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Capão Pecado e a construção do sujeito marginal / Capão Pecado and the construction of the marginal subjectCarolina Correia dos Santos 04 December 2008 (has links)
Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado o surgimento de uma produção literária com características muito próprias do nosso tempo: seus autores são periféricos (favelados), sua forma e conteúdo derivam do momento de extrema violência que assola grande parte da população. Exemplar desta produção, o livro de Ferréz, Capão Pecado é primeiramente publicado em 2000. O objetivo desta dissertação é analisar o romance, compreendendo-o dentro de um escopo maior, que abarca outros setores, da arte e da política. Para isso, a teoria pós-colonial, assim como um estreito diálogo com uma parte da tradição crítico-literária brasileira são utilizadas. / In the last few years, Brazil has witnessed the appearance of one type of literary production whose characteristics are typical or our times: its authors are from the suburbs (the slums), its form and content derive from the extreme violence imposed to a great part of the population. An example of this literary production, Ferrézs book, Capão Pecado is first published in 2000. This dissertation aims at analyzing the novel, understanding that it belongs to a greater scope, that comprehends other spheres of the arts and politics. In order to do so, the post-colonial theory will be used, as well as a great deal of the Brazilian literary theory tradition.
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Entre percursos e regressos: formações identitárias na obra de Mia Couto / Between paths and returns: identity formations in the work of Mia CoutoSilva, Rebeca Bulcão da 22 May 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-05-22 / Sem bolsa / O estudo apresenta uma reflexão em torno do conceito de identidade e suas composições, como a identidade nacional, social, cultural e étnica sob a perspectiva de vários teóricos de diferentes áreas. A partir dessas abordagens, em especial da identidade nacional e cultural, examina a identidade africana no contexto pós colonial, assim como faz a caracterização desse período. Para isso, analisa as formações identitárias em três personagens centrais das obras Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), O último voo do flamingo (2005) e O outro pé da sereia (2006) do autor moçambicano Mia Couto, destacando as influências da
colonização, o contato com outra cultura e o resgate de valores autóctones. As personagens selecionadas passaram pela experiência do deslocamento e, em algum momento da sua vida, afastaram-se da terra natal. Esses movimentos direcionam para as implicações e os desdobramentos na constituição de suas identidades. Desse modo, o estudo evidencia, entre os embates do legado europeu, da tradição e da modernidade globalizada, as reconfigurações identitárias e, principalmente, o surgimento dos novos sujeitos culturais africanos. / The study presents a reflection on the concept of identity and its compositions, such as national, social, cultural and ethnic identity from the perspective of several different heorists from different areas. From these approaches, in particular the national and cultural identity, the African identity in the postcolonial context is
examined, as well as the characterization of that period. For this, it analyzes the identity formations in three central characters of the works A River Called Time, A House Called Earth (2009), The Last Flight of the Flamingo (2005) and The Mermaid’s Other Foot (2006) by the Mozambican author Mia Couto, highlighting the
influences of colonization, the contact with another culture and the redemption of native values. The selected characters had the displacement experience and, at some point in their lives, moved away from homeland. These movements direct to the implications and ramifications in the constitution of their identities. Thus, the study shows, the clashes between the European legacy, tradition and global modernity, the identity reconfigurations, and, especially, the emergence of new African cultural subjects.
