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Ideologias de linguagem acionadas por docentes indígenas em formação superior: tensões no espaço da diferença colonial / Language ideologies enacted by indigenous teachers in Higher Education: tensions in colonial differenceOliveira, Denise Pimenta de 14 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-14 / This research seeks to problematize language ideologies present in metadiscourses mobilized by
indigenous teachers in training at University of Goiás Intercultural Education program as a way of:
drawing attention to what these historically marginalized subjects think about language; and
reflecting upon Linguistic Studies' and the program's own epistemological bases. This study stems
from a qualitative ethnographic orientation, in an effort to situate its subjects in specific times and
spaces in order to think about language ideologies enacted and to connect them to a broader
historical, political and social macrocontext. The data are composed of oral and written statements
generated in classroom activities, during stages that took place in the university, related to training
for language teaching in intercultural contexts and, consequently, meta-reflection. The analysis
was based on theoretical postulates of contemporary sociolinguistics and their intersections with
anthropological linguistics and related areas, framed in the paradigm of Latin American decolonial
thinking. It aims at recognizing the modern/colonial heritage of hegemonic language conceptions
and trying to problematize how this heritage impacts language ideologies enacted by indigenous
teachers and, at the same time, how it can be redefined or challenged in these same ideologies
and in the language practices observed. The goal is to, from the data generated, establish an
inter-epistemic dialog with theses indigenous teachers in training, understanding them as thinking
subjects that theorize about language and problematize their realities. / Esta pesquisa tem como principal objetivo problematizar as ideologias de linguagem
emergentes em metadiscursos mobilizados por docentes indígenas em formação superior no
curso de Licenciatura em Educação Intercultural da Universidade Federal de Goiás, como forma
de evidenciar o que esses sujeitos, historicamente marginalizados e subalternizados, pensamsobre língua e de refletir sobre as próprias bases epistemológicas dos estudos linguísticos e do
referido curso. Este estudo parte de um direcionamento qualitativo de cunho etnográfico, em um
esforço de situar os sujeitos participantes em tempos e espaços específicos para pensar sobre
as ideologias de linguagem acionadas e conectá-las a um macrocontexto histórico, político e
social mais amplo. Os dados desta pesquisa são compostos de enunciados orais e escritos
gerados em contexto de sala de aula, durante etapas que ocorreram na universidade, em temas
relativos à formação para o ensino de línguas em contextos interculturais e, consequentemente,
à metarreflexão. Partimos de pressupostos teóricos da sociolinguística contemporânea e suas
intersecções com a linguística antropológica e áreas afins e enquadramos nosso estudo no
paradigma do pensamento decolonial latino-americano, reconhecendo a herança
moderna/colonial das concepções hegemônicas de língua e procurando problematizar como
essa herança impacta as ideologias de linguagem acionadas pelos docentes indígenas e, ao
mesmo tempo, como ela pode ser ressignificada ou desafiada nessas mesmas ideologias e
ainda nas práticas de linguajamento observadas. Pretendemos, a partir dos dados gerados,
estabelecer um diálogo interepistêmico com esses docentes indígenas em formação,
compreendendo-os como sujeitos pensantes, formuladores de teorizações sobre língua,
intelectuais que problematizam suas realidades.
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A plurinacionalidade em disputa: Sumak kawsay, autonomia indígena e Estado plurinacional no Equador / The plurinationality in dispute: Sumak kawsay, indigenous autonomy and plurinational State in EcuadorSantos, Marina Ghirotto 24 September 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-09-24 / In recent years, the Latin America political scene was marked by the election of leftist governments that fostered a process called by some as "revolutionary neoconstitutionalism", of which Constitutions of Ecuador (2008) and Bolivia (2009) are emblematic. The Equadorian Constitution incorporates plurinationality and sumak kawsay (in kichwa, translated as "buen vivir" or good living) concepts, as well as interculturality and the rights of nature, which conform the bases of the new plurinational Ecuador State. This study, a result of bibliographic research and fieldwork, analyzes two of these concepts settled in practices and knowledge of indigenous people: plurinationality, which inspires a discussion of decolonizing political forms, structures and institutions of the modern State, as well as the nation as an unique and monocultural concept that corresponds to it; and sumak kawsay, that describes the "life in plenitude" rooted in the indigenous community and built upon a harmonious relationship with the nature (Mother Earth or Pachamama), that points to a post-development and post-extractivist perspective. Both the plurinationality and the sumak kawsay are political projects that implies multiple ways of practicing indigenous autonomy with the aim of decolonize the society and refound the nation State, its structures and institutions, as well as the narratives that legitimize it, and not just incorporate the indigenous into the existing institutional framework. The decolonial impulse of this project aims to overcome practices and discourses based on the coloniality of power, of knowledge, of being and of nature that have remained active even after the formal independence of Ecuador in the XIX century and still supports the subalternization of those taken as "different" of the national referent the indigenous people. Therefore, the indigenous political project simultaneously builds the decoloniality perspective - as a theoretical and methodological field of social thought - at the same time that it is influenced by it. In the post-constitutional scenario, the apparent consensus that had been reached between different political forces is diluted, leading to a bifurcation between governmental and indigenous political project and a dispute over meanings and forms of implementation of plurinationality and sumak kawsay. The current government defends the State's role in eliminating poverty and promoting development, based on revenues from the deepening of extractivism - particularly oil and mining - and placing the citizen as its main interlocutor. The oil extraction intends to move forward indigenous territories of the called "South-Eastern Amazon", historically out of the exploration route concentrated in Northern Amazon. For the vast majority of indigenous people who inhabit affected communities, it is precisely this policy that will make them poor, as it impedes the reproduction of "life in plenitude" that sumak kawsay makes reference to and denies the alterity contained in the plurinational and intercultural proposal. In this scenario, socio-environmental, political, cultural and epistemic struggles are emerging and relighting a dispute for this decolonizing concepts, tensioning the consolidation of the plurinational State to sumak kawsay. This highlights the existence of multiple paths to the realization of indigenous autonomy within the constitutional framework - and also beyond that / Nos últimos anos, o cenário político latino-americano esteve marcado pela eleição de governos
