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Incontinências urinária e fecal e constipação intestinal em pacientes hospitalizados: prevalência e fatores associados / Urinary and fecal incontinence and intestinal constipation in hospitalized patients: prevalence and associated factors.

Jaqueline Betteloni 15 March 2017 (has links)
Introdução: A ocorrência das diferentes incontinências e da constipação intestinal (CI), de forma isolada ou concomitante, não é pouco frequente no ambiente hospitalar. Esses problemas de saúde ainda são pouco investigados e os estudos com pacientes hospitalizados são escassos. Conhecer sua prevalência e fatores associados em pacientes hospitalizados é necessário para promover a sensibilização dos profissionais de saúde sobre a importância dessas necessidades passíveis de intervenções durante o período da internação. Objetivo: Identificar e analisar a prevalência das incontinências urinária (IU) e fecal (IF), de forma isolada e combinada, e da CI e as variáveis sociodemográficas e clínicas associadas às suas ocorrências em pacientes hospitalizados. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, transversal, analítico e descritivo, onde a amostra do estudo foi composta de 345 pacientes adultos e idosos hospitalizados no Hospital Universitário da USP. Os dados foram coletados por meio de entrevista, exame físico e registros de prontuários, utilizando-se os seguintes instrumentos: questionário de dados Sociodemograficos e Clínicos, Características das Perdas Urinárias, International Consultation on Incontinence Questionnaire - ICIQ-SF, Hábito Intestinal na População Geral e o Índice de Incontinência Anal IIA. A prevalência dos eventos estudados foi levantada quatro vezes (prevalência-ponto), em um único dia, nos meses de março, abril, maio e junho, sempre no mesmo dia do mês, de forma a atender o tamanho amostral para a análise dos fatores associados. Os dados foram analisados utilizando-se os testes qui-quadrado e Fisher para as variáveis categóricas, os testes t-student e Mann-Whitney para as variáveis numéricas, além de regressão logística (forward stepwise) para a identificação de fatores associados. Resultados: Obtiveram-se as seguintes prevalências: 22,9% para IU (28% para mulheres e 16,1% para homens); 7,9% para IF (9,4% para mulheres e 6% para homens); 4,7% para incontinência combinada (IC) (7,3% para mulheres e 1,4% para homens) e 14,9% para CI (15% para mulheres e 14,7% para homens). Dentre as incontinências, conseguiu-se detectar fatores associados somente para a IU: sexo feminino (OR=3,89; IC95% 1,899-7,991); idade (OR=1,03; IC95% 1,019-1,054); asma (OR=3,66; IC95% 1,302-10,290); estar em uso de laxantes (OR=3,26; IC95% 1,085-9,811); o uso de fralda no momento da avaliação (OR=2,75; IC95% 1,096-6,908); o uso de fralda em casa (OR=10,29; IC95% 1,839-57,606) e o uso de fralda em algum momento da internação (OR=6,74; IC95% 0,496-91,834). Especificamente para o sexo feminino, as variáveis associadas à IU foram: idade (OR=1,03; IC95% 1,017-1056); Diabetes Mellitus (OR=2,59; IC95% 1,039-6,489); asma (OR=4,92; IC95% 1,460-16,588) e número de partos (OR=1,27; IC95% 1,064-1,522). Os fatores que apresentaram associação com a CI foram: anos de estudo (OR=0,91; IC95% 0,856-0,985) e estar em uso de laxantes (OR=8,08; IC95% 3,387-19,282). Conclusão: Os valores de prevalência encontrados no presente estudo, assim como os fatores associados, foram similares aos achados de estudos epidemiológicos nacionais e internacionais realizados com população geral, porém distintos daqueles oriundos da escassa literatura internacional existente sobre o tema para adultos e idosos hospitalizados. Estudos longitudinais fazem-se necessários para a confirmação das relações encontradas entre as variáveis estudadas, contribuindo para o diagnóstico mais acurado da causalidade dessas condições e, portanto, o estabelecimento de medidas mais eficazes de prevenção e tratamento das incontinências e da CI no cenário hospitalar. / Introduction: The occurrence of different incontinences and intestinal constipation (IC), alone or concomitantly, is not uncommon in the hospital setting. These health problems are still poorly investigated and studies of inpatients are scarce. Knowing their prevalence and associated factors in hospitalized patients is necessary to promote the awareness of health professionals about the importance of these possible interventional needs during the period of hospitalization. Objective: To identify and to analyze the prevalence of urinary (UI) and fecal incontinence (FI), in an isolated and combined manner, and IC, and sociodemographic and clinical variables associated with their occurrences in hospitalized patients. Methods: This is an observational, cross-sectional, analytical and descriptive epidemiological study, where the study sample consisted of 345 adult and elderly patients hospitalized at University Hospital of USP. The data were collected through interviews, physical examination and medical records, using the following instruments: Sociodemographic and Clinical Data, Characteristics of Urinary Loss, International Consultation on Incontinence Questionnaire - ICIQ-SF, Intestinal Habit of the General Population and the Anal Incontinence Index - IIA. The prevalence of the events studied was raised four times (point-prevalence) in a single day in March, April, May and June, always on the same day of each month, in order to meet the sample size for the analysis of the factors associated. Data were analyzed using chi-square and Fisher tests for categorical variables, t-student and Mann-Whitney tests for numerical variables, and logistic regression for the identification of associated factors. Results: The following prevalences were obtained: 22.9% for UI (28% for women and 16.1% for men); 7.9% for FI (9.4% for women and 6% for men); 4.7% for combined incontinence (CI) (7.3% for women and 1.4% for men) and 14.9% for IC (15% for women and 14.7% for men). Among the incontinences, it was possible to detect factors associated only for UI: female gender (OR=3.89; IC95% 1,899- 7,991); age (OR=1.03; IC95% 1.019-1.054); asthma (OR=3.66; IC95% 1.302-10.290); being in use of laxatives (OR=3.26; IC95% 1.085-9.811); The use of the diaper at the time of evaluation (OR=2.75; IC95% 1.096-6.908); The use of diapers at home (OR=10.29; IC95% 1,839-57,606) and the use of diapers at some time of hospitalization (OR=6.74; IC95% 0.496- 91.834). Specifically for females, the variables associated with UI were: age (OR=1.03; IC95% 1.017-1056); Diabetes Mellitus (OR=2.59; IC95% 1.039-6.489); asthma (OR=4.92; IC95% 1,460-16,588) and number of deliveries (OR=1.27; IC95% 1.064-1.522). The factors that showed association with IC were: years of study (OR=0,91; IC95% 0,856-0,985) and being in use of laxatives (OR=8,08; IC95% 3,387-19,282). Conclusion: The prevalence values found in the present study as well as the associated factors were similar to the findings of National and International epidemiological studies conducted with the general population. But they were quite different from those of the scarce existing International literature for hospitalized adults and elderly people. Longitudinal studies are necessary to confirm the relationships found between the studied variables, contributing to a more accurate diagnosis of the causality of these conditions and, therefore, the establishment of more effective measures of prevention and treatment of incontinence and IC in the hospital setting.
