• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 93
  • 3
  • Tagged with
  • 96
  • 58
  • 16
  • 14
  • 14
  • 14
  • 11
  • 11
  • 11
  • 10
  • 10
  • 9
  • 9
  • 9
  • 9
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
61

[pt] ENTENDENDO O MOVIMENTO CONSUMERISTA BRASILEIRO PELA PERSPECTIVA DECOLONIAL / [en] UNDERSTANDING THE BRAZILIAN CONSUMERIST MOVEMENT FROM A DECOLONIAL PERSPECTIVE

RAFAELA BARBOSA FERREIRA DOS SANTOS 26 April 2023 (has links)
[pt] O presente estudo buscou analisar, a partir de uma perspectiva decolonial, como e por que padrões eurocêntricos foram adotados pelo movimento de consumerismo no Brasil e as consequências colonialistas desse processo. Para alcançar o objetivo proposto, foram desenvolvidos três artigos, que abordaram discussões relacionadas a modernidade/colonialidade/decolonialismo; consumerismo e movimento consumerista; e um estudo empírico de uma organização consumerista brasileira. Foram revisadas as literaturas acerca de decolonialismo e consumerismo, nas quais ficou evidente a resistência da área de marketing em abordar o tema de consumerismo em pesquisas e a baixa presença de estudos que utilizem perspectivas alternativas àquelas originadas no Norte Global para analisar fenômenos de consumo, mesmo os de natureza crítica. No caso da Proteste foi identificado que as práticas consumeristas da organização refletem a colonialidade praticada por organizações eurocêntricas, que influenciam o consumerismo no Brasil, impondo o modelo de consumerismo praticado no Norte Global, ignorando as particularidades do mercado brasileiro e as necessidades da população que não se relacionam ao consumo. Com base em entrevistas e em dados secundários, a análise demonstrou como a Proteste lida com a hierarquia criada dentro da Euroconsumers, posicionando-a na parte inferior dessa estrutura, bem como adota o conhecimento consumerista universalista eurocêntrico, que não necessariamente contribui para resolver as questões consumeristas do Brasil. A perspectiva decolonial pode contribuir para a identificação da colonialidade presente na influência eurocêntrica no movimento consumerista, evidenciando a imposição do conhecimento do Norte Global sobre o tema, que é visto como universal e ignora as necessidades do consumidor brasileiro, que não são tratadas em profundidade. Assim, o movimento consumerista brasileiro se concentra nas questões relacionadas à escolha de produtos e serviços, valorizando a etapa transacional do consumo, deixando de lado o bem-estar e as necessidades básicas do consumidor. / [en] The present study sought to analyze, from a decolonial perspective, how and why Eurocentric standards were adopted by the consumerism movement in Brazil and the colonialist consequences of this process. To achieve the proposed objective, three articles were developed, which addressed discussions related to modernity/coloniality/decolonialism; consumerism and consumerist movement; and an empirical study of a Brazilian consumer organization. The literature on decolonialism and consumerism was reviewed, in which it was evident the resistance of the marketing area to address the topic of consumerism in research and the low presence of studies that use alternative perspectives to those originated in the Global North to analyze consumption phenomena, even those of a critical nature. In the case of Proteste, it was identified that the organization s consumerist practices reflect the coloniality practiced by Eurocentric organizations, which influence consumerism in Brazil by imposing the model of consumerism practiced in the Global North, ignoring the particularities of the Brazilian market and the needs of the population that does not relate to consumption. Based on interviews and secondary data, the analysis demonstrated how Proteste deals with the hierarchy created within Euroconsumers, positioning it at the bottom of this structure, as well as adopting the Eurocentric universalist consumerist knowledge, which does not necessarily contribute to solving the issues consumers in Brazil. The decolonial perspective can contribute to identifying the coloniality present in the Eurocentric influence on the consumerist movement, highlighting the imposition of knowledge from the Global North on the subject, seen as universal, and ignoring the needs of the Brazilian consumer, which are not treated in depth. Thus, the Brazilian consumerist movement focuses on issues related to the choice of products and services, valuing the transactional stage of consumption, leaving aside the well-being and basic needs of the consumer.
62

As escolas privadas da periferia de São Paulo: uma análise desde a colonialidade do poder à brasileira / Private schools in the suburbs of São Paulo: an analysis of coloniality of power in Brazil

Dantas, Adriana Santiago Rosa 07 December 2018 (has links)
Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar a expansão das escolas privadas na periferia do município de São Paulo tendo como recorte a Zona Leste. Buscou-se articular as duas dimensões do objeto a escola privada e a periferia para contribuir com a área de educação e dos estudos urbanos. Foram utilizados dados quantitativos das escolas privadas, por ano de autorização de funcionamento, fornecidos pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, para realização de mapas por geoprocessamento, para verificar a expansão no tempo e no espaço. Elegeu-se como quadro teórico a conceituação da colonialidade do poder à brasileira para analisar o papel da escola privada nas estruturas de poder que justificasse sua presença ao longo do século XX. De um lado, isto implicou em considerar que havia uma hierarquização social, de base racial, forjada desde os tempos coloniais, que separa os setores privilegiados nos postos de trabalhos e de comandos, tendo a educação formal privada como um dos mecanismos materiais e simbólicos de acesso. Por outro lado, buscou-se questionar o estigma da periferia como um espaço de carência e violência, assim como de lócus reservado à escola pública. Defende-se, pois, a tese de que a instalação das escolas privadas é concomitante com a formação da periferia leste desde o início do século XX, indicando que diversos atores da iniciativa privada estiveram presentes na configuração da produção do espaço periférico. / This research main objective was to analyze the rise of private schools in the suburbs of São Paulo city, mainly in East Zone. It aimed to articulate both dimensions of the object private schools and suburbs in order to contribute to the education field and urban studies. Quantitative data about the foundation year of these private schools was provided by São Paulo States Education Secretariat, which was used to build maps through geoprocessing and to verify their rise in space and time. We voted for the conceptualization of coloniality of power in Brazil as an explanatory matrix with the goal of analyzing private schools roles in power structures and to justify their presence in East Zone throughout the 20th century. On one hand, it meant consider the existence of a social hierarchy based on race, which has been constructed since the colonial period and separates privileged sectors in work and control through formal private education as a material and symbolic mechanism of access. On the other hand, we investigated the East Zones stigma, which characterizes the suburb as poor and violent and, therefore, as a public schools exclusively locus. The thesis supported is that the settlement of private schools is concomitant with the east suburbs formation, started in the beginning of the 20th century, which reveals that many private initiative actors have been present in the production configuration of the suburb space.
63

