351 |
A artilharia antifenomenológica n'as palavras e as coisas de Michel FoucaultCastro, Monica de January 2016 (has links)
Orientador: Prof. Dr. Luiz Damon Santos Moutinho (UFSCar) / Dissertaçao (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Defesa: Curitiba, 28/01/2016 / Inclui referências : f. 123-129 / Área de concentração: Filosofia / Resumo: O presente estudo tem como objetivo recompor o processo de formulação das três teses antifenomenológicas presentes n'As palavras e as coisas (1966) de Michel Foucault, reveladas pelo célebre estudo de Gérard Lebrun, Note sur la phénoménologie dans Les Mots et les Choses (1989). Michel Foucault divide As palavras e as coisas em duas partes: a primeira composta pelos seis primeiros capítulos a qual denominamos (para os nossos fins) O quadrilátero da linguagem e a segunda pelos quatro últimos a qual denominamos (também para os nossos fins) A analítica da finitude. A partir dessa divisão, na qual ademais Lebrun estabelece as suas teses antifenomenológicas, nós abrimos as duas partes que integram o nosso estudo: a primeira, mais longa, apresentará uma leitura integral do livro, precedida pela questão de método que o embasa, buscando indicar a inseparabilidade entre uma arqueologia das ciências humanas e uma arqueologia da fenomenologia; a segunda, bem mais curta, promoverá um cotejo entre o texto de Lebrun e o livro, objetivando expor as teses antifenomenológicas formuladas por Foucault e reveladas por Lebrun. Ainda aqui, buscaremos generalizar as presenças de Merleau-Ponty e de Sartre, tendo em vista as indicações de que ambos também são visados, muito embora tacitamente, por Foucault. Na conclusão de nosso estudo, esperando ter tido condições de apontar em que medida uma arqueologia das ciências humanas se tornou imprescindível à montagem da artilharia foucaultiana, defenderemos que se ela foi posta em curso havia (e quem sabe ainda haja) razões para isso. Palavras-chave: As palavras e as coisas - uma arqueologia das ciências humanas, história da filosofia, fenomenologia, analítica da finitude / Abstract: This study aims the recomposition of the formulatingprocess of the three antiphenomenological theses as comprised in Les Mots et les choses (1966) written by Michel Foucault, revealed in the celebrated essay by Gérard Lebrun, Note sur la phénoménologiedans Les Mots et les Choses (1989). Michel Foucault himself divides Les Mots et les Choses in two parts: the first of them composed by the first six chapters which we designate (to our proposals) The language quadrilateral and the second, containing the last four ones, which we designate (to our proposals as well), The analytics of finitude.From this division, used as well by Lebrun himself to state his antiphenomenological theses, we stated the two parts that compose our study: the first, longer, presents an integral reading of the book, preceded by its methodological basis, trying to reveal the inseparability between an archaeology of the human sciences and an archaeology of the phenomenology; the second, far more short, provides an approximation between Lebrun's essay and Foucault's book, aiming to expose directly from his text and through this comparative approach, Foucault's antiphenomenological theses revealed by Lebrun. In this part, also, we generalize the presences of Merleau-Ponty and Sartre, implicitly suggested by Foucault. In the conclusion of our study, hoping to have succeeded in pointing out the measure in which an archaeology of the human sciences have become indispensable to the building of Foucault's artillery, we stand for the argument that if this was put in course there were ( and maybe there still are) reasons for this. Key-words: The order of things - an archaeology of the human sciences, History of the Philosophy, Phenomenology, Analytics of the Finitude.