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TRADUÇÃO, TRANSCRIAÇÃO E FEMINISMO NEGRO EM ALICE WALKERBastos, Camila Rodrigues 14 March 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-03-14 / The present research investigates the different forms of translation in the narratives of Alice
Walker, analyzing the process of interlingual and cultural translation of the works The Color
Purple and The Temple of My Familiar, as well as the intersemiotic translation of the book:
The Color Purple. The choice of the object of analysis was based on the desire to ascertain
Walker's writing of denunciation, which seeks to subvert the woman's position as being
dominated, through a "womanist" perspective, realized through black feminism. In the first
chapter it is possible to verify the marks of the postcolonial literature, since the narratives
fictionalize questions such as: identity, sexism, racism, misogyny, nature exploration,
memory and myth, decolonizing the narrative, through a counterhegemonic attitude,
Investigates indigenous and African cultures, as well as the cultural hybrids that originate
mestizo characters, subjects of interlacing. The second chapter examines the interlinguistic
translation and, finally, the third examines the intersemiotic translation of the novel The Color
Purple for the cinema. For this, it is used theorists who study black feminism, translation
theories and the postcolonial literature such as Bonnici (2002), Spivak (2000), Bakhtin
(2009), Velasco (2012), Bhabha (2002) , Said (1995), Canclini (1990), Walsh (2008),
Beauvoir (1969), Hooks (2000), Butler (1990), Newmark (1987), Octavio Paz (1971),
Campos ), Stam (2000), Diniz (2005), et al. Thus, it was found that the interlingual translation
of English into Portuguese and into Spanish was domesticated, since translators failed to
translate the non-standard variety of blacks from the southern United States into their
respective languages. In relation to the film transcription, Steven Spielberg seeks to be faithful
to the novel, adapting to the film issues such as black feminism, Celie and Nettie loyalty,
Celia and Shug Avery's homosexual relationship, and the empowerment of Celie. / A presente pesquisa investiga as diferentes formas da tradução nas narrativas de Alice
Walker, analisando o processo de tradução interlinguística e cultural das obras A Cor Púrpura
e O Templo Dos Meus Familiares, assim como a tradução intersemiótica do livro: A Cor
Púrpura. A escolha do objeto de análise baseou-se no anseio de averiguar a escrita de
denúncia de Walker, que busca subverter a posição da mulher como ser dominado, por
intermédio de uma perspectiva “womanist”, realizada por meio do feminismo negro. No
primeiro capítulo é possível constatar marcas da literatura pós-colonial, pois as narrativas
ficcionalizam questões como: identidade, sexismo, racismo, misoginia, exploração da
natureza, memória e mito, descolonizando a narrativa, por meio de uma atitude contrahegemônica,
que investiga culturas indígenas e africanas, assim como os hibridismos culturais
que originam personagens mestiços, sujeitos do entrelugar. O segundo capítulo averigua a
tradução interlinguística e por último, o terceiro analisa a tradução intersemiótica do romance
A Cor Púrpura para o cinema. Para isso, recorre-se a teóricos que estudam o feminismo
negro, as teorias da tradução e a literatura pós-colonial tais como Bonnici (2002), Spivak
(2000), Bakhtin (2009), Velasco (2012), Bhabha (2002), Said (1995), Canclini (1990), Walsh
(2008), Beauvoir (1969), Hooks (2000), Butler (1990), Newmark (1987), Octavio Paz (1971),
Campos (1986), Bazin (1991), Stam (2000), Diniz (2005), et al. Com isso, constata-se que
houve a domesticação da tradução interlinguística do inglês para o português e para o
espanhol, uma vez que os tradutores não conseguiram traduzir a variedade não padrão dos
negros do sul dos Estados Unidos para as respectivas línguas. Em relação à transcriação
fílmica, Steven Spielberg busca ser fiel ao romance, adaptando para o filme questões como o
feminismo negro, a fidelidade entre Celie e Nettie, a relação homoafetiva entre Celie e Shug
Avery e o empoderamento da personagem Celie.
