• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 94
  • 3
  • Tagged with
  • 97
  • 59
  • 17
  • 14
  • 14
  • 14
  • 11
  • 11
  • 11
  • 10
  • 10
  • 10
  • 9
  • 9
  • 9
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
91

[pt] CARTOGRAFIAS CINEMATOGRÁFICAS: JOHANNESBURGO, MAPUTO E HARARE EM FILMES CONTEMPORÂNEOS PRODUZIDOS NA ÁFRICA AUSTRAL / [en] CINEMATOGRAPHIC CARTOGRAPHIES: JOHANNESBURG, MAPUTO AND HARARE IN CONTEMPORARY FILMS PRODUCED IN SOUTHERN AFRICA

MARCELO RODRIGUES ESTEVES 24 June 2021 (has links)
[pt] Partindo da indagação o que filmam os diretores africanos contemporâneos quando, hoje, apontam suas câmeras para as cidades, esta tese empreende uma viagem investigativa por Johannesburgo, Maputo e Harare através dos filmes de diretores africanos em atividade na África Austral. Os cinemas africanos contemporâneos realizados em países como África do Sul, Moçambique e Zimbabwe lidam, ainda hoje, em maior ou menor grau, com os reflexos de modos de produção que tiveram origem no período de dominação colonial. Se, na contemporaneidade, a África do Sul logrou organizar uma estável indústria de cinema no sul do continente africano, países como Moçambique e Zimbabwe ainda sofrem com os reflexos de uma descolonização tardia dos modos de produção cinematográfica. Com a queda do apartheid na África do Sul (1994) e as independências de Moçambique (1975) e Zimbabwe (1980), as cidades, territórios severamente marcados pela segregação perpetrada pelo colonizador, passam a atrair a atenção de cineastas locais, ao se transformarem no palco de acirrados debates acerca da segregação racial e espacial, do direito à terra e à moradia, da mobilidade, da relação campo-cidade, do embate entre tradição e modernidade. As cidades africanas, até certo momento tidas como projetos interrompidos e inacabados do pesadelo colonial, passaram a ser consideradas, em toda a sua complexidade, como a epítome da própria modernidade africana. As imagens dessas cidades modernas, complexas e desiguais, que emergem do cinema contemporâneo local, rasuram ou perturbam o regime dominante de representação do continente africano propagado pelo cinema e pela mídia ocidentais, problematizam visões que prevaleceram nos contextos de luta anticolonial e conquista da independência e contribuem para a renovação do repertório de imagens da África arquivadas pelo Ocidente. Os filmes analisados nesta tese ajudam a criar cartografias outras das cidades africanas levadas às telas. Tais cidades cinemáticas – ao editar, seccionar, justapor, aproximar e eliminar espaços – produzem percepções múltiplas e, às vezes, inesperadas. / [en] Starting from the question what do contemporary African directors film, today, when they point their cameras towards the cities, this thesis undertakes an investigative journey through Johannesburg, Maputo and Harare in the films of African directors currently active in Southern Africa. Contemporary African cinemas produced in countries such as South Africa, Mozambique and Zimbabwe are still dealing, to a greater or lesser extent, with modes of production that originated in the period of colonial domination. If, in contemporary times, South Africa has managed to create a stable film industry in the south of the African continent, countries such as Mozambique and Zimbabwe still suffer from the reflexes of the late decolonization of their modes of film production. With the fall of apartheid in South Africa (1994) and the independence of Mozambique (1975) and Zimbabwe (1980), these cities, territories which are severely marked by the segregation perpetrated by the colonizer, start to attract the attention of local filmmakers, as they become the stage of heated debates regarding racial and spatial segregation, the right to land and to housing, mobility, the relation between countryside and urban life, the clash between tradition and modernity. African cities, for a long time regarded as unfinished and interrupted projects of the colonial nightmare, started to be perceived in all of their complexity, as the epitome of African modern itself. The images of these modern, complex and unequal cities, which emerge from local contemporary cinema, disturb the dominant system of representation of the African continent, propagated by Western cinema and media. They also problematize visions that prevailed in the contexts of anti-colonial struggle and conquest of independence and they contribute to the renewal of the repertoire of African images archived by the West. The films analyzed in this thesis help to create alternate cartographies for the African cities brought to the screen. Such cinematic cities – by means of editing, sectioning, juxtaposing, approximating and eliminating spaces – create perceptions that are multiple and, at times, unexpected.
92