Emergência dos direitos territoriais frente ao direito de propriedade fundiária: do colonialismo jurídico à pluralidade de direitos/

Chagas, Afonso Maria das 13 December 2012 (has links)
Submitted by Vanessa Nunes (vnunes@unisinos.br) on 2015-03-25T18:57:51Z No. of bitstreams: 1 AfonsoChagas.pdf: 1862879 bytes, checksum: fc5373159393c3ac9da019fb7711f3e1 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-03-25T18:57:51Z (GMT). No. of bitstreams: 1 AfonsoChagas.pdf: 1862879 bytes, checksum: fc5373159393c3ac9da019fb7711f3e1 (MD5) Previous issue date: 2012-12-13 / UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos / A emergência dos Direitos territoriais restou evidente no texto da Constituição de 1988 quando esta consagrou o reconhecimento aos povos indígenas os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam (Art. 231) e aos remanescentes das comunidades dos quilombos, a propriedade definitiva das terras que estejam ocupando (Art. 68 da ADCT). Não bastasse isso, o legislador constituinte ainda conferiu natureza constitucional aos Direitos culturais ao reconhecer tal dimensão em referência à sociodiversidade brasileira nos seus modos de criar, fazer e viver (Art. 216). Desta forma os povos tradicionais também são incorporados no rol de Direitos territoriais constituídos e salvaguardados pelo mais expressivo documento republicano. A presente dissertação, a partir desta constatação, pretende demonstrar em que medida a constitucionalização de tais direitos entram em debate com o Direito de propriedade, igualmente salvaguardado pelo texto constitucional. Nesse sentido busca-se referência no paradigma da colonialidade como instrumental teórico de investigação e análise sobre como as estruturas coloniais continuam presentes na concepção e discurso proprietários e na própria legitimação jurídica de tal instituto. O desconhecimento ou a invisibilidade dos Direitos territoriais neste contexto têm correspondido não somente a um resultado deste imaginário colonial-proprietário como também dos próprios programas oficiais. A superação desta lógica vislumbra, tanto na perspectiva do pluralismo jurídico quanto na dimensão teórica da descolonização epistêmica, elementos essenciais para assegurar o reconhecimento destes Direitos territoriais e, sobretudo sua concretização. Insere-se neste debate ainda, a discussão sobre as possibilidades e os limites do texto constitucional em conferir efetivação a tais direitos, praticamente vinte e cinco anos depois de promulgados. Para explicitar o estado da questão serão apresentadas e analisadas duas situações jurídicas exemplificativas sobre tal debate que dão conta de elementos que permeiam tal discussão, tanto no Congresso Nacional quanto no Supremo Tribunal Federal. Trata-se da Ação Direta de Inconstitucionalidade, ADI nº 3239/2004 e do Projeto de Emenda Constitucional, PEC 215/2000. / La emergencia de los Derechos territoriales se evidenció en el texto de la Constitución de 1988 cuando ésta consagró el reconocimiento a los pueblos indígenas de los derechos originales sobre las tierras que tradicionalmente ocupan (Art. 231) y, a las comunidades de los quilombos, la propiedad definitiva de las tierras que estén ocupando (Art. 68 da ADCT). Como si eso no bastase, el legislador constituyente confirió naturaleza constitucional a los Derechos culturales, al reconocer tal dimensión en referencia a la biodiversidad brasileña en sus modos de crear, hacer y vivir (Art. 216). De esta forma, los pueblos tradicionales también son incorporados en el rol de Derechos territoriales constituidos y salvaguardados por el más expresivo documento republicano. La presente disertación, a partir de esta constatación, pretende demostrar en qué medida la constitucionalización de tales derechos entran en debate con el Derecho de propiedad, igualmente salvaguardado por el texto constitucional. En este sentido, se busca una referencia en el paradigma dela colonialidad como instrumental teórico de investigación y análisis sobre cómo las estructuras coloniales continúan presentes en la concepción y en el discurso propietario y en la propia legitimación jurídica de tal instituto. El desconocimiento o la invisibilidad de los Derechos territoriales en este contexto correspondieron no sólo a un resultado de este imaginario colonial-propietario sino también de los propios programas oficiales. La superación de esta lógica vislumbra, tanto en la perspectiva del pluralismo jurídico como en la dimensión teórica de la descolonización epistémica, elementos esenciales para garantizar el reconocimiento de estos Derechos territoriales y sobretodo su concretización. Se incluye también en este debate la discusión sobre las posibilidades y los límites del texto constitucional para poner en práctica tales derechos, prácticamente veinticinco años después depromulgados. Para explicitar el estado de la cuestión serán presentadas y analizadas dos situaciones jurídicas que ejemplifican dicho debate y que consideran elementos que permean tal discusión, tanto en el Congreso Nacional como en el Supremo Tribunal Federal. Se trata de la Acción Directa de Inconstitucionalidad, ADI nº 3239/2004 y del Proyecto de Enmienda Constitucional, PEC 215/2000.
64