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Nossos nomes verdadeiros: a noção ameríndia de diferença em Wilson Harris / Our real names: the amerindian notion of difference in Wilson HarrisDias, Jamille Pinheiro 15 March 2011 (has links)
Esta dissertação apresenta como a criação de personagens realizada pelo escritor guianense Wilson Harris em The Sleepers of Roraima (1970) ressoa com premissas da ideia de diferença existente em cosmologias ameríndias. Para traçar uma relação entre esses planos, o trabalho foca na corporalidade e na perspectiva, tópicos fundamentais do americanismo tropical, articulando-os aos processos de singularização de personagens narrados na trilogia de novelas de Harris. Destaca-se como modos de individuação de povos nativos da região repercutem com as dinâmicas que compõem os seres ficcionais da obra. Essas dinâmicas, mediadas por aspectos pré-individuais irredutíveis a uma morfologia de personificações fisiologicamente discreta, participam da focalização das novelas, de modo que esta funciona como eixo de proliferação de perspectivas. Assim, o narrador se afasta do princípio de identidade como medida régia da personificação, convergindo com a replicação diferenciante própria de práticas de muitas ontologias ameríndias. O estudo mostra que as personagens analisadas também não são finalizadas por contornos intelectuais ou psicológicos, mas variam relacionalmente à medida que atualizam pontos de vista desdobrados por recursos narrativos como oxímoros e paralelismos. Tais procedimentos textuais dirigem provocações de Harris contra o determinismo mimético do realismo, por meio de linhas de encontro entre dilemáticas barrocas, bricolagens surrealistas e a noção ameríndia de diferença. A partir desta análise literária, a dissertação esboça contribuições para o aprofundamento de uma reciprocidade de perspectivas entre a etnologia americanista, a filosofia da diferença e os estudos literários, considerando possíveis rendimentos dessa simetrização para o questionamento de antípodas modernos tais como natureza/cultura, indivíduo/sociedade e nós/outros. / This dissertation presents how the way the Guyanese writer Wilson Harris creates characters in The Sleepers of Roraima (1970) resonates with premises of the idea of difference existing in indigenous cosmologies of lowland South America. In order to outline a relation between these planes, the work focuses on corporeality and perspective, two themes that are key to americanist ethnology, linking them to the processes of singularization of characters narrated in Harriss trilogy of novellas. More precisely, this research highlights how modes of individuation of the native peoples of the region reverberate in the dynamics that make up the fictional beings in his work. These dynamics, mediated by pre-individual aspects which are irreducible to a morphology of physiologically distinct embodiments, take part in the focalization of the novellas, producing an axis of proliferation of perspectives. Thus, the narrator turns away from the principle of identity as the common denominator of personification, converging with the differentiating replication that characterizes practices within many Amerindian ontologies. This study shows that the analyzed characters are not defined by intellectual or psychological boundaries, but vary relationally as they actualize points of views unfolded by narrative features such as oxymorons and parallelisms. Such textual procedures are directed against the determinism of mimetic realism, through lines of imbrication between baroque dilemmas, surrealist bricolages and the Amerindian notion of difference. As from this literary analysis, this dissertation outlines contributions to deepening a reciprocity of perspectives between Americanist ethnology, the philosophy of difference and literary studies, benefiting from this symmetrization as a point of entry for interrogating modern antipodes such as nature/culture, individual/society and we/others.
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Muitas linhas de um mesmo riscado: a umbanda das zonas de contatoCampos, Luan Rocha de 16 February 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-02-16 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / Born in the zone of contact between minority and discriminated groups, umbanda will be a religion of constant transformation. Without a definite canon or single doctrinal body, it will be studied by the academy and regarded as a religious phenomenon still in the process of being complete. Concerned with their legitimation, intellectuals from inside the umbanda seek in the process of intellectualization and purification of the elements considered barbarians an alternative way in view of what is accepted in society as a whole. From the postcolonial point of view, therein lies a process of domination typical of a rationalist-European thought, that places the need for intellectualization first, to the detriment of a knowledge that is born out of the interaction of bodies and natures. From this, the umbanda is forced to conform to the epistemic molds of a logic considered as the most evolved. Nowadays, we find in the umbandista environment a movement similar to the federative period, which has from the institutionalization a project of unification and universalization