[pt] FISSURAS NA MOLDURA COLONIAL PORTUGUESA: VISUALIDADES E VISÃO DE MUNDO NA OBRA DE JOSÉ LUANDINO VIEIRA / [fr] FISSURES DU CADRE COLONIAL PORTUGAIS: VISUALITÉ ET VISION DU MONDE DANS L OEUVRE DE JOSÉ LUANDINO VIEIRA / [en] FISSURES OF THE PORTUGUESE COLONIAL FRAME: VISUALITY AND WORLDVIEW IN THE WORK OF JOSÉ LUANDINO VIEIRA

PEDRO BEJA AGUIAR 22 November 2022 (has links)
[pt] A tese Fissuras da moldura colonial portuguesa: visualidade e visão de mundo na obra de José Luandino Vieira tem como objetivo interrogar as potencialidades narrativas que se abrem nas relações entre as formas plásticas e as imagens literárias construídas pelo escritor luso-angolano José Luandino Vieira em três obras distintas: no livro Papéis da Prisão (2015), compilação de 17 cadernos produzidos pelo autor durante o período de encarceramento vivido entre os anos de 1962 e 1971 e nos romances O livro dos rios. De rios velhos e guerrilheiros I (2006) e O livro dos guerrilheiros. De rios velhos e guerrilheiros II (2009). A intenção é compreender alguns recursos utilizados pelo escritor para enfrentar e transtornar a linguagem hegemônica da moldura colonial portuguesa, como a desnaturalização da língua portuguesa e a estratégia do pensamento visual que possibilita transfigurar a realidade. Na perspectiva teórico-metodológica, recorro a teorias que ajudem a compreender tanto os mecanismos de luta anticolonial quanto as estratégias de utilização específica da imagem como parte do seu projeto estético-político. / [en] The thesis Fissures of the portuguese colonial frame: visuality and worldview in the work of José Luandino Vieira aims to interrogate the narrative potentialities that open up in the relations between the plastic forms and the literary images constructed by the Portuguese-Angolan writer José Luandino Vieira in three distinct works: in the book Papéis da Prisão (2015), compilation of 17 notebooks produced by the author during the period of imprisonment lived between the years of 1962 and 1971 and in the novels O livro dos rios. De rios velhos e guerrilheiros I (2006) and O livro dos guerrilheiros. De rios velhos e guerrilheiros II (2009). The intention is to understand some resources used by the writer to face and upset the hegemonic language of the portuguese colonial frame, such as the denaturalization of the portuguese language and the strategy of visual thinking that makes it possible to transfigure reality. In the theoretical-methodological perspective, I resort to theories that help to understand both the mechanisms of anti-colonial struggle and the use of using the image as part of its aesthetic-political project. / [fr] La thèse Fissures du cadre colonial portugais: visualité et vision du monde dans l oeuvre de José Luandino Vieira vise à interroger les potentialités narratives qui s ouvrent dans les relations entre les formes plastiques et les images littéraires construites par l écrivain luso-angolais José Luandino Vieira dans trois ouvrages différents: dans le Papéis da Prisão (2015), compilation de 17 carnets produits par l auteur pendant la période d emprisonnement entre 1962 et 1971; et dans les romans O livro dos rios. De rios velhos e guerrilheiros I (2006) et O livro dos guerrilheiros. De rios velhos e guerrilheiros II (2009). L intention est de comprendre certaines ressources utilisées par l écrivain pour affronter et bouleverser la langue hégémonique du cadre colonial portugais, comme la dénaturalisation de la langue portugaise et la stratégie de la pensée visuelle qui permet de transfigurer la réalité. Dans une perspective théorico-méthodologique, je recours à des théories qui aident à comprendre à la fois les mécanismes de la lutte anticoloniale et les stratégies d utilisation spécifique de l image dans la partie de son projet esthético-politique.
93

