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A construÃÃo da personagem sinha VitÃria na traduÃÃo de Vidas secas para as telas / The Construction of the character sinha VitÃria in the translation of Vidas secas (Barren lives) to the screenAilton Monteiro de Oliveira 31 July 2013 (has links)
FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà / Este trabalho analisa a traduÃÃo do romance Vidas secas (1938), de Graciliano Ramos, para o cinema, por Nelson Pereira dos Santos, em 1963, com Ãnfase na construÃÃo da personagem sinha VitÃria. O objetivo principal à verificar as alternativas estÃticas do cineasta em relaÃÃo à personagem, levando em consideraÃÃo a sua tendÃncia em privilegiar e dar mais espaÃo a personagens femininas em seus filmes. Isso se reflete principalmente em adaptaÃÃes literÃrias realizadas pelo diretor, em que se percebe as suas intervenÃÃes, de modo a tornar as mulheres de suas obras mais fortes e ativas dentro do enredo. A fim de corroborar esta hipÃtese, fizemos uma comparaÃÃo com outras obras do cineasta, como, por exemplo, as adaptaÃÃes de contos de Machado de Assis. AtravÃs da anÃlise de excertos do livro e sequÃncias do filme, percebemos que, apesar de em ambos os textos sinha VitÃria ter grande importÃncia na narrativa, à no cinema que ela mais se destaca. Os resultados mostram que, no aspecto geral da produÃÃo, as opÃÃes estÃticas utilizadas por Nelson Pereira dos Santos para traduzir a obra escrita apresentam-se por meio de estratÃgias, tais como poucas linhas de diÃlogo e traduÃÃo criativa do fluxo de consciÃncia, atravÃs de mecanismos prÃprios do cinema, de modo a transmutar o universo literÃrio do livro para as telas. Os principais teÃricos utilizados para dar embasamento ao estudo sÃo: Stam (2008), Hutcheon (2011) e Lefevere (2007), para a abordagem de traduÃÃo e adaptaÃÃo; Salem (1996), Cousins (2013), Aumont (1995), Gay (2009) e Gomes (2005), para as questÃes de cinema; e Candido (2006), Bosi (1998), Moraes (2012), Brunacci (2008), Bakhtin (1990), Araujo (2008) e MagalhÃes (2000), como base para os assuntos de literatura.
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Josà de Alencar Machado de Assis: a possible realistic dialogue / Josà de Alencar e Machado de Assis: um possÃvel diÃlogo realistaDariana Paula Silva Gadelha 17 February 2014 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Realism was the aesthetic that opposed the romanticism and advocated a more veristic description of human facts and the customs of the period. However, although attempts are made to separate them tightly, it can be said that both have many factors in common. Following this idea, AfrÃnio Coutinho (1986) argues that realism is better a continuation than an opposition to romanticism, as they bring the man as the central issue. It is understood, therefore, that there is a confluence of characteristics between the aesthetics, because they present more human characters, those with vices and virtues; descriptions in order to provide truth to fiction, in a consistent way to reality; and because of the criticism to society. Thus, one should not consider the currentsas opposed, when in fact they interact and complement each other. In this sense, it is based on the problematic relationship between romanticism and realism that we will seek to establish a comparative analysis between the two most important writers of the period, Josà de Alencar and Machado de Assis, who made history, respectively, in the literary aesthetics aforementioned. Thus, based on the novel Senhora (1875), by Josà de Alencar, and MemÃrias PÃstumas de BrÃs Cubas (1880), by Machado de Assis, we aim to study the realistic