|
352 |
Keynes, keynesian economics and the political economy of power of the postwar worldArchela, Danielle Cristina Guizzo, 1989- January 2016 (has links)
Orientadores : Profª. Drª. Iara Vigo de Lima e Prof. Dr. Fabiano Abranches Silva Dalto / Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciencias Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas. Defesa : 07/06/2016 / Inclui referências : f. 220-253 / Área de concentração: Estado, economia e políticas públicas / Resumo: As origens econômicas e os impactos sociopolíticos do que se tornou a "Economia Keynesiana" não têm recebido a devida atenção por parte de economistas, cientistas políticos e filósofos no que diz respeito ao seu modo de governança. Este trabalho explora o surgimento e a consolidação do Keynesianismo como o modo de governança responsável por criar formas coletivas de relações de poder no mundo do pós-guerra, investigando os possíveis efeitos das ideias econômicas no momento em que influenciaram a prática política. Especificamente, aplicamos uma estrutura analítica denominada "economia política do poder" (doravante "PEP") para compreender o surgimento da teoria econômica de Keynes e suas transformações em uma agenda política que teve consequências específicas em termos de poder, governança e regulação da economia e da população. Enquanto os capítulos 1 e 2 apresentam, respectivamente, uma releitura bibliográfica sobre a genealogia do poder de Michel Foucault (Parte I), e as bases econômicas, filosóficas e políticas de John Maynard Keynes (Parte II), prosseguimos com uma investigação histórica em fontes primárias e documentos oficiais sobre a aceitação e absorção da teoria Keynesiana na política econômica do Pós-Guerra, elaborada no capítulo 3 (Parte III). Nossa metodologia da Economia Política do Poder (PEP) desenvolvida ao longo do capítulo 4 (inserido na Parte III) implementa uma dupla abordagem histórica, combinando aspectos institucionais e genealógicos para analisar a transformação do Keynesianismo em uma agenda política entre o final dos anos 1930 até o início da década de 1970 na Europa ocidental e nos Estados Unidos. Nossas conclusões se apoiam nas mudanças epistemológica e política causada pelo Keynesianismo como paradigma político, ou ainda "governamentalidade". Afirmamos que o modo de governança Keynesiano foi bem-sucedido em trazer princípios economicistas e a técnica econômica para a administração da vida, afetando a maneira como as populações são governadas. Consequentemente, instrumentos técnico-econômicos e sistemas de bem-estar se tornaram uma forma técnico-científica de justificar a intervenção econômica via um discurso de poder que defendia estabilidade, crescimento econômico e bem-estar. Com a consolidação do Keynesianismo como modo de governança nota-se o surgimento de uma sociedade de segurança em que políticas de pleno emprego, administração de demanda, estabilidade econômica e segurança social apontam para novas formas de controle e regulação na forma de um pacto de segurança entre o Estado e a população. Paralelo a isso, convidamos o leitor para um retorno aos pensadores originais - Foucault e Keynes - para repensar o papel da atividade econômica enquanto fim teleológico da vida humana. Ao nos debruçarmos sobre os escritos éticos de ambos os autores, argumentamos que a economia pode ser revista e repensada como um meio para se atingir um fim ético: a boa vida. Tal trajetória, nas palavras de Foucault, se torna uma forma de governo de si em que o sujeito se transforma enquanto homem econômico e interpreta a economia como um meio de ação. Palavras-chave: Keynesianismo. John Maynard Keynes. Michel Foucault. Economia Política do Poder. Mundo Pós-Guerra. / Abstract: The economic origins and sociopolitical impacts of what became known as "Keynesian Economics" have not received substantial attention from economists, political scientists and philosophers about its mode of governance. This study explores the rise and consolidation of Keynesianism as a mode of governance responsible for creating collective forms of power relations in the postwar world, investigating the possible effects of economic ideas once they reach the political arena. Specifically, we apply a "political economy of power" (PEP) framework to understand the emergence of Keynes's economic theory and its transformation into a policy agenda that had specific consequences in terms of power, governance and regulation of the economy and the population. While Chapters 1 and 2 respectively promote a bibliographical reading of Michel Foucault's genealogy of power and John Maynard Keynes's economic, philosophical and political foundations, Chapter 3 introduces a historical investigation based on primary sources and official documents about the absorption and acceptance of the Keynesian economic theory in Postwar's economic policies. Our Political Economy of Power (PEP) framework developed throughout Chapter 4 deploys a dual-historical approach, combining institutional and genealogical aspects to analyze the transformation of Keynesianism into a policy agenda between the end of the 1930s and beginning of 1970s across Western Europe and the United States. Our conclusions are buttressed by the epistemological and political shift caused by Keynesianism as a political paradigm, or a "governmentality". The Keynesian mode of governance was successful in bringing economistic principles and economic technicality into life, thus affecting the ways populations are governed. Consequently, technical economic instruments and welfare systems were actually a technical-scientific justification of intervention via a discourse of power that defended stability, economic growth and welfare. Once Keynesianism established itself as a mode of governance we see the rise of a security society in which policies involving full employment, demand management, economic stability and social security point out towards new forms of control and regulation in the shape of a security pact between the state and the population. Parallel to that, we also invite the reader to return to our original intellectuals - Foucault and Keynes - to shed light on the issue of economic activity as a teleological end of human life. By exploring their ethical writings we stress how economics should be reviewed and reconsidered as a means to achieve an ethical end: the good life. Such trajectory, in Foucault's rationale, becomes a form of selfgovernment in which the individual transforms himself/herself within the economy and understands economic activity as a means of action - rather than an end. Key Words: Keynesianism. John Maynard Keynes. Michel Foucault. Political Economy of Power. Postwar World.