progressistas, que impulsionaram um processo chamado por alguns de neoconstitucionalismo
transformador , do qual as Constituições do Equador (2008) e da Bolívia (2009) são
emblemáticas. A Constituição equatoriana incorpora os conceitos de plurinacionalidade e sumak
kawsay (em kichwa, traduzido como buen vivir ou bem viver), assim como a interculturalidade
e os direitos da natureza, que conformariam as bases de um novo Estado plurinacional
equatoriano. Este estudo, resultado de revisão bibliográfica e trabalho de campo, analisa dois
desses conceitos enraizados nas práticas e nos saberes indígenas: a plurinacionalidade, que
inspira uma discussão de viés decolonial das formas políticas, estruturas e instituições do Estado
moderno, assim como da concepção de nação única e monocultural que lhe corresponde; e o
sumak kawsay, que descreve a vida em plenitude enraizada na comunidade, construída
mediante uma relação harmônica com a Natureza (Mãe-Terra ou Pachamama) e aponta para um
horizonte pós-desenvolvimentista e pós-extrativista. Tanto a plurinacionalidade quanto o sumak
kawsay são projetos políticos que sugerem múltiplas formas de exercício da autonomia indígena
com o intuito de descolonizar a sociedade e refundar o Estado nacional, suas estruturas e
instituições, bem como as narrativas que o legitimam, e não apenas incorporar os indígenas à
institucionalidade existente. O ímpeto decolonial desse projeto pretende superar práticas e
discursos pautados na colonialidade do poder, do saber, do ser e da natureza que permanecem em
vigência mesmo após a independência formal do Equador no século XIX e seguem
subalternizando a existência daqueles tidos como o diferente do referente nacional os povos e
nacionalidades indígenas. Por isso, o projeto político indígena simultaneamente constrói a
perspectiva da decolonialidade como campo teórico-metodológico do pensamento social ao
mesmo tempo em que é por ela influenciado. No cenário pós-constituinte, o aparente consenso
que havia sido alcançado entre distintas forças políticas se dilui, dando origem a uma bifurcação
entre o projeto político governamental e o do movimento indígena e uma disputa pelos
significados e formas de implementação dos conceitos de plurinacionalidade e de sumak kawsay.
O atual governo defende o papel do Estado para a eliminação da pobreza e promoção do
desenvolvimento , baseando-se nas receitas decorrentes do aprofundamento do extrativismo
sobretudo petróleo e mineração e colocando o cidadão como seu principal interlocutor. O
extrativismo petroleiro pretende avançar sobre os territórios indígenas da chamada Amazônia
Sul-Oriental , historicamente fora da rota de exploração concentrada na região norte da
Amazônia. Para grande parte dos indígenas que habitam as comunidades afetadas, é justamente
esta política que os tornarão pobres, já que inviabiliza a reprodução da vida em plenitude , à
qual remete o sumak kawsay, e nega a alteridade contida na proposta plurinacional e intercultural.
Delineiam-se, neste cenário, embates socioambientais, políticos, culturais e epistêmicos que
tensionam a consolidação do Estado plurinacional para o sumak kawsay e reacendem as disputas
por tais conceitos decolonizantes, evidenciando os múltiplos caminhos existentes para o exercício
da autonomia nos marcos constitucionalmente definidos e também para além destes
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Pensamento abissal, colonialidade e as artes visuais em CuiabáSanchez, Daniel Pellegrim 20 March 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-03-20 / CAPES / Articulado à ideia de Boaventura de Sousa Santos de que o pensamento moderno ocidental é um pensamento abissal, este trabalho propõe verificar a possível persistência de dispositivos de colonialidade oriundos desse pensamento, de divisões da realidade social e de dominação epistemológica nas artes visuais em Cuiabá, problematizando questões relacionadas ao racismo, à exploração e a outros modos de violência ou desumanização. Além disso, tem em vista articular referenciais teóricos e ferramentas para a construção contínua de conceitos, redes e relacionamentos a serem utilizados na expectativa da positivação e construção de aesthesis e subjetividades decoloniais. O estudo das noções de colonialidade e colonialidade da arte, assim como a investigação do fenômeno no circuito da arte em Cuiabá constituem este trabalho. De acordo com Aníbal Quijano (2000), a colonialidade é parte constitutiva da matriz colonial de poder e resulta de uma classificação racial/étnica seguida de hierarquização que se impõe à população mundial e que atua em diversos âmbitos, planos e dimensões, inclusive materiais e subjetivos, da escala e existência social cotidiana. O chamado racismo epistêmico, por sua vez, refere-se à hierarquia de dominação onde os conhecimentos produzidos por sujeitos ocidentais são considerados como superiores aos conhecimentos produzidos por sujeitos não ocidentais. Na arte, essas hierarquizações se dão por meio dos dualismos ―erudito‖ e ―popular‖, ―regional‖ e ―universal‖, entre outros, como também através de categorizações como arte primitiva, naïf, bruta, artesanal, étnica, cabocla, esquisita etc. Em Cuiabá não há nenhum curso de graduação em artes visuais, mas há uma grande quantidade de artistas autodidatas ("populares"); existem poucos equipamentos culturais e, em geral, administra-se o setor com baixo orçamento, quase sem políticas de intercâmbio. A falta de interesse do setor público somada ao direcionamento decorativo ou "espetacular" que o setor privado designa para as artes visuais no circuito local geram obstáculos intransponíveis para alguns artistas, instituindo um mundo à parte, de isolamento, invisibilidade ou, como disse Aníbal Quijano, "um beco sem saída" para aqueles que miram uma trajetória dentro instituições, equipamentos, eventos, circuitos autorizados/oficiais. Circuitos que, salvo algumas exceções, veem o ―sul do mundo‖ como menos capaz, subalterno no que concerne aos seus saberes, técnicas e