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A lógica do Tractatus e o operador N : decidibilidade e capacidade expressiva

Ferreira, Rodrigo Sabadin January 2017 (has links)
O presente trabalho tem como objeto de estudo o primeiro e único livro publicado por Wittgensein, seu Tractatus Logico-Philosophicus. Nosso tópico consiste nas dificuldades envolvidas em uma de suas teses mais centrais: a tese segundo a qual toda e qualquer proposição pode ser expressa em termos da aplicação de um operador de verdade primitivo de negação conjunta a proposições elementares. Dentre os problemas exegéticos envolvidos com o aforismo 6 e seu lugar na lógica do Tractatus, nos interessa tratar de dois grupos de questões sucitados na literatura secundária. O primeiro diz respeito à capacidade expressiva da notação do Tractatus, isto é, se podemos expressar, como afirma Wittgenstein, através da forma geral [ p, , N( )], toda função de verdade de proposições elementares apenas com “aplicações sucessivas do operador N” (5.32). O segundo grupo de questões diz respeito à possibilidade de conciliar a tese de 6 e 5.32 com o famoso resultado de que não pode haver um procediemento de decisão para todo o cálculo de predicados. No primeiro capítulo argumentaremos que a lógica do Tractatus é, em princípio, capaz de expressar qualquer proposição do cálculo de predicados de primeira ordem que contém quantificação (simples e múltipla) como resultado de um número finito de aplicações sucessivas do operador N. Defenderemos essa posição com base em uma sugestão de complemento notacional de Peter Geach que será defendida a partir de uma leitura da noção de generalidade do Tractatus, levando em conta dificuldades sucitadas contra essa posição por alguns comentadores, especialmente Robert Fogelin. No segundo capítulo argumentaremos, em um primeiro momento, que apesar de Wittgenstein estar comprometido com a decidibilidade da lógica no Tractatus, a tese de 6 e 5.32 é independente do cálculo de predicados ser decidível ou não.Em um segundo momento será argumentado (seguindo ideias sugeridas por Roger White e Michael Potter) que é uma possibilidade bastante plausível que o compromisso de Wittgenstein com a decidibilidade da lógica se fundamenta nas seguintes teses tractarianas: a)A proposição mostra seu sentido. b) O sentido de uma proposição consiste em suas condições de verdade. c) A proposição descreve a realidade completamente. Assim, mostraremos que a tese tractariana de que deve haver um procedimento de decisão para toda lógica pode estar fundamentada na concepção tractariana da compreensão do sentido proposicional.
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Princípio de frege e entendimento incompleto : uma explicação anti-individualista do pensamento de uma perspectiva de primeira pessoa

Guterres, Filipe Lucas January 2018 (has links)
Esta dissertação é sobre filosofia do entendimento. Buscaremos responder questões como: O que é o conteúdo de um pensamento? Como entendemos um conteúdo de um pensamento? Como se dá uma deliberação? Qual o papel do conteúdo do pensamento em uma deliberação? Que tipo de acesso temos ao conteúdo do pensamento? Para tanto, nos deteremos em analisar a filosofia anti-individualista de Tyler Burge a partir das objeções levantadas por Åsa Wikforss (2006), que defende que o Princípio de Frege é incompatível com a teoria do entendimento incompleto e que a noção burgeana de conteúdo não é capaz de desempenhar à função de capturar a perspectiva cognitiva de primeira pessoa. Veremos como a leitura burgeana do Princípio de Frege é capaz de dissolver a incompatibilidade alegada. Defenderemos a tese de que o conteúdo do pensamento na concepção anti-individualista é capaz de capturar a perspectiva cognitiva de primeira pessoa mediante uma compreensão aprofundada do papel do conteúdo representacional na deliberação, considerando sua inserção no sistema filosófico de Burge que o relaciona com a teoria das garantias epistêmicas e da percepção. Ao atentarmos para a distinção entre significado lexical e significado de tradução, apresentaremos um argumento em defesa da tese de que a teoria do entendimento anti-individualista explica melhor a perspectiva cognitiva e é mais condizente com a prática comum do que as teorias do conteúdo que residem no plano de fundo da interpretação de Wikforss acerca do Princípio de Frege. Por fim, proporemos e defenderemos uma leitura alternativa do Princípio de Frege que julgamos exprimir melhor tanto a visão anti-individualista quanto a fregeana. / This thesis is concerned with the philosophy of understanding. We will try to answer questions such as: What is thought content? How do we understand a thought content? How do we deliberate? What is the role of a thought content in a deliberation? What kind of access do we have to a thought content? For this, we will focus on analyzing the anti-individualist philosophy of Tyler Burge with respect to the objections raised by Åsa Wikforss (2006), who argues that Frege's Principle is incompatible with the Theory of Incomplete Understanding and that the Burgean notion of content is not able to fulfill the function of capturing the cognitive perspective from a first person point of view. We shall see how the Burgean reading of Frege's Principle is capable of dissolving the alleged incompatibility. We will defend the thesis that thought content on the anti-individualist account is capable of capturing the cognitive perspective of the first person point of view through a deep comprehension of the role of the representational content in deliberation, considering that‟s insertion in the philosophical system of Burge‟s, who connects it with the theories of epistemic warrants and of perception. Moreover, when we look at the distinction between lexical meaning and translational meaning, we will present an argument in defense of the thesis that the anti-individualist theory of understanding better explains the cognitive perspective and is more genuine to the common practice than the content theories which are on the background of Wikforss‟ interpretation of the Frege‟s Principle. Finally, we will propose and defend an alternative reading of Frege's Principle that we think will better capture both the anti-individualistic and the Fregean views.
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Mudança de mundo em Thomas S. Kuhn