|
353 |
Além do sujeito e da estrutura : uma análise da ascensão do conceito de soberania sob a perspectiva foucaultianaFlorencio, Felipe January 2017 (has links)
Orientadora : Profª Drª Iara Vigo de Lima / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciencias Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas. Defesa: 22/02/2017 / Inclui referências / Resumo: Esta pesquisa possui como objetivo principal analisar a emergência e a historicidade da conceptualização de Soberania por meio de uma análise foucaultiana, a fim de compreender como o conceito é tratado pelos teóricos pós-estruturalistas das Relações Internacionais. Partimos da hipótese de que a conceptualização de Soberania é estabelecida sob forma de estrutura de poder específica e não encontra fundamentos epistêmicos para ser tratada de forma genérica e atemporal. Para alcançarmos nosso objetivo recorremos a três frentes distintas: à filosofia política de Jean Bodin, Thomas Hobbes e Rousseau; à Genealogia do poder de Michel Foucault e, por fim, a teóricos da corrente pós-estruturalista de Relações Internacionais. A análise proposta pelos teóricos clássicos se mostra crucial para delimitarmos a ascensão do conceito e sua respectiva função político-jurídica. Relativamente às proposições foucaultianas, entendemos que sejam de vital importância por fornecerem uma análise centrada na formação de redes de discursividades entre as relações de saber e poder, denotando assim novos contornos ao conceito. Ao abordarmos a corrente pós-estruturalista de relações internacionais, compreendemos de que maneira a Soberania é circunscrita como campo discursivo a fim de legitimar as bases das relações entre Estados. Evidencia-se que a concepção histórica de Soberania está atrelada a uma genêse específica, determinada pelo seu saber histórico e pela sua razão governamental - tratando-se assim claramente de uma questão sobre poder e delimitando uma temporalidade específica e transiente, o que torna inviável sua transposição para a contemporaneidade. Por fim, ao extrapolarmos o conceito para a seara das relações entre os Estados, afirmamos nossa hipótese de que a Soberania não pode ser vista meramente como um arcabouço a-histórico e impassível de mutações, pois ao conceituá-la de tal modo ignoramos de maneira inerte a historicidade de sua conceptualização. Palavras-chave: Soberania; Poder; Teoria Pós-estruturalista; Relações Internacionais. / Abstract: The purpose of this research is to analyze the emergence and historicity of the conceptualization of Sovereignty through a Foucauldian analysis, with the intention of comprehending how such concept is treated by the post-structuralists in the International Relations field. We assume that the conceptualization of Sovereignty is estabilished under a specific form of power structure and does not find epistemic basis to be treated in a generic and timeless manner. In order to reach our objective we utilize three different views: the political philosophy of Jean Bodin, Thomas Hobbes and Rousseau, Michel Foucault's Genealogy of Power and finally international relations' post-structuralist theorists. The analysis proposed by the classical theorists is crucial in order to delineate the concept's ascension and its respective political and legal function. Relatively to the Foucauldian Propositions, we understand that they are of key relevance, since they provide an analysis centered on the creation of discursivity webs between the knowledge and power relationships, thus granting new contours to the concept. Finally, when assessing the international relations post-structuralist school, we understand the manner in which Sovereignty is circumscribed as a discursive field with the intention of legitimizing the structures of relations between States. It becomes evident that the historical concept of Sovereignty is bound to a specific ascension, determined by its historical knowledge and by its reason of state, thus clearly showing it is a matter of power and delimiting a specific and transient temporality, which precludes its transposition to current times. Finally, when extrapolating the concept to the aspect of relations between States, we maintain our hypothesis that Sovereignty cannot be seen merely as a non mutating, non-historical framework, since by judging it as such we would ignore in an inert manner the historicity of its conceptualization. Key-words: Sovereignty, Power, Post-structuralism, Internacional Relations.
|
354 |
A constituição do sujeito em contextos de privação de liberdadeSeidel, Carolina Cunha [UNESP] 03 September 2009 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:24:19Z (GMT). No. of bitstreams: 0
Previous issue date: 2009-09-03Bitstream added on 2014-06-13T19:10:48Z : No. of bitstreams: 1