[en] COLONIAL OBJECTIFICATION OF BLACK BODIES: A POST-COLONIAL AND FOUCAULDIAN APPROACH TO THE BLACK EXTERMINATION IN BRAZIL / [pt] OBJETIFICAÇÃO COLONIAL DOS CORPOS NEGROS: UMA LEITURA DESCOLONIAL E FOUCAULTIANA DO EXTERMÍNIO NEGRO NO BRASIL

JULIANA MOREIRA STREVA 30 August 2016 (has links)
[pt] A pesquisa busca questionar a naturalização da violência de Estado direcionada contra os corpos negros no Brasil. Para esta urgente tarefa, o trabalho desenvolve um diálogo central entre a filosofia descolonial e a foucaultiana, dividindo-se em quatro capítulos. O primeiro demonstra o enraizamento desta naturalização desde o período colonial, mostrando a objetificação do corpo negro e a sua invibilização tanto na escravização como no movimento abolicionista. O segundo capítulo aborda o período pós-abolição por meio do projeto de embranqueamento e do racismo científico. O terceiro enfrenta o auto de resistência como prática contemporânea do racismo de Estado da sociedade biopolítica brasileira. Por fim, o quarto pretende refletir sobre resistências e possibilidades de transformações descoloniais desta realidade objetificante e violenta. / [en] The investigation aims to question the naturalization of State s violence against black bodies in Brazil. For this urgent task, the work develops a dialogue between decolonial and foucauldian philosophy, and is divided in four chapters. The first one points out that this naturalization has its roots in brazilian history since colonial time, with the objectification of black bodies during slavery and also at the abolitionist movement. The second one approaches the post-abolition period, its whitening project and the scientific racism. The third part faces the auto de resistência as a contemporary practice of State s racism in the brazilian biopolitic society. Finally, the fourth chapter intends to analyze resistances and possibilities of decolonial transformations of this violent and objectifying reality.
94

[es] EL CONTRATO AMBIENTAL: DESCOLONIZACIÓN, ESTADO Y MEDIO AMBIENTE / [pt] O CONTRATO AMBIENTAL: DECOLONIZAÇÃO, ESTADO E MEIO AMBIENTE / [en] THE ENVIRONMENTAL CONTRACT: DECOLONIZATION, STATE AND ENVIRONMENT