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Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul, Brasil

Pauli, Sílvia January 2016 (has links)
Introdução: Hipertensão é um dos principais fatores de risco para diversas doenças cardiovasculares agudas e crônicas, morte prematura e incapacidade. Há evidências de que seja mais prevalente e grave em indivíduos negros do que em brancos, porém os mecanismos que contribuem para essa diferença não são totalmente compreendidos. Todavia, fatores socioeconômicos, situação de discriminação racial e exclusão social podem influenciar fortemente a frequência, distribuição e causalidade das doenças mais incidentes entre a população brasileira afrodescendente, entre elas, a hipertensão. Nesse contexto, merecem atenção as comunidades quilombolas, que são núcleos populacionais de afrodescendentes, marcados por processos de discriminação e exclusão que imprimem em sua realidade um quadro socioeconômico bastante excludente em relação à população brasileira de modo geral. São escassos na literatura estudos que caracterizem sua situação de saúde. Tendo em vista o contexto de vulnerabilidade social e a magnitude que representa a hipertensão, entende-se que todos os esforços devem ser feitos a fim de viabilizar estudos direcionados ao conhecimento desse agravo na população de remanescentes de quilombolas do Rio Grande do Sul (RS). OBJETIVO: Identificar a prevalência e fatores associados à hipertensão arterial em adultos residentes em comunidades quilombolas do RS. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional, realizado em 2011 com adultos responsáveis por domicílios de comunidades quilombolas do RS. Foram selecionadas 634 famílias por amostragem proporcional ao tamanho, de 22 comunidades localizadas em 17 municípios gaúchos. O desfecho foi obtido através da pergunta: “Algum médico já lhe disse que você tem hipertensão (pressão alta)?”. Associações entre desfecho e variáveis explanatórias (demográficas, socioeconômicas, estilo de vida e de saúde) foram analisadas por regressão de Poisson, com variância robusta e entrada hierarquizada das variáveis. Por fim, foram calculadas as frações atribuíveis populacionais por componente (FAPC) para os fatores modificáveis associados à hipertensão. RESULTADOS: Foram entrevistados 589 adultos. Houve perda de 7% nas entrevistas em relação à amostra originalmente prevista. A maioria era do sexo feminino (64,9%), residia no perímetro rural (81,7%) era da raça/cor não branca (90,7%), recebia até ½ salário mínimo (63,3%) e 80% tinha menos de 8 anos de estudo. A média de idade foi de 45 anos (DP 17). 38,3% (IC95% 31,4%-45,1%) dos entrevistados referiu diagnóstico de hipertensão. Análise multivariada revelou associação com consumo excessivo de álcool (RP 0,52; IC95% 0,31-0,85), circunferência da cintura acima do adequado (RP 1,74; IC95% 1,41-2,15) e presença de diabetes (RP 1,38; IC95% 1,17-1,64). Idade apresentou associação direta e escolaridade mostrou-se inversamente associada à hipertensão. A análise da FAPC revelou que se os indivíduos tivessem 8 anos ou mais de estudo a prevalência de hipertensão arterial seria reduzida em 22,5%. CONCLUSÕES: A prevalência de hipertensão observada nas comunidades quilombolas do RS foi elevada. Cabe salientar a situação de vulnerabilidade dessa população, evidenciada, ao menos em parte, pela baixa escolaridade (80% sem ensino fundamental completo), baixa renda (63,3% recebem menos de ½ salário mínimo), grau de isolamento (81,7% residem em áreas isoladas do perímetro rural) e pelo fato de 90,7% da amostra ser da raça/cor não branca, o que provavelmente sujeita esses indivíduos a sofrerem discriminação racial e suas consequências adversas. Considerando-se a magnitude que representa a hipertensão e a extrema vulnerabilidade social desses grupos, políticas públicas que garantam seu acesso a direitos fundamentais (saúde, renda e escolaridade) poderiam ter impacto importante na diminuição da prevalência de hipertensão. / INTRODUCTION: Hypertension is a major risk factor for many acute and chronic cardiovascular diseases, premature death and disability. There is evidence that it is more prevalent and severe in black than in white populations, but the contributing mechanisms to this difference are not totally understood yet. However, socioeconomic factors, racial discrimination and social exclusion situations are strongly related to the frequency, distribution and causality of chronic diseases among the Afro-descendant Brazilian populations, including hypertension. In this context, quilombola communities deserve special attention. Quilombolas are settlements of African descendants, marked by discrimination and exclusion processes, printing an exclusionary socio-economic framework in their reality when compared to the Brazilian population in general. There are just a few studies in the literature that characterize their health status. Given their social vulnerability context and the important risk offered by high blood pressure, it is clear that an effort has to be made in order to enhance the knowledge about this disease in the quilombola population in Rio Grande do Sul state (RS). OBJECTIVE: To identify the prevalence of factors associated to arterial hypertension in household adults, residing in quilombola communities in Rio Grande do Sul state, Brazil. METHODS: Cross-sectional population-based study, conducted in 2011 with adult households in quilombola communities in the state of RS. We selected 634 families of 22 communities located in 17 RS municipalities, by sampling proportional to the size. The outcome was obtained by the question: “Has a doctor ever told you that you have hypertension (high blood pressure)?". Associations between the outcome and explanatory variables (demographic, socioeconomic, health and life style) were analyzed by Poisson regression, using robust variance and hierarchical input variables. The population attributable fractions were calculated by component (PAFC) for modifiable factors associated to hypertension. RESULTS: We interviewed 589 adults. Most women (64,9%), from the rural perimeter (81,7%), race/color non-white (90,7%), earning up to ½ minimum wage (63,3%) and 80% had less than 8 years of study. The average age was 45 years (SD 17). Hypertension diagnosis was reported by 38,3% (95% CI 31,4% - 45,1%) of the respondents. Multivariate analysis revealed an association with excessive alcohol consumption (OR 0,52, 95% CI 0,31 to 0,85), circumference of the waist above the recommended limit (PR 1,74, 95% CI 1.41 to 2,15) and presence diabetes (OR 1,38, 95% CI 1,17 to 1,64). Age had a direct association and educational level was inversely associated with hypertension. The PAFC analysis revealed that among individuals with eight years or more of study, the prevalence of hypertension was reduced by 22,5%. PAFC analysis revealed that for individuals with eight or more years of formal education, the prevalence of high blood pressure would be reduced by 22,5%. CONCLUSIONS: The prevalence of hypertension in the quilombola communities of RS is high. We emphasize the vulnerability of this population, evidenced by low educational levels, low income, geographical isolation and to the fact that 90,7% of the sample is non-white, subjecting these individuals to racial discrimination and its adverse consequences. Considering the magnitude of hypertension and the extreme social vulnerability of these groups, public policies that guarantee their access to fundamental rights (health, income and education) could have an remarkable impact in reducing the prevalence of hypertension.