Nosso norte é o sul: colonialidade do conhecimento e a pedagogia da insurgência na América Latina

Moretti, Cheron Zanini 28 February 2014 (has links)
Submitted by Silvana Teresinha Dornelles Studzinski (sstudzinski) on 2015-03-27T23:10:56Z No. of bitstreams: 1 00000c19.pdf: 1102221 bytes, checksum: dd95028848ee1f810bb195cb9c8ce708 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-03-27T23:10:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 00000c19.pdf: 1102221 bytes, checksum: dd95028848ee1f810bb195cb9c8ce708 (MD5) Previous issue date: 2014-02-28 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Os zapatistas não inventam a luta campesina indígena, em Chiapas. Como movimento social popular a politizam e condensam mais de 500 anos de imposição do sistema-mundo em resistências que se traduzem em alternativas à modernidade ocidental. Nas feridas abertas pela violência colonial produzem-se a si mesmos como sujeitos de subversão e de rebeldia na transformação. A realidade material e (inter)subjetiva campesina indígena do sudeste mexicano foi a mediação necessária para isso e, no movimento da luta, foram fazendo educação. Nosso norte é o sul: a colonialidade do conhecimento e a pedagogia da insurgência na América Latina parte das suas experiências de/na autonomia para analisar e compreender como essas alternativas, produzidas a partir das tensões entre a colonialidade do conhecimento e a pedagogia da insurgência contribuem no seu processo de libertação. Tomam-se como referências teórico-metodológicas as epistemologias que pensam criticamente a realidade do tempo presente, que se constituem de intencionalidades políticas para a transformação da mesma e que reivindicam novos processos de produção do conhecimento científico e não-científico estabelecendo relações entre si. Entre as contribuições que as colocam ao sul metafórico, temos: Quijano, Grosfoguel, Dussel, Freire, Ramona, Esther, Sylvia Marcos e os/as zapatistas, assim como algumas fontes da educação popular na América Latina. A colonialidadedo conhecimento e a pedagogia da insurgência dialogam com as sociologias insurgentes de Sousa Santos (2010) e a filosofia maia de Lenkersdorf (2011). O caminho investigativo foi realizado a partir de “princípios” de processos participativos na pesquisa qualitativa e contou com um importante acervo de comunicados, cartas e declarações do movimento zapatista. Procedeu-se a análise de conteúdos que levaram à reunião dessas alternativas pedagógicas em quatro traduções: 1)Territórios de resistências ou movimento de lugares e tempos diversos; 2) Diálogo horizontal entre conhecimentos e a busca de metodologias próprias naluta cotidiana;3) Aprender nas fronteiras: práxis pedagógica e latinidade; e, 4) Colonialismo Global/Colonialidade Global e Resistências contra-hegemônicas. Pensar a práxis pedagógica e a latinidade no contexto das experiências de resistências zapatistas implica relacioná-las a um projeto de libertação. A partir de nossa compreensão é pertinente a sua vinculação à ideia de transmodernidade como projeto utópico de superação da modernidade eurocêntrica; respostas críticas a essa partindo das culturas e dos lugares epistêmicos subalternos dos povos colonizados pelo mundo. / Los zapatistas no inventaron la lucha campesina indígena en Chiapas. Al ser un movimiento social popular, lo que realizan es politizarla y condensar, así, más de 500 años de imposición del sistema-mundo mediante resistencias que son traducida sen alternativas a la modernidad occidental. En las heridas abiertas por la violencia colonialse elaboran a sí mismos como sujetos de subversión y rebeldía en pos de una transformación. La realidad material e (inter)subjetiva campesina indígena del sureste mexicano fue la mediación para esta consecución, y en su lucha fueron haciendo educación. Nuestro Norte es el Sur: la colonialidad del conocimiento y la pedagogía de la insurgencia en América Latina parte de las experiencias de/en la autonomía zapatista para analizar y comprender cómo estas alternativas, producidas a partir de las tensiones entre la colonialidad del conocimiento y la pedagogía de la insurgencia, y contribuyen a su proceso de liberación. Se toman como referencias teórico-metodológicas las epistemologías que piensan críticamente la realidad de tiempo presente, que se constituyen desde las intencionalidades políticas para la transformación de la misma y que reclaman nuevos procesos de producción de conocimiento científico y no-científico, estableciendo relaciones entre ellos. Entre las aportaciones que elaboran sur metafórico tenemos a: Quijano, Grosfoguel, Dussel, Freire, Ramona, Esther, Sylvia, Marcos y los/las Zapatistas, así como algunas fuentes de la educación popular en América Latina. La colonialidad del conocimiento y la pedagogía de la insurgencia están en diálogo con las sociologías insurgentes de Sousa Santos (2010) y la filosofía maya de Lenkersdorf (2011). El trayecto de investigación fue realizado a partir de "principios" de los procesos participativos en la investigación cualitativa y demandó una importante recolección de comunicados, cartas y declaraciones del movimiento zapatista. Se procedió al análisis de contenido que llevó a la reunión de estas alternativas pedagógicas mediante cuatro traducciones: 1) Los territorios de las resistencias o el movimiento de los lugares y tiempos diversos, 2) El diálogo horizontal entre los conocimientos y la búsqueda de sus propias metodologías en la lucha del cotidiano; 3) Aprender en la frontera: la praxis pedagógica y la Latinidad, y, 4) Colonialismo Global/Colonialidad Global y Resistencias contra-hegemónicas. Pensar la praxis pedagógica y la latinidad en el contexto de las experiencias de las resistencias zapatistas implica relacionarlas con un proyecto de liberación. Desde nuestra comprensión es pertinente su vinculación con la idea de transmodernidadcomo proyecto utópico para superar la modernidad eurocéntrica; respuestas críticas a esta partiendo de las culturas y lugares espistémicos subalternos de los pueblos colonizados en el mundo.
65