seidel_cc_me_arafcl.pdf: 839735 bytes, checksum: 536cff7c3609b85f66a823d6706b3baf (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / A partir da experiência vivida como integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia para Crianças (GEPFC-Unesp de Araraquara), surgiu o interesse de investigar como se dá a constituição do sujeito em contextos de privação de liberdade. De início, realizamos uma série de encontros de filosofia com adolescentes infratores cumprindo medidas socioeducativas, prática essa desenvolvida através do contato com textos literários e obras de arte. Nossa hipótese era a de que esses encontros nos ajudariam a compreender - e a tornar compreensível - como se dá a formação da subjetividade neste grupo, investigando, em seus discursos, as práticas vividas por eles e para eles, os olhares deles e para eles, os espaços, as relações, a compreensão e elaboração de novos códigos de conduta e comunicação, a formulação de mecanismos de resistência, entre outros. Duas perspectivas nos chamaram atenção: percebe-se o olhar da instituição centrado no discurso da cidadania, da inserção social, da normatização e homogeneização de comportamentos; já pelo olhar dos adolescentes a violência física e simbólica aparece como possível forma de emancipação e resistência. No cruzamento desse olhar de dentro e desse olhar de fora, nota-se ainda a escola enquanto um forte dispositivo disciplinar, que compõe as experiências vividas pelo grupo, uma vez que a presença ou ausência neste espaço é levada em consideração de forma decisiva no curso dos processos judiciais. Temos então a materialização da oposição proposta entre a formação da subjetividade pelo assujeitamento ou pela busca de práticas de liberação. Buscamos na obra de M. Foucault alicerces teóricos que venham a elucidar essa experiência, ajudando-nos nessa reflexão sobre essas criações singulares que constroem outros espaços, tempos e práticas em relação ao contexto referido, e na identificação... / Based on the experience as member of the GEPFC (Group for Studies and Research of Philosophy for Children – São Paulo State University of Araraquara), the interest to investigate how is being formed the state of a subject in the context of imprisonment, was developed. First, we carried out a series of encounters of philosophy with adolescent violators of the law, who were serving socio-educative penalties. The practice was realized by contact with literary texts and with pieces of art. Our hypothesis was that these encounters would help us to understand – and to turn comprehensible – the process of formation of the group’s subjectivity. Investigated, besides others, were in their discourses: the practices lived by them and for them; glances, cast between and at them; spaces; relations; the comprehension and elaboration of new codes of conduct and communication; and finally the formulation of mechanisms of resistance. Two perspectives attracted our attention: The institution’s eye, centred in the discourses of citizenship, of social insertion, and of standardization and homogenizing of comportment, is being perceptible; Already by the look of the adolescents, physic and symbolic violence appears to be a possible form of emancipation and resistance. At the tangential point of the two eyes – one intern and the other extern – can still be noticed the school as a strong disciplinary institution which organizes the experiences lived by the group, once the presence or absence in this space is taken in consideration in a decisive way in the course of legal proceeding. We find then the materialization of the proposed opposition in subjectivity, formed by subjugation or by the search for practices of liberation. We searched the works of Michel Foucault for a theoretical basis which would explain our experience, helping us reflect on these singular creations which offer new space... (Complete abstract click electronic access below)
|
355 |
Estado e relações de poder no pensamento genealógico de Michel FoucaultKelm, Caroline 04 March 2013 (has links)
Resumo: Este trabalho tem como meta compreender por que Foucault voltou seu olhar para as relações de poder no âmbito do Estado, tema inicialmente rechaçado e relegado a segundo plano em sua obra. Procurarei explicar como esta temática ganhou relevância no decorrer das análises do autor, sobretudo a partir de suas pesquisas sobre o biopoder e sobre as práticas políticas de cunho liberal. Tais pesquisas o levaram a formular o conceito de "governamentalidade", para designar as novas estratégias políticas desenvolvidas a partir do século XVIII e seu distanciamento do tradicional poder da soberania. Tratar-se-á de examinar como este conceito, bem como a sua compreensão do biopoder, se destinaram à compreensão de diferentes lógicas de poder que atuam na sociedade e no Estado. Nosso recorte se volta sobretudo para a análise das obras e cursos do autor no período comumente designado de genealógico: da série de palestras A Verdade e As Formas Jurídicas (1973), passando por Vigiar e Punir (1975), até o curso Segurança, Território, População (1978). Partindo de uma breve explicação inicial sobre o seu conceito de poder e sobre o seu método de pesquisa, apresentarei e discutirei debates e críticas referentes às suas teorias e concepções. Em particular, me concentrarei naquela que é formulada por Gérard Lebrun, que afirma que há uma ausência de tematização do Estado em Vigiar e Punir, bem como naquela de Roberto Esposito, que sustenta que a noção de biopoder é pouco clara. Na conclusão tentarei responder à questão sobre a origem da noção de govenamentalidade em Foucault, propondo que o deslocamento de suas pesquisas é a consequência de questões teóricas que necessitavam de respostas, como a da relação entre os poderes disciplinares e a liberdade, bem como a absorção de técnicas de poder locais por aparelhos de poder cada vez mais gerais.