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Adesão ao tratamento em idosos e hipertensos / Adherence of elderly and hypertensive patients to medical treatment

Tavares, Noemia Urruth Leão January 2012 (has links)
A adesão ao tratamento pode ser conceituada como o grau de concordância entre o comportamento de uma pessoa em relação às orientações do médico ou de outro profissional de saúde. O baixo grau de adesão pode afetar negativamente a evolução clínica do paciente e a sua qualidade de vida, constituindo-se em problema relevante, que pode trazer consequências pessoais, sociais e econômicas. A tese aqui apresentada aborda a adesão tratamento medicamentoso, analisando dois contextos de extrema importância epidemiológica: os fatores associados a baixa adesão ao tratamento medicamentoso em uma população idosa residente na comunidade e os determinantes da adesão ao tratamento anti-hipertensivo por pacientes hipertensos acompanhados pela Estratégia Saúde da família (ESF). Os resultados apresentados são de dois estudos distintos, realizados no município de Bagé, RS, em 2008 e 2010, respectivamente. O primeiro estudo foi transversal de base populacional, com amostra representativa de 1.593 idosos entrevistados em seus domicílios. A baixa adesão referida ao tratamento medicamentoso foi mensurada através do Brief Medication Questionaire (BMQ) e verificada a sua associação em relação aos fatores demográficos e socioeconômicos, comportamentais e de saúde, assistência e prescrição. No segundo estudo amostra foi composta por 1.588 indivíduos hipertensos adultos e idosos residentes na área de abrangência urbana da ESF do município. Os dados também foram coletados através de entrevistas domiciliares. Para mensuração da adesão ao tratamento anti-hipertensivo foram utilizados dois instrumentos de adesão referida pelo paciente, o Brief Medication Questionaire (BMQ) e o Morisky Medication Adherence Scale, 8- items (MMAS-8) e analisada a associação em relação aos fatores demográficos e socioeconômicos, comportamentais e de saúde e também relativos à assistência ao paciente e a prescrição de medicamentos antihipertensivos. Para a análise das associações foi utilizado modelo de regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência bruta e ajustada, os respectivos intervalos com 95% de confiança e p-valor (teste de Wald). Do total de idosos entrevistados, 1.247 referiram ter usado algum medicamento nos últimos sete dias, e destes, cerca de um terço (28,7%) foram considerados com baixa adesão ao tratamento. Os fatores estatisticamente associados a baixa adesão ao tratamento foram: idade (65 a 74 anos), não ter plano de saúde, ter que comprar (totalmente ou em parte) os seus medicamentos, ter três ou mais morbidades, possuir 10 incapacidade instrumental para a vida diária e usar três ou mais medicamentos. Em relação ao segundo estudo, 1588 hipertensos foram entrevistados, onde a prevalência de pacientes aderentes ao tratamento foi de 19,1% pelo BMQ e 48,1% foram considerados com níveis de alta adesão pelo MMAS-8. Os principais fatores associados à adesão ao tratamento antihipertensivo avaliado pelo BMQ foram: renda maior que um salário mínimo, melhor autopercepção de saúde, ter menor número de morbidades e menor número de anti-hipertensivos utilizados. Os níveis de alta adesão ao tratamento pelo MMAS-8 foram associados a maior idade, melhor autopercepção de saúde e maior vínculo com a equipe assistencial. Os resultados aqui apresentados reforçam que a elevação da frequência de doenças crônico-degenerativas que acomete os idosos, o seu processo de envelhecimento que predispõe a incapacidade funcional, a dificuldade no acesso ao tratamento e a utilização aumentada de medicamentos são fatores importantes que devem ser considerados pelos profissionais de saúde visando a promoção da adesão ao tratamento nesta faixa etária e aumentando a resolutividade terapêutica e a qualidade de vida destes pacientes. E enfatiza que a equipe de saúde pode contribuir para melhorar a adesão dos pacientes ao tratamento anti-hipertensivo, prescrevendo regimes menos complexos, explicando os benefícios e efeitos colaterais dos medicamentos, e principalmente fortalecendo o vínculo com o paciente em um processo compartilhado permanente de cuidado em relação a sua saúde. / Adherence to treatment can be construed as the level of agreement of an individual's behavior towards the guidelines provided by a doctor or other health professional. Low levels of adherence might affect negatively both the patient's clinical progression as well as his quality of life, which represents a relevant problem that might entail personal, social and economic consequences. The present thesis addresses the issue Adherence to Medical Treatment by analyzing two crucial epidemiological contexts: factors related to low adherence to medical treatment within the elderly population living in a specific community and the determining factors of adherence to antihypertensive treatment of patients assisted by the Family Health Strategy (FHS). The findings presented refer to two different studies carried out in the municipality of Bagé, Rio Grande do Sul, in 2008 and 2010 respectively. The first was a cross-sectional population-based study, with a representative sample of 1.593 elderly citizens interviewed in their households. Low adherence to medical treatment was assessed through the Brief Medication Questionnaire (BMQ) and associated to demographic, socioeconomic and behavioral determiners, as well as health, assistance and prescription factors. The second study was also a cross-sectional study with a sample of 1.588 adult and senior hypertensive patients living in the urban area covered by the municipality’s FHS. The data were collected through household interviews as well. In order to measure adherence to antihypertensive treatment, there was a twofold tool responded by the patients themselves, the Brief Medication Questionnaire (BMQ) and the Morisky Medication Adherence Scale, 8-items (MMAS-8) and further association with demographic, socioeconomic and behavioral variables, as well as those related to patient assistance and prescription of antihypertensive medicaments. Analyses were carried out using the Poisson regression model to assess crude and adjusted prevalence ratios, with their respective 95% confidence and p-values intervals (Wald test). From the total number of the elderly interviewed, 1.247 claimed to have taken some kind of medicine in the previous seven days, and among these, approximately one third (28.7%) were considered to have low adherence to the treatment. The statistical factors associated to low adherence to treatment were: age (65 to 74 years old), not having a health plan, having to purchase (totally or partially) their own medicines, having three or more morbidities, having functional disabilities and using three or more medicines. Regarding the second study, 1.588 hypertensive patients were interviewed, with the prevalence of patients joining the treatment being 19.1% according to the BMQ and 48.1% with a high level of adherence according to the MMAS-8. The main factors related to higher or lower adherence to the antihypertensive treatment as per the BMQ were: income higher than the minimum wage, better health selfawareness, less comorbidity and fewer antihypertensive drugs used. Higher 12 taxes of adherence to the treatment as per the MMAS-8 were related to older age, better health self-awareness and greater bond to the health team. The results here presented reinforce the fact that the rise of chronic-degenerative diseases that affect the elderly, the ageing process that leads to functional disability, the difficulty to gain access to the treatment and the increased use of medicaments are crucial factors that should be considered by health professionals, aiming at fostering adherence to treatment and increasing therapeutic solutions and quality of life of said patients. In addition, they highlight that the health team can contribute to increase patient adherence to the antihypertensive treatment, by prescribing less strict and complex diets, by explaining the benefits and side effects of the medicaments, and most importantly, by strengthening the bond with the patient, participating actively in the health care process.