Entre colonialidade[s] e atrocidade[s]: os conflitos territoriais envolvendo os Guarani e Kaiowá e o agronegócio no Estado do Mato Grosso do Sul

Neto, Pedro Bigolin 29 August 2017 (has links)
Submitted by JOSIANE SANTOS DE OLIVEIRA (josianeso) on 2017-11-14T15:25:52Z No. of bitstreams: 1 Pedro Bigolin Neto_.pdf: 1923474 bytes, checksum: d7edbb6188e73aa40dae2819d9d3bdb9 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-11-14T15:25:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Pedro Bigolin Neto_.pdf: 1923474 bytes, checksum: d7edbb6188e73aa40dae2819d9d3bdb9 (MD5) Previous issue date: 2017-08-29 / Nenhuma / Esta dissertação tem como objetivo analisar, simultaneamente, em que medida os conflitos territoriais envolvendo os Guarani e Kaiowá e o agronegócio no Mato Grosso do Sul são contextos propícios para a ocorrência de crimes de atrocidade e são motivados pela lógica colonial. Apesar das conquistas jurídico-formais que apontam para o reconhecimento de suas particularidades, os conflitos envolvendo indígenas e ocupantes de terras têm-se agravado nos últimos anos e têm sido marcados por episódios de extrema violência, notadamente no Mato Grosso do Sul. As investidas contra os habitantes originários têm íntima relação com a ampliação da ocupação de terras na região, destinadas fundamentalmente à monocultura de exportação de commodities, à pecuária intensiva e à indústria sucroalcooleira nas áreas em disputa. Percebe-se, com isso, uma tendência de vulnerabilização dos povos indígenas. Para realização do estudo, são apresentadas como teoria de base e ferramental analítico a perspectiva descolonial e o Framework of Analysis for Atrocity Crimes. A primeira compreende a colonialidade como constitutiva da modernidade, como uma forma de articulação de uma matriz de poder calcada na hierarquização racial dos sujeitos, na premissa de que somente o conhecimento científico-moderno é válido e na inferiorização das subjetividades não-modernas. Sua permanência até os dias de hoje se revela na negação da diferença e na busca por eliminá-la. O segundo consiste num documento elaborado pela ONU, cuja finalidade é de avaliar a presença de fatores de risco para crimes de atrocidade [genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e limpeza étnica]. O trabalho consiste num estudo crítico diagnóstico, valendo-se de pesquisas bibliográfica, legislativa, documental e visitas in locu. São explorados elementos territoriais dos povos Guarani e Kaiowá e de sua história no contato com os karaí [não-índios] para explicitar a subsistência de um padrão de tratamento que deixa de levar em consideração suas particularidades culturais e viola as legislações nacionais e internacionais. Como resultados, foram encontrados diversos indicadores de fatores de risco para crimes de atrocidade, que consistem em: discriminações estruturais de iniciativa pública e privada, intimamente relacionadas pelo poder político-econômico do agronegócio; privações e violações de direitos humanos básicos, muitas delas decorrentes da não-regularização da questão fundiária indígena; um histórico consistente de violências, ataques e assassinatos; e a manutenção de um imaginário que inferioriza as identidades indígenas por sua diferença como estratégia de desapropriação territorial pelo projeto colonial. Para a superação destes impasses, deve-se buscar respostas na construção de um projeto outro, que lide com a diferença de modo horizontal e, de modo mais imediato, na demarcação dos territórios ancestrais dos povos originários. / This dissertation aims to analyze simultaneously the extent to which the territorial conflicts involving the Guarani and Kaiowá and the agribusiness in Mato Grosso do Sul are favorable contexts for the occurrence atrocity crimes and are motivated by the colonial logic. In spite of the legal-formal achievements that point to the recognition of their particularities, the conflicts involving indigenous and land occupants have been aggravated in recent years and have been marked by episodes of extreme violence, notably in Mato Grosso do Sul. The charges against original inhabitants are closely related to the expansion of the land occupation in the region, mainly destined to the monoculture of commodities for export, livestock farming and the industries of sugar and alcohol in the disputed areas. This shows a trend towards the vulnerability of indigenous peoples. To carry out the study, the decolonial perspective and the Framework of Analysis for Atrocity Crimes are presented as ground theory and analytical tool. The first one understands coloniality as constitutive of modernity, as a form of articulating a matrix of power based on the racial hierarchy of the subjects, on the premise that only scientific-modern knowledge is valid and in the inferiorization of non-modern subjectivities. Its permanence to the present day is revealed in the denial of difference and in the quest to eliminate it. The second consists of a document prepared by the UN, whose purpose is to assess the presence of risk factors for atrocity crimes [genocide, crimes against humanity, war crimes and ethnic cleansing]. The work consists in a critical diagnostic study, using bibliographical, legislative, documentary and in locu visits. Territorial elements of the Guarani and Kaiowá peoples and their history are explored in the contact with the karaí [non-Indian] to make explicit the subsistence of a standard of treatment that fails to take into account their cultural particularities and violates national and international laws. As results, several indicators of risk factors for atrocity crimes were found, which consist of: structural discrimination of both public and private initiative, closely related by the agribusiness's political-economic power; deprivations and violations of basic human rights, many of them resulting from the non-regularization of the indigenous land issue; a consistent history of violence, attacks and killings; and the maintenance of an imaginary that inferiorizes indigenous identities by its difference as a strategy of territorial expropriation by the colonial project. In order to overcome these impasses, one must seek answers in the construction of another project, which deals with the difference horizontally and, more immediately, in the demarcation of the ancestral territories of native peoples.
66

Educação em economia popular solidária: experiências pedagógicas que libertam?

