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Movimentos do real : a autonímia na escrita coletiva de textos no computadorHartmann, Fernando January 2003 (has links)
Este trabalho é sobre produção de sentidos. Seu propósito está relacionado à investigação das relações do sujeito com a linguagem na sua forma de escrita alfabética no processo de produção textual escolar. O fato de ocorrer a partir da análise de falas de crianças ao escreverem coletivamente histórias no computador possui dois objetivos; de um lado, interrogar sobre a representação do sujeito no texto e, de outro, questionar a utilização do computador nas escolas como uma nova tecnologia da escrita. Para que fosse possível dar alguma visibilidade ao processo de produção textual e não restringir-se apenas ao produto final, quer dizer à história pronta, optou-se por uma metodologia que permitisse algum tipo de acesso ao modo como a criança produzia o texto. Uma solução viável foi encontrada na gravação das situações interativas de conversação, em que cada grupo de alunos estaria produzindo sua história no computador. Esta gravação tornou-se o material a ser analisado. O referencial teórico está fundamentado na psicanálise, a partir de Jacques Lacan, na lingüística enunciativa, representada por Jaqueline Authier-Revuz e na análise de discurso inaugurada por Michel Pêcheux. Seguindo estas teorias, analisamos o sujeito da enunciação e o inconsciente enquanto discurso do Outro. A análise buscou a indicação de autonímias, onde destacam-se as “não-coincidências do dizer”, termo cunhado por Authier-Revuz para explicitar a presença do outro na constituição do discurso. A partir da análise apontamos para o sujeito como um efeito de leitura do discurso do Outro, um acontecimento que reconfigura a estrutura. Disso segue que todo discurso parte de uma escrita, pois se abre à leitura. Também apontamos para a escrita como a presentificação da diferença. Neste sentido postulamos que a autonímia é constitutiva do discurso pedagógico no que se refere à aprendizagem da língua escrita. Ela é um recurso necessário ao alfabeto. Sem a possibilidade da autonímia seria impossível o ensino da língua.. A partir destes resultados temos indícios que confirmam a hipótese de que o computador é uma nova tecnologia da escrita, assim como foram uma vez o papiro, o alfabeto, a imprensa. De certo modo a questão do sujeito e da linguagem ainda é a mesma, ou seja, diante do real o que o sujeito demanda é que ele seja representável. A forma que esta representação vai tomar depende dos discursos em questão.
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O bom professor deve... : os discursos dos concursos públicos para professores e professoras da educação básicaCarossi, Michele January 2009 (has links)
A Dissertação de Mestrado utiliza tanto as teorizações vinculadas aos Estudos Culturais quanto os estudos desenvolvidos a partir da ótica foucaultiana, com o objetivo de investigar como a docência é representada nos discursos circulantes em questões dos concursos públicos para o magistério brasileiro. Pretende, também, analisar como devem ser o professor e a professora – características, atitudes e ações – conforme os regimes de verdade embutidos nesses concursos. Para tanto, foram analisadas 226 questões de concursos para o magistério da Educação Básica, perfazendo o total de 106 diferentes concursos, nos âmbitos federal (3), estadual (21) e municipal (82) de todo o Brasil, no período de 2004 a 2008. As análises voltadas para a articulação entre os discursos impressos nas questões e os objetivos propostos pela Dissertação evidenciaram: 1) a presença de determinado conjunto de expressões e verbos que designam ações que devem ou não devem fazer parte da prática docente, regrando a conduta de professores e professoras; 2) a recorrência dos discursos pedagógicos produzidos pelo Construtivismo, pela Teoria Crítica e pela noção de Competências, constituindo saberes necessários ao trabalho docente e ao regularem o comportamento de educadores e educadoras; 3) a frequente utilização de alguns autores brasileiros e estrangeiros na composição das questões, como Jean Piaget, Lev Semionovitch Vygotsky, Paulo Freire e Philippe Perrenoud, articulados aos discursos pedagógicos dominantes, ao lado de uma grande dispersão de alusão a outros autores; 4) a predominância do uso do masculino gramatical genérico em relação ao gênero feminino na formulação das questões dos concursos. / This thesis uses both theories related to Cultural Studies and studies developed from Foucaults perspective, and its aim is to investigate how teaching is represented in current discourses in matters of public competition exam for Brazilian teaching. It also intends to analyze how teachers should be characteristics, attitudes and actions according to truth regimes present in these exams. In order to do this, 226 questions of Brazilian Elementary Education exam were analyzed, totaling 126 different competition exams at federal (3), state (21) and municipal (82) levels from all over Brazil from 2004 to 2008. The analyses focused on the relation between the speeches present in the questions and the goals proposed by this thesis showed: 1) the presence of a particular set of expressions and verbs that describe actions that should or not be part f the teaching practice and that rule teachers conduct; 2) the recurrence of pedagogical discourses produced by Construtivism, Critical theory and the notion of competence, which produces the knowledge required in a teaching practice and which regulate educators behavior; 3) the frequent use of some Brazilian and foreign authors for elaborating theses questions, such as Jean Piaget, Lev Semionovitch Vygotsky, Paulo Freire and Philippe Perrenoud, articulated to the dominant pedagogical discourses, along with a large dispersion of allusion to other authors; 4) the prevalence of masculine generic grammatical use in relation to the feminin one in the formulation of exam questions.
