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Acessibilidade dos usuários indígenas aos serviços de saúde de Cuiabá-MTGomes, Silvana Cardoso January 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013 / Iniquidades no acesso à saúde entre indígenas tem sido um importante problema na organização dos serviços de saúde no Brasil, e uma preocupação recente da literatura especializada, ainda considerada incipiente quanto à produção de estudos empíricos. O presente estudo teve por objetivo avaliar a acessibilidade dos usuários indígenas do DSEI Cuiabá, aos serviços de saúde de média e alta complexidade do município de Cuiabá, em particular, a partir da CASAI Cuiabá, dispositivo voltado para apoio e melhoria da acessibilidade conforme a PNASPI. Foi realizado estudo de caso único na CASAI Cuiabá com abordagem qualitativa. Os dados foram obtidos por meio da observação das rotinas de trabalho da CASAI Cuiabá, entrevistas semi-estruturadas com profissionais e gestores do DSEI Cuiabá e CASAI Cuiabá, análise documental, bem como análise de dados secundários produzidos pelo SIASI sobre utilização dos serviços de saúde de média e alta complexidade em Cuiabá. Para análise dos dados, foi elaborada uma matriz derivada do modelo teórico lógico de acessibilidade e validada por meio do método Delphi a um grupo de especialistas na temática de saúde indígena. Apesar de avanços trazidos pela CASAI na melhoria da acessibilidade indígena, persistem barreiras sócio-organizacionais, culturais e geográficas no acesso à média e alta complexidade do município estudado. Recomenda-se a formulação de estratégias específicas para melhoria da acessibilidade aos serviços de saúde dos povos indígenas mato-grossenses. / Salvador
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Negociando curas: um estudo das relações entre indígenas e profissionais do Projeto Xingu / Negotiating healing: a study of the relationship between non-indigenous health professionals and indigenous people in the Xingu ProjectAssumpção, Karine [UNIFESP] 27 June 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-06-27 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / A partir da análise das problemáticas envolvidas nas relações de negociação de cura estabelecidas antes e depois do Subsistema de Saúde Indígena do Sistema Único de Saúde (SASISUS) no Brasil, o foco desta dissertação recai sobre a relação existente, há quase cinquenta anos, entre os profissionais de saúde não-indígenas do Projeto Xingu, Escola Paulista de Medicina (EPM), atualmente parte integrante da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), e as populações indígenas, principalmente os povos que vivem no Baixo, Médio e Leste Xingu. Assim, através de observações participativas em locais de ação do Projeto Xingu, tanto em São Paulo como na Terra Indígena do Xingu (TIX), além de entrevistas com os protagonistas, foi possível perceber como, no movimento concomitante de acessar seus códigos e incorporar alguns códigos indígenas, os profissionais ligados ao Projeto Xingu ressignificam a biomedicina, as políticas públicas em saúde e a formação biomédica. Ao experimentarem os valores e noções indígenas, se tornando branquígenas, os profissionais não-indígenas há mais tempo envolvidos nessa relação começam a enxergar o limiar entre salvar vidas e salvar (respeitar) a diversidade cultural, transitando de um a outro lado dessa liminaridade através do conceito ampliado de saúde e de bem-estar (cultural). Tornam-se, assim, mediadores políticos especialistas em problemas de comunicação (comunicose), “doença” endêmica em contextos interculturais como o da saúde indígena. / From an analysis of the problems involving healing negotiation established before and after the Indigenous Health Subsystem of the Unified Health System in Brazil, this study focuses on the relationship established nearly fifty years ago among non-indigenous health professionals of the Xingu Project, of the Escola Paulista de Medicina (EPM), currently part of São Paulo Federal University (UNIFESP), and the indigenous people, especially those living in the Lower, Middle and East of Xingu. Thus, through active observations at the Xingu Project, both in São Paulo and in the Xingu Indigenous Land, along with interviews with the protagonists, it was possible to see that, with a concomitant movement of accessing their codes and incorporating some Indian codes, the professionals associated with the Xingu Project resignify biomedicine, the public health policies and biomedical education itself. As the non-indigenous professionals who have been involved longer in this relationship experience the indigenous values and ideas , (becoming branquígenas) they begin to see the threshold between saving lives and saving (respecting ) cultural diversity , moving from one side to another of this liminality through an expanded concept of health and (cultural) wellness. These professionals thus become political mediators, experts in communication problems (comunicose), that is endemic "disease" in intercultural contexts such as indigenous health.
