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Mrur Jykre - a cultura do cipó : territorialidade Kaigang na margem leste do Lago Guaíba, Porto Alegre, RS

Freitas, Ana Elisa de Castro January 2005 (has links)
Esta tese é resultado de um estudo antropológico sobre territorialidades Kaingang (Jê Meridional) e seu pertencimento aos territórios da margem leste do Lago Guaíba, onde se situa a cidade de Porto Alegre e suas paisagens ecossociais. Procura-se reconstituir estas territorialidades a partir de uma perspectiva etnohistórica e etnográfica na intenção de conhecer como determinados espaços desta região vêm sendo reconhecidos pelos Kaingang enquanto Kanhgág Ga - Terra Kaingang, os elementos materiais e simbólicos que, desde o ponto de vista Kaingang, são importantes para a configuração do pertencimento a estes espaços e as condutas territoriais empregadas por pessoas e grupos para convertê-los efetivamente em parte de seu território. Interessam os campos de relações com a fauna, a flora, a paisagem, os homens e os espíritos que integram o que os Kaingang chamam Mrur Jykre: um modo de vida centrado no manejo dos cipós que habitam as florestas locais e com os quais estes índios fabricam objetos que comercializam para sustentar seu viver na Ymã Mág, a Aldeia Grande, a grande cidade. / This thesis is the result of an anthropological study about the Kaingang (Jê Meridional) lands and the fact of this lands take part of the territories of the east side of the Guaíba Lake, where the city of Porto Alegre and its eco-social landscapes are located. The goal is to reconstruct this territories from a etnohistorical perspective, trying to discover how some spaces of this region have been recognized by the Kaingang as Kanhgãg Ga - Kaingang land, the material and symbolic elements that, from the Kaingang point of view, are important to the foundation of their belonging to this spots and the territorial behavior used by individuals and groups to transform this spaces into their territory. The relationship with both the animal and vegetable worlds, the landscapes, the people and spiritual worls that form what the Kaingang call Mrur Jykre - the way of life based in the handicrafts this indians make using the lianas they collect in the local forests, wich is their way of making a living in the Ymã Mág - the great village, the big city.
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Ética e estética de survivance na literatura e nas artes visuais indígenas contemporâneas do Canadá

Westphalen, Flávia Carpes January 2013 (has links)
O objetivo desta tese é retornar a um corpus artístico produzido em um contexto histórico extremamente ativo nas artes indígenas canadenses. Depois de uma primeira onda de ativismo político nos anos 1970, incorporada no movimento Red Power e na literatura da chamada Native American Renaissance, o final do século XX constituiu-se em um novo contexto de mobilização. Em grande medida impulsionada pela proximidade do aniversário de 500 anos da chegada de Colombo às Américas, uma nova geração de escritores e artistas visuais indígenas se engajou em reexaminar a história que levou a tal contexto. A publicação de suas obras coincidiu com um momento de extrema popularidade de estudos acadêmicos póscoloniais, pós-estruturalistas e focados em cultura e, consequentemente, foi extensamente analisada dessas perspectivas. Especialmente desde o início do século XXI, passaram a ser publicadas obras críticas de intelectuais indigenas nacionalistas, que se opõem a noções como hibridação e identidades fragmentadas para afirmar a especificidade dos diversos povos e culturas indígenas. Além disso, esses autores dedicam-se a produzir uma obra crítica engajada em refletir a longa história das tradições intelectuais e narrativas indigena, evidenciando que estas não se iniciaram com a colonização, com as residential schools – internatos para educação de indígenas – ou com a Native American Renaissance. A fim de refletir sobre esse contexto, localizo e relaciono as obras de Tomson Highway – escritor Cree – e Jim Logan – artista plástico Métis – na longa história da narrativa indígena. No segundo capítulo, introduzo o conceito de survivance do escritor Anishinaabe Gerald Vizenor e proponho que tal conceito pode servir de centro para a definição de uma ética e estética indígenas refletidas nas narrativas. Contrasto o referido conceito com alguns termos de teorias ocidentais sobre sobrevivência – experiência, trauma, testemunho – e considero suas limitações para tratar de obras fundadas em outras visões de mundo. Assim, também, busco na especificidade da cultura Anishinaabe o esclarecimento de como a teoria literária de survivance pode ser aplicada às artes visuais e, assim, ampliar o próprio conceito de narrativa. No terceiro capítulo, apresento o debate corrente na crítica indígena e trato de examinar os motivos pelos quais Gerald Vizenor é criticado na crítica nacionalista e explico como seu fazer artístico e crítico pode, de fato, revelar uma identidade Anishinaabe profundamente nacionalista, fundada na tradição. Em seguida, aplico os fundamentos da crítica nacionalista para examinar o romance Kiss of the Fur Queen e pinturas de Jim Logan, a fim de propor interpretações fundadas nas tradições culturais indígenas que foram em grande medida obscurecidas pela aplicação do marco teórico ocidental. Em conclusão, reflito sobre a importância das histórias de Criação, que