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Associação entre deficiência auditiva, estilo de vida e doenças crônicas não transmissíveis autorreferidas no Brasil : dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013

Soares, Midiany de Oliveira January 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: Mais de 5% da população mundial - 360 milhões de pessoas - tem surdez incapacitante, já as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 38 milhões de mortes por ano e vem aumentando sua prevalência na população adulta. Já é sabido que as doenças crônicas e a perda auditiva estão associadas a aspectos ligados ao estilo de vida, como tabagismo, etilismo, exposições laborais, entre outros. OBJETIVO: Verificar a associação entre a deficiência auditiva, estilo de vida e doenças crônicas não transmissíveis autorreferidas em adultos no Brasil. MÉTODO: Estudo transversal baseado nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. A amostragem foi feita por conglomerados de três estágios, sendo os setores censitários a unidade primária, os domicílios as unidades secundárias e um morador adulto (maior ou igual a 18 anos) selecionado de cada domicílio como unidade terciária. Os domicílios e os moradores foram selecionados por amostragem aleatória simples. A população-alvo foi constituída por moradores adultos, residentes em domicílios particulares de todo o território nacional. Foram realizadas 60.202 entrevistas individuais com o morador selecionado no domicílio. O desfecho foi obtido através da pergunta: “O Senhor (a) tem deficiência auditiva?”. As variáveis foram descritas por frequências absolutas e relativas. A estimação do parâmetro populacional foi realizada a partir do intervalo de 95% de confiança. Os dados foram ponderados utilizando-se peso amostral. A medida de efeito calculada foi a Razão de Prevalências (RP) obtida a partir dos modelos de Regressão de Poisson com variância robusta univariável e multivariável. As variáveis que apresentaram valor de p<0,20 na análise univariável foram selecionadas para permanecer na análise multivariável. O modelo multivariável foi construído de forma hierárquica considerando a proximidade dos fatores com o desfecho em estudo. O critério para a permanência da variável no modelo subsequente foi de que a mesma apresentasse um valor p<0,10 no seu bloco. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). RESULTADOS: A prevalência de deficiência auditiva foi 2,4% (IC95% 2,3-2,6), de diabetes 6,0% (IC95% 5,9-6,2), de hipertensão arterial 20,8% (IC95% 20,4-21,1), de colesterol alto 12,1% (IC95% 11,9-12,4) e de AVC 1,6% (IC95% 1,5-1,7). A deficiência auditiva foi maior no sexo masculino 2,9% (IC95% 2,7-3,1), na faixa etária com mais de 75 anos, 13,5% (IC95% 12,3-14,8), em quem se autodeclarada de cor de pele ou raça branca, 2,9% (IC95% 2,7-3,1) e em quem tem nível de escolaridade até o ensino fundamental incompleto, 6,1% (IC95% 5,6-6,7). Na análise multivariável, obteve-se um modelo final com as variáveis sociodemográficas, tabaco e exposição ocupacional onde a associação entre deficiência auditiva e doenças crônicas não transmissíveis mostrou-se significativa. CONCLUSÕES: A prevalência de deficiência auditiva em adultos no Brasil é de 2,4%. Essa deficiência foi mais prevalente em homens, grupos com idade avançada e baixa escolaridade. Adultos tabagistas, diabéticos, hipertensos, com colesterol alto e com histórico de AVC, bem como com exposição ocupacional para deficiência auditiva apresentam maior risco de perda de audição. A compreensão dos fatores de risco etiológicos relacionados à deficiência auditiva redundará em ações mais direcionadas para populações adscritas, resultando em melhor aplicação dos recursos em saúde pública e contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas para a prevenção da deficiência auditiva. / INTRODUCTION: More than 5% of the world's population - 360 million people - have incapacitating deafness, since chronic noncommunicable diseases account for 38 million deaths annually and have been increasing in the adult population. It is already known that chronic diseases and hearing loss are associated with aspects related to lifestyle, such as smoking, alcoholism, occupational exposures, among others. OBJECTIVE: To verify the association between hearing loss, lifestyle and self - reported non - transmissible chronic diseases in adults in Brazil. METHODS: A cross-sectional study based on data from the National Health Survey of 2013. Sampling was done by three-stage clusters, census tracts being the primary unit, households secondary units and an adult (18 years or older) selected from each household as a tertiary unit. Households and residents were selected by simple random sampling. The target population consisted of adult residents living in private homes throughout the country. A total of 60.202 individual interviews were conducted with the resident selected at home. The outcome was obtained through the question: "Do you have a hearing impairment?". The variables were described by absolute and relative frequencies. The population parameter was estimated from the 95% confidence interval. The data were weighted using sample weight. The calculated effect measure was the Prevalence Ratio (RP) obtained from the Poisson Regression models with robust univariate and multivariate variance. The variables that presented p value <0.20 in the univariate analysis were selected to remain in the multivariable analysis. The multivariate model was constructed hierarchically considering the proximity of the factors with the outcome under study. The criterion for the permanence of the variable in the subsequent model was that it presented a p value <0.10 in its block. The level of significance was 5% (p <0.05). RESULTS: The prevalence of hearing loss was 2.4% (CI95% 2.3-2.6), diabetes 6.0% (CI95% 5.9-6.2), arterial hypertension 20.8% (CI95% 20.4-21.1), high cholesterol 12.1% (CI95% 11.9-12.4) and stroke 1.6% (CI95% 1.5-1.7). Hearing impairment was greater in males 2.9% (CI95% 2.7-3.1), in the age group older than 75 years, 13.5% (CI95% 12.3-14.8), in (CI95% 2.7-3.1), and in those with a level of schooling up to incomplete primary education, 6.1% (CI95% 5.6% 6,7). In the multivariate analysis, a final model was obtained with sociodemographic, tobacco and occupational exposure variables, where the association between hearing loss and chronic non-communicable diseases was significant. CONCLUSIONS: The prevalence of hearing impairment in adults in Brazil is 2.4%. This deficiency was more prevalent in men, older age groups and low schooling. Adult smokers, diabetics, hypertensives, high cholesterol and a history of stroke, as well as occupational exposure to hearing impairment present a higher risk of hearing loss. The understanding of etiological risk factors related to hearing impairment will result in more targeted actions for ascribed populations, resulting in a better application of resources in public health and contributing to the development of public policies for the prevention of hearing impairment.
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"Práticas não-convencionais em medicina no Município de São Paulo" / "Unconventional medical practice in São Paulo City"

Akiyama, Kazusei 06 December 2004 (has links)