of Umbandist knowledge, without taking into account the locality and historical particularity of each terreiro or family saint. In this sense, it is valid, through postcolonial theory, to reread the history of umbanda to discover among the lines of a still thriving colonial project masked as an initiative in defense of freedom, equality and human alterity, a disguise that hides the stigma of the old European colonies / Nascida na zona de contato entre grupos minoritários e discriminados, a umbanda será uma religião da constante transformação. Sem cânone definido ou corpo doutrinário único, será estudada pela academia e encarada como um fenômeno religioso ainda em vias de se fazer. Preocupados com sua legitimação, intelectuais de dentro da própria umbanda buscam no processo de intelectualização e de purificação dos elementos considerados bárbaros um caminho alternativo em vista de que seja aceita em toda a sociedade. Sob a ótica pós-colonial, nisso reside um processo de dominação típico de um pensamento racionalista-europeu que coloca a necessidade de intelectualização num primeiro plano, em detrimento de um saber que nasce a partir da interação de corpos e naturezas. A partir disso, a umbanda se vê obrigada a se adequar aos moldes epistêmicos de uma lógica tida como a mais evoluída. Atualmente, verificamos no meio umbandista um movimento similar ao período federativo, que tem a partir da institucionalização um projeto de unificação e universalização dos saberes umbandistas, sem levar em consideração a localidade e a particularidade histórica de cada terreiro ou família de santo. Nesse sentido, é válido, por meio da teoria pós-colonial, reler a história da umbanda para encontrarmos nas entre-linhas projetos coloniais ainda vivos, que se mascaram de iniciativas em defesa da liberdade, igualdade e alteridade humana, mas que por detrás carregam o estigma próprio das antigas colônias européias
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Descaminhos narrativos: estudo dos romances \"O sol dos trópicos\" e \"O velório d\'oiro\", de Henrique Galvão e o \"Esplendor de Portugal\", de António Lobo Antunes. / Descaminos narrativos: estudio de las novelas \"O sol dos trópicos\" y \"O velorio d\'oiro\", de Henrique Galvão y el \"Esplendor de Portugal\", de Antônio Lobo AntunesSantos, Jeane de Cassia Nascimento 05 February 2007 (has links)
O trabalho em questão estabelece um estudo dos romances O velo d?oiro e O sol dos trópicos, de Henrique Galvão e o Esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes em dois momentos historicamente importantes para Portugal. Nas duas primeiras narrativas, também conhecidas como Literatura Colonial, escritas nas primeiras décadas do século XX, observaremos o colonizador em seu deslocamento para o espaço africano, onde prevalecendo-se do poder outorgado pelo Império, encontra nas colônias um prolongamento da nação lusitana. Por outro lado, observaremos no crítico romance de Lobo Antunes, a figura do português em dois momentos distintos: no auge da colonização, em que usufruía dos benefícios proporcionados pelo colonialismo e no processo de descolonização, pós 25 de abril, quando afloram seus conflitos, decorrentes da inversão de papéis, conferidos pelos ventos da história / El trabajo en cuestión establece el estudio de los romances O velo d?oiro y O sol dos trópicos, de Henrique Galvao y el Esplendor de Portugal, de Antonio Lobo Antunes en dos momentos históricamente importantes para Portugal. En las dos primeras narrativas, también conocidas como Literatura Colonial, escritas en las primeras décadas del siglo XX, observaremos el colonizador en su desplazamiento para el ámbito africano, donde prevaleciéndose del poder otorgado por el Imperio, encuentra en las colonias una prolongación de la nación lusitana. Por otro lado, observaremos en el crítico romance de Lobo Antunes, la figura del portugués en dos momentos distintos: en el auge de la colonización, cuando disfrutaba de los beneficios proporcionados por el colonialismo y en el proceso de descolonización, pos 25 de abril, cuando afloran sus conflictos, en consecuencia de la inversión de papeles, otorgados por los vientos de la historia
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Uma rapsódia portuguesa: testemunhos ficcionais em três romances de Lídia Jorge / A Portuguese rhapsody : fictional testimonies in three novels from Lídia JorgeZucolo, Nicia Petreceli 05 August 2014 (has links)
Os romances A costa dos murmúrios (1988), A noite das mulheres cantoras (2011) e A manta do soldado (1998) constituem uma unidade temática na obra de Lídia Jorge. Neles está contemplada a tríade literatura-história-memória, perspectivada pela ótica das narradoras femininas que articulam suas memórias individuais às memórias dos eventos históricos portugueses ao longo dos mais de quarenta anos de ditatura. O presente trabalho analisará os testemunhos ficcionais das narradoras como condutores dessas narrativas, considerando a representação dos testemunhos dessas personagens tocadas em suas vidas pessoais pela trajetória nacional. Estes três romances evidenciam a preocupação social presente na obra da autora, revelando a consciência (ou não) de pertencimento nacional; o falseamento (e reconstrução) de identidades; o questionamento sobre o discurso oficial historiográfico; o