Pielke, Luciane Rocha Ferreira 17 January 2018 (has links)
Submitted by JOSIANE SANTOS DE OLIVEIRA (josianeso) on 2018-03-16T16:56:21Z No. of bitstreams: 1 Luciane Rocha Ferreira_.pdf: 4806009 bytes, checksum: a948f1f3bab6fdaa12db88c6fe2f9f20 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-03-16T16:56:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Luciane Rocha Ferreira_.pdf: 4806009 bytes, checksum: a948f1f3bab6fdaa12db88c6fe2f9f20 (MD5) Previous issue date: 2018-01-17 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A presente Tese tem como tema o fenômeno educativo que acontece no universo do Movimento Social da Economia Popular Solidária. A investigação aconteceu em duas experiências de educação, nascidas de projetos de política pública, regidos por editais financiados pela SENAES: a segunda versão do Centro de Formação e Assessoria Técnica em Economia Solidária (CFES Regional Sul/2013-2017) e o Projeto Municipal de Ações Integradas de Economia Solidária de São Leopoldo/RS (2013/2016). O objetivo principal foi investigar os sentidos e significados – individuais e coletivos - atribuídos pelas pessoas que participaram dos processos educativos, bem como perceber neles possibilidades e limites para a construção/consolidação de uma política pública de educação e assessoria técnica em Economia Solidária. Nas entrelinhas desta (re)leitura compreensiva, intencionou-se perceber como o processo pedagógico aconteceu por meio das práticas de participação, do diálogo, verificando de que modo as experiências de vida contribuem para uma possível conscientização e libertação das pessoas envolvidas. O referencial teórico teve por base a fenomenologia desde Merleau-Ponty, em sintonia com a Educação Popular em Paulo Freire e com a Sistematização das Experiências conforme Oscar Jara e Danilo Streck e Telmo Adams. Valorizamos também dimensões teóricas das epistemologias (des)coloniais com base em Frantz Fanon, Catherine Walsh, Walter Mignolo, Fernanda F. Bragato, e feministas que colaboram para ampliar as reflexões tecidas na pesquisa. Entre os resultados, destaca-se: o potencial do conceito de sororidade como mediação pedagógica entre as mulheres; as epistemologias do cotidiano feminino como base existencial da produção de sentidos, significados e saberes libertadores de si; a (re)significação de conceitos e práticas fundamentais à vivência da educação em Economia Solidária como estratégia de fortalecimento da política; o desafio de viver a educação solidária como princípio educativo da formação/educação em Economia Popular Solidária; a resignificação dos sentidos e práticas da participação e do diálogo como instrumentos da autogestão possível. / The present thesis has as its theme the educational phenomenon that happens in the universe of the Social Movement of the Popular Solidarity Economy. The research took place in two educational experiences, born of public policy projects, governed financed by SENAES: the second version of the Centro de Formação e Assessoria Técnica em Economia Solidária (CFES Regional Sul/ 2013-2017) and the Municipal Project of Integrated Actions of Solidarity Economy of São Leopoldo/RS (2013/2016). The main objective of this study is to investigate the meanings - individual and collective - attributed by the people who participated in the educational processes, as well as perceive in them possibilities and limits for the construction/consolidation of a public policy of education and technical advice in Solidary Economy. Between the lines of this comprehensive (re)reading, it was intended to identify how the pedagogical process happened through the practices of participation and dialogue, verifying how the life experiences contribute to a possible awareness and liberation of the people involved. The theoretical reference was based on the Phenomenological view from Merleau-Ponty, in line with Popular Education in Paulo Freire and with the Systematization of Experiences according to Oscar Jara and Danilo Streck e Telmo Adams. The theoretical dimensions of the (de)colonial epistemologies according to Frantz Fanon, Catherine Walsh, Walter Mignolo, Danilo Streck and Telmo Adams, Fernanda F. Bragato and feminists collaborate to broaden the reflections in the research. Among the results, we highlight: the potential of sorority as pedagogical mediation among women; the epistemologies of the daily feminine as existential basis of the production of senses, meanings and knowledge liberating oneself; the (re)signification of concepts and practices that are fundamental to the experience of education in Solidary Economy as a policy strengthening strategy; the challenge of living solidarity education as an educational principle of training/education in Solidary Popular Economy; the re-signification of the meanings and practices of participation and dialogue as pedagogical instruments of self-management possible.
67

Deslocados internos e direito à moradia no contexto dos megaeventos esportivos no Brasil: Direitos humanos relativizados pela colonialidade do poder