artes. No que tange ao Brasil, essa hierarquia, com seus valores e procedimentos, é reproduzida internamente nas relações entre o circuito de arte de São Paulo e Rio de Janeiro com as outras cidades do país. Inspirados pelo conceito de pensamento único de Milton Santos, denominamos o circuito autorizado/oficial de trajeto único. O paradigma cuiabano das artes, por isso mesmo, gera inúmeras inquietações e angústias que estão a exigir esforços de decolonização e legitimação de modos outros da produção visual. Com isso, propomos, na esteira de Mignolo, conduzir ações orientadas por pensamentos de resistência, por noções como a de "pensamento de fronteira", de "desobediência epistêmica" e de "aesthesis decolonial", que venham desenganchar-nos da obrigatoriedade de trilhar o trajeto único do circuito hegemônico, nos reposicionando, redefinindo, ou seja, constituindo pluri-trajetórias em circuitos outros. / Articulated with the idea of Boaventura de Sousa Santos that modern Western thinking is an abysmal thought, this work proposes to verify the possible persistence of coloniality devices, divisions of social reality and epistemological dominance in the visual arts in Cuiabá, discussing issues related to racism, exploitation and other forms of violence or dehumanization. Additionally, aims to provide theoretical frameworks and tools for the ongoing construction of concepts, relationships and networks to be used to enhance and build decolonial aesthesis and subjectivities. This work is constituted by the study of the notions of coloniality and coloniality of the art, as well as by the investigation of this phenomenon in the art circuit in Cuiabá. According to Anibal Quijano (2000), coloniality is constitutive of the colonial matrix of power and results from a racial/ethnic classification followed by hierarchy that is imposed on the world's population and which operates in several spheres, planes and dimensions, including materials and subjectives of social scale and existence. The so-called epistemic racism, in turn, refers to the hierarchy of domination where the knowledge produced by Western individuals is considered as superior to knowledge produced by non-Western individuals. In art, these hierarchizations occur through the dualisms "classical" and "popular", "regional" and "universal", among others, as well as through categorizations as primitive, naive, crude, handmade, ethnic, cabocla, weird art etc. In Cuiabá there is no undergraduate degree in visual arts, but there are a lot of ("popular") self-taught artists; there are few cultural equipment and generally the sector is administered with low budget, almost without exchange policies. The lack of interest of the public sector plus the decorative direction or "spectacular" that the private sector refers to the visual arts in the local circuit g enerate insurmountable obstacles for some artists, establishing a world apart, of isolation, invisibility or, as Aníbal Quijano said, "a dead end" for those that target a trajectory within institutions, equipment, events, authorized/official circuits. Circuits that, with some exceptions, see the "South of the world" as less able, subaltern with respect to their knowledge, techniques and arts. With regard to Brazil, this hierarchy, with its values and procedures, is reproduced internally in the relations between the Sao Paulo and Rio de Janeiro art circuit with the other cities of the country. Inspired by the concept of the ―single thought‖ of Milton Santos, we call the authorized/official circuit by single path. The cuiabano paradigm of arts generates many concerns and anxieties that are demanding efforts of decolonization and legitimation of other visual production modes. Thus, we propose, in the wake of Mignolo, to conduct actions guided by resistance thoughts, notions such as "border thinking", of "epistemic disobedience" and "decolonial aesthesis", which will unhook us from the obligation to tread the single path of the hegemonic circuit, repositioning us, redefining, or constituting multi-paths in circuits others.
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Letramentos queer na formação de professorxs de línguas: complicando e subvertendo identidades no fazer docente / Queer literacies in language teacher education: problematizing and subverting identities in teaching practiceFreitas, Marco Túlio de Urzêda 13 April 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-04-13 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This research aims at investigating the consequences of an experience with queer literacies in the
field of language teacher education. Supported by premises of queer theories, literacy studies and
critical teacher education, I understand queer literacies as social practices of language use turned
to the queering of the dichotomies related to the body, identities and social life in the teacher’s
practice. The empirical materials were generated in the meetings of the course Questões de Gênero
e Sexualidade no Ensino de Línguas Estrangeiras/Adicionais, conducted by me at the Centro de
Línguas of the Universidade Federal de Goiás throughout 2013. Divided into two phases, this
course aimed at problematizing the concepts of identity, gender and sexuality in the contemporary
world, as well as relating such concepts to language teaching, identifying possibilities for the
implementation of queer interventions in different educational contexts. The study is presented as a
queer-decolonial research about literacies, as its methodological procedures point to a series of
micro-ruptures with colonial standards of knowledge production, especially regarding the
epistemological basis of the research, the way its tools were comprehended and used throughout
the study, and the relationship between the researcher and the articulators with the reality under
analysis. Based on the empirical materials generated through my research diary, a questionnaire,
the texts written by the articulators, two reflections about the course, the queer interventions
proposed and the final essay produced by the articulators, I intend to reflect on the following
questions: How do the articulators comprehend the relations of gender and sexuality in the
contemporary world? How do the articulators perform their gender, sexual, and other identities in
the discursive practices of the group? How do the articulators relate the academic theories focused
on the course to their respective practices? The reflections on these questions make it possible to
infer that, despite the complexities that constitue the implementation of queer literacies in contexts
marked by inherited conceptions of identity and knowledge, a teacher education experience with
queer literacies offer meaningful conditions for teachers to engaje in the making of projects that