Nos países ocidentais, a chamada medicina complementar e alternativa (MCA) vem recebendo crescente atenção entre a classe médica devido ao aumento de seu uso pela população. São tipos de práticas de diagnóstico e de cuidados relacionados à saúde que coexistem paralelamente em nosso meio, sendo a maior parte delas, não-regulamentada. Existem poucos estudos sobre o assunto; nos países industrializados, a prevalência de utilização chega a 40% na população geral. Este trabalho procura identificar as atitudes e as experiências sobre MCA entre os médicos domiciliados no Município de São Paulo. É um estudo populacional, descritivo e transversal de uma amostra aleatória de 537 profissionais, de todas as especialidades. Para tanto, foi utilizado um questionário específico, aplicado por meio de contato telefônico, entre outubro de 2002 e fevereiro de 2003. A taxa de resposta foi de 68%. A amostra foi representativa da população estudada, sendo composta de 80 tipos de especialidades e sub-especialidades médicas. Para cada três médicos, houve um do sexo feminino. O grupo que se recusou a responder o questionário era composto de médicos com mais idade, de especialidades cirúrgica e tocoginecologia. Os resultados apontam que a MCA é prevalente no cotidiano do médico paulistano; 87,6% referiram perceber demanda por parte dos pacientes; 5,8% referiram não ter tido contato profissional com MCA; no plano privado, 1,8% referiram não ter tido contato próprio ou de algum familiar próximo. Metade dos médicos mostrou atitude positiva com a MCA; 52% endossam ou prescrevem algum tipo; 20% referem treinamento e 13% informam ser provedores, de pelo menos uma modalidade de MCA. Ao serem indagados sobre a influência das MCA, 61,5% opinaram que há influência positiva para o resultado terapêutico do paciente; 42,8% acham que essas práticas alteram positivamente o trabalho do médico; 61,9% entendem que causam alguma ação sobre o resultado terapêutico. Sessenta e quatro por cento dos médicos sentem pouca ou alguma familiaridade com as MCA. As modalidades que os entrevistados mais referiram conhecimento foram: acupuntura, homeopatia, terapias em grupo, dietas alternativas e massagem. Noventa e um por cento concordaram que é importante o médico ter algum conhecimento em MCA; 69,5% discordaram que devam ser combatidas pela classe médica; 85,4% acharam que devem ser utilizadas somente se forem científicas. Quanto ao treinamento, mais de 60% acharam importante recebê-lo, inclusive na formação médica. Menos de 30% dos médicos referiram fazer sistematicamente, na anamnese, perguntas sobre o uso corrente ou passado de MCA. A análise de dados através de regressão logística ajustada mostrou que a variável “treinamento em MCA" influencia os desfechos “atitude" (OR= 2,20; IC95% 1,21-4,03; p=0,009), “prescreve ou endossa" (OR= 4,07; IC95% 2,02-8,20; p<0,001) e “provedor" (OR= 12,76; IC95% 4,05-40,17; p<0,001). A variável “treinamento" sofreu influência de faixa etária entre 41 e 50 anos (OR= 8,83; IC95% 1,59-49,08; p=0,006), “contato profissional" (OR= 8,59; IC95% 3,94-18,74; p<0,001), “contato particular" (OR= 5,59; IC95% 2,36-13,22; p<0,001), atuar em pediatria (OR= 2,68; IC95% 1,06-6,77) ou em “outras especialidades" (OR= 3,40; IC95% 1,25-9,25; p=0,014), “atitude" (OR= 2,13; IC95% 1,25-3,65; p=0,004) e “tipos diferentes de pós-graduação" (OR= 1,47; IC95% 1,01-2,15; p=0,044). / In western countries, the so called complementary and alternative medicine (CAM) has been getting increasing attention among medical doctors, due to the rise of its use among the population. They are kinds of diagnostic and care practice related to health that exist side by side in our environment, being most of them non-regulated. There are few studies about the subject; in industrialized countries, its prevalence reaches about 40% on the whole population. This paper seeks to identify attitudes and experience about CAM among medical doctors living in São Paulo City. It's a populational, descriptive and cross-sectional study of 537 professionals randomly sampled from all specialties. To do so, it was used a specific questionnaire applied by means of telephone contact between October of 2002 and February of 2003. The response rate was 68%. The sample was a representative one of the studied population, being made up of 80 medical specialties and sub-specialties. For every three medical doctors, there was a female. The group who refused to answer the questionnaire was made up of older medical doctors whose areas are surgery, and obstetrics and gynecology. The results present that CAM is prevalent in daily life for medical doctors of São Paulo City; 87,6% have already noticed some kind of interest from their patients; 5,8% mentioned that they have never had any contact with CAM on their professional field; 1,8% has never had any personal or familiar contact with it. Half of the medical doctors have shown positive attitude towards CAM; 52% endorse or prescribe some kind of CAM; 20% have had trainning and 13% are providers of, at least one kind of, CAM. When they were questioned about the influence of CAM, 61,5% gave their opinion that there had positive influence on patients’ therapeutic results; 42,8% think that these practices alter medical doctors’ work positively; 61,9% understand that it causes some action in therapeutic result. Sixty-four per cent of all doctors feel a little or some familiarity with CAM. The modality which the interviewees showed a better knowledge were: acupuncture, homeopathy, group therapy, alternative diets and massage. Ninety one per cent agreed that it's important that medical doctors should have some knowledge of CAM; 69,5% disagreed that they should be opposed by medical doctors; 85,4% think that they must be used only if they were scientific. As for trainning, more than 60% think it's important to get it, inclusive under-graduation education. Less than 30% of medical doctors mentioned that they sistematically ask questions for the patients, in their anamnesis, about the current or past use of CAM. The data through adjusted logistic regression analysis showed the variable "CAM trainning" influence the outcome "attitude" (OR= 2,20; IC95% 1,21-4,03; p=0,009), "prescribes or endorses" (OR= 4,07; IC95% 2,02-8,20; p<0,001) and "provider" (OR= 12,76; IC95% 4,05-40,17; p<0,001). The variable "trainning" was influenced by the aged range between 41 and 50 years (OR= 8,83; IC95% 1,59-49,08; p=0,006), "professional contact" (OR= 8,59; IC95% 3,94-18,74; p<0,001), "private contact" (OR= 5,59; IC95% 2,36-13,22; p<0,001), act in pediatrics (OR= 2,68; IC95% 1,06-6,77) or in "other specialties" (OR= 3,40; IC95% 1,25-9,25; p=0,014), “attitude" (OR= 2,13; IC95% 1,25-3,65; p=0,004) and “different kinds of post-graduation" (OR= 1,47; IC95% 1,01-2,15; p=0,044).
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Síndrome metabólica e perfil de adipocitocinas séricas em pacientes adultas jovens com dermatomiosite / Metabolic syndrome and serum adipocytokine features in young adult patients with dermatomyositis

Silva, Marilda Guimarães 03 May 2016 (has links)
Objetivo. Analisar a frequência de síndrome metabólica em pacientes adultas jovens com dermatomiosite (DM) e a possível associação de síndrome metabólica com as características clínicas e laboratoriais da DM. Posteriormente, analisar os níveis séricos das adipocitocinas em pacientes com DM. Métodos. O presente estudo unicentro e transversal incluiu 35 pacientes com DM, de acordo com os critérios de Bohan e Peter, pareadas por idade e índice de massa corpórea com 48 controles saudáveis. A atividade da doença foi baseada nos parâmetros estabelecidos pelo International Myositis Assessment and Clinical Studies Groups (IMACS). A síndrome metabólica foi definida de acordo com critérios preconizados por Joint Interim Statement de 2009. Resultados. A média de idade foi comparável entre DM e o grupo controle (respectivamente, 33,2 ± 6,5 e 33,3 ± 7,6 anos), com duração média da doença de um ano. Quando comparadas aos indivíduos do grupo controle, as pacientes com DM tinham alta prevalência de síndrome metabólica (34,3 vs. 6,3%; P = 0,001), assim como altos níveis séricos de adiponectina e resistina, em contraste com baixos níveis de leptina. Estas adipocitocinas se correlacionavam com vários parâmetros da dislipidemia em pacientes com DM. Além disto, os casos de DM com síndrome metabólica (N = 12) apresentaram maior faixa etária (36,7 ± 5,6 vs. 31,5 ± 8,0 anos; P = 0,035) e maior atividade da doença do que os casos sem síndrome metabólica (N = 23). Entretanto, a distribuição de adipocitocinas foi similar entre os grupos. Conclusão. Quando comparadas ao grupo controle, as pacientes adultas jovens com DM apresentam maior prevalência de síndrome metabólica e maiores níveis séricos de adiponectina e resistina, em contraste com menores níveis séricos de leptina. Entre as pacientes, a síndrome metabólica correlacionou-se positivamente com a maior faixa etária e com a atividade da doença / Objective. To analyze the frequency of metabolic syndrome in young adult female dermatomyositis (DM) patients and to evaluate the possible association of metabolic syndrome with DM-related clinical and laboratory features. Secondarily, to analyze the serum adipocytokine levels in DM patients. Methods. The present cross-sectional single-center study included 35 DM patients according to the criteria of Bohan and Peter, who were age-, body mass index-matched to 48 healthy controls. The disease activity was based on parameter established by the International Myositis Assessment and Clinical Studies Groups (IMACS). Metabolic syndrome was diagnosed according to the criteria established 2009 Join Interim Statement. Results. The median age was comparable in both the DM and control groups (33.2 ± 6.5 and 33.3 ± 7.6 years, respectively), with median disease duration of 1 year. When compared to healthy control group, the DM patients had a higher prevalence of metabolic syndrome (34.3 vs. 6.3%; P = 0.001), as well high serum adiponectin and resistin levels, in contrast to low serum leptin levels. These adipocytokines correlated with various dyslipidemia parameters in DM patients. Additionally, DM cases with metabolic syndrome (N = 12) were older (36.7 ± 5.6 vs. 31.5 ± 8.0 years; P = 0.035) and have more disease activity index than cases without metabolic syndrome (N = 23). Nevertheless, adipocytokines distribution was similar in both groups. Conclusion. Compared to control group, Adult young female patients with DM show higher metabolic syndrome prevalence and a higher serum adiponectin and resistin levels, in contrast to lower serum leptin levels. Among the patients, the metabolic syndrome correlates positively with older age and with disease activity