traits verified in the mentioned works, thus ascertaining to what extent and how the authors approach and distance themselves, since both the author of Iracema as Dom Casmurroâs one observed, criticized and represented the society of their time, bringing to light ambiguous and densely human characters. It is understood, therefore, that comparative dialogue becomes possible, since both writers did not delimited themselves to literary precepts ofthe currents to which they belonged. / O realismo foi a estÃtica que se opÃs ao romantismo e que preconizava uma descriÃÃo mais verista dos fatos humanos e dos costumes da Ãpoca. Contudo, embora se tente separÃ-los firmemente, pode-se dizer que ambos possuem muitos fatores em comum. Conforme essa ideia à que AfrÃnio Coutinho (1986) afirma que o realismo à mais uma continuaÃÃo do que uma oposiÃÃo ao romantismo, pois trazem como assunto central o homem. Entende-se, desse modo, que hà uma confluÃncia de caracterÃsticas entre as estÃticas, por apresentarem personagens mais humanos, portadores de vÃcios e virtudes; descriÃÃes com o intuito de conceder verdade à ficÃÃo, de forma condizente à realidade; bem como em virtude da crÃtica a sociedade. Assim, nÃo se deve considerar as correntes como opostas, quando na verdade elas se interagem e se complementam. Nesse sentido, à partindo da relaÃÃo problemÃtica entre o romantismo e o realismo que buscaremos firmar uma anÃlise comparativa entre os dois mais importantes escritores do perÃodo, Josà de Alencar e Machado de Assis, que fizeram histÃria, respectivamente, nas estÃticas literÃrias citadas. Dessa forma, tendo por base o romance Senhora (1875), de Josà de Alencar, e MemÃrias PÃstumas de BrÃs Cubas (1880), de Machado de Assis, visamos ao estudo dos traÃos realistas verificados nas obras mencionadas, averiguando, assim, em que medida e de que forma os autores se aproximam e se distanciam, uma vez que tanto o autor de Iracema como o de Dom Casmurro observaram, criticaram e representaram a sociedade de seu tempo, trazendo à luz personagens ambÃguos e densamente humanos. Entende-se, portanto, que esse diÃlogo comparativo se faz possÃvel, visto que ambos os escritores nÃo se delimitaram aos preceitos literÃrios das correntes a que pertenceram.
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O pensamento mÃstico ecolÃgico de Josà de Alencar em Antiguidade da AmÃrica. / El pensamiento mÃstico ecolÃgico de Josà de Alencar en AntigÃedad de AmÃricaJesus Frota Ximenes 25 February 2014 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Esta dissertaÃÃo tem por objeto uma anÃlise do pensamento mÃstico ecolÃgico de Josà de Alencar a partir da obra Antiguidade da AmÃrica, escrita provavelmente no ano de 1877, relacionando-a com alguns de seus romances, tal como Iracema (1865), que darà destaque ao avanÃo tÃcnico-cientÃfico, em especial no Brasil e seu impacto à natureza. A partir daÃ, abordarà a relaÃÃo do Homem com a Natureza, apresentando, por meio dos textos alencarinos e de outros crÃticos, o elo entre eles, que culminarà em uma comunhÃo total do Homem com Deus (Ãmega), dando, assim, origem ao terceiro mundo, que Alencar nos apresenta em Antiguidade da AmÃrica. Portanto, este trabalho tem por objetivo abordar, a partir da anÃlise da referida obra, a visÃo alencarina a respeito do que ele diz ser o âterceiro mundoâ: uma consequÃncia de um mundo em ruÃnas tomado pelos âdetritos da matÃria mal consumidaâ; mas tambÃm o de tentar explicar a ideia alencarina relacionada ao surgimento da humanidade, que aparecendo na AmÃrica, farà um giro pelos continentes atà retornar à prÃpria origem, ou seja: o continente americano, onde o segundo mundo, o mundo da matÃria (histÃrico), darà vez ao terceiro, a surgir de um dilÃvio de fogo, fazendo aparecer, assim, a civilizaÃÃo cÃsmica de que falÃvamos,