aim at the queering of the Eurocentric, binary, and colonial character of the official school literacy,
creating new repertories and new performances for the teacher’s practice in the field of language
teaching. / Esta pesquisa tem por objetivo geral investigar os desdobramentos de uma experiência com
letramentos queer no campo da formação de professorxs de línguas. Fundamentado em
pressupostos das teorias queer, dos estudos sobre letramentos e da formação crítica de professorxs,
entendo por letramentos queer as práticas sociais de uso da língua/gem voltadas ao estranhamento
das dicotomias ligadas ao corpo, às identidades e à vida social no fazer docente. O material
empírico da pesquisa foi gerado nos encontros do curso de formação Questões de Gênero e
Sexualidade no Ensino de Línguas Estrangeiras/Adicionais, ministrado por mim no Centro de
Línguas da Universidade Federal de Goiás, no decorrer de 2013. Dividido em duas fases, o referido
curso objetivou problematizar os conceitos de identidade, gênero e sexualidade no mundo
contemporâneo, bem como relacionar tais conceitos ao ensino de línguas, vislumbrando
possibilidades de intervenções queer em diferentes contextos educacionais. O estudo se apresenta
como uma pesquisa queer-decolonial sobre letramentos, visto que o seu percurso metodológico
aponta para uma série de microrrupturas com padrões coloniais de produção de conhecimentos,
especialmente no que diz respeito às bases epistemológicas da pesquisa, ao modo como as suas
fontes foram compreendidas e utilizadas ao longo do estudo, e à relação do pesquisador e dxs
articuladorxs com a realidade pesquisada. Com base no material empírico gerado a partir do meu
diário de pesquisa, de um questionário, dos textos escritos pelxs articuladorxs, de duas reflexões
discentes sobre o curso, das propostas de intervenção queer e dos trabalhos finais produzidos pelxs
articuladorxs, viso refletir sobre as seguintes perguntas: Como xs articuladorxs compreendem as
relações de gênero e sexualidade no mundo contemporâneo? Como xs articuladorxs performam as
suas identidades de gênero, sexuais e outras nas práticas discursivas do grupo? Como xs
articuladorxs relacionam as teorias acadêmicas focalizadas no curso às suas respectivas práticas?
As reflexões sobre tais perguntas nos possibilitam inferir que, a despeito das complexidades que
permeiam a implementação de letramentos queer em contextos marcados por concepções herdadas
de identidade e conhecimento, uma experiência de formação com letramentos queer oferece
condições significativas para que xs professorxs se engajem na implementação de propostas que
visem ao estranhamento do caráter eurocêntrico, binário e colonial do letramento escolar oficial,
criando novos repertórios e novas performances para o fazer docente no ensino de línguas.
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Ecoando dos cinco cantos: feminismo negro brasileiro e questões de direitos humanos / Echoing from all sides: Brazilian black feminism and human rights issuesCastro, Ana Luísa Machado de 27 August 2018 (has links)
Submitted by Ana Caroline Costa (ana_caroline212@hotmail.com) on 2018-11-14T18:33:21Z
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Previous issue date: 2018-08-27 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This dissertation investigates the relations between Brazilian Black Feminism and Human
Rights violation/effectiveness processes, based on data received in seven interviews with
Brazilian black women from all regions of the country. Focusing in the experience of black
women, we expect to enlarge reflections on human rights to empower this tool to promote
social justice and confront inequalities. The dissertation is divided in three chapters, in
addition to the introduction and final considerations. The first chapter presents a reflection on
the hegemonic field of human rights studies, seeking to problematize its main assumptions.
Using decolonial theory, we discuss the history of human rights in modernity e use of the
modern rights, the idea of human and un-human and about multiple human rights violations
of black women. In the second chapter, we will characterize Brazilian black feminism and its
participation in processes that involve violation/effectiveness of human rights in the country.
We will address to some important milestones of the struggle of Brazilian black women, the
relations with feminist and black movements and some theoretical formulations that emerge
from these contexts. Finally, in the third chapter, we analyses the voices of the research
collaborators. We present the point of view of theses black women on black feminism and
human rights violation/effectiveness. / Essa dissertação investiga a relação entre Feminismo Negro Brasileiro e processos de efetivação/violação de Direitos Humanos, com base nos dados recolhidos em entrevistas realizadas com sete mulheres negras brasileiras de todas as regiões do país. Focando na experiência das mulheres negras, buscaremos ampliar as discussões sobre direitos humanos de modo a potencializar esta ferramenta para a promoção de justiça social e enfrentamento das desigualdades. A dissertação está dividida em três capítulos, além da introdução e
considerações finais. No primeiro capítulo apresentaremos uma reflexão sobre o campo de estudos hegemônicos de direitos humanos, buscando problematizar seus principais pressupostos. Tendo como lente teórica as contribuições decoloniais, refletiremos sobre a história da invenção dos direitos humanos na modernidade, sobre a noção de humano e não humano incutida neste discurso e sobre as múltiplas violações de direitos humanos das mulheres negras. No segundo capítulo, iremos caracterizar o feminismo negro brasileiro e as especificidades de sua atuação em processos que envolvam efetivação/violação dos direitos
humanos no país. Retomaremos alguns importantes marcos da luta das mulheres negras brasileiras, as relações construídas com os movimentos feministas e movimentos negros do país, e as algumas formulações teóricas forjadas a partir destes contextos. Finalmente, no terceiro capítulo serão analisados os dados produzidos a partir das entrevistas realizadas com as colaboradoras da pesquisa. Será apresentado o ponto de vista delas sobre feminismo negro e processos de violação/efetivação de direitos humanos.
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De Caliban a Próspero: a sociedade brasileira e a política externa da República (1889 – 1945) / Of Calian to Prospero: the brazilian society and the foreign policy of the Republic (1889 - 1945)Cardoso, Ludimila Stival 12 March 2015 (has links)
Submitted by Cláudia Bueno (claudiamoura18@gmail.com) on 2015-10-19T20:43:38Z
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Previous issue date: 2015-03-12 / This thesis sought to analyze the presence and social participation of Brazilian foreign policy.