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A REPRESENTAÇÃO E O DISCURSO PEDAGÓGICOSilva, Darto Vicente da 02 September 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-09-02 / This work has objective to investigate the functioning of the languagem of the
pedagogical speech of aproach form of the representation. Languagem where sign if
unfold in another one and, therefore, produces conceptual structure: infantil word,
spontaneous learning, freedom of the child, the pupil as producing or as that one that
reconstructs its proper knowledge, eaness and spontaneous of the knowledge,
transformation of the reality, the pupil and its cultural luggage, significant learning
and many other concepts that function in the pedagogical speech as separate
representation of the things; and explains the linking of sign what it means not for the
proper things, or what happens inside of the school, but for the representation. The
language as pure representation was the disposal or the form of functioning of the
language in centuries XVII and XVIII. In this disposal, it is the representation that if
uncurls and if unfolds in a sequence of verbal signs destitute of any empirical
elements. It was in this direction that madness, the ilness and the man funcioned
during the classic period and, that its way, the concepts of the pedagogical speech
infantile word, spontaneous learning and child also functions. To demonstrate this
proximity of the pedagogical speech with the languagem as pure representation, the
study it was marked out with buoys in archaeological research carried through by
Foucault and, primarily, in the texts that turn on the pedagogical trends of the new
school and the progressive. / Este trabalho tem como objetivo investigar o funcionamento da linguagem do
discurso pedagógico de forma aproximada à representação. Linguagem em que um
signo se desdobra em outro indefinidamente e, por isso mesmo, engendra uma
estrutura conceitual: mundo infantil, aprendizagem espontânea, liberdade da criança,
o aluno como produtor ou como aquele que reconstrói seu próprio conhecimento,
facilidade e espontaneidade do conhecimento, transformação da realidade, o aluno e
sua bagagem cultural, aprendizagem significativa e muitos outros conceitos que
funcionam no discurso pedagógico como representação separada das coisas;
conceitos cujos significados não são extraídos das coisas, e explica a ligação de um
signo ao que ele significa não pelas próprias coisas, ou pelo que acontece dentro da
escola, mas pela representação. A linguagem como pura representação foi a
disposição ou a forma de funcionamento da linguagem nos séculos XVII e XVIII.
Nesta disposição, ela é a representação que se desenrola e se desdobra numa
seqüência de signos verbais destituídos de quaisquer elementos empíricos. Foi
nessa direção que a loucura, a doença e o homem funcionaram durante o período
clássico e, que ao seu modo, os conceitos do discurso pedagógico mundo infantil,
aprendizagem espontânea e criança também funcionam. Para demonstrar essa
proximidade do discurso pedagógico com a linguagem como pura representação, o
estudo balizou-se em pesquisas arqueológicas realizadas por Foucault e,
principalmente, nos textos que versam sobre as tendências pedagógicas da nova
escola e da progressista.