quer dizer: Deus, o Homem e a Natureza, que passam a viver em perfeita harmonia. TambÃm veremos como ocorre o processo de purificaÃÃo cÃsmica em suas obras indianistas e a relaÃÃo com Antiguidade da AmÃrica. Este trabalho terà como apoio teÃrico, os pensadores Pascoal Acot (1990), AfrÃnio Coutinho (1980, 1999), Keith Thomas (2010), Eric J. Hobsbawm (1990, 2009), dentre outros estudiosos da Ãrea. / Esta tesis tiene como objeto un anÃlisis del pensamiento mÃstico ecolÃgico de Josà de Alencar, a partir de su obra AntigÃedad de AmÃrica, escrita probablemente en el ano de 1877, relacionando con algunas de sus novelas, tal como Iracema (1865). Darà destaque al avanzo tÃcnico-cientÃfico, en especial en Brasil, y su impacto en el medio natural. A partir de eso abordarà la relaciÃn del Hombre con la Naturaleza, donde mostraremos, a travÃs de los textos alencarinos y de otros crÃticos, la relaciÃn de comuniÃn entre ellos, que culminarà en una comuniÃn total del Hombre con Dios Omega). AsÃ, dando origen al tercer mundo, que Alencar nos presenta en Antiguidade da AmÃrica. Por lo tanto, este trabajo tiene por objetivo abordar, a partir del anÃlisis de la referida obra, la visiÃn alencarina relativa a lo que el dijo ser el âtercer mundoâ: este que seria consecuencia de un mundo en ruinas tomado por los âdetritos de la materia mal consumidaâ; pero tambiÃn lo de intentar explicar la idea alencarina relacionada al surgimiento de la humanidad, que apareciendo en la AmÃrica, recurrirà por los continentes hasta retornar a la propia origen, o sea: el continente americano, donde el segundo mundo, el mundo de la materia (histÃrico), darà vez al tercero, a surgir de un diluvio de fuego, haciendo aparecer, asÃ, la civilizaciÃn cÃsmica de que hablÃbamos, quiere decir: Dios, el Hombre y la Naturaleza pasan a vivir en perfecta armonÃa. TambiÃn iremos ver como dar el
proceso de purificaciÃn cÃsmica en sus obras indianistas y la relaciÃn con Antiguidade da AmÃrica. Para eso tendrà como apoyo teÃrico, los pensadores de Pascoal Acot (1990), AfrÃnio Coutinho (1980, 1999), Keith Thomas (2010), Eric J.
Hobsbawm (1990, 2009), de entre otros estudiosos del Ãrea.
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Olhinhos de nuvens: Childhood and Solitude on the prose of Cecilia Meireles. / Olhinhos de Nuvens: InfÃncia e SolidÃo na prosa de CecÃlia MeirelesJennifer Pereira Gomes 27 February 2014 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Este trabalho tem como principal objetivo observar as figuraÃÃes da infÃncia â no caso, das meninas â e da solidÃo na prosa de natureza memorialÃstica de CecÃlia Meireles. Buscamos nos aproximar de uma parcela da obra em prosa ceciliana que, face aos demais livros, sÃo menos contemplados pela crÃtica literÃria: Olhinhos de gato (romance autobiogrÃfico) e GiroflÃ, giroflà (contos). A partir da leitura aprofundada das obras selecionadas, seguindo o mÃtodo comparativo, buscaremos compreender (e apreciar) as referidas figuraÃÃes, com foco nas personagens infantis femininas: sÃo crianÃas que apresentam uma inclinaÃÃo voltada ao poÃtico, ao devaneio (apontado como caracterÃstica da imaginaÃÃo infantil), imerso na solidÃo, com grande proximidade da morte, alÃm da vivÃncia Ãntima da transcendÃncia. Observando o desenvolvimento estilÃstico do texto ceciliano (imagÃstica, escolha vocabular, sonoridade, temÃtica, etc.) acreditamos ser possÃvel, ainda, efetuar uma aproximaÃÃo desse corpus à obra poÃtica e Ãs demais em prosa da escritora, ainda que numa perspectiva