211 |
A acumulação capitalista entre o sangue e a imundice: processos de privatização de terras públicas federais no Sudeste Paraense / Capitalist accumulation between blood and filth: privatization processes of federal public lands in the Southeast of Para StateTerence, Marcelo Fernando 20 July 2018 (has links)
Nesta tese, a partir do conceito de acumulação capitalista por meios não capitalistas, são analisados processos de privatizações de terras públicas federais no Sudeste Paraense e ações de resistência aos mesmos por parte de famílias camponesas. A pesquisa foi realizada por meio dos seguintes procedimentos metodológicos: a) entrevistas com sujeitos sociais envolvidos nos conflitos, como famílias camponesas acampadas em fazendas situadas em terras públicas federais, funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), representantes do agronegócio, integrantes de Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR), da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e de outros movimentos de luta pela terra da região; b) pesquisa de documentos em instituições da região como a Justiça Federal e Estadual, o INCRA, a CPT e o Centro de Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (CEPASP) e; c) cruzamento de dados georreferenciados do INCRA, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Foram observadas e analisadas três formas assumidas pela privatização de terras públicas no Sudeste Paraense nos últimos anos: a) a legalização da grilagem e sua transformação em propriedade privada formalmente constituída, por meio do Programa Terra Legal; b) a permanência de centenas de milhares de hectares de domínio federal nas mãos de grileiros sem a formalização da propriedade e; c) a apropriação de terras públicas federais, inclusive terras de Projetos de Assentamentos, por grandes mineradoras. A partir da análise dos dados coletados, foi constatado que a expansão de atividades econômicas como a pecuária e a mineração acabam por se servir de formas ilegais de apropriação das terras públicas. Como tais atividades, na escala em que operam, demandam áreas extensas, a privatização de terras públicas federais pela pecuária e pela mineração causa a exclusão do direito de milhares de famílias camponesas à terra de trabalho. A reação a essa situação tem acontecido por meio de ocupações de terras e da utilização de outras táticas de luta comuns na região entre o campesinato, como o bloqueio de rodovias e a ocupação de órgãos estatais. A resistência camponesa tem sido a única força social capaz de impedir, ao menos parcialmente, o avanço da privatização de terras públicas no Sudeste Paraense. / From the concept of capitalist accumulation by non-capitalist means, the processes of privatization of federal public lands in the southeast of Para and resistance actions to them by peasant families are analyzed in this thesis. The research was carried out with the following methodological procedures: a) interviews with the social subjects involved in the conflicts (as peasant families camped on farms situated on federal public lands, oficials of the National Institute of Colonization and Agrarian Reform (INCRA) and the Ministry of Agrarian Development (MDA), representatives of agribusiness, members of Workers and Rural Workers Union (STTR), the Land Pastoral Comission (CPT) and from other movements of struggle for the land in the region; b) documents research in institutions in the region (INCRA, CPT, Center of Union and Popular Research and Advice (CEPASP) and; c) crossing of georeferenced data from INCRA, Ministry of the Environment (MMA), National Department of Mineral Production (DNPM). Three forms assumed by the privatization of public lands in the southeast of Para in recente years were observed and analyzed: a) the legalization of grilagem (illegal taking of land by means of false titles) and its transformation into private property formally constituted, using the Programa Terra Legal; b) the permanence of hundreds of thousands of hectares of federal domain in the hands of grileiros without the formalization of hte property and; c) the appropriation of federal public lands, including land for Settlement Projects, by large mining companies. From the analysis of the collected data, it was found that the expansion of economic activities such as stockbreeding and mining end up using illegal forms of appropriation of public lands. As such activities demand extensive areas on the scale at which they operate, the privatization of public federal lands for stockbreeding and mining causes the exclusion of the right of thousans of peasant families to work land. The reaction to this situation has happened with land occupations and the use of other common fighting tactics in the region among the pesasantry, such as the blocking of highways and the occupation of state organs. Peasant resistance has been the only social force capable of preventing, at least partially, the advance of privatization of public lands in the southeast of Para state.