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Sobre uma especificidade do ensino da psicanálise na universidade: a formação de educadores / About a specific nature of education on psychoanalysis in the university: the teacher´s educationMonteiro, Elisabete Aparecida 02 August 2005 (has links)
A certeza da existência de um domínio que garanta o bem fazer, apoiada na lógica do discurso universitário, caracteriza a pretensa Pedagogia Científica da atualidade. A demanda pelas teorias psicológicas (especialmente, as do desenvolvimento), o professor reflexivo (racional e explicativo) e o espaço conferido aos recursos tecnológicos vêm servir à lógica que anima o discurso pedagógico. A maneira de a pedagogia compreender a educação, como aplicação dos princípios científicos que permitem o controle da aprendizagem, observa um racionalismo-cientificista, resistente à idéia de não saber inerente à relação do sujeito com o desejo, noção revelada pela psicanálise. A resistência à aceitação dessa impossibilidade por parte daqueles impregnados do discurso pedagógico, bem como de um grupo maior de racionalistas-cientificistas, é explicada no fato de que o desejo sempre se revela après coup, então, reclama a renúncia à ideia clássica de controle e previsão. O problema da Educação passa pela palavra e pelo fato de que o sujeito (falante ou ouvinte) está, por princípio, implicado em todo ato. A verdade da palavra, então, permite compreender a natureza da impossibilidade estrutural que a psicanálise descortina. Ela se relaciona com uma realidade inequívoca: a fala mediada pelo Outro. Portanto, em última instância, é o desejo que fala. Em linhas gerais, os educadores devem extrair, essencialmente, duas contribuições da experiência com a teoria freudiana, sendo que a primeira abre caminho para a segunda: o conhecimento da constituição infantil e sobre si mesmos. No entanto, perseguindo uma relação de causalidade entre os meios pedagógicos utilizados e a previsão dos resultados, a pedagogia mantém-se resistente à noção de que o inconsciente possui um peso maior do que as intenções conscientes do educador. A psicanálise possibilita compreender que sustentar a transmissão significa suportar, subjetivamente, a angústia de uma posição discursiva que 7 exige a renúncia da onipotência narcísica e dos ideais de grandeza e de perfeição. Por isso, em oposição aos métodos (ao padrão), pode-se refletir sobre a questão do estilo na tarefa de cada educador. O discurso pedagógico mantém a instituição educativa suspensa na ilusão. Seria necessário, portanto, renunciar a essa espécie de sustentação e dar lugar à realidade, lembrando Freud, ou, como a psicanálise permite ver, às infinitas faces da verdade. A pesquisa ora apresentada tenciona demonstrar que a especificidade e a legitimidade do ensino da psicanálise a educadores repousa nas condições que vem oferecer para o resgate do sentido atualmente perdido da educação. / The certainty of the existing domain that guarantees the assertion of an action, which could be called a \"well done action\", based on the academical speech coherence, characterizes the pretentious \"Scientific Pedagogy\" of the present time. The demand for psychological theories (specially, the ones concerning to development), the \"reflective teacher\" (rational and explanatory) and the space granted to the technological resources underlie the reason that encourages the pedagogical speech. The way by which pedagogy understands education, as application of scientific beginnings that allow the control of learning, observes a scientific rationalism, resistant to the idea of non-lore, which is inherent to the relation between subject and desire, knowledge revealed by the psychoanalysis. The resistance to the acceptance of this impossibility by those who are impregnated of the pedagogical speech, as well as by a larger group of scientific rationalists, is explained on the fact that the desire is always revealed après coup, claiming the renouncement to the classic idea of control and forecast. The \"problem\" of Education goes through the word and the fact that the individual (speaker or listener) is, in beginning, implied in every action. The \"truth\" of the word, then, allows understanding the nature of the structural impossibility exposed by the psychoanalysis. It is linked to an unmistakable reality: the speech mediated by the other person. Therefore, ultimately, it is the desire that speaks. In general lines, educators should extract, essentially, two contributions of the Freudian theory experience, having the first one make way to the second: the knowledge of children constitution and of themselves. However, pursuing a causality relationship between the practiced pedagogical ways and the forecast of results, pedagogy keeps on resistant to the notion that the educator\'s unconscious weighs more than his conscious intentions. Psychoanalysis allows comprehending that sustaining transmission 9 means to support subjectively, the anguish of a discursive position that demands the renouncement of the narcissistic omnipotence and the ideals of magnitude and perfection. Therefore, in opposition to the methods (to the pattern), the style in each educator\'s task can be thought. The pedagogical speech keeps the educational institution held by illusion. It would be necessary, therefore, to renounce this sort of sustentation and give place to reality, or, as psychoanalysis shows, to the infinite faces of the truth. In this present research it is intended the demonstration that the specificity and the legitimacy of the psychoanalysis teaching to educators lies on the conditions it offers for the rescue of the lost sense in education.