|
356 |
A escrita como técnica de si : formação de professores e os modos de subjetivaçãoOliveira, Flávia Reis de 09 December 2013 (has links)
Esta dissertação foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul/RS – Mestrado em Educação, na linha de Pesquisa de História e Filosofia da Educação. Ela teve como objetivo problematizar de que modos a escrita vem funcionando como uma técnica de si na produção de modos de subjetivação de alunos do Curso de Licenciatura em Educação Profissional e Tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). A escolha metodológica por esse campo de investigação deu-se em função da grande exigência atual quanto à formação docente, bem como da recente transformação das Escolas Técnicas em Institutos Federais no Brasil. Tal investigação ocorreu por meio da análise de Memoriais escritos pelos alunos do referido curso, os quais foram solicitados pela disciplina de Seminários de Defesa de Estágio, como parte da avaliação para conclusão do curso. As análises foram feitas a partir de uma inspiração genealógica em Foucault, no sentido de investigar como esta escrita vem funcionando na produção de determinados modos de subjetivação, operando como uma técnica de si. A partir disso, busquei analisar a constituição dos regimes de verdade que aí circulam, tais como sintomas, em seus efeitos específicos de poder e subjetivação. Concebendo estes Memoriais como mais uma técnica por meio da qual se aplica a si mesmo certas operações, a fim de atender um certo estado, modo de ser, aqui interessando, especificamente, o lugar da docência. Tal pesquisa permitiu articular a formação docente, a escrita e a produção de modos de subjetivação, tomando a escrita como uma técnica de si em seus atravessamentos prescritivos e éticos. Este trabalho coloca-se, pois, para além de uma perspectiva identitária, denuncionista, totalizadora ou mesmo idealista, quando toma a análise das práticas discursivas na criação de modos de existência. Com as teorizações foucaultianas, portanto, busquei analisar os discursos que atravessam esses Memoriais, problematizando de que modo os alunos em processo de formação docente são tomados como objeto de conhecimento em relação à docência e, ao mesmo tempo, subjetivados de determinados modos. Então, a partir de minhas análises, identifiquei que a escrita funcionou como confissão, atravessada pelo discurso da vocação, conscientização,
9
inclusão e pelo discurso da qualidade e mercado de trabalho. Palavras-chave: Escrita. Técnicas de si. Subjetivação. Formação de professores. / Submitted by Marcelo Teixeira (mvteixeira@ucs.br) on 2014-06-09T16:22:26Z
No. of bitstreams: 1
Dissertacao Flavia Reis de Oliveira.pdf: 971696 bytes, checksum: acce4c4fd578ee27e474cbdb3d896ce0 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-06-09T16:22:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Dissertacao Flavia Reis de Oliveira.pdf: 971696 bytes, checksum: acce4c4fd578ee27e474cbdb3d896ce0 (MD5) / This research was conducted for the Masters of Education Program in History and Philosophy of Education at Universidade de Caxias do Sul/RS.It aimed at problematizing ways in which writing has worked as a technique of the self in the production of modes of subjectivation in relation tostudents at Professional and Technological Education Licensure Program of the Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio Grande do Sul (IFRS).This methodological approach has been chosen due to the current demand for teacher training as well as to the recent transition from Technical Schools to Federal Institutes in Brazil.This research analyzednarrativeswritten by the subjectsas part of the final assessment in the course Seminários de Defesa de Estágio, a practicum in teaching. Such analyses were inspired by Foucault‟s genealogy and aimed at investigating how writing, as a technique of the self, produces certain modes of subjectivation.Based on this, I tried to examine the constitution of current regimes of truth, such as symptoms in their specific effects on power and subjectivation. In addition, thesenarrativeswere considered a technique that applies specific operations to reach a certain state, a way of being, with focus on teaching.This research has connected teacher training, writing, and the production of modes of subjectivation, taking writing as a technique of the self in its prescriptive and ethicalperspectives. Writing can be analyzed, therefore, beyond an identitary, denouncing, totalizing and idealistic view,asdiscursive practices in the creation of modes of existence.I aimed at investigating the discourses in thesenarrativesbased on Foucauldian theories, problematizing how the students in their teacher education processare taken as objects of knowledge in relation to teaching and, at the same time, subjectified in certain ways.
|
357 |
As práticas de si e o cuidado de si no fazer do profissional de saúde : uma leitura a partir de Michel FoucaultLucena, Maria Angélica Gazzana de 07 August 2014 (has links)