Fernandes, Karina Macedo 09 January 2014 (has links)
Submitted by William Justo Figueiro (williamjf) on 2015-07-01T21:52:34Z No. of bitstreams: 1 05.pdf: 1241685 bytes, checksum: ee79ee50c3c969c2bcadff87ca4c1c20 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-07-01T21:52:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1 05.pdf: 1241685 bytes, checksum: ee79ee50c3c969c2bcadff87ca4c1c20 (MD5) Previous issue date: 2014-01-09 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O presente trabalho tem por objetivo demonstrar que a questão dos deslocados internos pode ser caracterizada no Brasil a partir das remoções forçadas que permeiam as violações dos direitos humanos à moradia e à cidade no processo de preparação e realização de megaeventos esportivos, em razão do modelo de desenvolvimento adotado pelo Estado brasileiro, marcado pela colonialidade do poder. Em vista disso, a pesquisa pretende analisar a configuração atual dos deslocados internos no mundo, as causas e principais violações de direitos humanos que ocorrem nesse contexto, bem como as principais manifestações de proteção e assistência que lhes são dirigidas. Ademais, busca analisar em que medida as instituições e as características do Estado moderno são determinadas por uma matriz colonial do poder, propiciando um modelo de progresso e desenvolvimento que aprofunda as desigualdades, encobre identidades e silencia lutas. Verificar-se-á, nesse sentido, que o modelo de desenvolvimento moderno/capitalista/colonial, adotado pelo Brasil, tem como consequência o padrão discriminatório, excludente e opressivo dos processos de modernização das cidades e de planejamento urbanístico, evidenciados no âmbito da preparação de grandes cidades do país para a realização de megaeventos esportivos, especialmente através da violação do direito à moradia adequada. A necessidade de caracterizar os atingidos por remoções forçadas como deslocados internos amplia as possibilidades de proteção jurídica e de consciência coletiva, subjetiva e institucional, em relação a este problema que, dentre tantos outros, foi desvelado a partir dos processos de preparação à realização dos megaeventos esportivos no Brasil. Partindo do referencial teórico do pensamento descolonial, será analisada a categoria colonialidade do poder no âmbito das violações de direitos humanos apontadas no contexto dos megaeventos, a partir da lógica desenvolvimentista em que estas violações são legitimadas. Através da análise bibliográfica, documental e de observação não participante em relação a quem está direta e indiretamente envolvido com as tensões que envolvem o processo de preparação dos megaeventos no Brasil, em especial na cidade de Porto Alegre, pretende-se revelar com maior precisão a realidade enfrentada nessa seara, bem como identificar os fundamentos teóricos que lhes explicam, a fim de concretizar um saber estratégico dos direitos humanos que não se limite aos discursos sociais, mas que se aprofunde em suas causas e apresente argumentos para atuar e gerar disposições efetivamente críticas e antagonistas à estrutura social hegemônica. / The purpose of the present study is to demonstrate that the issue of internal displacements is featured in Brazil as a consequence of forced remotions that go through violations of the human rights of housing and the city, during the process of preparation and execution of sports mega-events, in reason of the developing model addopted by the brazilian State, flagrantly marked by coloniality of power. From that, the research intends to analyze the current displaying of internal displacements around the world, the causes and the main human rights' s violations that occur in this context, as well as the main protection and assistence manifestations adressed to them. Furthermore, it intends to analyze in which measurement the institutions and the modern State features are determined by a colonial matrix of power, therefore allowing a model of progress and development that deepens unequality, conceals identities and silences conflicts. By this notion, we shall verify that this modern/capitalist/colonial model of development adopted by Brazil has got as consequece a pattern of discriminatory, excludent and opressive city modernization process and urban planning, enhanced by the scope of the preparation of major cities of the country for the accomplishment of sports mega-events, specially through compulsory evictions and the violation of the housing right. Besides the verification of traditional causes of forced internal displacements, the need of casting the affected by forced removals such as internally displaced broadens possibilities of legal protection and also collective, subjective and institutional awareness about this matter that, among others, was unveiled by the processes of preparation for the mega-events' execution in Brazil. Based on the theoretical framework of decolonial thought, analyzes the coloniality of power within the category of human rights violations identified in the context of mega-events, from the developmental logic in which these violations are legitimized. Through bibliographic, documental and non-participant observation analysis on who is directly and indirectly involved in the tensions of the process of mega events preparation, specially in the Porto Alegre town, we intend to reveal more precisely the reality faced in this harvest, as well as to identify the theoretical fundamentals which explain them, in order to concretize a strategic knowledge of human rights so it shall not be confined to social speech, but that it deepens in causes and increases arguments to act and generate critical dispositions and antagonists facing the structure or hegemonic social order.
68

Interrogando discursos raciais em livros didáticos de história: entre Brasil e Moçambique - 1950-1995 / Questioning racial speeches on didactic Books of History: between Brazil and Mozambique, 1950 to 1995

Conceição, Maria Telvira da 05 March 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-27T19:31:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Telvira da Conceicao.pdf: 5316994 bytes, checksum: 1b2675f93f32a9d45c023cc5530409da (MD5) Previous issue date: 2015-03-05 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This thesis attend to practices and expressions of racialization on the ambit of didactic books of History in Brazil and Mozambique, produced between 1950 and 1995, with theobjective of contribute with analyzesabout the role of that reported literature in the compellation of racists bases speeches related to africans and afro-brazilians, interpolating colonial fundaments in the escolar cultural ambit. In sights of this question comprehension, in two singular historic contexts, wee come up with the following query: which speeches presume to assign to the escolar literature of History, in Brazil and Mozambique, a distinct role on racial problematic concern?Uponwhich conceptions of History were anchored those righting practices, and in watt measurement does it represent a fundamental element, or not, in those contents arrangements? Having as main support theory, based on discussions and questions amongactualquestioningsabout coloniality knowledge and power, and the criticizes to the eurocentrism as an perspective of knowledge, the study methodological basement aforesaid as main procedures the analyses of curriculums contents and the inventoryof contextual informations, based on authorship school manuals from Brazil and Manzabique in the period of matter, time documents and authors interviews. The racializing matrix speeches and their reverberations on those didactic booksof History in Brazil andMozambique mark the coloniality vision before all attached to a monotopic episteme and to an Occidental History vision that feeds the abidance of that speech / Esta tese trata de práticas e expressões de racialização no âmbito de livros didáticos de História do Brasil e de Moçambique, produzidos no período de 1950 a 1995, com o objetivo de contribuir com análises sobre o papel da referida literatura na produção de discursos de bases racistas em relação a africanos e afro-brasileiros, interpelando fundamentos coloniais no âmbito da cultura escolar. Com vistas à compreensão da questão em dois contextos históricos singulares, levantamos as seguintes indagações: quais discursos pressupõem atribuir à literatura escolar de História, no Brasil e em Moçambique, um papel distinto no que se refere à problemática racial? Sobre que concepções de História foram ancoradas essas práticas de escrita e, em que medida, representam um elemento fundamental, ou não, nos arranjos discursivos com esse teor?. Tendo como principal esteio uma malha teórica fundamentada em discussões e questões em torno de atuais questionamentos à colonialidade do saber e do poder, com críticas ao eurocentrismo enquanto perspectiva de conhecimento universal, a base metodológica do estudo referenciou-se, como procedimentos principais, a análise de conteúdos curriculares e inventários de informações contextuais, a partir de fontes como manuais escolares do Brasil e de Moçambique no período em questão, documentos de época e entrevistas com autores. A matriz de discursos racializantes e suas reverberações em livros didáticos de História, no Brasil e em Moçambique, marcam a colonialidade de uma visão antes de tudo atrelada a uma epistême monotópica e a uma visão de História Ocidental, que alimentam as permanências desse discurso
69