We begin our analysis with an investigation of the dichotomy of Prospero and Caliban, two
characters within William Shakespeare's play, "The Tempest" (1611), viewed by post-colonial
thinkers as representative of the relationship between the colonizer and the colonized. For this
thesis, these characters represent the distance between Brazilian foreign policy and Brazilian
society. The first, Prospero, is symbolic of those thriving and in power, while the second,
Caliban, is symbolic of those whose humanity has been removed by the prerogative of
European domination, but who nevertheless resist domination (resist decolonization). We
understand that what was needed was a "swing decolonization" in our thesis, so we discussed
the prospect of "coloniality of power," of which we believe America, through the Atlantic
trade route, to have been a constituent part of the training of the world system. Therefore, the
world system and modern capitalism would also be considered colonial. But the "coloniality
of power" is related, in particular, to a process that degrades a portion of the indigenous
population, such as blacks, and also degrades women, due to their phenotypes, i.e., it is linked
to the concept of "race" ("coloniality of being"), as well as to the knowledge of other
("coloniality of knowledge"), and to forms of spirituality and its relationship with nature
("coloniality of nature"). In other words, these strata would be lower than both ontological
and epistemological orientation. These initial analyzes led us to revisit historical periods prior
to the focus of this thesis: in particular, the time between the Proclamation of the Republic
(1889) and the Vargas Era (1930 - 1945). We therefore arrive at colonization, the first
contacts between the indigenous peoples and Europeans (Portuguese), the Iberian Union
(1580 - 1640), the Portuguese Restoration (1640), and Independence (1822). This process and
path has helped us understand how society and the Brazilian State itself is structured. The first
is based on the "myth" of territorial greatness; and the second, by pressing the marks of
inferiority, we discuss a perspective from the "coloniality of power" and an analysis, even
incidentally, of various interpreters of Brazil. We reflect also on the indigenist policy
undertaken since the colonial period until the institution of the Republic (1889) arriving in the
Vargas (1930 - 1945). We realized with these analyzes that the objective of the Brazilian State
was, mainly, to integrate the indigenous population into national communion, transforming it
into a labor force, in addition to using it as a protector of borders. At this point, indigenous
politics and foreign policy intersect, since one of the main scopes of the latter would be to
ensure the safety of the Brazilian territory and, when possible, to enlarge it. We start, then,
with an analysis of the reports of the Ministry of Foreign Affairs between 1889 and 1945.
After analysis of this documentation, we explore the importance of the integrity of the
territory for the Brazilian State, and examine also the existence of a speech in which Brazil
appears as an advocate of the principles of a civilization whose political model is epistemic of
a social and cultural conscience of the West. A speech that, in addition to addressing other
issues, presents the presence and participation of a population contingent upon other ways of
life, and other social and economic organization, i.e. indigenous and black. Still, it is an
exception, this democratic deficit and participation has changed, to some extent, in the 1980s,
when the social movements began to be interested in international affairs, by way of the fight
for the maintenance of labor rights, at risk to deregulation of the labor market and a measure
of economic liberalization. This process is, however, under construction and depends on an
intercultural dialog, which makes the Ministry of Foreign Affairs and its area of operation the
place of intersection and connection. / Esta tese procurou analisar a presença e participação social na política externa brasileira.
Começamos nossas análises tendo como mote investigativo a dicotomia Próspero/Caliban,
duas personagens da peça A tempestade (1611) de Willian Shakespeare, vistas por pensadores
pós-coloniais como a representação das relações entre colonizador e colonizado. Para esta
tese, essas personagens poderiam significar distância entre a política externa e a sociedade
brasileira. A primeira ligada ao Próspero e a segunda ao Caliban, aquele ser do qual é retirado
a prerrogativa de humanidade pelo domínio europeu, mas que resiste à dominação (resistência
decolonial). Compreendemos que era necessário um “giro decolonial” em nossa tese, por isso
discutimos a perspectiva da colonialidade do poder, a partir da qual entendemos que a
América era parte constitutiva da formação do sistema-mundo, por meio da rota comercial do
Atlântico. Assim, o sistema-mundo moderno e capitalista seria também colonial. Mas a
colonialidade do poder está relacionada, sobretudo, a um processo de inferiorização de
contingentes populacionais indígenas, negros/afrodescendentes e femininos em razão de seus
fenótipos, ou seja, está ligada à noção de “raça” (colonialidade do ser), assim como aos
saberes outros (colonialidade do saber) e às formas de espiritualidade outras e suas relações
com a natureza (colonialidade da natureza). Em outras palavras, esses estratos seriam
inferiores tanto ontológica quanto epistemologicamente. Essas primeiras análises nos levaram
a revisitar períodos históricos anteriores ao momento em foco na tese: o lapso de tempo entre
a Proclamação da República (1889) e a Era Vargas (1930 – 1945). Voltamos, pois, à
colonização, os primeiros contatos entre indígenas e europeus (portugueses), a União Ibérica
(1580 – 1640), a Restauração Portuguesa (1640) e a Independência (1822). Um caminho que
nos ajudou a compreender como a sociedade e o Estado brasileiro se estruturaram. O primeiro
baseado no “mito fundador” da grandeza territorial. E a segunda carregando as marcas da
inferioridade, perspectiva que discutimos a partir da colonialidade do poder e de uma análise,
ainda que en passant, de diversos intérpretes do Brasil. Detemo-nos também sobre a política
indigenista empreendida desde o período colonial até a instituição da República (1889)
chegando à Vargas (1930 – 1945). Percebemos com essas análises que o objetivo do Estado
brasileiro era, principalmente, integrar o indígena à comunhão nacional transformando-o em
mão de obra, além de utilizá-lo como protetor de fronteiras. Nesse ponto política indigenista e
política externa se aproximam, já que um dos principais escopos desta última seria assegurar a
integridade do território brasileiro e, quando possível ampliá-lo. Começamos, então, a análise
dos relatórios do Ministério das Relações Exteriores entre 1889 e 1945. Após a análise dessa
documentação, ratificamos a importância da integridade do território para o Estado brasileiro
e percebemos também a existência de um discurso no qual o Brasil aparece como defensor
dos princípios da civilização, cujo modelo político, epistêmico, social e cultural é o Ocidente.