O presente estudo objetiva analisar a relação entre práticas discursivas e subjetivação de professores, a partir do Projeto Piloto + Alfabetização, da Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul. O estudo utiliza as categoriO presente estudo refere-se à noção de práticas de si e cuidado de si na análise desenvolvida por Michel Foucault (1926-1984), considerada desde suas origens no pensamento grego romano clássico à atualidade, em relação ao pensamento teórico e prático do profissional de saúde, enquanto sujeito que cuida do outro, no campo da saúde. Neste trabalho se usa ao mundo do Enfermeiro o conceito de práticas de si e cuidado de si. Esta noção trabalhada por Foucault é trazida como sendo a maneira do sujeito constituir-se em sua subjetividade, em uma relação consigo mesmo, conhecendo a si mesmo, relacionando-se consigo mesmo, onde o cuidado de si se apresenta como uma alternativa que possibilita ao sujeito se constituir em um sujeito ético, moral e livre. Dentre os objetivos, esse estudo procura explicitar as principais ideias que cercam o conceito de práticas de si e cuidado de si que emergem da análise de Foucault e pontuar alguns aspectos sobre a concepção de sujeito trazida por ele e que se alcança nas discussões do cuidado de si. A metodologia de investigação para a elaboração deste estudo é bibliográfica e utiliza o procedimento expositivo, tendo como aporte teórico fundamental as investigações de Foucault para a identificação e elaboração do conceito de práticas de si e cuidado de si, e de fontes relevantes no que tange ao campo da saúde. Esse trabalho divide-se em cinco capítulos. Em seguida a uma apresentação introdutória, no segundo capítulo se pretende explicitar as principais ideias que cercam a noção de práticas de si e cuidado de si. Assim, em um delineamento geral, apresenta-se sobre as contribuições de Foucault que anunciam a noção de práticas de si e cuidado de si, em uma retomada histórica. Para tal, se toma como ponto de partida A hermenêutica do sujeito e destacam-se os momentos do cuidado de si, considerados como socrático – platônico, helenístico e ascético – cristão. No terceiro capítulo, se faz uma aproximação à concepção de sujeito trazida por Foucault e o espaço das subjetividades nos processos de subjetivação de si por si mesmo. Nessa aproximação, se utiliza alguns elementos sobre a constituição do sujeito por si mesmo e que se alcança na discussão do cuidado de si. Ao encontro daquele sujeito que cuida do outro, o profissional Enfermeiro, se remete a referenciais que envolvem a construção discursiva de seu saber – fazer e a categoria “cuidado em saúde”, material que se apresenta no quinto capítulo. Sem esgotar o tema, em uma última abordagem, o último capítulo tece considerações sobre uma questão subjacente: - como vimos dirigindo o nosso olhar para a nossa vida, permitindo-nos aplicar as práticas de si, incluindo o exercício do pensar, na condução de uma vida plena? / Submitted by Ana Guimarães Pereira (agpereir@ucs.br) on 2015-02-05T15:25:07Z
No. of bitstreams: 1
Dissertacao Maria Angelica Gazzana de Lucena.pdf: 991351 bytes, checksum: 5a0ba415fc5d46611e0d86934cb6c300 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-02-05T15:25:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Dissertacao Maria Angelica Gazzana de Lucena.pdf: 991351 bytes, checksum: 5a0ba415fc5d46611e0d86934cb6c300 (MD5) / The present study refers to the practices' notion of the self-practices and self-care in the developed analysis by Michel Foucault (1926 - 1984), considered from its origins to today in classic Roman Greek thought, in relation to the theoretical and practical thinking about the professional health, as individuals who care for others in the health field. In this study, is used to the nurse's world the concept of self-practices and selfcare. This worked notion by Foucault is brought as a way to establish the subject in its subjectivity, in a relationship with himself, knowing himself, relating to himself, where self-care is presented as an alternative that allows the subject to constitute an ethical, moral and free subject. Among the objectives, this study seeks to explain the main ideas that are surrounding the concept of self-practices and self-care that emerge from Foucault´s analysis and score some points about the concept of subject brought by him and that is achieved in discussions of self-care. The research methodology for the preparation of this study is literature and uses the expository procedure as a fundamental theoretical contribution of Foucault's investigations for the identification and elaboration of the concept of self practices and self care, and relevant secondary sources, in an approach to the health field. This work is divided into four chapters. Following a introductory presentation, the second chapter is intended to explain the main ideas surrounding the notion of self-practices and selfcare. Thus, in a general outline, is presented on the Foucault contributions that announce the notion of self practices and self care in a resumed historical. To this, taking as a starting point The hermeneutics of the subject and highlight the moments of self care, considered as Socratic - Platonic, Hellenistic and Ascetic - Christian. In the third chapter, we present an approach to the subject conception brought by Foucault and the space of subjectivity in the process of itself subjectivity by itself. In this approach, it addresses the constitution of the subject itself in general and which attains the discussion of self-care. To the meeting that guy who takes care of the other, the professional nurse, reference is made to the database on health with referentials that involve the discursive construction of his know-how and the category "health care", material that is presented in the fourth chapter. Without running out of the topic in a final approach, this study reflects on an underlying question: - as we have seen directing our view to our lives, allowing us to apply the self-practices, including the exercise of think, in conducting a fulfilled life?