|
212 |
Tem gente na roça! O modo de vida camponês em Ribeirão Branco - SP / There are people in the countryside! The Peasant way of life in Ribeirão BrancoLima, Lucinei Paes de 16 December 2016 (has links)
A presente dissertação discute o modo de vida camponês, o processo e as características que propiciam a reprodução dessa classe e, em particular, os camponeses de Ribeirão Branco-SP. O trabalho aborda o conceito de campesinato e, por meio da análise de caso, destaca os aspectos que entremeiam a unidade de produção camponesa e a maneira como ela se insere, através de relações não capitalistas, na sociedade contemporânea. / This dissertation discusses the peasant way of life - the process and the characteristics that allow the reproduction of this class and, in particular, the peasants of Ribeirão Branco-SP. The work deals with the concept of peasantry and makes case analysis in order to highlight the aspects that intertwine peasant production unit and how it fits into, through non-capitalist relations in contemporary society.
|
213 |
A habitação camponesa no programa MCMV / The peasant´s housing in the MCMV programLenzi, Cecilia Corrêa 11 September 2017 (has links)
Junto ao lançamento do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) em 2009 pelo governo Lula, foi relançado, como parte deste, o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). Contrariando a curva histórica e em nome da redução do déficit habitacional rural, esta nova versão do PNHR ofereceu um montante de subsídios a fundo perdido nunca antes visto chegando a ser sete vezes maior do que os programas anteriormente disponíveis e apresentou uma meta física inicial de 120.000 unidades correspondente a aproximadamente 12% do déficit total rural. Porém, do ponto de vista do processo produtivo da habitação, o programa pode ser questionado sob diversos aspectos. O objetivo principal deste trabalho é analisar a produção habitacional camponesa no âmbito do programa MCMV com base na experiência de uma organização sindical em Santa Catarina. Para isso, procuramos caracterizar a luta do campesinato catarinense pela sua permanência ao longo do tempo e a trajetória dos movimentos sindicais do campo no Brasil. Também apresentamos as especificidades da versão não urbana do programa MCMV frente ao modo de vida camponês, apontando os principais aspectos do processo produtivo da casa observados em campo. O trabalho de campo, juntamente ao referencial teórico estudado, permitiu a compreensão de que a produção da casa camponesa não pode ser analisada sob os mesmos referenciais que a habitação social urbana, pois acontece sob outra lógica. Com o suporte do referencial teórico que defende a criação e recriação do campesinato no seio do capitalismo, procuramos compreender algumas das contradições que provocam a oscilação da submissão do campesinato ao capital com base no caso estudado. / Together with the launch of the program My House, My Life (Minha Casa, Minha Vida MCMV) in 2009 by the Lula government, the National Rural Housing Program (Programa Nacional de Habitação Rural - PNHR) was re-launched as part of that program. Contrary to the historical curve and with the aim of reducing the rural housing deficit, this new version of the PNHR offered an unprecedented amount of non-recoverable subsidies - up to seven times greater than previously available programs - and presented an initial physical target of 120,000 units - corresponding to approximately 12% of the total rural deficit. However, from the perspective of the housing productive process, the program can be questioned in several aspects. The main objective of this work is to analyze the peasant housing production under the MCMV program based on the experience of a labor union organization in Santa Catarina. For this, we try to characterize the struggle of the peasantry in Santa Catarina regarding its permanence over time and the trajectory of the labor union movements in rural Brazil. We also present the specificities of the non-urban version of the MCMV program towards the peasant lifestyle, pointing out the main aspects of the house production process observed in the countryside. The fieldwork, together with the theoretical framework studied, allowed the understanding that the production of the peasant house can not be analyzed under a framework for urban social housing, given that it happens under a different logic. With the support of the theoretical framework that advocates the creation and re-creation of the peasantry within capitalism, we seek to comprehend some of the contradictions that cause the oscillation of peasantry submission to capital based on the case examined.