temÃtica. A partir da âpoÃtica dos sentidosâ proposta por Gaston Bachelard em A poÃtica do devaneio perceberemos como se dà a experiÃncia do mundo realizada pelas meninas das obras do corpus, observaremos os espaÃos onÃricos onde elas se encontram e nos posicionaremos, a partir da exploraÃÃo do espaÃo, frente a devaneios, sejam os de miniaturizaÃÃo, sejam os de transcendÃncia que tÃm como princÃpio o infinito. / This work aims to observe the figurations of childhood - in that case, girls - and loneliness in prose of memoir nature of CecÃlia Meireles. We seek to bring us closer to a portion of the work in Ceciliana prose that, compared to other books, are less covered by literary criticism: Olhinhos de gato (autobiographical novel) and GiroflÃ, giroflà (short stories) . From the in-depth reading of selected works, following the comparative method, we understand (and appreciate) figurations of childhood, focusing on female children's characters: they are children who have a slope facing the poetic, the reverie (identified as characteristic of imagination child), immersed in solitude, with great proximity to death, beyond the intimate experience of transcendence. Watching the stylistic development of the text of the author (imagery, vocabulary choice, sound, theme, etc.) we believe we can still make an approximation that the corpus poetry and other prose of the author, perform a thematic perspective. From the "poetics of the senses" proposed by Gaston Bachelard in The poetic of reverie weâll realize how is the experience of the world performed by the girls of the corpus of works, observing the oniric spaces where they are and will position us from the exploitation of space, compared to daydreaming, miniaturization, and the transcendence whose principle infinite.
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Lavoura Arcaica: rastros do cotidiano na escritura de Raduan NassarJuliane de Sousa ElesbÃo 06 January 2016 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Nesta pesquisa, pretendemos estudar a obra Lavoura Arcaica, publicada em 1975, do escritor brasileiro Raduan Nassar (1935-), com destaque para as relaÃÃes intertextuais no referido romance, com base nas influÃncias de leituras do escritor e na sua convivÃncia com o meio literÃrio, a fim de compreender como aquelas relaÃÃes dÃo forma e espessura ao cotidiano familiar e de como este rege os comportamentos dos personagens, instiga as inquietaÃÃes e contradiÃÃes do protagonista AndrÃ, de que modo a rotina da casa contribui para o entrave entre pai e filho, entre outras questÃes. No que diz respeito Ãs anÃlises comparativas, faremos um paralelo entre o romance em estudo e outras quatro obras fundamentais para que possamos adentrar o universo ficcional de Raduan Nassar. De viÃs religioso e de importÃncia singular para a formaÃÃo do escritor, temos a BÃblia e o AlcorÃo; sob a Ãtica literÃria, valer-nos-emos do poeta brasileiro Jorge de Lima (1893-1953) e do romancista portuguÃs Almeida Faria (1943-), parentescos literÃrios confessados por Nassar. Assim, Ã luz do conceito de escritura (BARTHES, 2004), da evoluÃÃo histÃrico-conceitual dos termos influÃncia e intertextualidade e das discussÃes tecidas sobre o que se entende acerca do cotidiano, especialmente com Kujawski (1991), desenvolveremos um diÃlogo com outros autores, como Maingueneau, Sartre, Freire, Pellegrini, Heller, para citar alguns, a fim de empreender uma nova leitura para a criaÃÃo literÃria nassariana, cuja escrita artÃstico-literÃria leva em consideraÃÃo temas densos e fundamentais para o ser humano, por meio de uma linguagem lÃrico-poÃtica muito forte e em constante diÃlogo com outros discursos.