|
358 |
Ética na psicanálise : Freud, Lacan & FoucaultLang, Camila Scheifler 14 September 2016 (has links)
Considerando a linha de pesquisa problemas interdisciplinares de Ética, objetivou-se, na presente dissertação, a análise da relação da Ética na Psicanálise, além de apontar quais as contribuições da Psicanálise e suas implicações clínicas em duas correntes do pensamento psicanalítico – Sigmund Freud e Jacques Lacan, bem como na circunscrição dos campos de intersecção existentes entre a Ética e a Psicanálise por meio do pensamento filosófico de Michel Foucault. A partir do enfoque vertical utilizado, por meio de uma revisão bibliográfica, utilizando autores como Arendt (1992); Bauman (2016); Birman (2001); Foucault (1984); Freud (1915); Julien (1996); Junqueira (2011); Kehl (2002); Lacan (2008); Roudinesco (2007), demonstramos as diferenças sobre os tratamentos dados para a questão da Ética e da consciência moral na Psicanálise, assim como essas diferenças apresentam-se no estabelecimento de processos clínicos nos autores pesquisados. O presente trabalho supõe que a Filosofia, ao realizar a fundamentação de uma Ética, precisa se amparar em teorias que abordem o comportamento humano, tratem do funcionamento psíquico, ou mesmo de teorias acerca da psicogênese da Ética. Entende-se, sobretudo, que a Psicanálise cumpre essa função. Concluímos que a diversidade de modelos metapsicológicos, existentes na Psicanálise, produz diferenças na abordagem teórica da questão da Ética e da consciência moral, como também nos processos e nos objetivos clínicos por parte do Psicanalista. Sabe-se que os diferentes modelos clínicos guardam certa simetria no que concerne à Ética. Analisamos três campos de intersecção entre a Psicanálise e a Ética: o estudo dos fatores que determinam o comportamento ético e moral e sua incidência psíquica; a Psicanálise como produto de uma determinada tradição cultural; os problemas éticos colocados pela prática clínica. Finalizamos, sinalizando um outro campo de ligação entre Ética e Psicanálise – o da fundamentação da Ética. / Submitted by Ana Guimarães Pereira (agpereir@ucs.br) on 2017-03-17T16:11:21Z
No. of bitstreams: 1
Dissertacao Camila Scheifler Lang.pdf: 1218173 bytes, checksum: c71a693ec32515342f70fda99e69325c (MD5) / Made available in DSpace on 2017-03-17T16:11:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Dissertacao Camila Scheifler Lang.pdf: 1218173 bytes, checksum: c71a693ec32515342f70fda99e69325c (MD5)
Previous issue date: 2017-03-17 / Considering the line of research interdisciplinary ethical problems aimed to the present dissertation the analysis of the relation of Ethics in Psychoanalysis, while pointing out the contributions of psychoanalysis and its clinical implications in two currents of psychoanalytic thinking – Sigmund Freud and Jacques Lacan and the circumscription of the existing intersection of fields between Ethics and Psychoanalysis through Michel Foucault’s philosophical thought. Through panoramic approach used, through a literature review, using authors as Arendt (1992); Bauman (2016); Birman (2001); Foucault (1984); Freud (1915); Julien (1996); Junqueira (2011); Kehl (2002); Lacan (2008); Roudinesco (2007), demonstrated the differences in the treatments given to the question of Ethics and moral consciousness in Psychoanalysis, and how these differences are present in the establishment of clinical processes in the aforementioned authors. We conclude that the diversity of metapsychological models, existing in Psychoanalysis produces differences in theoretical approach to the issue of Ethics and moral conscience, and also the processes and clinical objectives by the Psychoanalyst. It is well known that different clinical models keep certain symmetry regarding Ethics. Analyzing three intersecting fields between psychoanalysis and ethics: the study of the factors that determine ethical and moral behavior and their psychological consequences; Psychoanalysis as a product of a particular cultural tradition; ethical problems posed by the practice. We finish signaling another link field between Ethics and Psychoanalysis – ethical reasons.
|
359 |
Tragédia e relações internacionais: loucura e extinção nos dispositivos de segurança internacional e seus efeitos de verdade no Onze de setembro (1910-2001)Arend, Hugo January 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2015-11-04T01:03:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1
000475964-Texto+Completo-0.pdf: 2155333 bytes, checksum: 34d432b7ed41e93d015bc49220633b35 (MD5)
Previous issue date: 2015 / Taking as a reference some readings and interpretations of Michel Foucault's works and using some of his categories of analysis, we intend to analyze the conditions of possibility of the veiling of terrorism as an issue in International Relations (IR) between 1910 and 2001. We depart from the empirical conclusion that terrorism was not problematized in the main works of IR. Only after the 9/11 attacks terrorism was seriously and thoroughly incorporated as an issue in IR. We argue that the veiling of terrorism in IR was due, in part, to the political need to relate international security (IS) to tragedy so as to legitimize and sustain relations of domination between states and populations. We sustain that discourses of tragedy are constitutive of IS in IR to the extent that only tragedy is able to legitimize actions of exception by states. The argument is presented dividing the history of IR in two main security dispositifs: the Total War dispositif (1910-1945) and the Cold War dispositif (1945-2001). Each of them constitutes and is constituted by a network of discourses, practices and institutions that sustain particular perspectives of rational political action, presenting war first, between 1910-1945, as madness, and then, between 1945-2001, as the possibility of extinction. Each of this two operatives of IS (madness and extinction) was articulated in regimes of truth that determined what could and could not be said or thought as IS