aparecem como traço em todo o corpus artístico e crítico e proponho que a survivance pode servir de centro para a compreensão dos parâmetros éticos e estéticos que guiam os seus autores. / The aim of this thesis is to revisit an artistic corpus produced in an extremely active historical context in Canadian First Nations Art. After a first wave of political activism in the 1970s, embodied in the Red Power movement and the so-called Native American Renaissance, the late twentieth century gave new momentum to social engagement. Largely driven by the imminence of the 500th anniversary of Columbus' arrival to the Americas, a new generation of First Nation writers and visual artists engaged in revisiting the history leading to that scenario. The publication of their works coincided with a time when postcolonial, poststructuralist and cultural academic studies enjoyed especial popularity. Consequently, they have been extensively analyzed from these perspectives. Especially in the 21st century, an increasing body of criticism by Native American nationalist intellectuals has been published, questioning the implications of notions such as hybridization and postmodern, fragmented identities to assert the specificity of various indigenous peoples and cultures. Furthermore, these authors produce critical work geared to stressing the long history of indigenous intellectual and narratives traditions. Thus, they show that history did not begin with colonization, residential schools, or the Native American Renaissance. In order to reconsider this context, I locate the works of Cree author Tomson Highway and Métis painter Jim Logan in the long history of indigenous narrative. In Chapter 2, I introduce Gerald Vizenor’s concept of survivance and propose it can center an understanding of the ethics and aesthetics in Native American narratives. I confront the concept with key terms in Western theories on survival – namely, experience, trauma, testimony – and ponder on their limitations to study works founded on different worldviews. Thus, I also rely on the specificity of Anishinaabe culture to bridge the application of the literary theory of survivance to the visual arts and ultimately expand the concept of narrative. In Chapter 3, I present the current debate in Native American criticism and examine the reasons why Gerald Vizenor has criticized by nationalist critics. I then seek to expose how his creative and critical works may indeed be reflective of a deeply nationalist Anishinaabe identity, grounded in tradition. Finally, I seek to apply the principles of nationalist criticism to study Tomson Highway’s Kiss of the Fur Queen and paintings by Jim Logan in order to propose interpretations stemming from Native American cultural traditions which have been largely obscured by the application of Western theoretical frameworks. In conclusion, I reflect upon the importance of Creation stories as they appear as traces in the creative and critical corpus of this thesis and propose survivance can center the understanding of the ethical and aesthetic parameters guiding the authors.
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Corpo, sangue e território em Wounmaikat (nossa mãe terra) : uma etnografia sobre violência e mediações de alteridades e sonhos entre os wayuu na Colômbia e na Venezuela

Romero, Fanny Longa January 2010 (has links)
Os wayuu são um povo indígena de família lingüística arawak [arahuaca] que habitam na Península da Guajira, localizada sobre o mar do Caribe no extremo nordeste da Colômbia e na porção norte do extremo ocidental da Venezuela. Esta é uma tese que trata das dinâmicas coletivas e individuais dos wayuu. Eles estão culturalmente informados face à violência de genocídio no marco referencial do conflito interno armado na Colômbia. Sua dinâmica histórica e social tem sido perpassada pelo desdobramento da violência desde o período do contato colonial europeu, até os dias de hoje. Embora essa violência possa entender-se como um programa sistemático e racional de aniquilar as existências subjetivas e sociais do outro, pretendo ampliar essa perspectiva tomando em consideração uma dinâmica móbil e conflitiva de regimes de historicidade que aposta na agência social dos wayuu como sujeitos históricos. Os wayuu constroem, experimentam e significam dinâmicas culturais atreladas à violência de genocídio, mas que são ressemantizadas por eles através do protagonismo de entidades espirituais ativas que perpassam, tanto a vida como a morte enquanto planos contíguos, embora diferenciados, de existência social. Meu argumento é que wounmaikat (a mãe terra) dos wayuu é uma territorialidade física e social que tem como significante o espaço feminino no qual se vinculam as práticas sociais desse povo indígena. As mulheres wayuu constroem e mobilizam simbolicamente os sentidos da violência narrando e ressemantizando seus desdobramentos nos seus corpos e suas ações no palco das suas vidas cotidianas e no espaço público. Nessas ações elas reclamam pela reivindicação de direitos e travam embates com as estruturas políticas do Estado e do Para-estado. Nessa perspectiva são relevantes algumas questões: quais são os horizontes de sentido que mediam a ressignificação do genocídio no contexto social dos wayuu? Como as pessoas compreendem suas experiências individuais e coletivas na (e através) das relações sociais com seres existentes que potencializam também reivindicações por