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Factotum: a traduÃÃo de Bukowski para o cinema / Factotum: Bukowski translation to the cinemaBruno de Paula Barbosa 24 April 2015 (has links)
FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico / AdaptaÃÃes fÃlmicas de textos literÃrios sÃo frequentes no meio cinematogrÃfico na contemporaneidade e possuem grande alcance midiÃtico sendo capaz de levar a imagem do autor e sua obra a pÃblicos variados Sob essa perspectiva a adaptaÃÃo fÃlmica age como uma traduÃÃo ao reescrever um texto produzido em determinada linguagem para outra Nesse sentido esta pesquisa visa analisar o processo de adaptaÃÃo do romance Factotum (1975) do escritor norte-americano Charles Bukowski com foco na construÃÃo da personagem principal Henry Chinaski alter-ego do autor e herÃi de vÃrios de seus contos e romances A obra foi adaptada para o cinema em uma produÃÃo homÃnima franco-norueguesa, escrita e dirigida pelo cineasta norueguÃs Bent Hamer em 2005 Partimos da ideia que a mudanÃa de focalizaÃÃo entre os meios e o apagamento de determinadas caracterÃsticas da escrita do autor como o humor e a ironia acarretam uma ressignificaÃÃo do texto traduzido Para a anÃlise utilizam-se principalmente fundamentos teÃricos da teoria dos Polissistemas de Even-Zohar (1995) acerca dos fatores culturais envolvidos no processo de traduÃÃo e as relaÃÃes do objeto resultado desse processo no meio que se insere assim como as discussÃes teÃricas de Toury (1995) e Lefevere (2007) sobre os estudos de traduÃÃo Para as questÃes literÃrias (teÃrico e prÃticas) apresentadas sÃo utilizadas as discussÃes de Bahktin (1988) Maingueneau (2001) Rosenfeld (1974) e Lejeune (2008) acerca da escrita autobiogrÃfica No que diz respeito à fortuna crÃtica de Bukowski utilizam-se ainda biografias, compilaÃÃes de cartas e entrevistas revisÃes crÃticas de seu trabalho assim como seus poemas contos e romances Conclui-se que houve perceptÃveis mudanÃas de informaÃÃo enquanto estratÃgia de traduÃÃo para adequar o produto traduzido ao texto de chegada como a mudanÃa no ethos do personagem e a inserÃÃo de um tom sentimental nas suas relaÃÃes amorosas, entre outros Dessa forma a traduÃÃo cinematogrÃfica ressignificou para o espectador traÃos importantes do universo literÃrio de Bukowski
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Drama Tecido em Palavras: Multiplicidades de Helena no Teatro de EurÃpidesCÃntia AraÃjo Oliveira 30 March 2015 (has links)
FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà / Helena, filha de Zeus, esposa de Menelau e mais bela entre as mortais, desperta atenÃÃo a partir da complexidade observada em suas representaÃÃes na Literatura Antiga: sÃmbolo de beleza e de transgressÃo, Helena à uma figura ambÃgua, ora apresentada como motivo maior da Guerra de Troia, ora revelada como vÃtima das vontades divinas. Helena, enquanto personagem, revela-se uma fonte de criaÃÃo poÃtica, permitindo muitas apresentaÃÃes de sua figura nada simples, conforme podemos observar nas muitas Helenas de EurÃpides, tragediÃgrafo grego do sÃculo V a.C., autor de peÃas como Troianas. Nessa obra, a bela mulher à rejeitada e reprovada pelas mulheres de Troia, por ter causado a guerra, a morte de vÃrios herÃis e a desgraÃa de inÃmeras pessoas. Tanto a beleza fÃsica quanto a beleza das palavras de Helena, quando ela se apresenta no drama, mostram a forÃa persuasiva da personagem que se configura uma ameaÃa ao bom julgamento da verdade e da justiÃa. Jà em Helena, outra tragÃdia de EurÃpides, a inventividade do autor e a estrutura do drama permitem que a forÃa dos argumentos apresentados pela personagem â amparados por uma versÃo do mito em que a filha de Zeus à completamente inocente, fiel e virtuosa â seja, mais uma vez, observada. Vernant (2011) e BrandÃo (1985) afirmam que a inventividade prÃpria de EurÃpides, acerca da criaÃÃo de personagens e de suas falas dentro das tragÃdias, à efeito da influÃncia sofista e retÃrica de seu tempo, e Baliff (2001) assegura a relaÃÃo existente entre seduÃÃo, feminino e retÃrica, enquanto Mastronarde (2010) e Sansone (2012) chamam atenÃÃo para o desdobramento peculiar e especÃfico do gÃnero dramÃtico, que permite Ãs personagens o desenvolvimento de habilidades linguÃsticas e a sofisticaÃÃo argumentativa que situaria o drama como gÃnero de grande inovaÃÃo na Literatura Grega. Nesta dissertaÃÃo, portanto, objetivamos analisar as apresentaÃÃes de Helena, situadas entre a inventividade do drama e a potencialidade dos discursos, de acordo com a multiplicidade que a personagem suscita e que parece ser o prÃprio desdobramento da criaÃÃo poÃtica e da multifacetada linguagem.