esvaziamento do ser ou a busca pela sua constituição. A violência impetrada tanto pelo estado quanto pelos indivíduos, é denunciada entre as oposições e complementaridades que acontecem entre silêncio e som; eco e murmúrio; interdito e alarde / The novels A costa dos murmúrios, A noite das mulheres cantoras e A manta do soldado constitute a thematic unit in Lídia Jorge\'s work. They introduce the triad literature-history-memory by the perspective of female narrators, who articulate their own memories with the memories of Portuguese historical events throughout more than forty years of dictatorship. This thesis is going to analyse the fictional testimonies made by female narrators as a guide for the narratives, considering the representation of these character\'s testimonies affected on their own lives by the national trajectory. These three novels draw attention to the social criticism in the author\'s work, revealing the consciousness (or not) of belonging to a nation; the masquerade (and reconstruction) of identities; the doubt about the official historical discourses; the hollowness of the being or the search for its constitution. The violence required not only by the State, but also by individuals, is noticed in the oppositions and the correspondence between silence and sound; echo and murmuring; forbidden and clamorous
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Nossos nomes verdadeiros: a noção ameríndia de diferença em Wilson Harris / Our real names: the amerindian notion of difference in Wilson HarrisJamille Pinheiro Dias 15 March 2011 (has links)
Esta dissertação apresenta como a criação de personagens realizada pelo escritor guianense Wilson Harris em The Sleepers of Roraima (1970) ressoa com premissas da ideia de diferença existente em cosmologias ameríndias. Para traçar uma relação entre esses planos, o trabalho foca na corporalidade e na perspectiva, tópicos fundamentais do americanismo tropical, articulando-os aos processos de singularização de personagens narrados na trilogia de novelas de Harris. Destaca-se como modos de individuação de povos nativos da região repercutem com as dinâmicas que compõem os seres ficcionais da obra. Essas dinâmicas, mediadas por aspectos pré-individuais irredutíveis a uma morfologia de personificações fisiologicamente discreta, participam da focalização das novelas, de modo que esta funciona como eixo de proliferação de perspectivas. Assim, o narrador se afasta do princípio de identidade como medida régia da personificação, convergindo com a replicação diferenciante própria de práticas de muitas ontologias ameríndias. O estudo mostra que as personagens analisadas também não são finalizadas por contornos intelectuais ou psicológicos, mas variam relacionalmente à medida que atualizam pontos de vista desdobrados por recursos narrativos como oxímoros e paralelismos. Tais procedimentos textuais dirigem provocações de Harris contra o determinismo mimético do realismo, por meio de linhas de encontro entre dilemáticas barrocas, bricolagens surrealistas e a noção ameríndia de diferença. A partir desta análise literária, a dissertação esboça contribuições para o aprofundamento de uma reciprocidade de perspectivas entre a etnologia americanista, a filosofia da diferença e os estudos literários, considerando possíveis rendimentos dessa simetrização para o questionamento de antípodas modernos tais como natureza/cultura, indivíduo/sociedade e nós/outros. / This dissertation presents how the way the Guyanese writer Wilson Harris creates characters in The Sleepers of Roraima (1970) resonates with premises of the idea of difference existing in indigenous cosmologies of lowland South America. In order to outline a relation between these planes, the work focuses on corporeality and perspective, two themes that are key to americanist ethnology, linking them to the processes of singularization of characters narrated in Harriss trilogy of novellas. More precisely, this research highlights how modes of individuation of the native peoples of the region reverberate in the dynamics that make up the fictional beings in his work. These dynamics, mediated by pre-individual aspects which are irreducible to a morphology of physiologically distinct embodiments, take part in the focalization of the novellas, producing an axis of proliferation of perspectives. Thus, the narrator turns away from the principle of identity as the common denominator of personification, converging with the differentiating replication that characterizes practices within many Amerindian ontologies. This study shows that the analyzed characters are not defined by intellectual or psychological boundaries, but vary relationally as they actualize points of views unfolded by narrative features such as oxymorons and parallelisms. Such textual procedures are directed against the determinism of mimetic realism, through lines of imbrication between baroque dilemmas, surrealist bricolages and the Amerindian notion of difference. As from this literary analysis, this dissertation outlines contributions to deepening a reciprocity of perspectives between Americanist ethnology, the philosophy of difference and literary studies, benefiting from this symmetrization as a point of entry for interrogating modern antipodes such as nature/culture, individual/society and we/others.