direitos dos wayuu? O que podemos dizer sobre a agência feminina wayuu e de uma etnopolítica em que as mulheres são tão visíveis e tão relevantes em seu protagonismo? Qual é o entendimento da territorialidade significada por eles como wounmaikat (a mãe terra)? Como se constroem as agências etnopolíticas dos movimentos indígenas, no espaço fronteiriço entre a Colômbia e a Venezuela? Para responder a essas questões, essa tese buscou uma aproximação com as lógicas na prática. O trabalho se sustenta em pesquisa etnográfica que tem como suporte metodológico a observação participante, em termos de uma relação de sentido com meus interlocutores wayuu. / The wayuu are an indigenous group of the Arawak linguistic family, and they inhabit the Guajira Peninsula, in northeast Colombia, on the Caribbean Sea, and the Western border of Venezuela. This thesis is about the wayuu´s collective and individual dynamics. They are culturally informed in the face of the genocidal violence contextualized by Colombia´s armed conflict. Their historical and social dynamics has been imbued by the violence that derived from the first contact with the European colonization, all through the present time. In spite of the fact that such violence could be understood as a systematic attempt to destroy the other´s subjective and social existence, I hereby intend to widen this perspective by taking into account a mobile and conflictive dynamics of historicity regimes that relies on the wayuu´s social agency as historical subjects. The wayuu build experience and signify their cultural dynamics related to genocidal violence. They confer such dynamics new meanings through the interference of active spiritual entities that impinge both on life and death as two continuous, though separate, realms of social life. I defend that wounmaikat (mother earth) is a physical and social place whose significant is the feminine space in which their social practices interlink. The wayuu women symbolically construct and mobilize the significance of violence by narrating and resignifying this violence, in the context of their daily lives and in the public sphere. In doing so, they claim for their rights and engage in political struggles against the State and the Para-State. In such context, some questions become relevant: what are the horizons of significance that mediate the resignification of genocide in their social life? How do these people understand their collective and individual experiences in the (and through) their social relations with existing beings that also enhance the wayuu´s claims for rights? What could be said about the wayuu´s feminine agency and about the ethnopolitics in which women are so relevant and visible? How do they understand territoriality, signified by them as wounmaikat? How are the ethnopolitics agency of the indigenous movements constructed in the border region of Colombia and Venezuela? In order to answer these questions, I have tried, in this thesis, an approach with the logics of practice. This paper is based on the ethnographic research, with participant observation as a technique, in the search of a relation of significance with my wayuu interlocutors.
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Entre os seus e os outros : horizonte, mobilidade e cosmopolítica guarani

Pradella, Luiz Gustavo Souza January 2009 (has links)
Com base em cinco anos de etnografia junto aos grupos guarani, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul e em diálogo com a bibliografia etnológica, esta dissertação versa sobre a mobilidade entre os coletivos guarani. Metodologicamente, a pesquisa na qual ela se baseia interage com a proposta de uma antropologia de rotas, em detrimento ao localismo de uma antropologia de campo. Com o objetivo de compreender os diferentes aspectos do caminhar, são adotados distintos prismas teóricos sob os quais este fenômeno é analisado. Imbricada na cosmopolítica destes grupos, a mobilidade encontra-se intrinsecamente relacionada às aproximações e afastamentos nas relações com as alteridades, sejam estas humanas ou extrahumanas. A mobilidade possui também grande peso nas concepções e cuidados em torno da pessoa divídua que caminha e, igualmente, se constitui na busca pelo estado de perfeição (aguyjê) e/ou pela terra sem males (yvy maraëy). Encontra-se, portanto, estreitamente relacionada ao xamanismo, em seus mais diversos aspectos, permeia o modo de ser e a visão de mundo destas coletividades. / Based on five years of ethnography with the guarani groups in the Brazilian state of Rio Grande do Sul and in dialogue with the ethnological literature, this dissertation is about the guarani's mobility. Methodologically, the research interacts with the proposal originated in an route's anthropology rather than a field's anthropology. Aiming to understand the different aspects of walking, we adopt different theoretical prisms under which this phenomenon is analyzed. Imbricated in these group's cosmopolitics, the mobility is intrinsically related to the removals and approaches in relations with otherness, whether human or extra-human. Mobility also has great influence on construction and care of the dividuals person in movement, and also is the quest for the condition of perfection (aguyjê) and/or the "land without evil" (yvy maraëy). It is therefore closely related to shamanism, in its several aspects, permeates the way of being and world view of these communities.