Um discurso que, além de outras questões, inviabiliza a presença e participação de
contingentes populacionais com outras formas de existência e de organização social e
econômica, ou seja, indígenas e negros/afrodescendentes. Ainda que, cabe uma ressalva, esse
déficit democrático e de participação tenha se alterado, em alguma medida, nos anos 1980,
quando os movimentos sociais começaram a se interessar pelos assuntos internacionais, em
razão da luta pela manutenção dos direitos trabalhistas, em risco pelas medidas de
liberalização econômica e desregulamentação do mundo do trabalho. Esse processo está,
contudo, em construção e depende de um diálogo intercultural, que torne o Ministério de
Relações Exteriores e sua área de atuação o lugar do interepistêmico.
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Propriedade intelectual e conhecimentos tradicionais: uma análise discursiva decolonial sobre o reconhecimento dos povos e comunidades tradicionais no ordenamento jurídico brasileiro sob a perspectiva dos direitos humanos / Intellectual property and traditional knowledge: a analysis decolonial discursive about the recognition of the traditional communities and peoples in the brazilian law system from the human rights' perspectiveCoelho, Marina Dias Dalat 11 August 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-08-11 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Little by little, the traditional knowledge associated with biodiversity was invisible and
regarded as subaltern by modern society. However, due to its market potential, it has
become of great importance for the drug, cosmetic, seed, etc. industries, since these
knowledges applied by traditional and local communities became shortcuts to the
development of biotechnology, and led to the economy of Lots of time and money in
surveys. As a means of regulating access to traditional knowledge, the Convention
on Biological Diversity (CBD) presented a system of negotiations involving the prior
consent of communities and the sharing of possible benefits with local and traditional
populations. However, when it comes to intellectual property rights over products and
processes arising from access to such knowledge, there is a conflict between the
CBD provisions and the TRIPS Agreement, an international treaty regulating rights to
inventions and patents. In Brazil, as a result of international articulations on the
subject, the issue was initially disciplined by Provisional Measure No. 2.186-16 and
later endorsed by the recent Law No. 13,123 / 2015, called the Law Biodiversity
Framework, which aims to establish legal The commercial use of products derived
from traditional associated knowledge and the supposed fair and equitable
distribution of the benefits derived from their economic exploitation. However, the
Brazilian legal system suffers from numerous criticisms from both the academic and
business community, due to the rigor imposed on access to knowledge and genetic
heritage; And on the part of NGOs, communities and traditional peoples, who
consider that there is a marked favoring of the interests of the great economic groups
and an attempt at neocolonialist domination, represented by the old colony that sells
the raw material and buys the industrialized product of the industrial powers. In view
of this controversy, considering the important and great interest of the communities
and traditional peoples on the theme, based on decolonial and foucaltian studies, it is
investigated whether the Brazilian legal system of protection of the traditional
knowledge associated to biodiversity and the distribution of benefits derived from the
Use of these knowledge recognize and include peoples and communities or whether
it is a form of perpetuation of colonial practices. / Até pouco tempo os conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade eram invisibilizados e considerados subalternos pela sociedade moderna. No entanto, devido ao seu potencial mercadológico, passou a ter grande importância para as indústrias de fármacos, cosméticos, sementes, etc, já que esses saberes aplicados pelas comunidades tradicionais e locais se tornaram atalhos para o desenvolvimento da biotecnologia, e propiciaram a economia de muito tempo e dinheiro em pesquisas. Como forma de regulamentar o acesso aos conhecimentos tradicionais a Convenção de Diversidade Biológica – CDB apresentou uma sistemática de negociações envolvendo o consentimento prévio das comunidades e a repartição de eventuais benefícios com as populações locais e tradicionais. No
entanto, quando se trata dos direitos de propriedade intelectual sobre os produtos e processos oriundos do acesso a esses saberes, há um conflito entre os dispositivos da CDB e o Acordo Trips, tratado internacional que regulamenta os direitos sobre invenções e patentes. No Brasil, em decorrência das articulações internacionais sobre a temática, a questão foi disciplinada inicialmente pela Medida Provisória nº
2.186-16 e referendada posteriormente pela recente Lei nº 13.123/2015, denominada de Marco Legal da Biodiversidade, que visa o estabelecimento dos marcos legais quanto ao uso comercial dos produtos oriundos dos conhecimentos tradicionais associados e a suposta repartição justa e equitativa dos benefícios
derivados da sua exploração econômica. No entanto, o sistema jurídico brasileiro sofre inúmeras críticas, tanto por parte da comunidade acadêmica e empresarial, em razão do rigor imposto ao acesso aos conhecimentos e ao patrimônio genético; quanto por parte de ONGs, comunidades e povos tradicionais, que consideram
existir um favorecimento acentuado dos interesses dos grandes grupos econômicos e uma tentativa de dominação neocolonialista, que vende a matéria-prima e compra o produto industrializado das potências industriais. Diante deste controvérsia, considerando a importante e grande interesse das comunidades e povos tradicionais sobre a temática, fundamentando-se em estudos decoloniais e foucaltianos, se investigou se o sistema jurídico brasileiro de proteção aos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade e a repartição de benefícios derivados do uso desses saberes reconhecem e incluem os povos e comunidades ou se ao contrário disso contribui para a manutenção das práticas coloniais.