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A musculatura ventilatória em indivíduos sadios: influência do gênero, da faixa etária, da posição corpórea e do exercício - um estudo transversal / Ventilatory muscles in healthy subjects: influence of gender, age, body position and exercise - a cross-sectional study

Cardenas, Leticia Zumpano 12 December 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: Considerando que a literatura aponta para diferença de força relacionada ao gênero e ao envelhecimento, hipotetizamos que as mulheres e os idosos tivessem diferentes comportamentos da musculatura ventilatória ao repouso e ao exercício. Como há uma correlação entre a área de secção transversa dos músculos esqueléticos e a força muscular, e que esta é maior em homens, acreditamos que a espessura do diafragma ao ultrassom pudesse refletir as alterações de força relacionadas ao gênero. Por fim, como os músculos ventilatórios também estão envolvidos em outras funções, como a manutenção da postura, acreditamos que as mudanças de posição corpórea pudessem alterar o grau de sincronia entre os compartimentos (tórax e abdome) e a capacidade de geração de força da musculatura ventilatória. OBJETIVO PRIMÁRIO: Comparar o comportamento da musculatura ventilatória em indivíduos sadios categorizados por gênero e faixas etárias, ao repouso, em diferentes posições corpóreas e ao exercício. OBJETIVOS SECUNDÁRIOS: Caracterizar a mobilidade, a espessura e a capacidade de espessamento do diafragma ao ultrassom; Correlacionar a mobilidade, a espessura e a capacidade de espessamento do diafragma ao ultrassom com a força muscular ventilatória. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com 60 voluntários sadios de ambos os gêneros, divididos em três faixas etárias: 20-39, 40-59 e 60-80 anos. Os voluntários realizaram espirometria, medidas de PI e PEmáx e SNIP. Foram monitorizados com cateteres para medidas de pressão esofágica, gástrica e transdiagragmática.. Para avaliação de força não volitiva, realizamos estímulo magnético (Twitch) inspiratório e expiratório. Monitorizamos o escaleno, o esternocleidomastóideo, o intercostal paraesternal e o oblíquo externo com eletromiografia de superfície. Para avaliar a sincronia toracoabdominal utilizamos a pletismografia de indutância. Os voluntários eram monitorizados em diferentes posições e durante um teste de esforço cardiopulmonar. Após o teste de esforço, o Twitch era repetido para avaliação de fadiga. Por fim, em um subgrupo realizamos USG do diafragma para avaliar espessura e mobilidade. RESULTADOS: As mulheres apresentam menor força ao repouso e pior acoplamento neuromecanico ao exercício. No pico do exercício, elas têm menor contribuição diafragmática e utilizam um maior percentual da força abdominal máxima. Quanto à sincronia toracoabdominal e fadiga, as mulheres têm valores similares aos dos homens, porém estes valores são atingidos em cargas significativamente mais baixas. Embora mais fracos ao repouso, os idosos não tiveram pior acoplamento neuromecanico ao exercício. Quanto ao recrutamento muscular, sincronia toracoabdominal, trabalho ventilatório e fadiga, os idosos têm valores similares aos mais jovens, porém estes valores são atingidos em cargas significativamente mais baixas. Ao US, as mulheres têm mobilidade diafragmática na respiração profunda, espessura na CPT e fração de espessamento significativamente menores que os homens. A mobilidade do diafragma na respiração profunda, a espessura diafragmática na CPT e a fração de espessamento correlacionaram-se com a função pulmonar e a força muscular ventilatória em indivíduos sadios. A posição supino altera a sincronia entre os compartimentos (tórax e abdome) e a capacidade de geração de força da musculatura ventilatória. CONCLUSÕES:. O gênero, a idade, as mudanças de posição corpórea e o exercício têm influência sobre a musculatura ventilatória. Ao US, as mulheres têm mobilidade diafragmática na respiração profunda, espessura na CPT e fração de espessamento significativamente menores. A força muscular ventilatória tem correlação com as medidas do ultrassom em indivíduos sadios / INTRODUCTION: Since the literature points to lower ventilatory muscle strength in female and elderly, we hypothesized that in female and the elderly, ventilatory muscles behave differently at rest and during exercise. Considering that males are stronger, and that muscle strength correlates to muscular cross-sectional area, we interrogated ifthe thickness of the diaphragm evaluated by ultrasound could reflect the strength differences related to gender. Finally, as the ventilatory muscles are also involved in other functions, such as maintaining posture, we believe that different body positions could influence thoracoabdominal synchrony and the strength of the ventilatory muscles. PRIMARY OBJECTIVE: To compare the behavior of ventilatory muscles in healthy subjects categorized by gender and age range, at rest, in different body positions and during exercise. SECONDARY OBJECTIVES: To characterize mobility, thickness and thickness fraction of the diaphragm evaluated by ultrasound; Correlate mobility, thickness and thickness fraction with ventilatory muscle strength. METHODS: In a cross-sectional study, 60 healthy volunteers of both genders were divided into three age range groups: 20-39, 40-59 and 60-80 years. The volunteers performed spirometry, MIP, MEP and SNIP. They were monitored with balloon catheters for measurement of esophageal, gastric and transdiaphragmatic pressure. In order to evaluate non volitional inspiratory and expiratory strength, we performed magnetic stimulation (Twitch) of phrenic and 10th dorsal roots respectively. We monitored muscle recruitment of scalene, sternocleidomastoid, parasternal intercostal and external oblique with surface electromyography. To assess thoracoabdominal synchrony, we used respiratory inductance plethysmography. Volunteers were evaluated in different positions and during a cardiopulmonary exercise test. After the exercise test, the Twitch was repeated to assess fatigue. In a subgroup we performed ultrasound to evaluate the diaphragm thickness, thickening fraction and mobility. RESULTS: Women are weaker at rest and have worse neuromechanical coupling during exercise. In the end of exercise, women have lower diaphragmatic contribution and use a higher percentage of the maximum abdominal strength. Although women have values of thoracoabdominal synchrony and fatigue similar to those of men, women have completed the exercise at significantly lower workload. Although weaker at rest, the elderly had similar neuromechanical coupling to youngers during exercise. Regarding to ventilatory muscle recruitment, thoracoabdominal synchrony, work of breathing and fatigue, the elderly have similar values to younger group, but again, these values are achieved at significantly lower workloads. Concerning to ultrasound of diaphragm, women have significantly lower diaphragmatic mobility during deep breathing, thickness in the TLC and thickening fraction than men. The mobility of the diaphragm during deep breathing, the diaphragmatic thickness in TLC and the thickening fraction correlates to lung function and respiratory muscle strength. Supine position modifies thoracoabdominal synchrony and ventilatory muscle strength. CONCLUSIONS: Gender, age, body position and exercise influence the behavior of ventilatory muscles. Women have significantly lower diaphragmatic mobility during deep breathing, thickness in the TLC and thickening fraction. The ventilatory muscle strength correlates to ultrasound measurements in healthy subjects