TATIANA CASTELO BRANCO DORNELLAS 29 August 2024 (has links)
[pt] Nesta tese, olho para a Natureza como mais uma dimensão sobre a qual a colonialidade incide. Para isso, proponho dois movimentos teóricos. O primeiro é aprofundar a noção de colonialidade da Natureza, por entender que mesmo em um movimento crítico como o pensamento decolonial a Natureza é posta à margem, sendo necessário, portanto, reposicioná-la e compreender como a colonialidade incide sobre ela. O segundo é apresentar o Contrato Ambiental, inspirado principalmente pelo Contrato Racial de Charles Mills, enquanto um contrato subversivo que realça como o subjugo da Natureza é relevante para o domínio social, político e epistemológico colonial. Ambos os movimentos são relacionados com a disciplina de Relações Internacionais, posicionando este texto como uma proposta de pensar o internacional. Para essa análise, as metodologias escolhidas são a interseccionalidade, justamente por permitir a análise da incidência de hierarquias em mais de uma dimensão das vidas humanas e não-humanas, e a cartografia, que permite que a pesquisa seja afetada pelo campo e que o caminho também seja traçado enquanto se anda. Por fim, parto do conhecimento cultivado sobre crise climática com a intenção de propor um rompimento da hegemonia da organização social, política e produtiva centrada no Estado, no capitalismo e na colonialidade-modernidade, sem, no entanto, acreditar em uma volta ao passado e sem romantizar formas de organização não-modernas, tendo o movimento campesino de luta pela terra, em especial o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Sem Terra (MST), e em sua contraparte internacional, a Via Campesina, como práticas decoloniais e interseccionais de transformação social, política e epistemológica, bem como das relações entre humanos e a Natureza e entre grupos humanos. / [en] In this dissertation, I look at Nature as another dimension on which coloniality affects. To this end, I propose two theoretical movements. The first is to deepen the notion of coloniality of Nature, understanding that even in a critical movement such as decolonial thinking, Nature is placed on the margins, making it necessary, therefore, to reposition it and understand how coloniality affects it. The second is to present the Environmental Contract, inspired mainly by Charles Mills s Racial Contract, as a subversive contract that highlights how the subjugation of Nature is relevant to the colonial social, political and epistemological domain. Both movements are related to the discipline of International Relations, positioning this text as a proposal for thinking about the international. For this analysis, the methodologies chosen are intersectionality, precisely because it allows the analysis of the incidence of hierarchies in more than one dimension of human and non-human lives, and cartography, which allows research to be affected by the field and the path also be traced while walking. Finally, I start from the knowledge cultivated about the climate crisis with the intention of proposing a break with the hegemony of the social, political and productive organization centered on the state, capitalism and coloniality-modernity, without, however, believing in a return to the past and without romanticizing non-modern forms of organization, having the peasant movement of struggle for land, especially the Landless Workers Movement (MST), and its international counterpart, La Via Campesina, as decolonial and intersectional practices of social, political and epistemological transformation, as well as transformation of the relations between humans and Nature and between human groups. / [es] En esta tesis miro a la Naturaleza como otra dimensión sobre la que incide la colonialidad. Para ello propongo dos movimientos teóricos. El primero es profundizar la noción de colonialidad de la Naturaleza, entendiendo que incluso en un movimiento crítico como el pensamiento decolonial, la Naturaleza se coloca al margen, siendo necesario, por tanto, reposicionarla y comprender cómo la colonialidad la afecta. El segundo es presentar el Contrato Ambiental, inspirado principalmente en el Contrato Racial de Charles Mills, como un contrato subversivo que resalta cómo la subyugación de la Naturaleza es relevante para el dominio social, político y epistemológico colonial. Ambos movimientos se relacionan con la disciplina de las Relaciones Internacionales, posicionando este texto como una propuesta para pensar lo internacional. Para este análisis, las metodologías elegidas son la interseccionalidad, precisamente porque permite analizar la incidencia de las jerarquías en más de una dimensión de la vida humana y no humana, y la cartografía, que permite que la investigación se vea afectada por el campo y que el camino también sea rastreado mientras camina. Finalmente, parto del conocimiento cultivado sobre la crisis climática con la intención de proponer una ruptura con la hegemonía de la organización social, política y productiva centrada en el Estado, el capitalismo y la colonialidad-modernidad, sin creer, sin embargo, en un retorno al pasado y sin romantizar formas de organización no modernas, teniendo al movimiento campesino de lucha por la tierra, especialmente al Movimiento de los Trabajadores Sin Tierra (MST), y a su contraparte internacional, La Vía Campesina, como prácticas decoloniales e interseccionales de transformación social, política y epistemológica, así como de transformación de las relaciones entre los humanos y la Naturaleza y entre los grupos humanos.
95

O cotidiano das interações humano-lixo no assentamento Boa Esperança-lagoa da Manga em Aracatiaçu, Sobral-Ceará / The everyday interactions of human-trash in the Settlement boa Esperança-lagoa da Manga in Aracatiaçu, Sobral-Ceará