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Corpo, sangue e território em Wounmaikat (nossa mãe terra) : uma etnografia sobre violência e mediações de alteridades e sonhos entre os wayuu na Colômbia e na Venezuela

Romero, Fanny Longa January 2010 (has links)
Os wayuu são um povo indígena de família lingüística arawak [arahuaca] que habitam na Península da Guajira, localizada sobre o mar do Caribe no extremo nordeste da Colômbia e na porção norte do extremo ocidental da Venezuela. Esta é uma tese que trata das dinâmicas coletivas e individuais dos wayuu. Eles estão culturalmente informados face à violência de genocídio no marco referencial do conflito interno armado na Colômbia. Sua dinâmica histórica e social tem sido perpassada pelo desdobramento da violência desde o período do contato colonial europeu, até os dias de hoje. Embora essa violência possa entender-se como um programa sistemático e racional de aniquilar as existências subjetivas e sociais do outro, pretendo ampliar essa perspectiva tomando em consideração uma dinâmica móbil e conflitiva de regimes de historicidade que aposta na agência social dos wayuu como sujeitos históricos. Os wayuu constroem, experimentam e significam dinâmicas culturais atreladas à violência de genocídio, mas que são ressemantizadas por eles através do protagonismo de entidades espirituais ativas que perpassam, tanto a vida como a morte enquanto planos contíguos, embora diferenciados, de existência social. Meu argumento é que wounmaikat (a mãe terra) dos wayuu é uma territorialidade física e social que tem como significante o espaço feminino no qual se vinculam as práticas sociais desse povo indígena. As mulheres wayuu constroem e mobilizam simbolicamente os sentidos da violência narrando e ressemantizando seus desdobramentos nos seus corpos e suas ações no palco das suas vidas cotidianas e no espaço público. Nessas ações elas reclamam pela reivindicação de direitos e travam embates com as estruturas políticas do Estado e do Para-estado. Nessa perspectiva são relevantes algumas questões: quais são os horizontes de sentido que mediam a ressignificação do genocídio no contexto social dos wayuu? Como as pessoas compreendem suas experiências individuais e coletivas na (e através) das relações sociais com seres existentes que potencializam também reivindicações por direitos dos wayuu? O que podemos dizer sobre a agência feminina wayuu e de uma etnopolítica em que as mulheres são tão visíveis e tão relevantes em seu protagonismo? Qual é o entendimento da territorialidade significada por eles como wounmaikat (a mãe terra)? Como se constroem as agências etnopolíticas dos movimentos indígenas, no espaço fronteiriço entre a Colômbia e a Venezuela? Para responder a essas questões, essa tese buscou uma aproximação com as lógicas na prática. O trabalho se sustenta em pesquisa etnográfica que tem como suporte metodológico a observação participante, em termos de uma relação de sentido com meus interlocutores wayuu. / The wayuu are an indigenous group of the Arawak linguistic family, and they inhabit the Guajira Peninsula, in northeast Colombia, on the Caribbean Sea, and the Western border of Venezuela. This thesis is about the wayuu´s collective and individual dynamics. They are culturally informed in the face of the genocidal violence contextualized by Colombia´s armed conflict. Their historical and social dynamics has been imbued by the violence that derived from the first contact with the European colonization, all through the present time. In spite of the fact that such violence could be understood as a systematic attempt to destroy the other´s subjective and social existence, I hereby intend to widen this perspective by taking into account a mobile and conflictive dynamics of historicity regimes that relies on the wayuu´s social agency as historical subjects. The wayuu build experience and signify their cultural dynamics related to genocidal violence. They confer such dynamics new meanings through the interference of active spiritual entities that impinge both on life and death as two continuous, though separate, realms of social life. I defend that wounmaikat (mother earth) is a physical and social place whose significant is the feminine space in which their social practices interlink. The wayuu women symbolically construct and mobilize the significance of violence by narrating and resignifying this violence, in the context of their daily lives and in the public sphere. In doing so, they claim for their rights and engage in political struggles against the State and the Para-State. In such context, some questions become relevant: what are the horizons of significance that mediate the resignification of genocide in their social life? How do these people understand their collective and individual experiences in the (and through) their social relations with existing beings that also enhance the wayuu´s claims for rights? What could be said about the wayuu´s feminine agency and about the ethnopolitics in which women are so relevant and visible? How do they understand territoriality, signified by them as wounmaikat? How are the ethnopolitics agency of the indigenous movements constructed in the border region of Colombia and Venezuela? In order to answer these questions, I have tried, in this thesis, an approach with the logics of practice. This paper is based on the ethnographic research, with participant observation as a technique, in the search of a relation of significance with my wayuu interlocutors.
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Ação comunicativa & educação indígena intercultural e emancipatória : encontro entre dois mundos possíveis? / Acción comunicativa y la educación indígena intercultural y emancipadora: ¿encuentro entre dos mundos posibles?