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Pareceres descritivos : narrativas que a escola nos contaPinheiro, Claudia Gewehr January 2006 (has links)
A pesquisa intitulada Pareceres Descritivos: narrativas que a escola nos conta tem como foco os Pareceres Descritivos de classes de alfabetização, problematizando como estes Pareceres se constituem em textos onde alunos/as são narrados, suas histórias escolares são contadas e, ainda, buscando examinar como a subjetividade se dá na narrativa e produz identidades. A pesquisa tem seu aporte teórico no campo dos Estudos Culturais, da Teoria Literária e da Análise Crítica do Discurso, sendo que o primeiro possibilita analisar os Pareceres Descritivos como textos forjados para fins de avaliação, onde representações são estabelecidas discursivamente, instituindo significados de acordo com critérios de validade e legibilidade estabelecidos em tempos e espaços determinados. Considerando os discursos circulantes sobre alfabetização, os Pareceres Descritivos são examinados conforme as representações que ganham em tais textos. A partir dessa perspectiva teórica, os Pareceres Descritivos visibilizam determinadas representações dos discursos pedagógicos circulantes e constituem um conjunto de saberes regidos por uma dada ordem, estabelecido em uma disputa por imposições de significados, sendo essas representações produzidas, eleitas e reproduzidas através desses documentos. A aproximação com os estudos da teoria literária torna-se necessária para tratar os Pareceres Descritivos como narrativas sob o ponto de vista pós-moderno, que aponta a centralidade da cultura na narrativa, pois é através das histórias que compreendemos as coisas, tanto para entendermos nossas vidas quanto para entendermos o mundo. Tais narrativas escolares podem ser vislumbradas como uma prática social constitutiva do mundo e da vida dos sujeitos em questão, pois esses textos são “produzidos” pelas professoras, “assimilados” e “interpretados” pelos/as alunos/as, podendo ainda, serem “(re)produzidos” pelos seus familiares. Alunos/as são subjetivados por essas narrativas e são posicionados em relação aos níveis de aquisição da língua escrita e aos modos de comportamento escolar prescritos. Mas também, são apresentados aos seus familiares como alunos/as, sendo essa uma das identidades que serão forjadas ao longo de sua escolarização. Procuro, ainda, compreender os discursos que levam as professoras a constituir as narrativas dos Pareceres Descritivos da forma que o fazem, problematizando e analisando os discursos pedagógicos sobre a avaliação escolar e a alfabetização. Embasada na interpretação do caráter constitutivo da linguagem, a avaliação e a alfabetização são analisadas como discursos que constituem práticas escolares como os Pareceres Descritivos. É a partir do que se diz sobre a avaliação nos diferentes discursos pedagógicos que vão se produzindo diferentes jeitos de avaliar nas escolas. Os discursos veiculados através da legislação estão implicados com a construção de identidades sociais, entre elas as de quem avalia e de quem é avaliado, ou seja, diferentes significados e sentidos são produzidos pelos diferentes sistemas simbólicos. / The research entitled Pareceres Descritivos: narrativas que a escola nos conta (‘Descriptive opinions: the school tells us stories’) focuses on the teachers’ descriptive opinions wondering how these opinions are texts narrating students, their school stories, and how subjectivity occurs in the narratives and shapes identities. The theoretical contribution of this research is in the Cultural Studies, Literary Theory and Discursive Critical Analysis, in which the former enables analysing Descriptive opinions as forged texts for purposes of assessment in which representations are discursively established, producing meanings according to criteria such as validity and readability established in particular times and spaces. Considering the current discourses on literacy, the Descriptive Opinions are examined against the representations they receive in these texts. From this theoretical perspective, the Descriptive Opinions turn visible particular representations of the current pedagogical discourses and shape a set of knowledges governed by a particular rule, established in a challenge for meaning imposition, with these representations being produced, chosen and reproduced through these documents. The close position to the studies of the literary theory is necessary to take these Descriptive Opinions as narratives from the postmodern viewpoint, which show the centrality of culture in the narrative because stories make us learn things, both our lives and the world. These school stories can be visualised as a social practice making the world and life of the subjects concerned, because these texts are ‘produced’ by teachers, ‘naturalised’ and ‘read’ by (fe)male students, and may even be ‘(re)produced’ by their relatives. (Fe)male students are subjectified by these narratives and are positioned concerning written language learning and received ways of behaviour at school. And they are also introduced to their relatives as students, when this is one of the identities forged during their schooling. Further I try to understand discourses leading female teachers to make narratives for the Descriptive Opinions in the way they do it, problematising and analysing the pedagogical discourses on assessment and literacy. Based on the reading of the shaping character of the language, assessment and literacy are analysed as discourses shaping school practices and as Descriptive Opinions. It is from what is told about the assessment in different pedagogical discourses that different ways of assessment are produced at school. The discourses conveyed through the rules involve the construction of social identities, among them, those of the one who assesses and who is assessed, that is, different symbolic systems produce different meanings and senses.