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As Orações de Mansata: cenas da sociedade guineenseBaldé, Adulai 11 September 2017 (has links)
Submitted by ADULAI BALDÉ (adulai555@hotmail.com) on 2018-07-17T15:37:27Z
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AcroRd32.exe: 2270704 bytes, checksum: 697be3d35167f8e52ed09a3bbbf7ee6c (MD5) / Capes / Depois de anos de luta armada contra os colonizadores portugueses, a Guiné-Bissau tornou-se uma nação liberta. País pequeno, situado na costa ocidental da África, a Guiné-Bissau possui um mosaico cultural muito grande e mais de 25 línguas nacionais, além do português como língua oficial. Partindo do pressuposto de que a literatura é uma manifestação artística que assume muitos saberes, através das suas narrativas e interpretações, o presente trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão a partir da peça teatral As Orações de Mansata, do escritor Abdulai Sila, sobre a identidade cultural do povo bissau-guineense, levando em conta o momento pós-colonial que a obra está inserida. O livro é uma adaptação de Macbeth à realidade africana, também a primeira peça do teatro editada na Guiné-Bissau cuja ação decorre no período pós-colonial, além de ser umas das primeiras obras do período pós-independência em toda a África. Metodologicamente, a análise da dissertação restringe-se à obra As Orações de Mansata, levando em conta o momento pós-colonial vivido na sociedade guineense. As leituras de Stuart Hall, Thomas Bonnici, Homi K. Bhabha, Hampate Bá e outros, a respeito de estudos sobre a Identidade e pós-colonialidade, serão importantes para o desenvolvimento teórico dessa dissertação. Sob o olhar dos Estudos Culturais e por meio de discursos que apontam para um processo de “guinendade”, expressão que une diversas etnias na construção da identidade guineense, pode-se dizer que a obra As Orações de Mansata é uma cena da representação da sociedade guineense nas últimas décadas. A história cultural, social e política da Guiné-Bissau, entre os séculos XVII e XXI, mostra como foram construídas e adotadas as novas identidades daquele território. A mestiçagem e o hibridismo constituíram as marcas em todos os aspectos dentro da sociedade guineense. Ressalta-se que por meio de uma obra literária é possível fazer a análise de um país devastado pela corrupção e pela violência, problematizando as marcas negativas dessa sociedade. A conclusão enfatiza como é possível a era pós-colonial pôr em cena uma pluralidade híbrida de registros orais antes negligenciados pela colonização portuguesa. Conclui-se que As Orações de Mansata é uma representação ficcional da sociedade bissau-guineense na era pós-colonial.