Travessini, Neodir Paulo January 2011 (has links)
Nossa pretensão nesta tese consiste em melhor compreender as complexas interações interétnicas estabelecidas entre sujeitos/atores sociais vinculados a tradições socioculturais distintas: a modernidade com sua razão instrumental, e, seus imperativos sistêmicos que lhes são inerentes, em sua interação dialética com o mundo da vida indígena. Assim, se faz mister a apropriação do conceito de educação intercultural e emancipatória que desempenha a tarefa de mediadora das interações interétnicas, na medida em que prepara estes sujeitos/atores do ponto de vista da competência comunicativa com vistas a possibilitar o entendimento intersubjetivo, capacitando-os em termos da necessária autonomia para que estejam habilitados a explicitar o seu entendimento acerca de uma vida boa, calcada nos princípios da justiça e da felicidade. Nesse sentido, a Teoria da Ação Comunicativa habermasiana se nos apresenta como uma das mais profícuas abordagens com vistas a melhor compreender a temática da educação indígena, na medida em que o autor promove uma mudança paradigmática no contexto do pensamento filosófico: ele desloca a abordagem filosófica de uma posição transcendental metafísica para o contexto pragmático da filosofia da linguagem. Para melhor compreender o problema, educação indígena, no contexto de fricção e, fundamentalmente, de comunicação entre a cultura dos povos indígenas do Brasil e a cultura da modernidade, há que se recorrer ao conceito de tempo com vistas a situar as relações interétnicas em uma dimensão de ordem temporal: contexto em que somente se exige a durabilidade do processo comunicativo como o único fator de medição temporal. Daí que importa explicitar a ação comunicativa como a estratégia de ação mais adequada para contemplar as pretensões de validade de todos os concernidos no processo ensino aprendizagem. Para cumprir com tal exigência há que se estabelecerem fortes vínculos entre um projeto étnico-político educacional com os pressupostos da racionalidade comunicativa, de modo a garantir que nenhuma dimensão do mundo da vida indígena será lesada, respeitando assim o viver ameríndio em sua íntima interação com a natureza. / Nuestra pretensión en esta tesis es la explicitación de las complejas interacciones interétnicas establecidas entre los sujetos y actores sociales vinculados a las tradiciones socio-culturales diferentes: la modernidad con su razón instrumental y sus imperativos sistémicos, que son inherentes, en su interacción dialéctica con el mundo de la vida de los índios. Por lo tanto, es necesaria la apropriación del concepto de la educación intercultural y emancipatoria, que realiza la tarea de mediar las interacciones interétnicas, en la medida en que prepara a estos sujetos y actores desde el punto de vista de la competencia comunicativa a fin de que el entendimiento intersubjetivo se haga posible, dándoles el poder en términos de la autonomía necesaria para ser capaces de explicar su comprensión de una buena vida, basada en los principios de la justicia y de la felicidad. En este sentido, la Teoría de la Acción Comunicativa de Habermas se nos presenta como uno de los métodos más fructíferos para comprender mejor el tema de la educación indígena, en la medida en que el autor promueve un cambio metodológico en el sistema del pensamiento filosófico: el cambia el enfoque filosófico desde una posición metafísica trascendental para el contexto pragmático de la filosofía del linguaje. Para entender mejor el problema, educación indígena, en el contexto de la fricción y, sobre todo, de la comunicación entre la cultura de los pueblos indígenas de Brasil y la cultura de la modernidad, tenemos que recurrir al concepto de tiempo con el fin de situar las relaciones interétnicas en la dimensión del orden temporal: contexto en el que se requiere la durabilidad del proceso comunicativo como el único factor de medición temporal. Por lo tanto, tenemos que explicitar la acción comunicativa como la estrategia de acción más adecuada para contemplar las pretensiones de validez de todos los involucrados del proceso de enseñanza-aprendizaje. Para cumplir con tal exigencia a que se establecen fuertes vínculos entre un proyecto étnico-político educacional con los presupuestos de la racionalidad comunicativa, de modo a garantizar que ninguna dimensión del mundo de la vida indígena sea herida, respetando así el vivir indígena en su íntima interación con la naturaleza.
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A lei n° 11.645 /08 e a inclusão obrigatória da história e cultura indígena no currículo oficial: emergências e ausências no município de Marcação-Paraíba

Lopes, Dougllas Pierre Justino da Silva 22 June 2016 (has links)
Submitted by Cristhiane Guerra (cristhiane.guerra@gmail.com) on 2017-01-05T14:22:42Z No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 4487533 bytes, checksum: 7b5eff1f89b57e8b6c7f225020c29ec4 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-01-05T14:22:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 4487533 bytes, checksum: 7b5eff1f89b57e8b6c7f225020c29ec4 (MD5) Previous issue date: 2016-06-22 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This research focuses on curriculum and indigenous education, with reference to Law No. 11,645 / 08, which regulates the inclusion, on a mandatory basis, the official curriculum, history and african-Brazilian and indigenous culture. The previous law, Law No. 10.639 / 2003, expresses undeniably a milestone in discussions on cultural diversity in Brazil and the need for its recognition in the school curriculum. It is understood that the inclusion of history and African culture, object of Law No. 10.639 / 2003, articulates a guided society project in recognition and appreciation of the socio-cultural diversity inherent in the formation of the Brazilian people. Thus it deserves to be widely discussed in different socio-educational spaces, particularly at school. It is emphasized that this law, in 2008, undergoes changes in its text, with the publication of Law No. 11,645, which also includes the obligation of indigenous socio-cultural studies in the curriculum of basic education in Brazilian schools. It is noteworthy that, this research focuses on the inclusion of history and indigenous culture in the