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Sujeitos e sentidos em blogs educativos : entre a movência e o retornoBehenck, Rosângela Leffa January 2010 (has links)
Ce travail examine le fonctionnement du discours pédagogique, en prenant comme corpus d’analyse une série de blogs inscrits dans la communauté virtuelle Blogs Educativos. Se fondant sur les presupposés théoriques et méthodologiques de l’Analyse du Discours française, la préoccupation centrale de cette étude concerne la manière dont les sujets – des professeurs-blogueurs – se mouvementent et se constituent dans le discours pédagogique, à partir de la détermination par l’idéologie, par les pouvoirs institutionnels et par la matérialité signifiante. Cette détermination se matérialise dans le discours par le mouvement de textualisation mené par le sujet-auteur, mettant en évidence la tension constante entre dispersion et unité (effet de) signalées dans ce travail. Dès lors, le fonctionnement du discours pédagogique – considéré comme mis en rapport avec le discours technologique – ce travail est organisé en quatre chapitres. Le premier chapitre porte sur la notion d’idéologie et la façon dont elle interpelle les sujets, en les faisant produire des gestes d’interprétation déterminés qui se matérialisent dans différentes positions-sujets : celle de l’adhérence, de l’hésitation, de l’hypermédia et de la résistance, en signalant des différentes formes de formation du sujet dans la FD pédagogique. Dans le deuxième chapitre, sont présentées les notions de communauté et de territoire, pensées sous un regard discursif, dans un effort de compréhension de la façon dont le professeur-blogueur constitue son identification. Ici s’articulent les notions de FD, de communauté et de territoire. Toujours dans ce chapitre, nous parlerons sur le virtuel, pour comprendre comment se produit l’appropriation de savoirs de l’univers technologique dans le discours pédagogique, étant donné que ce mouvement impose une conception particulière du pédagogique. Le troisième chapitre porte sur le rapport du sujet professeur-blogueur à des formes différentes de mémoire : discursive, d’archive et métallique. Ce rapport advient de la composition particulière du circuit : constitution, formulation et circulation des sens, ce qui fait intervenir la relation avec l’interdiscours, les pouvoirs institutionnels et la matérialité signifiante. Dans le quatrième et dernier chapitre, les analyses se concentrent sur le travail de textualisation du sujet-auteur qui produit une manière différente de comprendre la question du statut de l’auteur. Ce travail analyse donc la caractérisation du discours pédagogique qui, situé dans le cyberespace, dialogue avec le discours technologique, produisant soit des sens s’y reproduisant constamment, soit des sens s’y déplaçant. / O presente trabalho investiga o funcionamento do discurso pedagógico, tomando como corpus de análise uma série de blogs inscritos na comunidade virtual denominada Blogs Educativos. Sob o enfoque teórico e metodológico da Análise de Discurso de linha francesa, a preocupação central dessa investigação está pautada no modo como os sujeitos – professoresblogueiros – se movimentam e se constituem no discurso pedagógico, a partir da determinação pela ideologia, por poderes institucionais e pela materialidade significante. Essa determinação se materializa no discurso pelo movimento de textualização realizado pelo sujeito-autor, evidenciando a tensão constante entre dispersão e unidade (efeito de) marcadas nesse trabalho. Para investigar, então, o funcionamento do discurso pedagógico – tomado como interligado ao discurso tecnológico –, organizamos a dissertação em quatro capítulos. O primeiro capítulo trata da noção de ideologia e do modo como ela interpela os sujeitos, fazendo-os produzir gestos de interpretação determinados que se materializam em diferentes posições-sujeito: da aderência, da hesitação, do encobrimento e da resistência, marcando diferentes formas de subjetivação do sujeito no interior da FD Pedagógica. No segundo capítulo, são abordadas as noções de comunidade e território, pensadas a partir de um olhar discursivo, numa tentativa de compreender o modo como o professorblogueiro constitui sua identificação. Aqui articulam-se as noções de FD, comunidade e território. Ainda nesse capítulo, trataremos da questão do virtual, buscando compreender como se dá a apropriação de saberes do universo tecnológico no discurso pedagógico, visto que esse movimento impõe um modo particular de concepção do pedagógico. O terceiro capítulo trata da relação do sujeito professor-blogueiro com diferentes formas de memória: discursiva, de arquivo e metálica. Dessa relação decorre o modo particular como se constitui o circuito: constituição, formulação e circulação dos sentidos, que faz intervir a relação com o interdiscurso, com poderes institucionais e com a materialidade significante. No quarto e último capítulo, as análises estão centradas no trabalho de textualização do sujeito-autor que produz um modo diferente de compreender a noção de autoria. Dessa forma, essa dissertação enfoca a caracterização do discurso pedagógico que, situado no ciberespaço, dialoga com o discurso tecnológico, produzindo ora sentidos que se reproduzem continuamente, ora sentidos que se deslocam.