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Prevenção do câncer do colo do útero em população feminina do Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso / Prevention of cervical cancer in female population Xingu Indigenous Park, Mato GrossoPereira, Érica Ribeiro [UNIFESP] 29 June 2011 (has links) (PDF)
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Previous issue date: 2011-06-29. Added 1 bitstream(s) on 2015-08-11T03:26:05Z : No. of bitstreams: 1
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Publico-12592b.pdf: 1570960 bytes, checksum: 9feea601368b5ae5ed7557d1f0b8870c (MD5) / Objetivo: Descrever e analisar a prevenção do câncer do colo do útero no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, no período de 2005 a 2006. Métodos: Trata-se de estudo observacional, transversal, retrospectivo realizado por meio da coleta de dados das ações de prevenção do câncer do colo do útero no âmbito do Projeto Xingu da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O universo da população foi de 503 mulheres indígenas, com idade igual ou superior a 12 anos e história de vida sexual, pertencentes a sete etnias que residiam nas regiões do Médio, Baixo e Leste Xingu. A coleta e análise de dados foram desenvolvidas a partir de três ações: rastreamento do câncer do colo do útero realizado no mês de outubro a dezembro de 2005, colposcopia em fevereiro de 2006 e cirurgia por ondas de radiofreqüência (CORAF), conização clássica e histerectomia em maio de 2006. Resultados: A cobertura do exame citopatológico no Xingu, no ano de 2005, foi de 99,6%. A idade das pacientes variou de 12 a 75 anos, mediana de 25 anos com predominância (61,4%) de jovens na faixa etária dos 12 aos 29 anos. Foram identificados 59 casos (11,7%) com atipias citológicas, assim distribuídas: 3,0% de células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US), 2,3% de células escamosas atípicas não podendo afastar lesão de alto grau (ASC-H), 1,4% de células glandulares atípicas (AGC), 3,0% de lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LBG), 1,6% de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (LAG), 0,2% de carcinoma espinocelular (CEC) e 0,2% de adenocarcinoma (ACA). Nos 58 exames colposcópicos, houve predominância do epitélio acetobranco (81,4%). Identificou-se nos 43 exames anatomopatológicos de biópsia colposcopicamente dirigidas, 13 casos (30,2%) de LAG, 11 casos (25,6%) de LBG e 19 casos (44,2%) como cervicite crônica. Houve predomínio da LAG (92,3%) na faixa etária de 20 a 49 anos, LBG (36,4%) de 12 a 19 anos e acima de 60 anos. Foi indicada excisão da zona de transformação por CORAF em 20 casos (44,2%). Em 2 casos (4,6%) indicouse conização clássica e histerectomia. O exame citopatológico mostrou sensibilidade de 54%; especificidade de 97%, valor preditivo positivo de 88% e valor preditivo negativo com 83%. A sensibilidade do exame anatomopatológico de biópsia foi de 72,2%, especificidade de 100%, valor preditivo positivo de 100% e valor preditivo negativo com 44,4. Conclusões: Os resultados do programa organizado de prevenção do câncer do colo do útero no Xingu foram: aumento da cobertura e qualidade dos exames citopatológicos, detecção precoce das lesões intraepiteliais cervicais, garantia de tratamento e seguimento de 100 % dos casos detectados, aumento da resolutividade, redução significativa na ocorrência do câncer do colo do útero e suas lesões precursoras. A participação de profissionais da UNIFESP com apoio matricial foi fundamental no êxito deste trabalho. / Objective: To describe and analyze the prevention of uterine cervix cancer in the Indigenous Park of Xingu, Mato Grosso, within the period from 2005 through 2006. Methods: This is an observational, transverse, retrospective study, performed by means of collection of data concerning the actions toward the prevention of uterine cervix cancer within the Xingu Project, of the Federal University of São Paulo (UNIFESP). The population universe comprised 503 indigenous women, with age equal to or higher than 12 years and a sexual life history, belonging to seven ethnic groups, living within the Medium, Low and Eastern Xingu regions. The data collection and analysis were developed as of three actions: tracing of uterine cervix cancer, made along the months from October through December, 2005, colposcopy in February 2006 and radiofrequency waves surgery (CORAF), classic conization and hysterectomy in May, 2006. Results: The comprehensiveness of the cytopathologic exam in the year 2005 was of 99.6%. The age of patients varied from 12 to 75 years, with median of 25 years, with predominance (61.4%) of young women within the age range of 12 to 29 years. 