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Dido e a viagem nÃutica na Eneida e na espÃstola 7 das Heroides / Dido and the nautical trip in the Aeneid and the letter of 7 HeroidesNatÃlia Vasconcelos Rodrigues 30 March 2015 (has links)
nÃo hà / O presente estudo tem como objetivo a anÃlise da personagem Dido e do tema da viagem nÃutica a partir de duas obras da poesia latina: a Eneida de VirgÃlio e as Heroides de OvÃdio. O mito da rainha de Cartago e seu fim trÃgico como consequÃncia de uma paixÃo desmedida por Eneias à um ponto convergente das duas obras. A personagem Dido, apÃs a morte de seu marido, Siqueu, mantÃm-se fiel a ele, nÃo se entregando a nenhum outro homem. Essa condiÃÃo de viÃva casta muda com a chegada de Eneias a Cartago. O romance de Eneias e Dido, na Eneida, acontece no canto 4 e chega Ãs extremas consequÃncias: a morte de Dido. Dialogando com essa versÃo Ãpica de VirgÃlio, a histÃria de Dido reaparece no seio da elegia: o desespero da rainha âabandonadaâ por Eneias ganha uma nova versÃo na carta 7 da obra Heroides de OvÃdio. O poeta elegÃaco se utiliza dos monÃlogos da fenÃcia, retirados do canto 4 da Eneida (v. 305-330; v. 365-387; v. 534-552 e v. 590-629) para compor a missiva de lamentos. Tanto na Eneida como nas Heroides percebemos que a viagem nÃutica incide diretamente no episÃdio de Dido: a chegada de Eneias a Cartago provoca o encontro amoroso, e a partida do herÃi que segue sua missÃo resulta na separaÃÃo dos amantes. A personagem e a viagem nÃutica sÃo abordadas de formas diferentes nos dois autores, os assuntos sÃo adequados ao gÃnero e ao estilo de cada poema (grauis para a Ãpica; humilis para a elegia amorosa). Investigaremos a apropriaÃÃo feita por VirgÃlio e OvÃdio do tema da viagem nÃutica: o primeiro em favor da Ãpica, sendo essa uma temÃtica essencial do gÃnero elevado; e o segundo em favor da elegia, utilizando a viagem em alto mar tambÃm como uma metÃfora elegÃaca. Examinaremos esse corpus com base na teoria dos gÃneros e na anÃlise da elocuÃÃo dos dois textos, levando em consideraÃÃo o processo alusivo como elemento de construÃÃo do texto ovidiano.