Günther, Artur Bezzi January 2014 (has links)
Na obra de Thomas Kuhn, ao compreender as revoluções científicas como mudanças de concepção de mundo, surge o problema de em que sentido e em que medida o mundo muda com uma revolução científica. Esse é o problema central desta dissertação, o qual será analisado através da investigação dos textos de Kuhn e de seus comentadores. Depois de estabelecido o problema, os conceitos utilizados por Kuhn são esclarecidos. Em seguida, é analisado como se desenrola uma mudança de mundo e, com base nisso, é investigado em que medida o mundo muda com uma revolução científica. A conclusão desse trabalho sustenta que a mudança de mundo se fundamenta na mudança das relações de similaridade valorizadas pelos paradigmas e que o mundo muda apenas na sua organização, ou seja, na distribuição dos seus objetos particulares em diferentes tipos a partir das relações de similaridade enraizadas na comunidade científica. / In Thomas Kuhn‟s work, by understanding the scientific revolutions as changes in world conception, the problem related to in what sense and to what extent the world is changed by a scientific revolution arises. This is the central problem of this thesis, which will be analyzed by investigating Kuhn' and his reviewers‟ work. After establishing the problem, the concepts applied by Kuhn are explained. It is then analyzed how a world change takes place and, based on that, it is investigated in what extent the world changes with a scientific revolution. The conclusion argues that the change of world is based on a change in the similarity relationships valued by the paradigms and that the world only changes on its organization, ie, on the distribution of its particular objects in different types from the similarity relationships settled in the scientific community.
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O foco da critica : arte e verdade na Correspondencia entre Adorno e Benjamin / The focus of art criticism : art and truth in the Correspondence between Adorno and Benjamin