official curriculum, with the empirical field an indigenous school in the city marking / Paraíba / Brazil. It examines also official documents, such as curriculum guidelines (national, state and municipal), the Law of Guidelines and Bases of Education, LDB No. 9.394 / 96, the current National Education Plan, approved in July 2014 and national and international documents that deal with the human rights of indigenous peoples, here new according to their ethnic groups, in contrast to the Eurocentric nomenclature. The empirical study was conducted in a village that has an indigenous municipal school located in Dial municipality in the state of Paraiba, distant 66 km of the capital Joao Pessoa, North Coast direction. With investments in ethnographic daily, on-site observations were made. In the course of this investigation, the experiences were mapped facing this inclusion, the regulation of the law in question object as well as the difficulties and advances presented in the curriculum in relation to indigenous education, with investments in the theoretical perspective of Boaventura de Sousa Santos , focused on analytical categories: knowledge of ecology, sociology of absences and emergencies and the translation work. The proposal is to understand the local dynamics of the indigenous school, focusing on curriculum, realizing the Law No. 11,645 / 08 can be contemplated in practice, engendering possible ways for better implementation in the curriculum of the field of cultural studies and history of indigenous peoples in Brazil. / A presente pesquisa focaliza o currículo e a educação indígena, tendo como referência a Lei nº 11.645/08, que regulamenta a inserção, de forma obrigatória, no currículo oficial, da História e cultura afro-brasileira e indígena. A lei anterior, Lei nº 10.639/2003, expressa, inegavelmente, um marco nas discussões sobre a diversidade cultural no Brasil e a necessidade de seu reconhecimento no currículo escolar. Compreende-se que a inclusão da História e cultura africana, objeto da Lei nº 10.639/2003, articula-se a um projeto de sociedade pautado no reconhecimento e valorização da diversidade sociocultural inerente à formação do povo brasileiro. Assim, merece ser amplamente discutida nos diferentes espaços sócio-educativos, com destaque à escola. Ressalta-se que a referida Lei, em 2008, sofre modificações em seu texto, com a publicação da Lei nº 11.645, a qual inclui, também, a obrigatoriedade dos estudos sócio-culturais indígenas nos currículos do ensino básico das escolas brasileiras. Destaca-se que, nesta investigação, focaliza-se a inclusão da História e cultura indígena no currículo oficial, tendo como campo empírico uma escola indígena no município de Marcação/Paraíba/Brasil. Examina-se, também, documentos oficiais, como os parâmetros curriculares (nacional, estadual e municipal), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB nº 9.394/96, o atual Plano Nacional de Educação, aprovado em julho de 2014, e documentos nacionais e internacionais que versam sobre os direitos humanos dos povos indígenas, aqui reconceptualizados segundo as suas etnias, contrapondo-se à nomenclatura eurocêntrica. O estudo empírico foi realizado em uma aldeia que possui uma escola municipal indígena, localizada no município de Marcação no Estado da Paraíba, distante 66 quilômetros da capital João Pessoa, sentido Litoral Norte. Com aporte em diário etnográfico, foram realizadas observações in loco. No percurso desta investigação, foram mapeadas as experiências voltadas para essa inclusão, objeto da regulação da lei em análise, bem como as dificuldades e os avanços apresentados na estrutura curricular, em relação à educação indígena, com aporte na perspectiva teórica de Boaventura de Sousa Santos, focalizada nas categorias analíticas: ecologia de saberes, sociologia das ausências e das emergências e o trabalho de tradução. A proposta é compreender a dinâmica local da escola indígena, com foco no currículo, percebendo se a Lei nº 11.645/08 consegue ser contemplada na prática, engendrando possíveis caminhos para uma melhor implementação, no campo do currículo, dos estudos da cultura e história dos povos indígenas no Brasil.
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Ética e estética de survivance na literatura e nas artes visuais indígenas contemporâneas do Canadá

Westphalen, Flávia Carpes January 2013 (has links)
O objetivo desta tese é retornar a um corpus artístico produzido em um contexto histórico extremamente ativo nas artes indígenas canadenses. Depois de uma primeira onda de ativismo político nos anos 1970, incorporada no movimento Red Power e na literatura da chamada Native American Renaissance, o final do século XX constituiu-se em um novo contexto de mobilização. Em grande medida impulsionada pela proximidade do aniversário de 500 anos da chegada de Colombo às Américas, uma nova geração de escritores e artistas visuais indígenas se engajou em reexaminar a história que levou a tal contexto. A publicação de suas obras coincidiu com um momento de extrema popularidade de estudos acadêmicos póscoloniais, pós-estruturalistas e focados em cultura e, consequentemente, foi extensamente analisada dessas perspectivas. Especialmente desde o início do século XXI, passaram a ser publicadas obras críticas de intelectuais indigenas nacionalistas, que se opõem a noções como hibridação e identidades fragmentadas para afirmar a especificidade dos diversos povos e culturas indígenas. Além disso, esses autores dedicam-se a produzir uma obra crítica engajada em refletir a longa história das tradições intelectuais e narrativas indigena, evidenciando que estas não se iniciaram com a colonização, com as residential schools – internatos para educação de indígenas – ou com a Native American Renaissance. A fim de refletir sobre esse contexto, localizo e relaciono as obras de Tomson Highway – escritor Cree – e Jim Logan – artista plástico Métis – na longa história da narrativa indígena. No segundo capítulo, introduzo o conceito de survivance do escritor Anishinaabe Gerald Vizenor e proponho que tal conceito pode servir de centro para a definição de uma ética e estética indígenas refletidas nas narrativas. Contrasto o referido conceito com alguns termos de teorias ocidentais sobre sobrevivência – experiência, trauma, testemunho – e considero