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Movimentos do real : a autonímia na escrita coletiva de textos no computadorHartmann, Fernando January 2003 (has links)
Este trabalho é sobre produção de sentidos. Seu propósito está relacionado à investigação das relações do sujeito com a linguagem na sua forma de escrita alfabética no processo de produção textual escolar. O fato de ocorrer a partir da análise de falas de crianças ao escreverem coletivamente histórias no computador possui dois objetivos; de um lado, interrogar sobre a representação do sujeito no texto e, de outro, questionar a utilização do computador nas escolas como uma nova tecnologia da escrita. Para que fosse possível dar alguma visibilidade ao processo de produção textual e não restringir-se apenas ao produto final, quer dizer à história pronta, optou-se por uma metodologia que permitisse algum tipo de acesso ao modo como a criança produzia o texto. Uma solução viável foi encontrada na gravação das situações interativas de conversação, em que cada grupo de alunos estaria produzindo sua história no computador. Esta gravação tornou-se o material a ser analisado. O referencial teórico está fundamentado na psicanálise, a partir de Jacques Lacan, na lingüística enunciativa, representada por Jaqueline Authier-Revuz e na análise de discurso inaugurada por Michel Pêcheux. Seguindo estas teorias, analisamos o sujeito da enunciação e o inconsciente enquanto discurso do Outro. A análise buscou a indicação de autonímias, onde destacam-se as “não-coincidências do dizer”, termo cunhado por Authier-Revuz para explicitar a presença do outro na constituição do discurso. A partir da análise apontamos para o sujeito como um efeito de leitura do discurso do Outro, um acontecimento que reconfigura a estrutura. Disso segue que todo discurso parte de uma escrita, pois se abre à leitura. Também apontamos para a escrita como a presentificação da diferença. Neste sentido postulamos que a autonímia é constitutiva do discurso pedagógico no que se refere à aprendizagem da língua escrita. Ela é um recurso necessário ao alfabeto. Sem a possibilidade da autonímia seria impossível o ensino da língua.. A partir destes resultados temos indícios que confirmam a hipótese de que o computador é uma nova tecnologia da escrita, assim como foram uma vez o papiro, o alfabeto, a imprensa. De certo modo a questão do sujeito e da linguagem ainda é a mesma, ou seja, diante do real o que o sujeito demanda é que ele seja representável. A forma que esta representação vai tomar depende dos discursos em questão.
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Análise de um processo pela pluralidade de suas vozes : a formação de professores para o ensino médio através dos seus currículosBohn, Mariasinha Beck January 2003 (has links)
O estudo procura investigar o processo de formação de professores para o ensino médio através dos currículos de três cursos de licenciatura - História, Letras e Matemática. Dirige a sua análise para a verificação das relações de poder e controle presentes na prática pedagógica, além das possíveis implicações pedagógicas da teoria da ação comunicativa, nos currículos universitários. A investigação utiliza o método comparativo, em duas instituições de ensino superior confessionais do sul do Brasil. São usadas entrevistas semiestruturadas para a coleta de dados sobre a experiência dos gestores e de professores de início e de final de cada um dos cursos. O referencial teórico fundamenta-se em Basil Bernstein e em Jürgen Habermas e as categorias de análise, de cunho sociológico-filosófico, abrangem a prática instrucional específica e global da sala de aula, os discursos acadêmicos, as problematizações pragmáticas, prático-técnicas e ético-morais, além das identidades pedagógicas das instituições. As concepções teóricas que deram apoio ao estudo permitem vislumbrar, com base no processo de coleta de informações, ações curriculares que objetivam formar professores competentes, socialmente solidários e individualmente autônomos. As relações entre os sujeitos e as relações entre os discursos, em sala de aula, poderão contribuir para o desenvolvimento de competências complexas que reúnem habilidades de ordem técnica, prática, intelectual e ético-moral. A análise aponta para uma forte classificação na prática pedagógica específica e global e nas relações entre discursos. O currículo, portanto, é de coleção. As forças do enquadramento variam, tendendo para um abrandamento das relações nos cursos de História e Letras. O curso de Matemática mantém enquadramentos fortes. Quanto às problematizações, as predominâncias situam-se nas preocupações com o nível socioeconômico e cultural dos alunos, com a coerência conceitual-metodológica e com o respeito pelo conhecimento. Predomina uma concepção instrumental, científica, do conhecimento; e o modo da racionalidade que está subjacente à formação dos futuros educadores não se pauta pela racionalidade do mundo da vida. / This study attempts to investigate the process of education of high school teachers through the curricula of three teaching courses: History, Languages and Mathematics. The analysis is directed to the power and control relations existing in the pedagogical practice, beyond possible pedagogical malformations of the communicative