|
214 |
A acumulação capitalista entre o sangue e a imundice: processos de privatização de terras públicas federais no Sudeste Paraense / Capitalist accumulation between blood and filth: privatization processes of federal public lands in the Southeast of Para StateMarcelo Fernando Terence 20 July 2018 (has links)
Nesta tese, a partir do conceito de acumulação capitalista por meios não capitalistas, são analisados processos de privatizações de terras públicas federais no Sudeste Paraense e ações de resistência aos mesmos por parte de famílias camponesas. A pesquisa foi realizada por meio dos seguintes procedimentos metodológicos: a) entrevistas com sujeitos sociais envolvidos nos conflitos, como famílias camponesas acampadas em fazendas situadas em terras públicas federais, funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), representantes do agronegócio, integrantes de Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR), da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e de outros movimentos de luta pela terra da região; b) pesquisa de documentos em instituições da região como a Justiça Federal e Estadual, o INCRA, a CPT e o Centro de Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (CEPASP) e; c) cruzamento de dados georreferenciados do INCRA, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Foram observadas e analisadas três formas assumidas pela privatização de terras públicas no Sudeste Paraense nos últimos anos: a) a legalização da grilagem e sua transformação em propriedade privada formalmente constituída, por meio do Programa Terra Legal; b) a permanência de centenas de milhares de hectares de domínio federal nas mãos de grileiros sem a formalização da propriedade e; c) a apropriação de terras públicas federais, inclusive terras de Projetos de Assentamentos, por grandes mineradoras. A partir da análise dos dados coletados, foi constatado que a expansão de atividades econômicas como a pecuária e a mineração acabam por se servir de formas ilegais de apropriação das terras públicas. Como tais atividades, na escala em que operam, demandam áreas extensas, a privatização de terras públicas federais pela pecuária e pela mineração causa a exclusão do direito de milhares de famílias camponesas à terra de trabalho. A reação a essa situação tem acontecido por meio de ocupações de terras e da utilização de outras táticas de luta comuns na região entre o campesinato, como o bloqueio de rodovias e a ocupação de órgãos estatais. A resistência camponesa tem sido a única força social capaz de impedir, ao menos parcialmente, o avanço da privatização de terras públicas no Sudeste Paraense. / From the concept of capitalist accumulation by non-capitalist means, the processes of privatization of federal public lands in the southeast of Para and resistance actions to them by peasant families are analyzed in this thesis. The research was carried out with the following methodological procedures: a) interviews with the social subjects involved in the conflicts (as peasant families camped on farms situated on federal public lands, oficials of the National Institute of Colonization and Agrarian Reform (INCRA) and the Ministry of Agrarian Development (MDA), representatives of agribusiness, members of Workers and Rural Workers Union (STTR), the Land Pastoral Comission (CPT) and from other movements of struggle for the land in the region; b) documents research in institutions in the region (INCRA, CPT, Center of Union and Popular Research and Advice (CEPASP) and; c) crossing of georeferenced data from INCRA, Ministry of the Environment (MMA), National Department of Mineral Production (DNPM). Three forms assumed by the privatization of public lands in the southeast of Para in recente years were observed and analyzed: a) the legalization of grilagem (illegal taking of land by means of false titles) and its transformation into private property formally constituted, using the Programa Terra Legal; b) the permanence of hundreds of thousands of hectares of federal domain in the hands of grileiros without the formalization of hte property and; c) the appropriation of federal public lands, including land for Settlement Projects, by large mining companies. From the analysis of the collected data, it was found that the expansion of economic activities such as stockbreeding and mining end up using illegal forms of appropriation of public lands. As such activities demand extensive areas on the scale at which they operate, the privatization of public federal lands for stockbreeding and mining causes the exclusion of the right of thousans of peasant families to work land. The reaction to this situation has happened with land occupations and the use of other common fighting tactics in the region among the pesasantry, such as the blocking of highways and the occupation of state organs. Peasant resistance has been the only social force capable of preventing, at least partially, the advance of privatization of public lands in the southeast of Para state.