FARIAS, Adriana Melo de January 2010 (has links)
FARIAS, Adriana Melo de. O cotidiano das interações humano-lixo no assentamento Boa Esperança-lagoa da Manga em Aracatiaçu, Sobral-Ceará. 2010. 91f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira, Fortaleza-CE, 2010. / Submitted by Raul Oliveira (raulcmo@hotmail.com) on 2012-07-03T13:26:59Z No. of bitstreams: 1 2010_Dis_AMFarias.pdf: 1651353 bytes, checksum: ffdb2678f9662e3b70fd0b6821412651 (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Josineide Góis(josineide@ufc.br) on 2012-07-19T15:57:49Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2010_Dis_AMFarias.pdf: 1651353 bytes, checksum: ffdb2678f9662e3b70fd0b6821412651 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-07-19T15:57:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2010_Dis_AMFarias.pdf: 1651353 bytes, checksum: ffdb2678f9662e3b70fd0b6821412651 (MD5) Previous issue date: 2010 / This dissertation had as main objective to reveal the daily life of human interactions trash in the settlement Boa Esperança - Lagoa da Manga, in order to understand the historical, emotional, social, cultural and training that are embedded in the daily practices of care that settlers lay with the public space and "trash." For this, we opted for a qualitative research, inspired by ethnography, that by observing the spot, listening to the other, describing the habits and customs and at the same time, the interpretation of the multiple aspects involved in practices, three discourse markers of place, with the trash home. Came to a view that the settlers expressed a feeling of intrinsic loveliness by the place where he lives and the people with whom they live, as revealed through the enhancement of historic struggles and achievements of its people, as well as the feeling of belonging and umbilicus buried the land. Also, consider just dirt (feces and uneaten food) as garbage, unlike the concept of junk to the academic realm. The feces and food scraps are reused, respectively, for compost earth food supplementation and domestic animals. This is the representational matrix that organizes socio-cultural influences and the daily practices of the settlers as the actual garbage produced, even the junk such as sacks and bags, paper, bottles etc. not servive at the time, or are put in the pantry, or reused in daily activities of the field, which shows a management junk in your own home, the woman is the manager of it and responsible for the cleanliness of public spaces through the practice of sweeping that is passed from mothers to daughters and starts at home, going to the yard and extends to public spaces, becoming a space-socio-cultural affective informal education. However, this area of teaching cultural traditions of care and environmental cleanup against the "garbage" is being threatened because women are moving away gradually sweeping activities, considering that the time available for this practice is being reduced and replaced by employment in the cooperative brown, newly installed in the settlement. Therefore, it is necessary at this time a do-teaching environment that promotes the knowledge and practices historical, socio-cultural and training of the settlers against the "garbage" lined on affection for the place, in order to mitigate the lifestyles subalternizantes seeking to make the rural man a mere player colonializantes practices, typical of the capitalist system. / Nesta dissertação tive como objetivo principal desvelar o cotidiano das interações humano-lixo no assentamento Boa Esperança-Lagoa da Manga, com o intuito de compreender os aspectos históricos, afetivos, sócio-culturais e formativos que estão imbricados nas práticascotidianas de cuidado que os assentados estabelecem com o espaço público e o lixo. Paraisto, optei por uma pesquisa qualitativa, inspirada na etnografia, que, a partir da observação in loco, da escuta do outro, da descrição dos hábitos e costumes e, ao mesmo tempo, da interpretação dos múltiplos aspectos envolvidos nas práticas, de três marcadores do discurso do lugar, com o lixo doméstico, chegou-se a uma visão de que os assentados manifestam um sentimento intrínseco de amorosidade pelo lugar onde vive e pelas pessoas com as quais convivem, revelados através da valorização das lutas e conquistas históricas de seu povo, assim como do sentir-se pertencente e de umbigo enterrado a terra. Além disso, os marcadores consideram apenas a sujeira (fezes e restos de comida) como lixo, diferentemente da conceituação de lixo para o âmbito acadêmico. As fezes e restos de comida são reaproveitados, respectivamente, para adubo da terra e complementação alimentar dos animais domésticos. Esta é a matriz representacional sócio-cultural que organiza e influencia as práticas cotidianas dos assentados quanto ao próprio lixo produzido; inclusive, o lixo industrializado como os sacos, sacolas, papel, garrafas não servíveis no momento, ou são acondicionados na despensa, ou reutilizados nas atividades cotidianas do campo, o que demonstra um gerenciamento do lixo no próprio domicílio, sendo a mulher a gestora do mesmo e responsável pela limpeza dos espaços públicos, através da prática de varrição que é repassada de mães para filhas e se inicia no domicílio, vai ao terreiro e se estende aos espaços públicos, configurando-se como um espaço sócio-cultural-afetivo informal de ensino. No entanto, este espaço de ensino das tradições culturais de cuidado e limpeza ambiental frente ao lixo está sendo ameaçado, pois as mulheres estão se afastando paulatinamente das atividades de varrição, haja vista que o tempo disponível para esta prática está sendo reduzido e substituído pelo trabalho assalariado na cooperativa de castanha, recém instalada no assentamento. Sendo assim, faz-se necessário nesse momento um fazer pedagógico-ambiental que privilegie os saberes e as práticas históricas, sócio-culturais e formativas dos assentados frente ao lixo, pautados na afetividade pelo lugar com o intuito de mitigar os modos de vida subalternizantes que buscam tornar o homem do campo mero reprodutor de práticas colonializantes, típicas do sistema capitalista.
96