Palavras-chave: Guiné-Bissau; As Orações de Mansata; Identidade cultural; Pós-colonial. / Après plusieurs années de lutte armée contre les colons portugais, la Guinée Bissau est devenue une nation libérée. Un petit pays situé sur la côte ouest de l’Afrique, la Guinée-Bissau a une très grande mosaïque culturelle, avec plus de 25 langues nationales et la langue portugaise comme langue officielle. Sur une hypothèse de que la littérature se présente comme forme d’art avec plusieurs savoirs, par ses récits et ses interprétations, cet étude vise à examiner les mécanismes de l’identité culturelle du peuple de la Guiné-Bissau dans l’œuvre appelée As Orações de Mansata, de écrivain Abdulai Sila. Le livre est une adaptation de Macbeth à la realité africaine. Ce livre est aussi connu comme la première œuvre théâtral éditée en Guinée-Bissau où l’action se passe à la période postcoloniale et, en plus, comme une des premières œuvres postindépendance de toute l’Afrique. Méthodologiquement, l'analyse de cette étude est limitée dans l’œuvre As Orações de Mansata, en tenant compte du moment postcolonial vécu dans la société guinéenne. Les lectures de Stuart Hall, Thomas Bonnici, Homi K. Bhabha, HampateBá et d'autres, au sujet des études sur l'identité et post colonialisme seront importantes pour le développement théorique de cette étude. Sous le regard des études culturelles et à travers des discours pointant vers un processus de “guinendade”, expression qui unit les différents groupes ethniques dans la construction de l'identité guinéenne, on peut dire que l’œuvre As Orações de Mansata est une scène qui représente la société guinéenne au cours des dernières décennies. L'histoire culturelle, la vie sociale et politique de la Guinée-Bissau, entre le dix-septième et vingt et unième, montre comment ils ont construit et adopté de nouvelles identités dans ce territoire. Le métissage et l’hybridité constituent des marques dans tous les aspects au sein de la société guinéenne. Il faut souligner qu’à travers d’une œuvre littéraire c’est possible de faire l'analyse d'un pays ravagé par la corruption et la violence, en discutant les marques négatives dans la société. La conclusion souligne comment l'ère postcoloniale peut mettre en scène une pluralité hybride d'enregistrements oraux avant négligés par la colonisation portugaise. On conclu que l’œuvre As Orações de Mansata est une représentation fictive de la société guinéenne sur l’ère postcolonial.
Mots-clés: Guinée-Bissau; As Orações de Mansata; identité culturelle; postcolonial.
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Michelle Cliffs Abeng and No telephone to heaven: a call to resistance / Michelle Cliffs Abeng and No telephone to heaven: a call to resistanceTeresa Barreto Domingues 20 March 2012 (has links)
Escritores/as pós-coloniais têm se engajado em denunciar o doloroso legado da escravidão e do colonialismo, através da recuperação de histórias previamente apropriadas e distorcidas por narrativas mestras. A investigação e a narrativização do passado esquecido de ex-colônias têm sido uma estratégia empregada no sentido de se reconstruir identidades que foram fragmentadas devido às múltiplas opressões sofridas ou testemunhadas por autores. Michelle Cliff é uma romancista, poeta, e ensaísta diaspórica, nascida na Jamaica e que vive nos Estados Unidos. Ela é uma das muitas vozes pós-coloniais comprometidas com uma literatura de resistência que luta pela descolonização cultural e encoraja o sentimento de pertencimento. O objetivo dessa dissertação é analisar os romances de cunho autobiográfico de Cliff, Abeng (1984) e No Telephone to Heaven (1987), que lidam com questões relacionadas às práticas coloniais e pós-coloniais. Os dois romances retratam a saga da protagonista Clare Savage, através da qual Cliff revela o impacto da colonização no Caribe, denuncia as configurações de poder geradas a partir dos imbricamentos entre raça, gênero e classe, e critica a maneira deturpada como a história da Jamaica é transmitida e disseminada através da educação colonial à qual os Jamaicanos são submetidos. A autora também explora os efeitos que as diásporas exercem no processo de construção identitária e o movimento de resgate e recriação de uma história própria por parte dos sujeitos diaspóricos / Postcolonial writers have been engaged in exposing the painful legacies of slavery and colonialism, through the reclaiming of histories that have been appropriated and distorted by master narratives. The investigation and retelling of the lost past of former colonies has been a strategy used to reconstruct identities fragmented as a result of the multiple oppressions that authors have suffered or witnessed. Michelle Cliff is a diasporic Jamaican-born novelist, poet, and essayist who lives in the United States. She is one of the many postcolonial voices committed to a literature of resistance that struggles for cultural decolonization and encourages the feeling of belonging. The aim of this dissertation is to analyze Cliffs semi-autobiographical novels, Abeng (1984) and No Telephone to Heaven (1987) that deal with matters related to colonial and post-colonial practices. The two novels portray the saga of the protagonist Clare Savage, through which Cliff reveals the impact of colonization on the Caribbean, exposes the configurations of power deriving from the intertwining of race, class, and gender, and criticizes the misrepresentation of Jamaicas history, which is disseminated through the colonial education Jamaicans have been subjected to. The author also explores the effects diasporas have on the process of identity construction and the movement from diasporic subjects to rescue and recreate a history of their own
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