|
215 |
Educação do campo e agroecologia: emancipação e resistência camponesa a partir da formação popular - caso da escola latino americana de agroecologia - ELAA / Education of the countryside and agroecology: peasant emancipation and resistance based on popular education - the case of the Latin-American School of Agroecology (ELAA)Souza, Alessandra Silva de 27 September 2018 (has links)
Este trabalho analisa uma experiência em Educação do Campo e Agroecologia, partindo da compreensão de que, para se contrapor à hegemonia do capital sobre a produção e as relações sociais no campo, o campesinato precisa produzir um conhecimento contra-hegemônico e uma produção que atinja as suas reais necessidades: educação popular e produção limpa. O objeto de nossa análise foi curso superior de Tecnólogo em Agroecologia desenvolvido na Escola Latino Americana de Agroecologia ELAA, situada no Assentamento Contestado em Lapa/PR. Esse curso foi viabilizado a partir da luta e pressão política dos movimentos sociais vinculados à Via Campesina, que impulsionaram os governos venezuelano e brasileiro a estabelecer um acordo de cooperação no ano de 2005 e é realizado com base em recursos disponibilizados pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária PRONERA. Buscamos compreender se a ELAA, que se propõe a ser um projeto para emancipação social e resistência camponesa a partir da Educação do Campo, alcança tal objetivo. Nossa abordagem traz a contextualização desse território e as relações sociais ali estabelecidas a auto-organização do assentamento e da ELAA, a hierarquização presente nestes espaços e a formação recebida. Nos remetemos à educação popular, à pedagogia da alternância, bem como às reflexões e práticas desenvolvidas ao longo da recente história da Educação do Campo. A formação em Agroecologia oferecida pela ELAA foi analisada com base em bibliografia especializada, documentos da escola e dos movimentos sociais, entrevistas dos(as) colaboradores(as), educadores(as), educandos(as), etc. Neste processo vislumbramos que a Agroecologia por si só já é uma forma de resistência camponesa e que a formação na ELAA é uma construção social cotidiana que se torna uma experiência com potencial emancipador para os camponeses a partir da aceitação da necessidade de sua constante reflexão e reestruturação por parte dos sujeitos envolvidos. / This study analyzes an initiative in Education of the Countryside and Agroecology. It builds on the premise that in order to oppose the hegemony of capital over production and social relations in the countryside, the peasantry needs to produce counter-hegemonic knowledge and a type of production that fulfills its real necessities: popular education and clean production. The focus of our analysis is the Bachelor of Technology in Agroecology offered at the Latin-American school of agroecology ELAA, located in the Contestado agrarian reform settlement in Lapa, Paraná (Brazil). This program was created from struggle and political pressure enacted by social movements linked to La Via Campesina, which prompted the Venezuelan and Brazilian governments to establish a cooperation agreement in 2005. It is implemented with funds made available through the National Program of Education in Agrarian Reform PRONERA. We seeked to understand if ELAA, which sets itself as an objective to be a project for social emancipation and peasant resistance based on Education of the Countryside, reaches this goal. Our approach contextualized this territory and the social relations established there the settlements and ELAAs self-organization, the hierarchies present in these spaces, and the training offered in itself. We refer to popular education, alternance pedagogy as well as reflection and practices developped throughout Education of the Countrysides recent history. The training in Agroecology offered at ELAA was analyzed based on specialized literature, documents produced by the school and social movements, interviews with collaborators, educators and students, etc. In this process, we can see that Agroecology in itself is already a type of peasant resistance and that the training offered at ELAA is a daily social construction. This experience gains emancipatory potential for peasants starting with these subjects acceptation of the necessity of its constant questioning and restructuration.
|
216 |
O campesinato no Vale do Jequitinhonha: da sua formação no processo de imposição do trabalho à crise da (sua) reprodução capitalista / The peasantry on the Jequitinhonha Valley: from its formation by the labor imposition process to the crisis of (its) capitalistic reproductionLeite, Ana Carolina Gonçalves 02 March 2015 (has links)