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Epidemiologia dos subtipos de depressão: análise de classes latentes dos sintomas depressivos em uma amostra populacional da região Metropolitana de São Paulo / Epidemiology of subtypes of depression: latent class analysis of depressive symptoms in a population-based sample of São Paulo Metropolitan Area

Silva Junior, Clovis Alexandrino da 31 August 2012 (has links)
Introdução. A depressão é uma síndrome clínica heterogênea caracterizada por perfis sintomatológicos distintos. Contudo, raros são os estudos que investigaram subtipos depressivos na comunidade e seus correlatos sociodemográficos e clínicos, diferenciando-os quanto à apresentação de acordo com o gênero. Métodos. Utilizou-se o banco de dados do Estudo São Paulo Megacity. Entraram na análise 1.212 sujeitos (869 mulheres e 343 homens) que responderam sobre a presença ou ausência dos sintomas constantes no módulo de depressão do questionário WMH-CIDI. Foi usado o método de análise de classes latentes (ACL). Critérios estatísticos (como o Critério de Informação Bayesiano [BIC] e a entropia) foram empregados para a determinação do número de classes que melhor classificava os sujeitos. Após a obtenção dos modelos mais adequados, as classes foram validadas por correlatos sociodemográficos e clínicos, utilizando-se regressão logística multinomial. Posteriormente, examinou-se a associação entre os subtipos depressivos e a utilização dos serviços de saúde ao longo da vida. Todas as análises foram realizadas no programa Mplus 6.12. Resultados. O melhor modelo de ACL para a amostra geral foi o de 3 classes denominadas Melancólica (37,8%), Atípica (17,83%) e Leve (44,37%). Os sujeitos da classe Atípica apresentaram elevada probabilidade de irritabilidade (81,8%) e ansiedade (90,7%). No modelo final ajustado, pertencer à classe Melancólica associou-se significativamente com: transtorno do espectro bipolar; transtorno de ansiedade; dependência de álcool e drogas; maior incapacitação; e maior escolaridade. Mulheres na classe Atípica foram mais propensas a ter maior escolaridade e comorbidade com transtorno do espectro bipolar e transtorno de ansiedade. Na análise da subamostra de mulheres, o melhor modelo de ACL foi o de 3 classes, semelhantes ao modelo da amostra total: Melancólica (39,34%), Atípica (19,53%) e Leve (41,13%). No modelo final ajustado para o sexo feminino, a classe Melancólica associou-se significativamente com: transtorno do espectro bipolar; transtorno de ansiedade; dependência de álcool e drogas; transtorno disfórico pré-menstrual; e maior incapacitação. Mulheres desta classe, comparadas com às das outras classes, foram mais propensas a ter maior escolaridade e estarem separadas, divorciadas ou viúvas. A classe Atípica associou-se significativamente com: transtorno do espectro bipolar; transtorno de ansiedade; dependência de álcool e drogas; e maior escolaridade. Para o sexo masculino, o melhor modelo de ACL foi também o de 3 classes: Melancólica (40,37%), Agitada (19,56%) e Leve (40,07%). Praticamente todos os homens pertencentes à classe Agitada apresentaram agitação e ansiedade, e uma grande proporção (ao redor de 84%), irritabilidade. Ainda, os sujeitos desta classe apresentaram as maiores proporções de pensamento acelerado (43,9%), aumento de energia (10,6%) e tentativa de suicídio (10,5%), em um perfil de sintomas semelhante aos estados mistos. A classe Agitada associou-se significativamente com os transtornos do espectro bipolar, embora esta associação não tenha permanecido no modelo ajustado. A classe Melancólica entre os homens associou-se com transtorno de ansiedade e dependência de nicotina. Mesmo os sujeitos das classes mais sintomáticas relataram baixo uso de serviços ao longo da vida. Conclusões. Nosso estudo confirma que subtipos depressivos, como melancólico, atípico e agitado podem ser identificados em amostras da população geral, corroborando a heterogeneidade sintomatológica do construto de depressão das classificações atuais. Tanto os perfis sintomatológicos, como as comorbidades com outros transtornos psiquiátricos, como espectro bipolar, ansiedade e dependência de substâncias, têm implicações na escolha do tratamento. Estes resultados podem também contribuir para a determinação de melhores critérios e especificadores dos subtipos depressivos nas próximas edições do DSM e da CID / Introduction. Depression is a heterogeneous clinical syndrome characterized by distinct symptom profiles. However, few studies have investigated depressive subtypes in the community and their sociodemographic and clinical correlates, differentiating them on the presentation according to gender. Methods. Data comes from the São Paulo Megacity Mental Health Survey. One thousand two hundred and twelve subjects (869 women and 343 men) entered in the analysis and responded to the presence or absence of symptoms of the depression module of the WMH-CIDI questionnaire. Latent class analysis (LCA) was used. Statistical criteria (such as the Bayesian Information Criteria [BIC] and entropy) were applied to the determination of the number of classes that best classified the subjects. After obtaining the most suitable models, the classes were validated by clinical and sociodemographic correlates, using multinomial logistic regression. We also later examined the association between depressive subtypes and lifetime health service utilization. All analyses were performed in the program Mplus 6.12. Results. The best LCA model for the overall sample was a 3-class model, which were named Melancholic (37.8%), Atypical (17.83%) and Mild (44.37%). Those in the Atypical class had a high probability of irritability (81.8%) and anxiety (90.7%). In the final adjusted model, being in the Melancholic class was significantly associated with: having a bipolar spectrum disorder; an anxiety disorder; alcohol and drug dependence; greater disability; and higher education. Women in the Atypical class were more likely to have higher education and comorbidity with bipolar spectrum disorder and anxiety disorder. In the analysis of the subsample of women, the best LCA model was a 3-class model, with classes similar to the model of the overall sample: Melancholic (39.34%), Atypical (19.53%) and Mild (41.13%). In the final adjusted model for females, the Melancholic class was significantly associated with: bipolar spectrum disorder; anxiety disorder; alcohol and drug dependence; premenstrual dysphoric disorder; and greater disability. Women in this class, as compared to those in other classes, were more likely to have higher education and be separated, divorced or widowed. The Atypical class was significantly associated with: bipolar spectrum disorder; anxiety disorder; alcohol and drug dependence; and higher education. For males, the best LCA model was also a 3-class model: Melancholic (40.37%), Agitated (19.56%) and Mild (40.07%). Virtually all men belonging to Agitated class endorsed agitation and anxiety, and a large proportion (around 84%), irritability. In addition, respondents belonging to this class presented the highest proportions of racing thought (43.9%), increased energy (10.6%), and suicide attempt (10.5%), in a symptom profile similar to mixed states. The Agitated class was significantly associated with bipolar spectrum disorders, although this association did not remain in the adjusted model. The Melancholic class among men was associated with anxiety disorder and nicotine dependence. Even subjects of more symptomatic classes reported low lifetime use of services. Conclusions. Our study confirms that depressive subtypes such as melancholic, atypical and agitated can be identified in samples from the general population, corroborating the symptomatologic heterogeneity of the construct of depression of current classifications. Both symptom profiles and comorbidity with other psychiatric disorders, such as bipolar spectrum, anxiety and substance dependence, have implications for the choice of treatment. These results may also contribute to establishing better criteria and specifiers of depressive subtypes in future editions of DSM and ICD