Gatti, Lucianno Ferreira 03 October 2008 (has links)
Orientador: Jeanne Marie Gagnebin de Bons / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-10T12:21:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Gatti_LuciannoFerreira_D.pdf: 1986024 bytes, checksum: e4a4ddd20d8a20be128d4516b5c3a7a0 (MD5) Previous issue date: 2008 / Resumo: Este trabalho pretende lidar com a relação entre arte e verdade, tal como ela é iscutida nos debates a respeito de um conceito materialista de crítica de arte, ocorridos durante a década de 1930 entre Theodor W. Adorno e Walter Benjamin. A tarefa central aqui é a de articular a idéia original de um projeto comum aos dois autores, cujo ponto de partida estaria em aspectos da obra de juventude de Benjamin, e o desenvolvimento posterior por cada um deles como uma concepção própria de crítica no momento em que eles são confrontados com elementos das artes de vanguarda e da cultura de massa das primeiras décadas do século XX. Com o intuito de salientar que as divergências surgidas na Correspondência entre Adorno e Benjamin originam-se sobretudo de posicionamentos distintos perante estes fenômenos artísticos, as questões pertinentes são apresentadas e discutidas em três momentos: 1) a exposição de aspectos dos escritos de juventude de Benjamin, fundamentais à compreensão dos debates da década de 1930; 2) as divergências entre Adorno e Benjamin a respeito da interpretação das obras de Bertolt Brecht e Franz Kafka; 3) os posicionamentos distintos dos dois autores perante a arte de massa, tal como apresentados em seus respectivos trabalhos sobre o cinema e o jazz / Abstract: This work intends to deal with the relationship between art and truth as they are discussed in the debates over a materialistic concept of art criticism taken place in the 1930s between Theodor W. Adorno and Walter Benjamin. The main effort here is to articulate the original idea of a common project shared by both authors -- whose background is situated in some aspects of Benjamin¿s early writings -- and its subsequent development by each author as his own distinctive concept of art criticism when they are both confronted with elements of the avant-garde and of the mass culture of the first decades of the 20th century. After pointing out that the divergences discussed on the Correspondence between Adorno and Benjamin rise from different attitudes with regard to the mentioned artistic phenomena, the ensuing questions are presented and discussed in three different moments: 1) the presentation of certain problems of Benjamin¿s early writings, indispensable to an understanding of the discussions emerging later in the 1930s; 2) the divergences between Adorno and Benjamin concerning the interpretation of Bertolt Brecht¿s and Franz Kafka¿s works; 3) their different positions on mass culture so as they are presented in their respective works on film and jazz / Doutorado / Historia da Filosofia Contemporanea / Doutor em Filosofia
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Racionalidade do entendimento: um estudo sobre a pragmática kantiana de Jürgen Habermas / Understanding´s racionality: a study about \"Kantian formal pragmatics\" of Jürgen Habermas

Antonio Ianni Segatto 27 July 2006 (has links)
O propósito deste trabalho é examinar a constituição sistemática e histórica da teoria da linguagem de Habermas. Seguindo as indicações do próprio Habermas, segundo as quais essa teoria constitui-se como uma \"pragmática formal apoiada em Kant\", uma \"pragmática formal de herança kantiana\" ou, ainda, um \"kantismo lingüístico\", analisamos em um primeiro momento a maneira como ela promove a convergência de duas linhagens filosóficas aparentemente inconciliáveis: a filosofia kantiana e da virada lingüística. Dito de uma maneira mais específica, analisamos a maneira como ela atualiza o motivo da \"transformação pragmática da filosofia kantiana\", central para a segunda linhagem. Em seguida, comentamos a exposição da teoria da linguagem na década de 1970, quando esta assume a forma de uma teoria da competência comunicativa, associada a uma teoria da verdade como consenso. Por fim, comentamos as modificações que Habermas propõe para sua teoria sobretudo na década de 1980, mostrando como ele procura responder às críticas a que foi submetido. / The aim of this work is to examine the systematic and the historical constitution of Habermas\'s theory of language. By following his own suggestions, according to which it constitutes itself as a \"formal pragmatics tied to Kant\", a \"Kantian formal pragmatics\" or a \"linguistic Kantianism\", we analyze at the first moment how it promotes the convergence of two apparently incompatible philosophical lineages: the Kantian philosophy and the linguistic turn. More specifically, we analyze how it up dates the motive of the \"pragmatic transformation of Kantian philosophy\", fundamental for the second lineage. Later on, we comment on the presentation of the theory of language in the 1970s, when it assumes the form of a theory of communicative competence, associated to a consensus theory of truth. Finally, we comment on the modifications that Habermas proposes to his theory mainly in the 1980s, showing how he tries to respond to the criticism to which he had been exposed.
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Antiindividualismo e memória : mente, ambiente, contexto e linguagem

Santos, César Schirmer dos January 2010 (has links)
Resumo indisponível
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Mudança de mundo em Thomas S. Kuhn