[pt] A COLONIALIDADE DA PAZ: (RE) PENSANDO O PROCESSO DE PAZ NA COLÔMBIA (2012-2016) A PARTIR DAS LUTAS INDÍGENAS POR PARTICIPAÇÃO / [es] A LA COLONIALIDAD DE LA PAZ: (RE) PENSANDO EL PROCESO DE PAZ EN COLOMBIA (2012-2016) A PARTIR DE LAS LUCHAS INDÍGENAS POR PARTICIPACIÓN / [en] THE COLONIALITY OF PEACE: (RE) THINKING THE COLOMBIAN PEACE PROCESS (2012-2016) THROUGH INDIGENOUS STRUGGLES FOR PARTICIPATION

LUCAS DUARTE VITORINO DE PAULA XAVIER GUERRA 23 March 2021 (has links)
[pt] O recente processo de paz na Colômbia (2012-2016) figura entre um dos principais acontecimentos contemporâneos nas agendas de paz e segurança na América Latina. Em linhas gerais, as negociações e o Acordo Final delas resultante foram considerados uma história de sucesso na narrativa internacional. De um lado, resultaram no término do conflito civil de mais de cinco décadas entre o Estado colombiano e as FARC-EP. De outro, fizeram isso de acordo com as melhores práticas internacionais em resolução de conflitos e construção da paz, principalmente em termos de adereçamento das raízes estruturais do conflito e de inclusão de atores da sociedade civil local. Nosso objetivo, nessa dissertação, é colocar em xeque essa narrativa de idoneidade e sucesso em torno do processo de paz na Colômbia. Fazemos isso partindo de um ponto de referência distinto do geralmente utilizado nas abordagens acadêmicas a esse conflito, priorizando sujeitos negligenciados por essas abordagens. Nos perguntamos, então: de que maneira as lutas indígenas em torno do processo de paz na Colômbia contribuem para pensar criticamente esse processo de paz? Em nossa argumentação, um primeiro elemento ressaltado pelas lutas indígenas em torno do processo de paz colombiano é que a paz é um conceito inerentemente político, em disputa por diversos atores sociais e suas agendas. Daí, avançamos uma conceitualização da paz como peça no tabuleiro político da Colômbia, demonstrando como foi mobilizada por importantes atores da cena política do país. Um segundo elemento que, em nossa avaliação, fica evidente a partir das lutas indígenas em torno do processo de paz na Colômbia é o que aqui chamamos de Colonialidade da Paz. Trata-se da reprodução, no processo de paz, das relações de poder e hierarquias sociais da matriz colonial de poder estabelecida no sistema-mundo moderno/colonial, notadamente a partir das dimensões da colonialidade do poder, do saber e do ser. A partir dessa percepção, propomos três estratégias analíticas – o resgate do legado colonial, o desvelamento de lógicas coloniais e a abertura de espaço para as vozes, manifestações e lutas subalternas – para pensar na colonialidade da paz na Colômbia. Ao utilizá-las para abordas as lutas indígenas em torno do processo de paz, notamos narrativas de complexificação de discursos sobre a violência; limitações nos modelos de participação no processo de paz e mobilizações sociais para contrarrestar essas limitações. Notamos, então, elementos que pensamos ser providenciais para desvelar a colonialidade presente no processo de paz na Colômbia, e apontar para possíveis horizontes decoloniais em torno da paz. / [en] The recent peace process in Colombia (2012-2016) is an important event in contemporary peace and security agendas in Latin America. The negotiations and the Acuerdo de Paz in the country were celebrated in the international narrative as a success story. On the one hand, it has ended more than five decades of conflict between the Colombian state and the FARC-EP. On the other hand, they were able to do it with detailed guidelines and with a large share of the Colombian civilian population. Our objective, in this work, is to test this optimistic narrative around the peace process in Colombia. We asked how do the profits of indigenous organizations face the peace process that contributed to (re) thinking critically about this phenomenon? So, we argue, from reflections on indigenous profits, that peace is a concept in political dispute over its scope and definition. We also argue that the peace processes - notably Colombia - often reproduce speeches and practices of power and racial hierarchy proper to the coloniality of power, to know and to be. Faced with this, we have outlined three analytical strategies - the rescue of colonial historical legacies; the unveiling of colonial logics and the opening of spaces for you and subordinate agencies - which, we think, help us to understand the coloniality of peace and indigenous profits around the recent peace process in Colombia. / [es] El reciente proceso de paz en Colombia (2012-2016) es un acontecimiento importante en las agendas contemporáneas de paz y seguridad en América Latina. Las negociaciones y el Acuerdo de Paz en el país fueran celebrados en la narrativa internacional como un caso de suceso. De un lado, punieron fin a más de cinco décadas de conflicto entre el Estado colombiano y las FARC-EP. De otro, lograron hacerlo con pautas osadas y con grande participación de la población civil colombiana. Nuestro objetivo, en ese trabajo, es cuestionar esa narrativa optimista entorno del proceso de paz en Colombia. Indagamos de qué manera las luchas de organizaciones indígenas frente al proceso de paz contribuyen para (re) pensar críticamente en ese fenómeno? Así, argumentamos, a partir de reflexiones acerca de las luchas indígenas, que la paz es un concepto en disputa política acerca de su alcance y definición. Argumentamos, también, que los procesos de paz – notablemente el de Colombia – muchas veces reproducen discursos y prácticas de poder y jerarquización racial propias de la colonialidad del poder, der saber e del ser. Frente a eso, delineamos tres estrategias analíticas – el rescate de los legados históricos coloniales; el desvelamiento de lógicas coloniales y la apertura de espacios para las voces y agencias subalternas – que, pensamos, nos ayudan a comprender la colonialidad de la paz y las luchas indígenas en torno del reciente proceso de paz en Colombia.
97