in IR. Tragedy was operated in both dispositifs and functioned as a condition of possibility of IS imagination. Once civilizational and human tragedy was the main risk of security, terrorism could not be articulated in discourses in regimes of truth that took tragedy as a reference – attacks to bars, restaurants or even airplanes are insufficient to the tragic imagination of IS. We argue, still, that those discourses of tragedy put into work a series of practices, discourses and institutions that, to a great extent, made 9/11 possible – those being the effects of truth. The main objective of this research is to problematize the effects of a politics of truth in an academic discipline (IR) and how intellectual thought can function in security dispositifs so as to sustain and disseminate power relations. / Partindo de leituras e interpretações de Michel Foucault e fazendo uso de algumas categorias desenvolvidas pelo pensador francês, o trabalho pretende analisar as condições de possibilidade do velamento do terrorismo como problema nas Relações Internacionais (RI), entre 1910 e 2001. Parte-se da constatação empírica que o terrorismo não foi problematizado nas principais obras de RI no período. Apenas após os ataques de Onze de Setembro o terrorismo passou a ser séria e detidamente incorporado às analises de internacionalistas. Argumentamos que o velamento do terrorismo nas RI se deveu, em parte, à necessidade política de vincular a segurança internacional (SI) à tragédia de modo a legitimar e sustentar relações de dominação entre estados e populações. Sustentamos que discursos de tragédia são constitutivos da SI nas RI na medida em que apenas a tragédia é capaz de legitimar ações estatais de exceção. O argumento é apresentado dividindo-se a história das RI em dois grandes dispositivos de segurança: o dispositivo Guerra Total (1910 e 1945) e o dispositivo Guerra Fria (1945 e 2001). Cada um constitui e foi constituído por uma rede de discursos, práticas e instituições que sustentaram perspectivas particulares da ação política racional, apresentando a guerra, primeiro, entre 1910 e 1945, como loucura e, entre 1945 e 2001, como perigo de extinção. Cada um desses dois operadores da SI (a loucura e a extinção) foi articulado a partir de regimes de verdade particulares que determinaram o que podia e não podia ser dito no âmbito da segurança nas RI. A tragédia foi operada em ambos os dispositivos e funcionou como condição de possibilidade da imaginação de SI. Uma vez que a tragédia civilizacional e humana era o risco maior da segurança, o terrorismo não podia ser articulado em regimes de verdade que tomavam a tragédia como referência – a explosão de bares, restaurantes e até aeronaves são insuficientes à imaginação trágica da SI. Argumentamos, ainda, que os discursos de tragédia da SI nas RI colocaram em prática uma série de práticas, discursos e instituições que, em certa medida, proporcionaram o sucesso da operação do Onze de Setembro, sendo esses os efeitos daquelas verdades de segurança. O objetivo da pesquisa é problematizar os efeitos da política de verdade em uma disciplina acadêmica e como o pensamento acadêmico pode servir e ser operacionalizado dentro de dispositivos de segurança de modo a sustentar e legitimar relações de poder.
|
360 |
Políticas da existência no campo da saúde: o público como um dispositivoBernardes, Anita Guazzelli January 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2013-08-07T19:08:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1
000387792-Texto+Completo-0.pdf: 510284 bytes, checksum: fbbd46297086724f82f10b97d3b8ade9 (MD5)
Previous issue date: 2006 / This thesis analyzes the public as a device in health. The public health in Brazil is taken as a thought-case, and public as a problem-concept that allows for its analysis. The study is related to the configuration of public in its articulation with health, considering the concepts of truth, power, and subjectivity. These foucauldian concepts have been articulated with discussions about public as a space of recognition of oneself and the others, as to the exchange market and political life, to undergo a metamorphosis in the health field, from the emergence of the “social issue” produced by industrialization, as a device of production of the figure of individual-subject, distancing from an otherness experiment. The device of becoming public makes health and populations a political issue that invests on the privatization of existence. The starting points are both a genealogy of public and the way it is transformed in articulation with new objects in the health field: defense of frontiers, epidemics, work, citizenship, duties and rights, producing different modes of subjectivation – the population, the individual, the worker/family, and the citizen. / Esta tese analisa o público como um dispositivo na saúde. Para tanto, a saúde pública, no Brasil, é tomada como caso-pensamento e o público como conceito-problema que permite colocá-la em análise. O objetivo do estudo refere-se à configuração do público na sua articulação com o campo da saúde, mediante os conceitos de verdade, poder e subjetividade. Estes conceitos foucaultianos são articulados às discussões sobre o público como espaço de reconhecimento de si e do outro, no que tange ao mercado de trocas e à vida política, para se metamorfosear no campo da saúde, a partir da emergência da “questão social” produzida pela industrialização, como um dispositivo de produção da figura do sujeito-indivíduo, distanciando-se de uma experiência de alteridade. O dispositivo de publicização torna a saúde e as populações uma questão política que investe na privatização da existência. Parte-se de uma genealogia do público e o modo como este se transforma quando se articula a novos objetos no campo da saúde: a defesa de fronteiras, as epidemias, o trabalho, a cidadania, o dever e o direito, produzindo distintos modos de subjetivação - a população, o indivíduo, o trabalhador/família e o cidadão.
|
Page generated in 0.0555 seconds