Günther, Artur Bezzi January 2014 (has links)
Na obra de Thomas Kuhn, ao compreender as revoluções científicas como mudanças de concepção de mundo, surge o problema de em que sentido e em que medida o mundo muda com uma revolução científica. Esse é o problema central desta dissertação, o qual será analisado através da investigação dos textos de Kuhn e de seus comentadores. Depois de estabelecido o problema, os conceitos utilizados por Kuhn são esclarecidos. Em seguida, é analisado como se desenrola uma mudança de mundo e, com base nisso, é investigado em que medida o mundo muda com uma revolução científica. A conclusão desse trabalho sustenta que a mudança de mundo se fundamenta na mudança das relações de similaridade valorizadas pelos paradigmas e que o mundo muda apenas na sua organização, ou seja, na distribuição dos seus objetos particulares em diferentes tipos a partir das relações de similaridade enraizadas na comunidade científica. / In Thomas Kuhn‟s work, by understanding the scientific revolutions as changes in world conception, the problem related to in what sense and to what extent the world is changed by a scientific revolution arises. This is the central problem of this thesis, which will be analyzed by investigating Kuhn' and his reviewers‟ work. After establishing the problem, the concepts applied by Kuhn are explained. It is then analyzed how a world change takes place and, based on that, it is investigated in what extent the world changes with a scientific revolution. The conclusion argues that the change of world is based on a change in the similarity relationships valued by the paradigms and that the world only changes on its organization, ie, on the distribution of its particular objects in different types from the similarity relationships settled in the scientific community.
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O Realismo modal de David Lewis: uma opção pragmática / David Lewis modal realism: pragmatic option

ROCHA, Renato Mendes 30 August 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2014-07-29T15:06:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1 RENATO MENDES ROCHA.pdf: 735741 bytes, checksum: 6559707c78ce13d85086e58b691dd7f3 (MD5) Previous issue date: 2010-08-30 / In this dissertation we will defend Lewis Modal Realism (LMR), i.e., the metaphysical hypothesis about the real existence of a plurality of worlds. We will try to show the pragmatic character of Lewis arguments in support of this metaphysics of possible worlds. In this sense, we approximate Lewis (1986) and Quine (1960) and we aim to show that Lewis uses criteria for taking ontological decisions similar to those defended by Quine. These criteria are: simplicity of formulation, theoretical economy and distrust in purely intuitive criteria as only guide for Philosophy. To accomplish our intention, we divided the text in three chapters. In the first we present the philosophical benefits of LMR that demonstrate the theoretical utility of possible-worlds talk. These benefits are related to important concepts in Philosophy of Language and Epistemology, such as, Modality, Counterfactuals and a uniform treatment to Properties and Propositions. The second chapter is divided into two parts. At first we present the philosophical background we believe is related to Lewis philosophy. A neo-humean scenario and the resumption of metaphysics discussion in contemporary analytic philosophy compose this background. In the second part we present three fundamental thesis formulate by Lewis the consistence of his Modal Realism: concreteness, isolation and plenitude. In the third and latter chapter we discuss two criticism of LMR: (a) David Armstrong & Peter Forrest (1984) and (b) Susan Haack (1977). Each of these papers present criticism from distinct points of view. The first aims to identify a paradox in the metaphysics of possible worlds, and the latter focuses on semantics aspects of LMR. Finally, we show Lewis reply to objection (a) and that argument (b) could be inserted as an incredulous stare on LMR, and that it consists on a petition principi. / Nessa dissertação defenderemos o Realismo Modal de David Lewis (RML), ou seja, a hipótese metafísica acerca da existência real de uma pluralidade de mundos. A defesa que apresentaremos procura evidenciar o caráter pragmático dos argumentos a favor dessa metafísica dos mundos possíveis. Nesse sentido, aproximaremos a filosofia de David Lewis (1986) a de W. V. O. Quine (1960) e procuraremos mostrar que Lewis utiliza critérios para tomada de decisões ontológicas semelhantes aos defendidos por Quine. Esses critérios são: a simplicidade de formulação, a economia teórica e a desconfiança de critérios meramente intuitivos como guias para a Filosofia. Para cumprir nosso objetivo, estruturamos a dissertação em três capítulos. No primeiro apresentamos benefícios filosóficos do RML que demonstram a utilidade teórica do idioma dos mundos possíveis. Esses benefícios estão relacionados a noções importantes para a Filosofia da Linguagem e a Teoria do Conhecimento tais como: Modalidades, Contrafatuais, e um tratamento uniforme para Propriedades e Proposições. O segundo capítulo divide-se em duas partes. Na primeira traçamos um pano de fundo filosófico que acreditamos estar relacionado à filosofia de Lewis. Compõem esse pano de fundo: um cenário que identificamos como neo-humeano e a retomada de discussões metafísicas na Filosofia Analítica Contemporânea. Na segunda parte apresentamos três teses formuladas por Lewis para garantir a consistência e a coerência de seu Realismo Modal: a Concretude, o Isolamento e a Plenitude. No terceiro capítulo discutimos duas críticas ao RML: (a) David Armstrong & Peter Forrest (1984) e (b) Susan Haack (1977). Cada um desses artigos apresenta uma crítica diferente. A primeira procura identificar um paradoxo na metafísica dos mundos possíveis e a segunda concentra-se em aspectos semânticos do RML. Por fim, mostramos como a objeção em (a) é refutada por Lewis e como o argumento em (b) poderia se inserir no grupo de críticas que Lewis classifica como um olhar incrédulo sobre o RML. Por isso, concluímos que esse olhar consiste em uma petição de princípio.
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A questão do mundo na fenomenologia de Edmund Husserl / The question of the world in Edmund Husserl‟s phenomenology

