alveolar em desfechos clínicos de pacientes com síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). Métodos: Busca nas bases eletrônicas MEDLINE, EMBASE, LILACS, CINAHL, CENTRAL, Scopus, and Web of Science (até Julho de 2014), sem limite de idioma, por ensaios clínicos randomizados avaliando o efeito das manobras de recrutamento alveolar versus tratamento padrão sem manobras de recrutamento em pacientes adultos com SARA. Quatro duplas de revisores avaliaram de maneira independente a elegibilidade e o risco de viés dos estudos e extraíram os dados de interesse. Realizamos metanálise dos dados por meio de modelos de efeitos aleatórios. Foi utilizada análise sequencial de trials para estabelecer limiares de significância estatística para a metanálise cumulativa considerando nosso desfecho primário (mortalidade hospitalar) para limitar o erro tipo I global por análises múltiplas. Utilizamos sistema GRADE para avaliar a qualidade da evidência. Resultados: Foram incluídos 10 ensaios clínicos randomizados (1594 pacientes, 612 eventos). O risco relativo (RR) de óbito nos pacientes tratados com manobras de recrutamento em comparação ao controle foi de 0,84 (intervalo de 95% de confiança [IC95%] 0,74-0,95; I2=0%), embora a qualidade da evidência tenha sido considerada baixa devido ao risco de viés nos estudos incluídos e à evidência indireta (ou seja, a evidência disponível não responde diretamente nosso objetivo primário, pois os pacientes no grupo experimental receberam outras intervenções ventilatórias que podem ter impactado no desfecho, além das manobras de recrutamento). Não houve diferença no risco de barotrauma (RR 1,11; IC95% 0,78-1,57; I2=0%) ou necessidade de terapia de resgate para hipoxemia (RR 0,76; IC95% 0,41-1,40; I2=56%). A maioria dos estudos não demonstrou diferenças entre os grupos nos desfechos: tempo de ventilação mecânica, tempo de internação na UTI e no hospital. A análise sequencial de ensaios clínicos demonstrou que a evidência cumulativa sobre o efeito das manobras de recrutamento na mortalidade hospitalar de pacientes com SARA é precisa quando considerado um erro tipo I de 5%, mas é imprecisa quando considerado um erro tipo I de 1%. Conclusão: A evidência atual sugere que as manobras de recrutamento alveolar reduzem o risco de óbito hospitalar em pacientes com SARA, sem aumento do risco de eventos adversos graves, entretanto, a evidência não é definitiva. Estudos adicionais são necessários para responder esta questão / Purpose: To assess the effects of alveolar recruitment maneuvers on clinical outcomes in patients with acute respiratory distress syndrome (ARDS). Methods: We searched MEDLINE, EMBASE, LILACS, CINAHL, CENTRAL, Scopus, and Web of Science (from inception to July 2014) for randomized controlled trials evaluating the effects of alveolar recruitment maneuvers versus no recruitment maneuvers in adults with ARDS. We placed no language restriction on our search. Four teams of two reviewers independently assessed eligibility and risk of bias and extracted data from the included trials. We pooled data using random-effects models. We used trial sequential analysis to establish monitoring boundaries to limit global type I error due to repetitive testing for our primary outcome (in-hospital mortality). We rated the quality of evidence using the GRADE system. Results: We included 10 trials (1594 patients, 612 events). The meta-analysis assessing the effect of alveolar recruitment maneuvers on in-hospital mortality showed a risk ratio (RR) of 0.84 (95%CI 0.74-0.95; I2=0%). However, quality of evidence was considered low due to the risk of bias in the included trials and indirectness of evidence, that is, available evidence does not address our primary outcome directly as recruitment maneuvers were usually conducted along with other ventilatory interventions that may affect the outcome of interest. There were no differences in the rates of barotrauma (RR 1.11, 95%CI 0.78-1.57; I2=0%) or need for rescue therapies (RR 0.76, 95%CI 0.41-1.40; I2=56%). Most trials found no difference between groups regarding the duration of mechanical ventilation, length of stay in ICU and in hospital. The trial sequential analysis showed that the available evidence of the effect of recruitment maneuvers on in-hospital mortality is precise when considering a type I error of 5% but not when considering a type I error of 1%. Conclusions: Although recruitment maneuvers may decrease mortality of patients with ARDS without increasing the risk for major adverse events, the current evidence is not definitive. Additional trials addressing this question may better inform clinical practice
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