Nesse trabalho, abordamos as condições de reprodução do campesinato no Vale do Jequitinhonha mineiro, da sua formação até os dias atuais, tomando-as como momento da territorialização do capital e da mobilização do trabalho, observadas sempre nas transformações que sofreram no curso contraditório do processo de modernização. Investigamos a formação regional do campesinato no bojo da transição do escravismo colonial para o trabalho livre, relação engendrada como desdobramento da mineração ocorrida em muitos afluentes da bacia do rio Jequitinhonha e do estabelecimento e da expansão das fazendas pecuárias no que outrora fora considerado \"sertão\". Analisamos também a forma de reprodução desse campesinato, tomando-a como uma relação social de produção na qual se assentou a reprodução do capital, quando a mesma ainda não podia prescindir do domínio fundiário e recurso ao exercício da violência por parte daqueles que personificavam o capital e da produção direta dos meios de vida por parte daqueles que personificavam o trabalho. Apresentamos ainda a acumulação das condições para o rompimento daquela relação social de produção como resultado central da própria territorialização do capital responsável por engendrá-la, entre elas, inclusive, a institucionalização do Estado e a formação da sua tecnocracia, ocorridas, ambas, em meio ao processo de autonomização das categorias terra, trabalho e capital, o qual investigamos a partir da intervenção do planejamento regional estatal no Vale do Jequitinhonha e das invasões e expulsões de agregados, posseiros e situantes que foram desencadeadas especialmente nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Na análise dos desdobramentos dessa ruptura enfatizamos a permanência do campesinato no Vale do Jequitinhonha, porém, em meio a uma profunda transformação nas relações sociais de produção em que o mesmo se encontrava engajado, as quais passaram a se assentar na generalização da mobilidade do trabalho. Por fim, as condições atuais de reprodução do campesinato, interpretamos como momento da reprodução do capital em sua crise fundamental. Articulamos a exposição dos processos apontados com uma discussão sobre o papel da acumulação primitiva na reprodução do capital e as limitações para sua reiteração continuada; sobre a homogeneização e a diferenciação das relações sociais de produção; sobre o caráter contraditório e fundamentalmente crítico do desenvolvimento capitalista e o caráter da sua crise atual. Conduzimos a mesma a partir da problematização de inúmeros estudos dedicados ao problema da reprodução camponesa no Vale do Jequitinhonha, criticando a apreensão que faziam dessa última como totalidade apartada por não reconhecerem ser essa aparência resultante do processo de autonomização. Analisamos ainda um farto conjunto de depoimentos de lavradores e lavradoras no qual os mesmos discutiam transformações experimentadas em suas condições de reprodução, buscando articular, igualmente, os planos da história e da experiência, a partir de uma crítica do processo de sujeição dos sujeitos sociais a uma dominação abstrata, fetichista e tautológica da mercadoria enquanto forma de mediação e do capital enquanto sujeito automático. / On this thesis we approached the reproduction conditions of peasants from Jequitinhonha Valley, in Minas Gerais, Brazil, from its formation until nowadays. We grasped those reproduction conditions as territorialization of capital and labor mobilization moments, moments that we observed always on the transformations that had occurred on the contradictory process of modernization. We researched regional peasantry formation from the enslavement transition to free labor, a relation that was engendered as the unfold of mining in affluent rivers of Jequitinhonha river and of cattle farming establishment and expansion in what was once considered sertão. We also analyzed the reproduction form of this peasantry as a social relation of production which was the basis of capital reproduction in a moment that personified capital could not prescind from land domination and from violence exercise. After that, we present the accumulation of conditions that ruptured that social relation of production as a central result of territorialization of capital itself, conditions such as State institutionalization and the formation of its technocracy, both occurred throughout autonomization process of land, labor and capital categories. We researched that process from the intervention of regional State planning on the Jequitinhonha Valley and from invasions and expulsions of agregados, posseiros e situantes that occurred specially on the decades of 1960, 1970 and 1980. While analyzing the unfolding of that rupture we give emphasis on the permanence of peasants on the Jequitinhonha Valley, although, in the middle of a deep transformation of social relations of production that these peasants were engaged, which passed to be embedded on the generalization of labor mobilization. Finally, we interpreted actual peasantry reproduction conditions as the reproduction of capital in its fundamental crisis. We articulated the exposition of the processes already mentioned with a discussion of the role of primitive accumulation for capital accumulation and the limits to its continuous reiteration; on the homogenization and differentiation of social relations of production; and on the contradictory and fundamentally critical character of capitalistic development and its actual crisis character. We conducted such issue questioning numerous researches that were dedicated to the peasantry reproduction problem on the Jequitinhonha Valley, and we criticized the grasping of that social reproduction as a separated totality as those researches didnt recognized that as an appearance of autonomization process. We also analyzed a big amount of testimonials of lavradores and lavradoras, in which they discussed transformations experienced on their conditions of reproduction, as we tried to articulate historical and experience plans, from a critique of the process of social subjects subjection by an abstract, fetishistic and tautological domination of merchandise form as an automatic subject mediation and capital form.
|
217 |
Pour une nouvelle esthétique du documentaire écologistePontay, Féroë 11 1900 (has links)
No description available.