Cabral, Michelle Silvestre 27 October 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T18:26:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Michelle S Cabral.pdf: 1060781 bytes, checksum: b88fc5e113d9ff36c876bfbcf2c52bdd (MD5) Previous issue date: 2010-10-27 / Fundação Araucária / The goal of this dissertation is to investigate the statute of the notion of world in Husserl‟s phenomenology. It starts of an analysis of the elements involved in the characterization of this as universal objective correlate of the transcendental life. To do so, it was necessary to examine the notions of conscience and epoché, insofar as the understanding of its unique and original sense is determinative to a full apprehension of the proposed question. The notion of conscience is elaborated by Husserlian phenomenology in a radically opposing meaning to the modern conceptions of it, in which it was conceived, in general, as psychic interiority that articulates ideas or psychological data from incoming from stimulations received from the outside. According to Husserl, the true subjectivity should be described as ideal- transcendental field that encloses the constitution of both the poles involved in any experience. Its basic characteristic will be drawn by intentionality operative that ensure the direct correlation between possible subjects and possible objects. The method that allows to have access such field, becoming possible the pure description of the reference apriórica of the noetic acts its respective noematic correlates, is the method of epoché. The validation of this as appropriate procedure and demanded by the character of the inquiry is indispensable within the Husserlian thought. The process of eidetic variation and the role of the fantasy are also highlighted in function of its importance in the whole operation. The conception of the world drew from the use of this methodology that invalidates the natural attitude of consideration, while an naive and insufficient procedure to establish the knowledge, is extracted, first, in a movement of refutation to the concept modern of world. The conception of world as a horizon of meaning for each and every experience is based only through the overcoming of the traditional figures of conscience and idealism. The new meaning, established by phenomenology, brings as specificity determinative the essential character of the analysis, resource that allows it to raise it to the transcendental attitude of inquiry abandoning, concomitantly, the facticity imposed by natural consideration. The meticulous examination of the essential structure present in any one experience allows the verification of the horizons involved in each individual lived. The interconnection of these in an indefinite system of new experiences eidetically predetermined from the internal and external horizons of each objectivity individually taked, leads to the total horizon of the world. The world then will be characterized as the horizon of horizons or, still, as correlative infinite idea to infinities of possible experiences in the unity of one same life. It is, at last, to understand the world as sense Omni-encompassing that involves each individual experience in order to determine the indefinite possibility experiences possible according to the telos of agreement and sedimentation. / O objetivo da dissertação é investigar o estatuto da noção de mundo na fenomenologia de Husserl. Parte-se de uma análise dos elementos implicados na caracterização deste como correlato objetivo universal da vida transcendental. Para tanto, fez-se necessário examinar as noções de consciência e epoché, na medida em que a compreensão de seu sentido inédito e original é determinante para uma plena apreensão da questão proposta. A noção de consciência é elaborada pela fenomenologia husserliana numa significação radicalmente oposta às concepções modernas da mesma, nas quais era concebida, em geral, como interioridade psíquica que articula idéias ou dados psicológicos provenientes de estímulos recebidos do exterior. De acordo com Husserl, a verdadeira subjetividade deverá ser descrita como âmbito ideal-transcendental que abrange a constituição de ambos os pólos implicados numa experiência qualquer. Sua característica fundamental será traçada pela intencionalidade operante que garante a correlação direta entre sujeitos possíveis e objetos possíveis. O método que permite acessar tal âmbito, tornando possível a descrição pura da apriórica referência dos atos noéticos aos seus respectivos correlatos noemáticos, é o método da epoché. A validação deste como procedimento cabível e exigido pelo caráter da investigação se mostra indispensável no interior do pensamento husserliano. O processo de variação eidética e o papel da fantasia também são destacados em função de sua importância no todo da operação. A concepção de mundo haurida a partir do emprego desta metodologia que invalida a atitude natural de consideração, enquanto um procedimento ingênuo e insuficiente para fundar o conhecimento, é extraída, primeiramente, num movimento de refutação ao conceito moderno de mundo. A concepção de mundo como horizonte de sentido para toda e qualquer experiência somente encontra fundamento através da superação das tradicionais figuras de consciência e de idealismo. A nova acepção, instaurada pela fenomenologia, traz como especificidade determinante o caráter essencial da análise, recurso que lhe permite alçar-se à atitude transcendental de investigação abandonando, concomitantemente, a faticidade imposta pela consideração natural. O exame meticuloso da estrutura essencial presente em uma experiência qualquer permite a constatação dos horizontes implicados em cada vivido singular. A interconexão destes num sistema indefinido de novas experiências, eideticamente pré-determinadas a partir dos horizontes interno e externo de cada objetividade tomada individualmente, leva ao horizonte total do mundo. O mundo será então caracterizado como horizonte dos horizontes ou, ainda, como idéia infinita correlativa às infinidades de experiências possíveis na unidade de uma mesma vida. Trata-se, enfim, de compreender o mundo como sentido omni-englobante que envolve cada experiência individual de modo a determinar a possibilidade indefinida de experiências possíveis segundo o telos de concordância e sedimentação.
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Da abstração à concretude da experiência: a filosofia concreta em Gabriel Marcel / From abstraction to the concreteness of experience: concrete philosophy of Gabriel Marcel