action theory in the universitary curricula. The investigation uses the comparative method in two confessional higher education institutions in the South of Brazil. Semistructured interviews were used to collect data about the experience of managers and professors both at the beginning and at the end of each course. The theoretical references are founded upon works by Basil Bernstein and Jürgen Habermas, and the categories of analysis sociological and philosophical kind comprehend both the specific and global instructional classroom practice, academical discourses, pragmatic, practical-technical and ethical-moral problematizations, besides the pedagogical identities of the institutions. The theoretical conceptions that have supported this study allow for the visualization, based on the process of gathering information, of curricular actions that aim at forming competent, socially solidary and infividually autonomous teachers. The relationships among subjects and relations among discourses in the classroom may contribute towards the development of complex competences that gather technical, practical, intellectual and ethicalmoral skills. The analysis points to a strong classification in both the specific and global pedagogical practices as well as in the relations among discourses. It is a collection code type of curriculum. The framing forces vary, tending to weaken the relations in the History and Languages courses. The Mathematics course keeps a strenght of framing. As to the problematizations, the prevalence is located in the concerns about the students' social, economical and cultural level, with conceptual-methodological coherence and respect for knowledge. An instrumental, scientific conception of knowledge prevails; and the form of the rationality that underlies the education of the future educators is not guided by the life's world rationality.
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O bom professor deve... : os discursos dos concursos públicos para professores e professoras da educação básicaCarossi, Michele January 2009 (has links)
A Dissertação de Mestrado utiliza tanto as teorizações vinculadas aos Estudos Culturais quanto os estudos desenvolvidos a partir da ótica foucaultiana, com o objetivo de investigar como a docência é representada nos discursos circulantes em questões dos concursos públicos para o magistério brasileiro. Pretende, também, analisar como devem ser o professor e a professora – características, atitudes e ações – conforme os regimes de verdade embutidos nesses concursos. Para tanto, foram analisadas 226 questões de concursos para o magistério da Educação Básica, perfazendo o total de 106 diferentes concursos, nos âmbitos federal (3), estadual (21) e municipal (82) de todo o Brasil, no período de 2004 a 2008. As análises voltadas para a articulação entre os discursos impressos nas questões e os objetivos propostos pela Dissertação evidenciaram: 1) a presença de determinado conjunto de expressões e verbos que designam ações que devem ou não devem fazer parte da prática docente, regrando a conduta de professores e professoras; 2) a recorrência dos discursos pedagógicos produzidos pelo Construtivismo, pela Teoria Crítica e pela noção de Competências, constituindo saberes necessários ao trabalho docente e ao regularem o comportamento de educadores e educadoras; 3) a frequente utilização de alguns autores brasileiros e estrangeiros na composição das questões, como Jean Piaget, Lev Semionovitch Vygotsky, Paulo Freire e Philippe Perrenoud, articulados aos discursos pedagógicos dominantes, ao lado de uma grande dispersão de alusão a outros autores; 4) a predominância do uso do masculino gramatical genérico em relação ao gênero feminino na formulação das questões dos concursos. / This thesis uses both theories related to Cultural Studies and studies developed from Foucaults perspective, and its aim is to investigate how teaching is represented in current discourses in matters of public competition exam for Brazilian teaching. It also intends to analyze how teachers should be characteristics, attitudes and actions according to truth regimes present in these exams. In order to do this, 226 questions of Brazilian Elementary Education exam were analyzed, totaling 126 different competition exams at federal (3), state (21) and municipal (82) levels from all over Brazil from 2004 to 2008. The analyses focused on the relation between the speeches present in the questions and the goals proposed by this thesis showed: 1) the presence of a particular set of expressions and verbs that describe actions that should or not be part f the teaching practice and that rule teachers conduct; 2) the recurrence of pedagogical discourses produced by Construtivism, Critical theory and the notion of competence, which produces the knowledge required in a teaching practice and which regulate educators behavior; 3) the frequent use of some Brazilian and foreign authors for elaborating theses questions, such as Jean Piaget, Lev Semionovitch Vygotsky, Paulo Freire and Philippe Perrenoud, articulated to the dominant pedagogical discourses, along with a large dispersion of allusion to other authors; 4) the prevalence of masculine generic grammatical use in relation to the feminin one in the formulation of exam questions.