59 cases (11.7%) were identified with cytologic atypias so distributed: 3.0% of atypical squamous cells with undefined significance (ASC-US), 2.3% of atypical squamous cells without disregarding high-grade lesion (ASC-H), 1.4% atypical glandular cells (AGC), 3.0% of low-grade squamous intraepithelial lesion (LBG), 1.6% high-grade squamous intraepithelial lesion (LAG), 0.2% de spinocellular carcinoma (CEC) and 0.2% adenocarcinoma (ACA). A predominance of acetowhite epithelium (81.4%) was noticed in the 58 colposcopic exams. 13 cases (30.2%) of LAG, 11 cases (25.6%) of LBG and 19 cases (44.2%) of chronical cervicitis were noticed in the 343 anatomopathologic exams of colposcopically-driven biopsies. A predominance of LAG (92.3%) was noticed within the age range of 20 to 49 years, LBG (36.4%) from 12 to 19 years and beyond 60 years. The excision of the transformation zone by CORAF was indicated in 20 cases (44.2%). The classical conization and hysterectomy were indicated in 2 cases (4.6%), from 12 to 19 years and. The cytopathologic exam indicated a 54% sensibility and 97% specificity, positive predictive value of 88% and negative predictive value of 83%. The cytopathologic exam indicated 54% sensibility, 97% specificity, positive predictive value of 88% and negative predictive value of 83%. The sensibility of the anatomopathologic exam of the biopsy was of 72.2%, specificity of 100%, positive predictive value of 100% and negative predictive value of 44.4. Conclusions: The results from the organized uterine cervix cancer program in Xingu were: a broader comprehensiveness and quality in cytopathologic exams, early detection of cervical intraepithelial lesions, guarantee of treatment and 100% follow-up of detected cases, a higher resolution, a significant reduction of uterine cervix cancer events and their preceding lesions. The participation of UNIFESP professionals, with matricial support was fundamental for the success of this work. / TEDE / BV UNIFESP: Teses e dissertações
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Saúde Maxakali, recursos de cura e gênero: análise de uma situação social / Maxakali health, healing resources and gender: analysis of a social situationRachel de Las Casas 20 April 2007 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Nesta dissertação são analisadas, a partir de uma situação social específica, as articulações entre práticas de cura e relações de gênero entre grupos Maxakali população indígena que reside no Vale do Mucuri, Minas Gerais, Brasil. Trata-se de uma abordagem antropológica sobre uma situação social na qual grupos Maxakali e a equipe de atendimento sanitário da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) enfrentaram uma epidemia de diarréia infantil. O estudo etnográfico aborda a maneira como os diferentes sujeitos em interação lidaram com a perturbação buscando o restabelecimento da condição de saúde, a partir de dois referenciais de conhecimento: a concepção Maxakali e a medicina ocidental. De acordo com a perspectiva de entendimento sobre a perturbação, distintos recursos de cura foram utilizados, demonstrando a interdependência entre os sujeitos e percepções nesta situação social específica. / This thesis analyzes, from a specific social situation, the articulation between the healing practices and the relations of gender in Maxakali groups indigenous people from the Valley do Mucuri, Minas Gerais, Brazil. It is an anthropological take on a social situation where Maxakali groups and the team of sanitary service of the National Heath Foundation (FUNASA) faced an epidemic childrens diarrhea. From the knowledge frameworks of both the Maxakali conceptions and those of Western medicine, the ethnographic study shows how the different subjects have dealt with the problem trying to achieve the improvement of the health condition of the population. Depending on the perspective assumed to understand the disturbances, it was observed that different resources for healing were used, showing the reciprocal dependence among the subjects and perceptions involved in this specific social situation.