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TraÃos da culpa: estudo comparativo e gendrado da repressÃo feminina em LucÃola, de Josà de Alencar / Traits of Guilt: Comparative and gendered study about woman repression in LucÃola, from Josà de AlencarMaria da GlÃria Ferreira de Sousa 18 March 2016 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / SÃo muitas as maneiras pelas quais a repressÃo sobre o sexo feminino, tÃo pungente em vÃrios momentos da trajetÃria humana, se evidencia na literatura, sendo a consciÃncia de culpa uma das formas mais antigas e, por que nÃo dizer, mais trÃgicas que tomam essas representaÃÃes. Admitindo como base a importÃncia desse sentimento para o delineamento da histÃria da personagem LÃcia, do romance alencarino LucÃola, este trabalho visa a responder de que maneira fatores sociais e culturais, em especial as desigualdades de gÃnero e o consequente duplo padrÃo de moralidade, se articulam, resultando na autorrepressÃo da referida protagonista. Està dividido em quatro capÃtulos. No primeiro, tenciona-se verificar como se deram alguns dos processos histÃricos de dominaÃÃo do feminino, incluindo-se aà a dominaÃÃo simbÃlica que và na culpa um de seus mais efetivos instrumentos, alÃm de aspectos psicossociais desse sentimento e como ele se transfigura na autoestigmatizaÃÃo da figura da prostituta. No segundo capÃtulo, o Romantismo ganha foco. Apura-se a importÃncia desse movimento na cristalizaÃÃo de padrÃes que limitaram ainda mais o feminino, assim como o lugar que Josà de Alencar ocupa em tal contexto com suas protagonistas singulares e de densas cargas psicolÃgicas. No terceiro capÃtulo, as anÃlises do engendramento da culpa de LÃcia ganham corpo, com especial atenÃÃo a todo o processo de culpabilizaÃÃo veiculado pelo Cristianismo e a assimilaÃÃo dessa culpa por Maria da GlÃria. O quarto capÃtulo, por fim, expÃe de que modo a culpa de Maria resultarà na prÃpria concepÃÃo e LÃcia e, sob uma perspectiva psicanalÃtica e gendrada, analisa os mecanismos envolvidos no desenvolvimento desse sentimento, assim como suas implicaÃÃes, tudo isso pautando-se sobre observaÃÃes dos parÃmetros de idealizaÃÃo da mulher oitocentista que contribuÃram para a sinuosidade da relaÃÃo feminino/culpa. Para a efetivaÃÃo desses estudos, recorremos, dentre outros autores, a Pierre Bourdieu (2014), Thomas Bonnicci (2007), Jonathan Culler (1999), FranÃois Furet (1999), Heinrich Heine (1991), AntÃnio CÃndido (2006), mas, sobretudo, a Freud (2011), a Nietzsche (2009) e Ãs teorizaÃÃes do prÃprio Alencar, sempre tendo em vista uma maior contribuiÃÃo para os estudos dos lugares diferenciados que os sexos tÃm representado na literatura e dos processos de dominaÃÃo simbÃlica que objetivam a concretizaÃÃo dessas diferenÃas â nomeadamente o processo de internalizaÃÃo da culpa. / There are several means by which repression against female sex, so pungent in many moments of human trajectory, is demonstrated in literature, being the guilty conscience one of the oldest ways these representations take and perhaps the most tragical. Admitting the importance of this feeling as the main basis for delineation of LÃciaâs story, from Josà de Alencarâs novel, LucÃola, this work aims to answer how the social and cultural factors, specially gender inequalities and their consequent dual morality standard, are articulated so that it results in the protagonistâs repression by herself. It is divided in four chapters. The first intends to verify how some of the historical female domination processes took their forms, including there symbolic domination that sees guilty as one of its most effective instruments. Also, some psychosocial aspects of this feeling and how it transfigures in prostituteâs stigmatization promoted by themselves will be analysed. In the second chapter, Romanticism is focused. It examines the importance of this movement in the crystallization of patterns that limited even more female sex as well as the place Josà de Alencar holds in this context with his singular protagonists â these ones formed with dense psychological bagagge. In the third chapter, the analysis of LÃciaâs sense of guilt take shape with specific attention to Christianityâs blaming methods and their assimilation by Maria da GlÃria. The fourth chapter, finally, reveals the way Mariaâs sense of guilt results in LÃciaâs conception and, from a psychoanalytic and gendered perspective, studies the mechanisms involved in the development of this feeling, just like its consequences, all this ruled by observations of nineteenth century womanâs idealization that contributed to sinuosities of relation female/guilt. To the accomplishment of these studies some authors were essencial, like Pierre Bourdieu (2014), Thomas Bonnicci (2007), Jonathan Culler (1999), FranÃois Furet (1999), Heinrich Heine (1991), AntÃnio CÃndido (2006), but mainly, Freud (2011), Nietzsche (2009) and theorizations of Alencar himself, always having in mind a better contribution to the studies of different roles both sexes represent in literature and the processes of symbolic domination that have as their goal the achievement of these gaps â namely the process of guilt internalization.