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O que signifixa isso? Dos slogans às ressignificações do discurso pedagógico contemporâneo / What does it "mean-fix"? From slogans to resignifications of contemporary pedagogical discourseBruna Sola da Silva Ramos 28 May 2012 (has links)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / O presente trabalho busca compreender as ressignificações do discurso pedagógico contemporâneo a partir da análise dos slogans que circularam na recente Conferência Nacional de Educação (CONAE), como modo de problematizar os projetos ideológicos em disputa por hegemonia no campo da educação nacional. Situado no entrecruzamento entre os campos da linguagem, da ideologia e do poder como hegemonia, toma a teoria enunciativa de Mikhail Bakhtin e a Análise Crítica do Discurso (ACD), nos termos em que formulada por Norman Fairclough, como propostas teórico-metodológicas. No escopo de um diálogo tecido entre os autores, assume a linguagem como parte irredutível da vida social, em duas abordagens que propõem as noções de discurso e de poder em perspectiva crítica. Pautado na imersão da pesquisadora na CONAE, esfera de produção-circulação do discurso pedagógico contemporâneo, este trabalho assume o texto como material privilegiado de análise, focalizando documentos oficiais e pronunciamentos político-governamentais. Dois discursos nodais foram identificados: o da democratização e o da qualidade. Em relação ao primeiro, são analisados os pressupostos assumidos e a constituição histórica de um campo de sentidos que inclui artifícios retóricos. Em relação ao segundo, é dado tratamento crítico ao léxico associado à qualidade em suas sucessivas adjetivações. A partir de ambos os discursos foram analisados dois slogans. O primeiro deles denominado Educação para todos!, Todos pela Educação! aponta para dois deslocamentos semânticos: 1) do direito à educação para o direito à qualidade; e 2) da perspectiva da igualdade para a de uma inclusão baseada no conceito da diferença. O segundo slogan denominado O protagonista, professor! aponta para um lugar contraditório ocupado pelo professor, em que a exortação não se coaduna com suas condições materiais de existência. Para abordar a constituição ideológica deste lugar, nos seus sentidos hegemônicos, são analisados: os discursos da OCDE e imagens de professores na mídia como expressões das relações entre os contextos micro e macro. Para a compreensão dos slogans é situado o binômio informação-conhecimento como cronotopo-chave da contemporaneidade. É nesse cenário que as expectativas relativas à produção do conhecimento são articuladas a exigências do sistema produtivo, sendo a educação concebida como instrumento de racionalidade econômica. Desse modo, o movimento analítico questiona, para além da positividade aparente, a forma como os slogans ganham centralidade no discurso pedagógico contemporâneo, na tentativa de perceber sentidos que interpelam sujeitos e sistemas de ensino e vão sendo naturalizados, até que, tomados como necessários, afastam possibilidades de crítica / In order to bring into discussion the ideological proposals now vying for dominance in Brazilian education, this study seeks to understand the resignifications of contemporary pedagogical discourse by analyzing the slogans heard at the recent National Conference on Education (CONAE). Situated at the crossroads of language, ideology and power as dominance, the study is theoretically and methodologically based on Mikhail Bakhtins theory of the utterance and Norman Faircluoghs critical discourse analysis. Within the framework of both authors dialectics, it takes language as an essential part of social life in two approaches that attempt to define discourse and power from a critical standpoint. Based on the researchers involvement with CONAE the venue for contemporary pedagogical discourse production and use it considers texts as the best material for analysis, and so focuses on the official documents, political and government comments and texts produced for the event. Two main types of discourse have been noted: one advocating democratization and one advocating quality. On addressing the first one, we analyzed the principles assumed and the historical background of the meanings conveyed, including the rhetorical artifices used. When dealing with the second one, we adopted a critical approach to the adjectives used in defining "quality." The slogans were then analyzed based on those two types of discourse. The first slogan - Education for all! All for Education! - reveals two semantic shifts: 1) from the right to education to the right to quality; and 2) from the perspective of equality to the perspective of diversity based on the notion of difference. The second slogan Teacher: the protagonist! - shows the contradictory position held by teachers, where praise does not come hand in hand with proper living and working conditions. To understand the ideological configuration of such position in the sense of dominance - we analyzed both OECDs discourse and how teachers are seen on the media, as the two expressions of the relationship existing between the micro-contexts and the macro-contexts. Information and knowledge as key chronotopes of contemporaneity are used to understand the slogans. This is the setting where expectations concerning the production of thought articulate with the requirements of the productive system, in which education is conceived as an instrument of economic rationality. Thus our analysis questions - beyond apparent positivity - the way those slogans become central to contemporary pedagogical discourse, in an attempt to find meanings that interpellate individuals and educational systems and gradually become natural, until they are seen as necessary, leaving no room for criticism
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