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Política nacional de saúde indígena e educação escolar indígena: uma análise de contingências / National policy of indigenous health and indigenous scholar education: a contingency analysisSilva, Felipe Bulzico da [UNESP] 30 March 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-03-30 / O último Censo Demográfico realizado pelo IBGE (2010) com a população indígena brasileira revelou uma ampla diversidade étnica e linguística no país, com estimados 305 povos indígenas e 274 línguas faladas. A despeito dessa diversidade, desde os anos 70, os índios brasileiros têm se mobilizado e assumido um papel cada vez mais proeminente no cenário político, tanto a nível local como nacional. Nesse contexto, a Constituição Federal (CF) de 1988 consolidou o direito dos povos indígenas aos territórios que tradicionalmente ocupam e o reconhecimento de suas especificidades étnico-culturais. A CF/88 estabeleceu a base às legislações indigenistas posteriores de saúde indígena e educação escolar indígena, sobre as quais trata a presente pesquisa. Assim, este estudo objetivou examinar a Portaria nº 254/02 do Ministério da Saúde (MS) – que aprovou a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) – e o Decreto nº 6.861/09 – que organizou a educação escolar indígena em territórios etnoeducacionais (TEE) – sob a perspectiva das contingências de reforço. Com esse exame, o qual tomou como modelo estudos de outros analistas do comportamento que se debruçaram sobre outros textos legais (CARVALHO, 2013; KUBO; BOTOMÉ, 2002; MARTINS, 2009; SANTOS et al., 2009; TODOROV et al., 2004), pretendeu-se ponderar acerca de alguns dos limites e possibilidades desses documentos, no sentido de quão claras eram suas proposições. Reconheço que o comportamento daqueles em condições de aplicar as recomendações da Portaria e do Decreto presumivelmente não está apenas sob controle do que consta nesses documentos. Contudo, esse reconhecimento não deve diminuir a importância da busca por uma maior clareza na redação desses textos, visto que tais textos também constituem fontes importantes de variáveis a exercer controle sobre o comportamento daqueles a quem eles se destinam. Da leitura do primeiro texto foram inferidas 37 contingências, as quais foram agrupadas, depois dessas inferências, em cinco categorias: organização infraestrutural do modelo de atenção à saúde dos povos indígenas; diretrizes concernentes à atuação profissional de membros das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI); relações entre os territórios indígenas e a questão da saúde; ações específicas em situações especiais e responsabilidades institucionais. Do segundo texto foram inferidas 13 contingências, as quais foram agrupadas, depois dessas inferências, em três categorias: organização do modelo da educação escolar indígena; escolas indígenas e financiamento. A partir do exame feito, o qual foi incipiente e não se arrogou a pretensão de esgotar o assunto, argumentou-se que, embora os documentos objeto de exame representassem avanços importantes em seus respectivos campos, a Portaria sistematizando as recomendações das I, II e III Conferências Nacionais de Saúde Indígena e o Decreto propondo uma inovação da organização do modelo de educação escolar indígena, como limites de ambos os documentos, eles são pouco operacionalizados, ocasionalmente carecendo de explicitação dos três termos de uma contingência e empregando termos gerais, vagos e/ou imprecisos, os quais, como ressaltam Santos et al. (2009), podem impor dificuldades àqueles a quem se destinam as orientações. / The last Demographic Census made by IBGE (2010) with brazilian indigenous people revealed a large ethnic and linguistic diversity, estimating 305 indigenous people and 274 spoken languages. Despite this diversity, since the 70’s, Brazilian Indians have been mobilized themselves and assumed a prominent role in the political arena, both in local and national levels. In this context, the Federal Constitution of 1988 has consolidated the indigenous right concerning to the land that indigenous people traditionally occupy and their ethnical specificities. The Federal Constitution of 1988 established the bases for the formulation of later indigenous legislations concerning to indigenous health and indigenous scholar education, themes of this research. In this sense, this research aimed to examine the Ordinance nº 254/02 – which has approved the National Policy of Indigenous