|
218 |
Cultura e resistências camponesas nas folias em Formosa/GO / Culture and peasant resistance in the Folias in Formosa / GOSousa, Maxlanio Dias 23 March 2018 (has links)
Submitted by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2018-04-05T12:12:07Z
No. of bitstreams: 2
Dissertação - Maxlanio Dias Sousa - 2018.pdf: 10325163 bytes, checksum: e4576ff77a3a139df0f47304e9b0d38e (MD5)
license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Approved for entry into archive by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2018-04-05T12:35:59Z (GMT) No. of bitstreams: 2
Dissertação - Maxlanio Dias Sousa - 2018.pdf: 10325163 bytes, checksum: e4576ff77a3a139df0f47304e9b0d38e (MD5)
license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Made available in DSpace on 2018-04-05T12:35:59Z (GMT). No. of bitstreams: 2
Dissertação - Maxlanio Dias Sousa - 2018.pdf: 10325163 bytes, checksum: e4576ff77a3a139df0f47304e9b0d38e (MD5)
license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5)
Previous issue date: 2018-03-23 / The socio-spatial dynamics implemented by territorial modernization and its consequent influences cannot stop the remarkable presence of the peasantry and its cultural manifestations in Formosa / GO. The municipality has its origins in the cattle ranchers and dealers in salt and charque, in the XVIIIth century, who settled in the region. They founded Arraial dos Couros and inaugurated agricultural norms that persist today as activity developed in the field. Locally, livestock are raised from different breeds and purposes from the peasant way of production to grand capitalist property. In these same territories, which make up a diverse agrarian space, there are traditional folias de roça: festivals that have been celebrated in the region since the days of its first occupants. The research aims to analyze how these festivals—that integrate the way of life and daily life of the peasantry—contribute to the culture as a form of peasant resistance. Bibliographic survey and data collection were methodologies that accompanied the development of this study. The participative research with unstructured interviews was adopted when we participated in the giro of two folias de roça that represent the sacred Divine Holy Spirit of Catholics in the municipality: Folia da Roça de Formosa and Folia do Quilombo. In the field, there were integrations with the feasts and their participants, accompanying the rhythms and the religiosity, trying to understand the importance of the culture and the territory for the local peasantry. In this research we show that the culture, based on the cultural manifestations of the folia de roça, is allied to socio-cultural and socioeconomic factors, strengthening the peasant territorial identity in Formosa / GO, and contributing to the affirmation and resistance of the peasants in their territories against territorial modernization. In society and in the capitalist system, peasants use many means to conquer, secure, and remain on the land. / A dinâmica socioespacial implementada pela modernização territorial com as consequentes influências não conseguem cessar a notável presença do campesinato e de suas manifestações culturais em Formosa/GO. O município tem nas suas origens o fato de tropeiros de gado do comércio de sal e charque, ainda no século XVIII, fazerem pouso com suas tropas na região, fundando o então Arraial dos Couros e inaugurando os rumos da agropecuária que persiste como importante atividade econômica desenvolvida no campo. Localmente, o gado é criado a partir de diferentes formas e finalidades de produção desde a propriedade camponesa da terra até a grande propriedade capitalista. Nestes mesmos territórios, que compõem um espaço agrário diverso, também acontecem as tradicionais Folias de Roça, festas que alcançaram a região desde a véspera de seus primeiros ocupantes. A pesquisa tem por objetivo analisar a importância do fator sociocultural e da compreensão da vida cotidiana como formas de resistência camponesa diante dos processos de modernização do território no estado de Goiás, buscando, para tanto, defender a ideia da cultura como uma forma de resistência camponesa. Levantamento bibliográfico e coleta de dados foram metodologias que acompanharam o desenvolvimento deste estudo. A pesquisa participativa com entrevistas não estruturadas foi adotada ao participarmos do giro de duas Folias de Roça acontecem no município e têm como representação do sagrado o Divino Espírito Santo do movimento católico, a saber, a Folia da Roça de Formosa e a Folia do Quilombo. Em campo, houve integrações com as festas e seus sujeitos, acompanhando os ritmos e a religiosidade, buscando compreender a importância da cultura e do território para o campesinato local, a partir dos pousos de folia visitados. Nesta pesquisa evidenciamos que a cultura, a partir das manifestações culturais do tipo Folia de Roça, se alia aos fatores socioculturais e socioeconômicos, fortalecendo a identidade territorial camponesa em Formosa/GO e contribuindo para a afirmação e resistência dos camponeses nos seus territórios diante da modernização territorial. Inserido na sociedade e no sistema capitalista, os camponeses valem-se de diversos meios para conquistar, garantir e permanecer na terra.