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De exÃlio em exÃlio: um diÃlogo entre EurÃpides e Clara de GÃes na peÃa Medea en Promenade / From exile to exile:a dialogue between Euripides and Clara de GÃes in the play Medea en PromenadeFrancisca Luciana Sousa da Silva 31 March 2015 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / A presente dissertaÃÃo analisa o texto de Clara de GÃes, Medea en Promenade (2012), a partir da tragÃdia homÃnima de EurÃpedes, Medeia, (431 a.C.). O texto de chegada narra o encontro de Glauce, (Jovem), Medeia (Mulher) e a ama de Medeia (Velha), trÃs mulheres âem uma espÃcie de deserto fora do tempo e do espaÃoâ, nas palavras da autora. Pontuando a fala dessas mulheres, ouvimos a voz do Corifeu, quase sempre à penumbra. Propomos, assim, uma reflexÃo crÃtica, voltando nosso olhar para as protagonistas dessas poÃticas, cujas falas sÃo marcadas por questionamentos: âQual meu lugar no exÃlio? Seria o exÃlio meu lugar?â Tais perguntas reforÃam uma antiga reivindicaÃÃo das mulheres, nÃo sà de Atenas, mas de muitos outros lugares, especialmente as estrangeiras. Foi buscando entender essas margens e o porquà de tantas travessias, muitas delas forÃadas, que elegemos o tema do exÃlio, haja vista constituir objeto de interesse nÃo sà dos Estudos ClÃssicos, mas tambÃm dos Estudos Culturais, por exemplo. Nosso intuito à mostrar como ocorre o que ora chamamos âdiÃlogoâ entre EurÃpides e Clara de GÃes, numa perspectiva comparada, buscando imprimir outra leitura para o mito de Medeia, paralela ou alÃm da metÃfora, especialmente voltada para os constantes deslocamentos da heroÃna. Como salienta Jan Felix Gaertner, um dos autores que fundamentam nossa pesquisa, o exÃlio âtem sido um dos temas literÃrios mais produtivos em literatura do sÃculo XXâ (2007, p. 1) e tornou-se um tema central na literatura pÃs-colonial em associaÃÃo a temas relacionados a distÃncia, separaÃÃo, deslocamento, desprendimento e diÃspora. Nossa hipÃtese à reconhecer ou ler o exÃlio como dispositivo, conforme Agamben (2009) â termo tÃcnico decisivo na estratÃgia do pensamento de Foucault, do qual foi tomado de âemprÃstimoâ â nÃo sà polÃtico, mas tambÃm existencial, a partir da Medeia, de EurÃpides, que a imortalizou como infanticida, nÃo sem antes problematizar seu status de mulher estrangeira. A respeito dessa condiÃÃo, apoiamo-nos, especialmente, em Pierre Vidal-Naquet (1999) e Vernant (2009), Queiroz (1998) e Jasinski (2012). A fim de confirmar, em parte, nossa hipÃtese, dado o hibridismo da anÃlise, apoiamo-nos em Sara Forsdyke (2005) e Gayatri C. Spivak (2014). Como aporte teÃrico do teatro â da tragÃdia grega à cena contemporÃnea â, Albin Lesky (2010), Jacqueline de Romilly (2013), Marie-Claude Hubert (2013) e Patrice Pavis (2011).
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