suas limitações para tratar de obras fundadas em outras visões de mundo. Assim, também, busco na especificidade da cultura Anishinaabe o esclarecimento de como a teoria literária de survivance pode ser aplicada às artes visuais e, assim, ampliar o próprio conceito de narrativa. No terceiro capítulo, apresento o debate corrente na crítica indígena e trato de examinar os motivos pelos quais Gerald Vizenor é criticado na crítica nacionalista e explico como seu fazer artístico e crítico pode, de fato, revelar uma identidade Anishinaabe profundamente nacionalista, fundada na tradição. Em seguida, aplico os fundamentos da crítica nacionalista para examinar o romance Kiss of the Fur Queen e pinturas de Jim Logan, a fim de propor interpretações fundadas nas tradições culturais indígenas que foram em grande medida obscurecidas pela aplicação do marco teórico ocidental. Em conclusão, reflito sobre a importância das histórias de Criação, que aparecem como traço em todo o corpus artístico e crítico e proponho que a survivance pode servir de centro para a compreensão dos parâmetros éticos e estéticos que guiam os seus autores. / The aim of this thesis is to revisit an artistic corpus produced in an extremely active historical context in Canadian First Nations Art. After a first wave of political activism in the 1970s, embodied in the Red Power movement and the so-called Native American Renaissance, the late twentieth century gave new momentum to social engagement. Largely driven by the imminence of the 500th anniversary of Columbus' arrival to the Americas, a new generation of First Nation writers and visual artists engaged in revisiting the history leading to that scenario. The publication of their works coincided with a time when postcolonial, poststructuralist and cultural academic studies enjoyed especial popularity. Consequently, they have been extensively analyzed from these perspectives. Especially in the 21st century, an increasing body of criticism by Native American nationalist intellectuals has been published, questioning the implications of notions such as hybridization and postmodern, fragmented identities to assert the specificity of various indigenous peoples and cultures. Furthermore, these authors produce critical work geared to stressing the long history of indigenous intellectual and narratives traditions. Thus, they show that history did not begin with colonization, residential schools, or the Native American Renaissance. In order to reconsider this context, I locate the works of Cree author Tomson Highway and Métis painter Jim Logan in the long history of indigenous narrative. In Chapter 2, I introduce Gerald Vizenor’s concept of survivance and propose it can center an understanding of the ethics and aesthetics in Native American narratives. I confront the concept with key terms in Western theories on survival – namely, experience, trauma, testimony – and ponder on their limitations to study works founded on different worldviews. Thus, I also rely on the specificity of Anishinaabe culture to bridge the application of the literary theory of survivance to the visual arts and ultimately expand the concept of narrative. In Chapter 3, I present the current debate in Native American criticism and examine the reasons why Gerald Vizenor has criticized by nationalist critics. I then seek to expose how his creative and critical works may indeed be reflective of a deeply nationalist Anishinaabe identity, grounded in tradition. Finally, I seek to apply the principles of nationalist criticism to study Tomson Highway’s Kiss of the Fur Queen and paintings by Jim Logan in order to propose interpretations stemming from Native American cultural traditions which have been largely obscured by the application of Western theoretical frameworks. In conclusion, I reflect upon the importance of Creation stories as they appear as traces in the creative and critical corpus of this thesis and propose survivance can center the understanding of the ethical and aesthetic parameters guiding the authors.
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Corporalidades kanhgág : as relações de pessoa e corpo no tempo e espaço kanhgág

Eltz, Diego Duarte January 2011 (has links)
Esta dissertação é fruto de um estudo etnográfico de aproximadamente três anos e meio de pesquisa com lideranças indígenas kanhgág no Rio Grande do Sul, estado mais ao sul do Brasil. Baseado em análise de rede de relações sociais, nós estudamos as relações diádicas entre humanos e não humanos e clusters de rede que compõem a cosmopolítica kanhgág. Com o intuito de compreender estas relações nos apoiamos em teorias antropológicas consistentes com o estudo de corporalidades Ameríndias. Estas referências nos permitem analisar as relações políticas, alianças, guerra, parentesco, saúde e infortúnios, tomando o corpo não como uma experiência infra-sociológica. O corpo, nesta etnografia, se apresenta como um microcosmo social no qual a agência do conhecimento e das práticas xamânicas são experienciadas, sendo estas referenciadas nas noções de tempo e espaço kanhgág. No conjunto destas relações, encontramos os principais mediadores entre o cosmos, humanos e não humanos caracterizados a partir das corporalidades dos pã’i (lideranças), kujá (xamãs curadores) e pëj (guardadores dos mortos). / This dissertation is the result of a three and a half year long ethnographic study about indigenous kanhgág leaders, in Rio Grande do Sul, the southernmost state of Brazil. Based on social network analysis we looked into the dyadic relations between humans and non humans and network clusters that make up the kanhgág cosmopolitics. In order to understand these relations we rely on anthropological theories consistent with studies of Amerindian corporalities. These references allow us to analyze political relations, alliances, war, kinship, health and misfortune taking the body not as an infra-sociologic experience. The body, in this ethnography, presents itself as a social microcosm where the agency of shamanic knowledge and practices are experienced, and refer to specific notions of kanhgág time and space. Among these relations, we find leading mediators, intermediaries between the cosmos, humans and non humans, embodied in the pã’i (leaders) the shamans (spiritual healers) and the pëj (dead keepers).