Azevedo, José André de 24 April 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T18:26:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Jose Andre de Azevedo.pdf: 931606 bytes, checksum: 2a60f71a007c2445b64f3b0b84c69ef0 (MD5) Previous issue date: 2012-04-24 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Starting from a context of criticism to the modern scientism and rationalism, Marcel s work is projected above all, as a radical interrogation about the ontological weight of experience. It is in this direction that the philosopher explores the theme of the Incarnation as the central fact of metaphysics. Presenting with an unsystematic thought, wandering and questioning, Gabriel Marcel says that philosophy has an arket: the existence as a starting point and reference to the labor philosophicus. From the question Who am I?, Marcel projects a decisive point of arrival: the existence horizon embodied in its radicalism. More than just a problem, this question assigns, first of all, a radical ontological requirement, in other words, the revival of the incarnation as the "mystery of being." Now this fundamental fact of metaphysics is a reality that presents itself not in front of me, but where I am immersed. Therefore, the philosopher will set out this state of matter in terms of a "concrete philosophy" as opposed to some speculative hegemonic essentialism in the philosophical tradition. / Partindo de um contexto de crítica ao cientificismo e racionalismo modernos, a obra de Marcel se projeta, antes de tudo, como uma interrogação radical acerca do peso ontológico da experiência. É sob essa direção que o filósofo explora o tema da encarnação como o dado central da metafísica. Apresentando-se com um pensamento assistemático, itinerante e questionador, Gabriel Marcel afirma que a filosofia possui uma arché: a existência enquanto ponto de partida e de referência do labor philosophicus. A partir da questão Quem eu sou?, Marcel projeta um ponto de chegada decisivo: o horizonte da existência em sua radicalidade encarnada. Mais que um mero problema, esse questionamento fixa, antes de tudo, uma exigência ontológica radical, ou seja, o avivamento da encarnação como mistério do ser . Ora, esse fato fundamental da metafísica é uma realidade que se apresenta não diante de mim, mas na qual estou mergulhado. Por isso, o filósofo enunciará esse estado de questão nos termos de uma filosofia concreta em oposição a certo essencialismo hegemonicamente especulativo na tradição filosófica.

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