Health – and the Ordinance nº 6.861/09 – which organized the indigenous scholar education in terms of ethnoeducational territories – based on contingency analysis. With this examination, which took as a model studies made by other behavior analysts upon other legal documents (CARVALHO, 2013; KUBO; BOTOMÉ, 2002; MARTINS, 2009; SANTOS et al., 2009; TODOROV et al., 2004), it was hoped to consider some limits and possibilities of both documents, in the sense of how clear were their propositions. I recognize that the behavior of those in conditions to apply the recommendations of both Ordinances presumably is not controlled only by what is written on these legal documents. Nevertheless, this recognition is not reason to diminish the importance of legal texts being clear, since these texts constitute important sources of variables which may control the behavior of those for whom these documents are. The reading of the first text allowed infer 37 contingencies, which were divided, after these inferences, into five categories: infrastructure organization of the model of health attention to indigenous people; guidelines regarding the professional performance of members of the Multidisciplinary Indigenous Health Team; relations between indigenous territories and health; specific actions in special situations, and institutional responsibilities. The second text allowed infer 13 contingencies, divided, after these inferences, into three categories: organization of indigenous scholar education in terms of ethnoeducational territories; indigenous schools, and financing. Based on the exam made, which was incipient and did not arrogate the claim to exhaust the subject, it was argued that, despite both documents represent important advances with respect to their respective areas, the Ordinance nº 254/02 systematizing the recommendations of the I, II and III National Conferences of Indigenous Health and the Ordinance nº 6.861/09 presenting an innovative proposal of organization of the model of indigenous scholar education in terms of ethnoeducational territories, nevertheless, as a limit of both documents, they are little operationalized, occasionally lacking the explanation of the three terms of a contingency and using general, vague and/or imprecise terms, which, according to Santos et al. (2009), can impose difficulties on those for whom the guidelines are.
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Saúde Maxakali, recursos de cura e gênero: análise de uma situação social / Maxakali health, healing resources and gender: analysis of a social situationRachel de Las Casas 20 April 2007 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Nesta dissertação são analisadas, a partir de uma situação social específica, as articulações entre práticas de cura e relações de gênero entre grupos Maxakali população indígena que reside no Vale do Mucuri, Minas Gerais, Brasil. Trata-se de uma abordagem antropológica sobre uma situação social na qual grupos Maxakali e a equipe de atendimento sanitário da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) enfrentaram uma epidemia de diarréia infantil. O estudo etnográfico aborda a maneira como os diferentes sujeitos em interação lidaram com a perturbação buscando o restabelecimento da condição de saúde, a partir de dois referenciais de conhecimento: a concepção Maxakali e a medicina ocidental. De acordo com a perspectiva de entendimento sobre a perturbação, distintos recursos de cura foram utilizados, demonstrando a interdependência entre os sujeitos e percepções nesta situação social específica. / This thesis analyzes, from a specific social situation, the articulation between the healing practices and the relations of gender in Maxakali groups indigenous people from the Valley do Mucuri, Minas Gerais, Brazil. It is an anthropological take on a social situation where Maxakali groups and the team of sanitary service of the National Heath Foundation (FUNASA) faced an epidemic childrens diarrhea. From the knowledge frameworks of both the Maxakali conceptions and those of Western medicine, the ethnographic study shows how the different subjects have dealt with the problem trying to achieve the improvement of the health condition of the population. Depending on the perspective assumed to understand the disturbances, it was observed that different resources for healing were used, showing the reciprocal dependence among the subjects and perceptions involved in this specific social situation.