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Posturas sociolinguísticas decoloniais do Povo Tapuia do Carretão / Posturas sociolinguísticas decoloniales del Pueblo Tapuia de CarretãoMachado, Ana Elizabete Barreira 29 August 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-08-29 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Our research is grounded in the assumption from Calvet’s Critical Sociolinguistics (2012), that
linguistics object of study is the social community in its linguistic aspect. Thus, our work predicts
linguistic study as a social study about the linguistic demands and their impacts in a given society.
Tapuia people are one of the indigenous peoples from Goiás, remaining from the Aldeamento Pedro
III or Carretão, which was established in the mid-eighteenth century and then it was abandoned by
the Brazilian state. However, Xavante, Kayapó, Karajá, Black and Caucasian remaining
descendants stayed in the territory and they are now the Tapuia people of Carretão. In the twentieth
century, they have gone through a long process of spoils in their land and legal struggle, finally,
after decades of confrontation, to receive the state's legitimacy to remain on their land in 1999.
Throughout this process, the Tapuia people had their indigenous identity questioned by outside
groups, especially about the language factor, as they were considered Portuguese speakers. We
understand this questioning and surveillance of indigenous identity serves the interests of
delegitimization of their identity to withdrawal their indigenous rights. Moreover, it also happens,
as noted, through the maintenance of controlling images (Collins, 2000) imposed on Brazilian
Indigenous. The concept of controlling images is adapted to this reality in the first chapter. The
issue question of the research was within a context of imposition of Brazilian Indigenous
controlling image, also characterized by language, Tapuia people from Carretão answer (collective,
conscious and politically), to these responses we named sociolinguistic postures, denaturalizing
these controlling images and creating new ways of being indigenous, and new ways to know
language. Our goal is to problematize Tapuia’s decolonial (Quijano, 1992) sociolinguistic postures
from the interpretation of its reactions to indigenous controlling image historically imposed on the
Tapuia people. The methodology is texts interpretation we understand as localized in time-space
when such controlling image imposition was exposed to the People: a) in the narratives of elderly
men and women, in the 1980s; b) in Braggio’s research (1992); c) at the time of Tapuia teachers
formation in the first decade of XXI century. To interpret these texts, the epistemological
framework is Decoloniality and Critical Social Theory. Our theoretical approach to interpretation
of the problem is based on the interface of Calvet’s Critical Sociolinguistics, Collins’ Social Critical
Theory and Bakhtin’s Dialogism. / Nossa pesquisa parte do pressuposto da Sociolinguística Crítica de Calvet (2012), de que o objeto de
estudo da linguística é a comunidade social sob seu aspecto linguístico. Sendo assim, nosso trabalho
prevê o estudo linguístico como um estudo social sobre as demandas linguísticas e seus impactos em
determinada sociedade. O Povo Tapuia é um dos povos indígenas de Goiás, remanescentes do
Aldeamento Pedro III ou Carretão, que foi estabelecido em meados do século XVIII e depois abandonado
pelo estado brasileiro. Entretanto, os remanescentes descendentes de Xavante, Kayapó, Karajá, negros e
brancos, permaneceram no território e são hoje o Povo Tapuia do Carretão. No século XX passaram por
um longo processo de espólio em sua luta fundiária e jurídica para, enfim, após décadas de enfrentamento,
receberem a legitimação do estado para permanecerem em suas terras, em 1999. Ao longo de todo esse
processo as e os Tapuia tiveram sua identidade indígena questionada por grupos externos, principalmente
pelo fator linguístico, por serem considerados falantes de português. Entendemos que este
questionamento e vigilância da identidade indígena serve a interesses de deslegitimação de sua identidade
para a retirada de seus direitos de indígenas. E isso acontece também, como observamos, através da
manutenção da imagem de controle (Collins, 2000) imposta aos indígenas brasileiros. O conceito de
imagem de controle é adaptado a essa realidade no primeiro capítulo. A questão problema da pesquisa
foi dentro de um contexto de imposição da imagem de controle de indígena brasileiro, caracterizada
também pela língua, o Povo Tapuia do Carretão responde (coletiva, consciente e politicamente), a essas
respostas chamamos posturas sociolinguísticas, desnaturalizando essas imagens de controle e criando
novas formas de ser indígena, e novas formas de saber língua. Nosso objetivo é problematizar posturas
sociolinguísticas decoloniais (Quijano, 1992) dos e das Tapuia a partir da interpretação de suas reações
frente à imagem de controle de indígena historicamente imposta ao Povo Tapuia. A metodologia é de
interpretação de textos que compreendemos como localizados nos tempos-lugares quando essa imposição
da imagem de controle foi exposta ao Povo: a) nas narrativas dos anciãos e anciãs, na década de 1980;
b) na pesquisa de Braggio (1992); c) no tempo de formação dos professores e professoras Tapuia, na
primeira década do século XXI. Para interpretar esses textos o quadro epistemológico é a
Decolonialidade e a Teoria Social Crítica. Nossa abordagem teórica de interpretação do problema está
baseada na interface da Sociolinguística Crítica de Calvet, da Teoria Social Crítica de Collins e do
Dialogismo Bakhtiniano.