Ditos e feitos de troncos velhos TremembÃs de Almofala - CE: saberes que brotam da terra, do cÃu, dos rios e do mar

Eleomar dos Santos Rodrigues 19 December 2016 (has links)
nÃo hà / Eu e os tremembÃs. De encontros e reencontros nasce o desejo de pesquisa, feita em parceria como a danÃa do torÃm. Nesse movimento, busco compreender os modos de aprender-ensinar dos troncos velhos tremembÃs de Almofala - CE com relaÃÃo aos saberes da tradiÃÃo, que âbrotamâ da terra, do cÃu, dos rios e do mar, e que se materializam nos seus ditos e feitos. Quantos encantamentos e ensinamentos nos trazem os troncos velhos: a palavra, o silÃncio, o gesto, o conselho, âo carÃoâ, tudo à transmissÃo. E as Escolas IndÃgenas TremembÃs (EITâs), o que estÃo a fazer para preservar e dar continuidade a esses saberes? Para me ajudar nessa danÃa, convido para a roda de torÃm pensa-danÃadores, com a qual dialogo, compondo, assim, o cÃrculo teÃrico. SÃo eles: Freire (1983,2001); Figueiredo (2007,2015); BrandÃo (1993,2020); Oliveira Jr (1988); Larrosa (2015); Benjamim (1994); Bosi (1994); Quijano (2005) e Walsh (2008), dentre outros. Juntos fazemos um âtorÃm dialÃgicoâ para tratarmos de saber de experiÃncia, dialogicidade e (des)colonialidade. âOs troncos velhosâ marcam os passos da danÃa e nos contam vÃrias histÃrias. Depois, eu as reconto, ou seja, empresto a minha escrita para mostrar os modos de aprender-ensinar que acontecem a partir da convivÃncia familiar e comunitÃria, por intermÃdio da providÃncia divina e das experiÃncias com os elementos da natureza. / Eu e os tremembÃs. De encontros e reencontros nasce o desejo de pesquisa, feita em parceria como a danÃa do torÃm. Nesse movimento, busco compreender os modos de aprender-ensinar dos troncos velhos tremembÃs de Almofala - CE com relaÃÃo aos saberes da tradiÃÃo, que âbrotamâ da terra, do cÃu, dos rios e do mar, e que se materializam nos seus ditos e feitos. Quantos encantamentos e ensinamentos nos trazem os troncos velhos: a palavra, o silÃncio, o gesto, o conselho, âo carÃoâ, tudo à transmissÃo. E as Escolas IndÃgenas TremembÃs (EITâs), o que estÃo a fazer para preservar e dar continuidade a esses saberes? Para me ajudar nessa danÃa, convido para a roda de torÃm pensa-danÃadores, com a qual dialogo, compondo, assim, o cÃrculo teÃrico. SÃo eles: Freire (1983,2001); Figueiredo (2007,2015); BrandÃo (1993,2020); Oliveira Jr (1988); Larrosa (2015); Benjamim (1994); Bosi (1994); Quijano (2005) e Walsh (2008), dentre outros. Juntos fazemos um âtorÃm dialÃgicoâ para tratarmos de saber de experiÃncia, dialogicidade e (des)colonialidade. âOs troncos velhosâ marcam os passos da danÃa e nos contam vÃrias histÃrias. Depois, eu as reconto, ou seja, empresto a minha escrita para mostrar os modos de aprender-ensinar que acontecem a partir da convivÃncia familiar e comunitÃria, por intermÃdio da providÃncia divina e das experiÃncias com os elementos da natureza. / I and the tremembÃs. From