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Transtornos mentais em uma amostra de gestantes da rede de atenção básica de saúde no sul do Brasil

Almeida, Michele Scortegagna de January 2010 (has links)
Objetivo: Medir a prevalência de prováveis diagnósticos psiquiátricos durante a gravidez e os fatores sociodemográficos associados em mulheres gestantes atendidas na rede básica de saúde no sul do Brasil. Método: Estudo transversal, em uma amostra de 712 gestantes entre a 16ª e 36ª semana de gestação, realizado em 18 Unidades Básicas de Saúde em Porto Alegre e Bento Gonçalves. Foram aplicados questionário sociodemográfico e instrumento para Avaliação de Transtornos Mentais na Atenção Primária (PRIME-MD). Na análise dos dados, foi utilizada Regressão de Poisson com variância robusta para o estudo de associação e determinação das Razões de Prevalência bruta e ajustada. Resultados: A prevalência de provável transtorno mental ocorreu em 41,7% das gestantes. O diagnóstico mais prevalente foi o transtorno depressivo maior (21,6%), seguido pelo transtorno de ansiedade generalizada (19,8%), transtorno do pânico (9,3%), transtorno depressivo maior em remissão parcial (9,0%), distimia (8,4%), e bulimia nervosa (0,6%). Após realizar a análise multivariada, os seguintes fatores mantiveram significância: não trabalhar nem estudar RP 1,25 (IC 95% 1,04-1,51), não morar com o companheiro RP 1,24 (IC 95% 1,01-1,52), e ter dois ou mais filhos RP 1,21 (IC 95% 1,01 – 1,46). Conclusão: Evidenciou-se que as gestantes da amostra atendidas na atenção primária à saúde apresentaram alta prevalência de provável transtorno mental. Abordagens para diagnóstico e tratamento deverão ser implementadas no período do pré-natal. / Objective: Measure the prevalence of probable psychiatric diagnoses during pregnancy and sociodemographic factors associated in pregnant women in primary care in southern Brazil. Methods: Cross-sectional study in a sample of 712 pregnant women between 16 and 36 weeks of gestation, conducted in 18 Basic Health Units in Porto Alegre and Bento Gonçalves. The Primary Care Evaluation of Mental Disorders (PRIME-MD) and sociodemographic questionnaire was used for evaluating the probable psychiatric diagnoses. In the data analysis, Poisson regression was applied with robust variance for the association study and determination of crude and adjusted prevalence ratios. Results: The prevalence of probable mental disorder occurred in 41.7% of pregnant women. The most prevalent diagnosis was Major Depressive Disorder (21.6%), followed by Generalized Anxiety Disorder (19.8%), Panic Disorder (9.3%), Major Depressive Disorder in partial remission (9.0%), Dysthymia (8.4%) and Bulimia Nervosa (0.6%). After performing a multivariate analysis the following factors remained significant: neither working nor studying PR 1.25 (95% CI 1.04 to 1.51), not living with partner PR 1.24 (95% CI 1.01 to 1.52), and having two or more children PR 1.21 (95% CI 1.01 to 1.46). Conclusion: This study revealed that pregnant women in the sample treated in primary care had a high prevalence of probable mental disorder. Approaches to diagnosis and treatment should be implemented during the prenatal period.
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Disfunção temporomandibular e síndrome fibromiálgica: caracterização de amostra segundo critérios clínicos / Temporomandibular disorders and fibromyalgic syndrome: characterization of a sample according to clinical evaluation

Fujarra, Fábio José Condino 25 March 2008 (has links)
Estudo transversal em que foram avaliados 48 doentes consecutivos (todas do gênero feminino) com diagnóstico de Síndrome Fibromiálgica (SFM). A idade média das doentes foi de 46,3 anos (±8,7, 23-59 anos). A avaliação clínica constou do questionário RDC/TMD e de avaliação em dor orofacial (EDOF-HC). Quanto à queixa principal, 26 doentes (54,2%) apresentaram dor na face, 18 (37,5%) dor na face associada a alguma queixa oral, uma (2,1%) teve queixa de estalidos na articulação temporomandibular, uma (2,1%) teve queixa exclusivamente oral e duas doentes (4,2%) não tiveram qualquer queixa. Em relação à presença de dor generalizada, as 48 doentes avaliadas tinham dores no corpo. A dor na face esteve presente em 44 doentes (91,7%). Quarenta e quatro doentes (91,7%) apresentaram cefaléia. Otalgia esteve presente em 19 doentes (39,6%). A dor na face se iniciou antes da dor no corpo em 17 doentes (38,6%), depois em 20 (45,5%), simultaneamente em seis doentes (13,6%) e uma doente (2,1%) não soube definir esta relação temporal. Os sintomas orofaciais melhoraram com o uso de medicação para tratamento da SFM em 24 doentes (54,5%), e três (6,8%) não souberam responder. Quanto à abertura bucal voluntária sem dor a média foi de 32,3 mm (0-60; ± 12,9). Quanto às disfunções musculares mastigatórias, pelo Eixo I do RDC/TMD, 16 doentes (33,3%) apresentaram dor miofascial e 29 (60,4%) tiveram dor miofascial e limitação de abertura bucal. Com relação ao grau de dor crônica, sete doentes (14,6%) tiveram dor e incapacidade baixa, 21 (43,8%) tinham dor alta e baixa incapacidade, 12 (25%) tinham alta incapacidade e moderada limitação e sete (14,6%) tinham alta incapacidade e grave limitação. Pelo Eixo II do RDC/TMD a depressão foi considerada leve em seis (12,5%) doentes, moderada em nove (18,8%), grave em 33 (68,8%). A alta prevalência de dor facial e de dor de cabeça nesta amostra indica a necessidade de avaliação sistemática do segmento cefálico dos doentes com SFM. Este estudo descritivo mostra que as características desta amostra brasileira são compatíveis com aquelas relatadas pela literatura vigente e sugere que a adição dos sintomas da SFM aos da Disfunção temporomandibular agrave as queixas orofaciais. A presença de doentes que referiram a dor facial ter precedido os sintomas de dor generalizada no corpo sugere investigação de fatores locais e a necessidade de controle da dor regional como possível fator de controle da SFM. / This descriptive study evaluated 48 female consecutive patients with diagnosis with fibromyalgic syndrome (FMS). The mean age of these patients was 46.3 years (± 8.7, 23-59 years) .The clinical examination was conducted according to the Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) and evaluation of orofacial pain (EDOF-HC). Concerning the main complaint, 26 patients (54.2%) presented facial pain, 18 (37.5%) facial pain associated to some oral complaint, one (2.1%) complained of temporomandibular joint clicking, one (2.1%) had exclusively oral complaint and two patients (4.2%) didn\'t have facial pain. All patients showed body pain, while the facial pain was observed in 44 patients (91.7%). Headache was reported by 44 patients (91.7%) and earache by 19 (39.6%). The facial pain had initiated before the body pain in 17 patients (38.6%), and the inverse situation in 20 (45.5%). For six patients (13.6%) the facial and body pain started simultaneously and one (2.1%) was not able to answer the question. Conserning the orofacial symptoms relieve by use of FMS medication, orofacial symptoms relieved for 24 patients (54.5%) and tree patients (6.8%) couldn´t answer the question. The mean of voluntary mouth opening without pain was 32.3 mm (0-60; ±12.9). Regarding the muscle dysfunctions, following the RDC/TMD axis I, 16 patients (33.3%) presented myofascial pain, 29 (60.4%) showed limited mouth opening as well myofascial pain.. Based on RDC/TMD Axis II, the level of depression was considered mild in six (12.5%) patients, moderate in nine (18.8%) and severe in 33 (68.8%). In relation to chronic pain level, seven patients (14.6%) reported pain and mild incapacity, 21 (43.8%) had severe pain and mild incapacity, 12 (25%) had severe incapacity and moderate limitation and seven (14.6%) had severe incapacity and severe limitation.The high prevalence of facial pain and headache reported by the patients examined indicates that the head and neck must be evaluated systematically. This cross-sectional study shows that the characteristics analyzed in this Brazilian sample are compatible with the current literature and concludes that adding the symptoms of FMS and temporomandibular dysfunctions may aggravate the orofacial complaints. Some patients related the beginning of facial pain before the generalized body pain, suggesting that the investigation of local factors and the requirement of regional pain control could be a possible FMS control factor.

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