Tambores do sertão: diferença colonial e interculturalidade - entreliçamento entre Umbanda/Quimbanda e Candomblé Angola no Norte de Minas Gerais

Borges, Ângela Cristina 11 March 2016 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-25T19:20:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Angela Cristina Borges.pdf: 3656882 bytes, checksum: 914b199a6f4e352181ccdd61d572785b (MD5) Previous issue date: 2016-03-11 / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais / This paper analyzes the phenomenon of entanglement between Umbanda and Candomblé Angola in the northern region of Minas Gerais from the formation of these traditions to the present. In this sense, it reflects on the dialectic construction of a universe typically afro-sertanejo formed by the meeting in this region of the two traditions here looked at as the outspread not only of the African diaspora, but especially the inauguration of modernity and its dark side, coloniality. The afro-sertanejo universe consists of the acquaintanceship of these religious traditions and coexistence in the same religious space making it increasingly difficult to conceive one religion without the other. We intend to present in this paper that such intimacy and coexistence is linked to the origin of these traditions in a region where Umbanda and Candomblé practitioners interacted establishing dialogues since the late 1950s. We also intend to show that this approach has historical grounding being related to America s constitution and inauguration of modernity. Processes that triggered the hybrid and syncretic dynamics that put cultures and bodies in border predisposed not only to accommodation or cultural negotiation, but above all intercultural dialogue. With regard to the methodology our theoretical choice was the decolonial facet due to the assumption that the coexistence of Umbanda and Candomblé Angola in the same place could be more than the existence of a religious continuum, could represent an intercultural process. Given that, we based this work in particular on the following thinkers: Aníbal Quijano, Walter Mignolo and Catherine Walsh. In order to check the validity of our hypothesis, the methodological procedure used in this study was qualitative, composed of: oral sources through testimony from people who knew and were inserted in these religions in the 60s, of Umbanda practitioners that adopted the Candomblé Angola. We use the recorder and informal conversations; documental research in public and private collections; field observation work over the past five years and monitoring of public and private rituals. Thus, from the crossing-data obtained in the field without losing sight of the de-colonial perspective, we come to the following conclusions: the religious practices of the african-Brazilians in the interior of Minas Gerais translates the intercultural dialogue between Umbanda and Candomblé Angola, dialogue that makes these traditions symbols of decoloniality; the decoloniality covers not only the borderland thinking, but also actions erected within the colonial difference, space where you can prove that magic and Exu action are the drivers of dialogue, the drivers of decoloniality itself; the decoloniality in religious traditions such as african-Brazilian can occur through intercultural dialogue between these traditions; the interculturalism explains the phenomenon of adoption of Candomblé Angola by Umbanda practitioners in northern Minas Gerais; interculturalism among afro-sertanejos boosts the political struggles for rights and social recognition / O presente trabalho analisa o fenômeno de entreliçamento entre Umbanda/Quimbanda e Candomblé Angola na região norte do Estado de Minas Gerais a partir da formação dessas tradições até a atualidade. Neste sentido, tece reflexões sobre a construção dialética de um universo tipicamente afro-sertanejo formado pelo encontro das duas tradições aqui consideradas enquanto desdobramentos não apenas da diáspora africana, mas, sobretudo, da inauguração da Modernidade e seu lado oscuro1, a colonialidade. O universo afro-sertanejo se constitui na convivência entre essas tradições religiosas e coexistência em um mesmo espaço religioso de forma tal que cada vez mais torna-se difícil conceber uma religião sem a outra. Pretendemos mostrar neste trabalho que, tal convivência e coexistência está vinculada à origem dessas tradições nessa região, onde umbandistas e candomblecistas interagiram desde finais da década de 1950 estabelecendo diálogos. Pretendemos também demonstrar que essa aproximação tem raízes históricas estando relacionada à constituição da América e inauguração da Modernidade. Processos que desencadearam a dinâmica híbrida e sincrética que colocou culturas e corpos em fronteira, predispostos não somente à acomodação ou negociação cultural, mas sobretudo, ao diálogo intercultural. No que se refere à metodologia, nossa escolha teórica foi o pensamento descolonial em função de presumirmos que a convivência entre Umbanda/Quimbanda e Candomblé Angola, em um mesmo terreiro, poderia ser mais que a existência de um continuum religioso, poderia ser um processo intercultural. Desta forma, nos balizamos especialmente nos seguintes pensadores: Aníbal Quijano, Walter Mignolo e Catherine Walsh. De modo a verificar a validade da nossa hipótese, o procedimento metodológico utilizado neste estudo foi o qualitativo, composto por: fontes orais através de depoimentos de pessoas que conheceram e se inseriram nestas religiões nas décadas de 60 e de umbandistas que adotaram o Candomblé Angola. Usamos o gravador e conversas informais; levantamento documental em acervos públicos e 1 Lado escuro no sentindo de encoberto. privados; trabalho de observação de campo nos últimos cinco anos, com acompanhamento de rituais públicos e privados. A partir do cruzamento dos dados obtidos no campo, sem perder de vista a perspectiva descolonial, chegamos às seguintes conclusões: a prática religiosa dos afro-brasileiros no sertão das Gerais traduz o diálogo intercultural entre Umbanda/Quimbanda e Candomblé Angola, diálogo que torna essas tradições sertanejas ferramentas simbólicas da descolonialidade, sendo que esta não se encerra exclusivamente no pensar fronteiriço, mas também na ação erigida no espaço da diferença colonial, espaço onde é possível comprovar que a magia e a ação de Exu são os propulsores do diálogo, ou seja, da descolonialidade; essa em tradições religiosas como as afro-brasileiras pode ocorrer através do diálogo intercultural entre essas tradições; a interculturalidade explica o fenômeno de adoção do Candomblé Angola pelos umbandistas norte-mineiros; a interculturalidade entre os afro-brasileiros no sertão norte-mineiro impulsiona lutas políticas em busca de direitos e reconhecimento social configurando esses atores enquanto afro-sertanejos; o entreliçamento entre Umbanda e Candomblé Angola nessa região torna-os sertanejos configurando dessa forma, um universo religioso afro-sertanejo
70