encounters and re-encounters the desire to research is born, a research done in partnership, like the torÃm dance. In this movement, I search to understand the ways of learning-teaching of the old trunks from Almofala â CE in relation to the knowledge of the tradition that âsproutâ from the land, from the sky, from the rivers and from the sea, and that materializes in their sayings and deeds. So many enchantments and teachings the old trunks bring us: the speech, the silence, the gesture, the advice, the âlong faceâ, everything is transmission. What about the TremembÃs Indigenous Schools (Escolas IndÃgenas TremembÃs â EITâs), what are they doing to preserve and give continuinity to this knowledge? To help me in this dance, I invite to the torÃm circle the thinking-dancers, with wich I dialogue, thereby composing the theoretical circle. They are: Freire (1983,2001); Figueiredo (2007,2015); BrandÃo (1993,2020); Oliveira Jr (1988); Larrosa (2015); Benjamim (1994); Bosi (1994); Quijano (2005) e Walsh (2008), among others. Together we make a âdialogical torÃmâ in order to know about experience, dialogicity and (dis)coloniality. âThe old trunksâ set the tone of the dance and tell us many stories. Later on, I re-tell them, that is, I lend my writing to show the ways of learning-teaching that stem from family and community conviviality, from divine providence intervention and from the experiences with the elements of nature. / I and the tremembÃs. From encounters and re-encounters the desire to research is born, a research done in partnership, like the torÃm dance. In this movement, I search to understand the ways of learning-teaching of the old trunks from Almofala â CE in relation to the knowledge of the tradition that âsproutâ from the land, from the sky, from the rivers and from the sea, and that materializes in their sayings and deeds. So many enchantments and teachings the old trunks bring us: the speech, the silence, the gesture, the advice, the âlong faceâ, everything is transmission. What about the TremembÃs Indigenous Schools (Escolas IndÃgenas TremembÃs â EITâs), what are they doing to preserve and give continuinity to this knowledge? To help me in this dance, I invite to the torÃm circle the thinking-dancers, with wich I dialogue, thereby composing the theoretical circle. They are: Freire (1983,2001); Figueiredo (2007,2015); BrandÃo (1993,2020); Oliveira Jr (1988); Larrosa (2015); Benjamim (1994); Bosi (1994); Quijano (2005) e Walsh (2008), among others. Together we make a âdialogical torÃmâ in order to know about experience, dialogicity and (dis)coloniality. âThe old trunksâ set the tone of the dance and tell us many stories. Later on, I re-tell them, that is, I lend my writing to show the ways of learning-teaching that stem from family and community conviviality, from divine providence intervention and from the experiences with the elements of nature.

Page generated in 0.0882 seconds