|
219 |
Racionalidades e invenções andinas nos conflitos de luta pela posse da terra em regiões tropicais da Bolívia / Rationalities and Andean inventions in the conflicts struggle over land in the tropics of BoliviaWilbert Villca Lopez 09 September 2016 (has links)
Este trabalho trata da ação coletiva e comunitária dos camponeses indígenas bolivianos migrantes nos conflitos pela posse da terra nas regiões densas do avanço modernizador da agricultura chamadas oriente boliviano. As oportunidades adversas e assimétricas no acesso à terra, motivam constantes produções de luta, combinadas com formas sindicais, indígenas e MSTistas enquanto realizam ocupações de terras públicas e terras pretendidas pelos fazendeiros e pecuaristas. Pelo fato de serem esses sujeitos naturais majoritariamente quéchuas, objetivam perspectivas andinas de produção e olhares de mobilização, além de contribuírem com suas ações nos projetos de mudança nacional, tanto na crise do Estado boliviano, de 2000 até 2005, quanto na formação do Estado Plurinacional da Bolívia, de 2006 até 2010. Oferecem-se evidências da questão da terra da segunda metade do século XX, quando o campesinato se transforma numa poderosa força econômica e política. Combatidas pelas forças repressivas por optar pela forma ilegal das ocupações e, no tempo em que recuam, coexistem com seus contendores optando pelas normas e procedimentos oferecidos de cima para baixo. No presente trabalho, concentra-se menos nas estruturas e mais em pessoas, em indivíduos mobilizados, nas suas interações, em suas emoções, consensos e dissensos cotidianos dos chamados avasalladores, invasores de terras que produzem uma racionalidade própria de luta. Foram estudados depoimentos em quéchua dos protagonistas do conflito, narrativas dos líderes de base, entrevistas a ex-funcionários de Estado, intelectuais, etc. Analisaram-se também documentos manuscritos dos grupos mobilizados; revisaram-se arquivos policiais e do Ministério Público; jornais nacionais; demandas escritas pelas organizações; e, informação seleta dos arquivos do INC e o INRA, ambas entidades agrárias. A pesquisa é apoiada na observação etnográfica de campo e trajetória do pesquisador sobre a questão. / This research deals with the collective action of migrant Bolivian indigenous farmers in conflicts over land, in the dense regions of modernizing advancement of eastern Bolivia called agriculture. The adverse and asymmetric opportunities in access to land motivate constant production of struggles, combining with union, indigenous, and MSTi-like forms, while occupying public land intended for farmer and rancher use. Because these subjects are mostly quechua, they aim for Andean perspectives of production and Andean views on mobilization, as well as contributing with their actions to national change projects, both in the Bolivian state crisis (from 2000 to 2005) as well as in the formation of the Plurinational State of Bolivia (from 2006 to 2010). Regarding matters of land ownership, it is offered documentation of the second half of the twentieth century, when the peasantry becomes a powerful economic and political force. These political agents fight against the repressive forces, when they opt for illegal occupations, and recede in other times, opting to coexist with their contenders and with rules and procedures offered from the top down. This study focuses less on structures and more on mobilized individuals, their interactions, their emotions, everyday consensus and dissent of the so-called avasalladores, land invaders, who produce their own rationality of struggle. This study analyses thee statements produced in Quechua by the protagonists of the conflict, grassroots leaders narratives, interviews with former State employees, texts written by intellectuals, etc. Also, handwritten documents made by the mobilized groups; police and prosecutors files; national newspapers; demands written by organizations; and information from the files of the INC and the INRA, both agricultural entities. This research is supported by ethnographic field observations and the ressearchers trajectory with the issue.