Música propia : una etnografía sobre una forma del pensamiento misak en el resguardo indígena de Guambía, en el sudoeste de Colombia

Martínez Peña, Oscar Giovanni January 2017 (has links)
The purpose of this research is to understand the senses of the sound practice called “música propia” (own music) in the ontology of Misak amerindian collective, that inhabits the southwest of Colombia, through an ethnography. The central concerns were triggered during a dialogic relationship in a participant observation that was modulated by the visual and auditory perceptions. These are the main two points: what do the Misaks call “música propia”, and what do they mean with the frequent claim that “música propia” differs from the "chirimía". The latter consists of a type of musical ensemble that has been associated with festive and catholic practices which manifests itself in different variations, common near the Misak territory and in other regions of the country. The sonority of the “música propia” comes from the mixing of two flutes timbres and two or more drums, whose sounds refer to the presence of non-human alterities performed in public and ritualized events within what Misaks call the “Ciclo de Vida” (Life Cycle). Drawing from performance studies, and on the discussion of epistemologies of sound in ethnomusicology and anthropology of music (Seeger, Feld, Bastos), I propose that the idea of cosmo-sonic (Stein) is a possibility to understand the música propia. Sonoro-performatic categories, socio-cosmological conceptions and the ideal principles of being Misak are all articulated within the Misak’s cosmo-sonic. In this sense, the Misak cosmo-sonic is a sonic ontology that enters cosmopolitical scene when disputing with other worlds its existence. One of these worlds is in the process of patrimonialization of the type of ensemble of “chirimía caucana” that is underway and intendes to include in it the música propia. Here I interpret this attempt of patrimonialization as a state’s mechanism of simplification supported by global policies that tries to incorporate the música propia within a standardized logics. It is a hegemonic form of the ontology of modernity that is not detached from the coloniality of power, and which is revealed in the effects of the interactions of subjects. Faced with this process, some Misak musicians have reacted and, based on the field of cosmopolitics, these reactions are taken in here as an indicator of an ontological conflict. / El objetivo de esta investigación es, mediante una etnografía, comprender los sentidos de la práctica sonora de la “música propia” en la ontología del colectivo amerindio misak, que habita en el sudoeste de Colombia. Las inquietudes centrales fueron provocadas durante la relación dialógica en la observación participante, modulada por lo visual y lo auditivo, concretándose en las dos siguientes: qué es lo que los misak llaman música propia y a qué se refiere el frecuente esclarecimiento de que la música propia se diferencia de la “chirimía”. Esta última consiste en un tipo de conjunto musical que ha estado relacionado con prácticas festivas y católicas, y que se manifiesta en diferentes variaciones, comunes en las proximidades del territorio misak y en otras regiones del país. La sonoridad de la música propia surge del trenzado tímbrico de dos flautas y dos o más tambores, cuyos sonidos remiten a la presencia de alteridades no humanas performadas en eventos públicos y ritualizados dentro de lo que los misak llaman el Ciclo de Vida. Basado en los estudios de performance, y en la discusión sobre epistemologías sonoras en la etnomusicología y en la antropología de la música (Seeger, Feld, Bastos) planteo que la idea de cosmosónica (Stein) es una posibilidad de entender la música propia. En la cosmosónica misak se articulan categorías sonoro-performáticas, las concepciones sociocosmológicas y los principios ideales del ser misak. En este sentido, la cosmosónica misak es una ontología sonora que entra en escena cosmopolítica (De la Cadena, Blaser) al disputar con otros mundos su existencia. Uno de estos mundos es el proceso de patrimonialización del conjunto de chirimía caucana que está en curso y pretende incluir en él a la música propia. Aquí interpreto esta tentativa de patrimonialización como un mecanismo de simplificación del estado apoyado en políticas globales, que intenta incorporar a la música propia dentro de unas lógicas estandarizadas. Se trata de una forma hegemónica de la ontología de la modernidad que no se desliga de la colonialidad del poder, y que se revela en los efectos de las interacciones de los sujetos. Frente a este proceso, las reacciones por parte de algunos músicos misak se revelan en el campo de la cosmopolítica como un conflicto ontológico.

Page generated in 0.0492 seconds