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[en] LANGUAGE AND LITERATURE TEACHING IN DECOLONIAL PERSPECTIVES?: WHAT TEACHERS SAY / [pt] O ENSINO DE LÍNGUA E LITERATURAS EM PERSPECTIVAS DECOLONIAIS?: O QUE DIZEM OS PROFESSORES E AS PROFESSORASEDUARDO SILVA RUSSELL 24 April 2023 (has links)
[pt] Ao reconhecer o impacto subjetivo da opressiva dominação europeia na América,
é possível construir uma reflexão acerca da importância do trabalho dos e das
profissionais da área das Letras no que vem a ser a virada decolonial, uma vez que
eles e elas possuem, em suas mãos, a possibilidade de abordar um sem-fim de temas,
autores e autoras, livros que contemplem questões, entre outras, de caráter social,
cultural, linguístico. O objetivo desta tese foi o de encontrar professores e
professoras cujas ideias decoloniais atravessassem suas perspectivas pedagógicas,
bem como o de entender como e por que as suas aulas apontavam para um ensino
que referenciado pelas pautas erigidas pelos debates anticoloniais. O referencial
teórico que orienta a abordagem epistemológica é advindo, sobretudo, dos estudos
hispano-americanos desenvolvidos pelo Grupo Modernidade/Colonialidade, que
são ampliados pelas contribuições de nomes como o de Paulo Freire. Os
procedimentos metodológicos foram a construção de um questionário e de um
roteiro de entrevista, ambos realizados virtualmente com aqueles e aquelas que se
autodeclaravam decoloniais. Ao final, pude compreender como os (as) informantes
constroem leituras e ações pedagógicas de proposição decolonial, trazendo à tona a
forma como a atividade docente, de modo ativo e crítico, revela caminhos autorais
e criativos para a promoção de um ensino engajado na subversão dos motes
coloniais. Seja adotando livros cujas tônicas apontam para problematização do
racismo, sexíssimo, entre outros; seja propondo atividades que resgatam elementos
formadores da cultura nacional (e também latino-americana), como os
conhecimentos africanos e indígenas, os (as) entrevistados (as) apresentam suas
interpretações e usos da epistemologia de modo a colaborar com os pressupostos da
decolonialidade. / [en] By recognizing the subjective impact of the oppressive European domination in
America, it is possible to reflect on the importance of the work of literary
professionals in the decolonial turn, since they have, in their hands, the possibility
of approaching an endless number of themes, authors, and books that deal with
social, cultural, and linguistic issues. The goal of this thesis was to find male and
female teachers whose decolonial propositions crossed their pedagogical
perspectives, as well as to understand how and why their classes pointed to a
teaching based on discussions derived from anticolonial debates. The theoretical
framework that guides the epistemological approach comes, above all, from the
Hispano-American studies developed by the Modernity/Coloniality Group, which
are amplified by the contributions of names such as Paulo Freire. The
methodological procedures were developed from the construction of a
questionnaire and an interview script, both done virtually, because of the pandemic,
with those who declared themselves to be decolonial. At the end, I was able to
understand how the informants construct readings and pedagogical actions in a
decolonial perspective, bringing to light how the teaching activity, in an active and
critical way, reveals authorial and creative paths for the promotion of a teaching
engaged in the subversion of colonial ideas. By adopting books that focus on
racism, sexism, among others; or by proposing activities that rescue elements that
form the national (and also Latin American) culture, such as African and indigenous
knowledge, the interviewees present their interpretations and uses of epistemology
in a way that collaborates with the assumptions of decoloniality.
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[en] A DECOLONIAL PATH TO UNDERSTAND THE INSTITUTIONAL RECEPTION OF BLACK CHILDREN AND ADOLESCENTS / [pt] UM CAMINHAR DECOLONIAL PARA COMPREENDER O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGROSANA CAROLINA DE SA QUEIROZ 13 June 2022 (has links)
[pt] Diante do predomínio do número de crianças e adolescentes negros em
situação de acolhimento institucional, elegeu-se como objetivo geral da pesquisa,
analisar o processo de invisibilização da questão étnico-racial no contexto das unidades de acolhimento institucional para crianças e adolescentes. O campo de
pesquisa se constituiu a partir da atuação em duas unidades de acolhimento do
município de Itaguaí-RJ sob o seguinte aporte metodológico: 1) revisão bibliográfica, no qual identificamos as produções existentes que realizam uma análise sobre
o acolhimento institucional de crianças e adolescentes, relacionando com a questão
étnico-racial e englobando uma discussão Decolonial que discutem a
invisibilização das questões étnico-raciais a partir de um olhar colonizador sobre os
corpos negros; 2) análise documental dos prontuários das crianças e dos
adolescentes acolhidos, na qual buscamos identificar a presença ou ausência da
dimensão étnico-racial no espaço de acolhimento; 3) realização de grupos focais
com trabalhadores das unidades de acolhimento, visando captar os sentidos
atribuídos à invisibilização da questão étnico-racial. O estudo aponta para um
processo contínuo e constante de invisibilização da questão étnico-racial
considerando o racismo institucional e estrutural. Os profissionais ouvidos
identificam que a maior parte das crianças e adolescente são negros, mas a inserção
de classe sobrepõe a questão da raça, sem a compreensão que esses marcadores
sociais estão intimamente relacionados. / [en] Facing the predominant number of black children and adolescents in institutional care situation, the process of invisibility of the ethnic-racial issue was chosen
as a research problem. The research field was constituted from the work in two
reception units in the city of Itaguaí (RJ), under the following methodology: 1) bibliographic review, in which we identified productions that carry out an analysis on
the institutional reception of children and adolescents, relating to the ethnic-racial
issue and encompassing a Decolonial discussion related to the invisibility of ethnicracial topics starting in a colonizing perspective on black bodies; 2) documental
analysis of the medical records of children and adolescents who were sheltered, in
which we sought to identify the presence or absence of the ethnic-racial dimension
in the reception space; 3) holding focus groups with workers from the reception
units, the meanings attributed to the invisibility of the ethnic-racial issue. The study
points to a continuous and constant process of invisibility of the ethnic-racial issue,
considering institutional and structural racism. The professionals consulted identify
that most children and adolescents are black, but the social issue overrides the issue
of race, without understanding that these markers are closely related.
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