|
220 |
Geografia da resistência camponesa : o assentamento Paulo Vinhas frente à monocultura do eucalipto no município de Conceição da Barra (ES) /Pereira, Edmauro Santana January 2017 (has links)
Orientador: Mirian Claudia Lourenção Simonetti / Resumo: Esta pesquisa teve o objetivo de verificar o processo de resistência da Agricultura Camponesa do Assentamento Paulo Vinhas e suas interfaces com a organização social e espacial na ressignificação da territorialidade e da luta pela terra. Os sujeitos pesquisados são os camponeses assentados que residem ali desde a conquista da terra em 1996 e que vivenciam no cotidiano as contradições entre a agricultura campesina e a convivência com a monocultura do eucalipto no entorno do assentamento. Essas contradições, que se evidenciaram ao longo do processo de demarcação dos lotes, da seleção das famílias e do assentamento, referem-se à organização do espaço agrário e suas metamorfoses, em especial ao sistema de moradia nas agrovilas e o trabalho nos lotes demarcados. A pesquisa busca identificar, analisar e descrever o trabalho na agricultura camponesa realizada pelos assentados e, paralelamente, a predominância dos mesmos no trabalho assalariado em fazendas e empresas de celulose da região. Para a realização do trabalho nos apoiamos na pesquisa de campo com o objetivo de registrar a maior diversidade de aspectos da cultura camponesa, levando em conta, sobretudo, a história oral e cultural calcada em histórias de vida e depoimentos. A abordagem teórico-metodológica se deu a partir da utilização de conceitos e noções relativas à história da cultura e ao modo de vida camponês tais como: território, territorialidade, campesinato e agricultura camponesa. Nesta perspectiva, a pesquisa quali... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: This research aims to verify the resistance process of the Peasant Agriculture of the Paulo Vinhas Settlement and its interfaces with the social and spatial organization in the re- signification of territoriality and the struggle for land. The subjects studied are settled peasants who have lived there since the conquest of the land in 1996 and who experience in daily life the contradictions between peasant agriculture and the coexistence with the eucalyptus monoculture surrounding the settlement. These contradictions, evidenced throughout the process of demarcation of the lots, of the selection of families and settlement, refer to the organization of the agrarian space and its metamorphoses, especially to the housing system in Agrovilas and work in the demarcated lots. The research seeks to identify, analyze and describe the work in peasant agriculture carried out by the settlers and, in parallel, the predominance of the same in salaried work in farms and pulp companies in the region. In order to carry out this work, we rely on field research to record the greatest diversity of aspects of peasant culture, taking into account, above all, oral and cultural history, based on life histories and testimonials. The theoretical-methodological approach was based on the use of concepts and notions related to the history of the culture and the way of life of peasants such as: territory, territoriality, peasantry and peasant agriculture. In this perspective, the qualitative research dial... (Complete abstract click electronic access below) / Resumen: Esta investigación verificó el proceso de resistencia de la Agricultura Campesina del Asentamiento Paulo Vinhas y sus interfaces con la organización social y espacial en la resignificación de la territorialidad y de la lucha por la tierra. Los sujetos investigados son los campesinos asentados que residen allí desde la conquista de la tierra en 1996 y que vivencian en el cotidiano las contradicciones entre la agricultura campesina y la convivencia con la monocultura del eucalipto en el entorno del asentamiento. Estas contradicciones, que se evidenciaron a lo largo del proceso de demarcación de los lotes, de la selección de las familias y del asentamiento, se refieren a la organización del espacio agrario y sus metamorfosis, en especial al sistema de vivienda en las agrovilas y el trabajo en los lotes demarcados. La investigación busca identificar, analizar y describir el trabajo en la agricultura campesina realizada por los asentados y, paralelamente, la predominancia de los mismos en el trabajo asalariado en haciendas y empresas de celulosa de la región. Para la realización del trabajo nos apoyamos en la investigación de campo con el objetivo de registrar la mayor diversidad de aspectos de la cultura campesina, teniendo en cuenta, sobre todo, la historia oral y cultural calcada en historias de vida y testimonios. El enfoque teórico metodológico se dio a partir de la utilización de conceptos y nociones relativas a la historia de la cultura y al modo de vida campesinos tales co... (Resumen completo clicar acceso eletrônico abajo) / Mestre
|
Page generated in 0.0493 seconds