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Ação comunicativa & educação indígena intercultural e emancipatória : encontro entre dois mundos possíveis? / Acción comunicativa y la educación indígena intercultural y emancipadora: ¿encuentro entre dos mundos posibles?

Travessini, Neodir Paulo January 2011 (has links)
Nossa pretensão nesta tese consiste em melhor compreender as complexas interações interétnicas estabelecidas entre sujeitos/atores sociais vinculados a tradições socioculturais distintas: a modernidade com sua razão instrumental, e, seus imperativos sistêmicos que lhes são inerentes, em sua interação dialética com o mundo da vida indígena. Assim, se faz mister a apropriação do conceito de educação intercultural e emancipatória que desempenha a tarefa de mediadora das interações interétnicas, na medida em que prepara estes sujeitos/atores do ponto de vista da competência comunicativa com vistas a possibilitar o entendimento intersubjetivo, capacitando-os em termos da necessária autonomia para que estejam habilitados a explicitar o seu entendimento acerca de uma vida boa, calcada nos princípios da justiça e da felicidade. Nesse sentido, a Teoria da Ação Comunicativa habermasiana se nos apresenta como uma das mais profícuas abordagens com vistas a melhor compreender a temática da educação indígena, na medida em que o autor promove uma mudança paradigmática no contexto do pensamento filosófico: ele desloca a abordagem filosófica de uma posição transcendental metafísica para o contexto pragmático da filosofia da linguagem. Para melhor compreender o problema, educação indígena, no contexto de fricção e, fundamentalmente, de comunicação entre a cultura dos povos indígenas do Brasil e a cultura da modernidade, há que se recorrer ao conceito de tempo com vistas a situar as relações interétnicas em uma dimensão de ordem temporal: contexto em que somente se exige a durabilidade do processo comunicativo como o único fator de medição temporal. Daí que importa explicitar a ação comunicativa como a estratégia de ação mais adequada para contemplar as pretensões de validade de todos os concernidos no processo ensino aprendizagem. Para cumprir com tal exigência há que se estabelecerem fortes vínculos entre um projeto étnico-político educacional com os pressupostos da racionalidade comunicativa, de modo a garantir que nenhuma dimensão do mundo da vida indígena será lesada, respeitando assim o viver ameríndio em sua íntima interação com a natureza. / Nuestra pretensión en esta tesis es la explicitación de las complejas interacciones interétnicas establecidas entre los sujetos y actores sociales vinculados a las tradiciones socio-culturales diferentes: la modernidad con su razón instrumental y sus imperativos sistémicos, que son inherentes, en su interacción dialéctica con el mundo de la vida de los índios. Por lo tanto, es necesaria la apropriación del concepto de la educación intercultural y emancipatoria, que realiza la tarea de mediar las interacciones interétnicas, en la medida en que prepara a estos sujetos y actores desde el punto de vista de la competencia comunicativa a fin de que el entendimiento intersubjetivo se haga posible, dándoles el poder en términos de la autonomía necesaria para ser capaces de explicar su comprensión de una buena vida, basada en los principios de la justicia y de la felicidad. En este sentido, la Teoría de la Acción Comunicativa de Habermas se nos presenta como uno de los métodos más fructíferos para comprender mejor el tema de la educación indígena, en la medida en que el autor promueve un cambio metodológico en el sistema del pensamiento filosófico: el cambia el enfoque filosófico desde una posición metafísica trascendental para el contexto pragmático de la filosofía del linguaje. Para entender mejor el problema, educación indígena, en el contexto de la fricción y, sobre todo, de la comunicación entre la cultura de los pueblos indígenas de Brasil y la cultura de la modernidad, tenemos que recurrir al concepto de tiempo con el fin de situar las relaciones interétnicas en la dimensión del orden temporal: contexto en el que se requiere la durabilidad del proceso comunicativo como el único factor de medición temporal. Por lo tanto, tenemos que explicitar la acción comunicativa como la estrategia de acción más adecuada para contemplar las pretensiones de validez de todos los involucrados del proceso de enseñanza-aprendizaje. Para cumplir con tal exigencia a que se establecen fuertes vínculos entre un proyecto étnico-político educacional con los presupuestos de la racionalidad comunicativa, de modo a garantizar que ninguna dimensión del mundo de la vida indígena sea herida, respetando así el vivir indígena en su íntima interación con la naturaleza.

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