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O cuidado no espaço de intermedicalidade em uma aldeia indígena / Care delivery in the intermedicality of an indigenous villageAridiane Alves Ribeiro 16 December 2015 (has links)
O objetivo deste estudo foi interpretar a realidade social e política, na qual se estabelece o cuidado intercultural vivenciado por indivíduos na zona de intermedicalidade de uma aldeia, partindo da perspectiva dos usuários indígenas e dos profissionais de saúde ameríndios e não-indígenas. As bases teóricas que ancoraram a coleta e análise interpretativa dos dados incluíram: a Etnografia, Antropologia Interpretativa, Modelos explanatórios e abordagem cultural safety. Mediante aprovação do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa, procedeu-se trabalho de campo na Terra Indígena Buriti, localizada nos munícipios Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, Mato Grosso do Sul, Brasil. Realizou-se observação participante nas unidades de saúde e no cotidiano das famílias nas aldeias, bem como no Pólo de Sidrolândia. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com 16 indígenas usuários do serviço, 12 profissionais de saúde terenas e seis trabalhadores de saúde não-indígenas. A análise dos dados, simultânea à coleta, ocorreu na perspectiva da Hermenêutica Dialética por meio da análise temática. Os preceitos éticos foram seguidos. Neste estudo, identificaram-se dois temas: 1) \"Doença é pior que a morte: explicações sobre o processo de adoecimento\" retrata como o processo saúde-doença é interpretado pelos participantes. Saúde, para os terenas, é um aspecto primordial na vida deles. O processo de adoecer envolve a perda e/ou a redução da disposição física, psíquica e espiritual para desenvolver atividades cotidianas. Espiritualidade, higiene, alimentação e a questão da posse de terra impactam o processo de adoecimento terena. 2) \"A intermedicalidade do sistema de cuidado em saúde terena\" que retrata os significados atribuídos pelos participantes à coexistência e intercomunicações (intermedicalidade) entre as formas de cuidados em saúde terena: medicina terena, espiritualidade, modo de vida e o serviço oficial de atenção à saúde (sistema Pólo/Posto). O sistema de cuidado dos terenas revela o processo de indigenização dos serviços de saúde. A medicina terena é entendida sob dois âmbitos: um centralizado no conhecimento tradicional indígena, que inclui uso de ervas, atividades de parteiras e de \"puxadores de pernas\"; e outro nos aspectos místicos e sobrenaturais para sua execução: rezas e prática da pajelança, com destaque para redução do número de pajés. A espiritualidade como opção terapêutica é representada pela fé do terena em Deus, concretizada pela oração. O modo de vida do terena engloba principalmente dois aspectos: centralidade na família e o cuidado com higiene individual e ambiental. O sistema Polo/Posto é procurado pelo terena conforme a cartela de serviços ofertada pelas unidades e segundo suas necessidades peculiares, os casos que o terena \"não consegue resolver\". Neste âmbito de cuidado, há a produção de encontros do cuidado pautados pelo vínculo, confiança, diálogo e agir dos profissionais culturalmente sensível. Há, também, desencontros do cuidado favorecidos por prioridades estabelecidas em metas, atendimento queixa-conduta e precária infraestrutura. Observou-se um processo maciço do uso de medicação. Os aspectos identificados nos relatos dos participantes sobre o sistema de cuidado terena são atravessados pela historicidade do povo terena, questão da posse de terra, medicalização da sociedade, higienismo, integração entre corpo, cosmos e terra, espiritualidade com diversidade religiosa, cultura terena centrada na família, atividades programáticas de saúde na atenção básica, biomedicina, transporte precário e baixa resolutividade. Diabetes e hipertensão arterial foram as doenças registradas pelo Pólo e significadas pelos participantes como as principais enfermidades da população. Há a coexistência de medicinas híbridas em todos âmbitos de cuidado em saúde terena. É importante que a intermedicalidade ocorra nos espaços do sistema Pólo/Posto sem sobreposição do saber médico e/ou da lógica institucional à sabedoria terena / This study aimed to describe the social and political context in which intercultural care is established and experienced by individuals in the realm of intermedicality of an indigenous village, based on the perspective of indigenous patients and Ameridians and non-indigenous health-care providers. The theoretical framework that based data collection and interpretation included: Ethnography, Interpretative Anthropology, Explanatory Model and Cultural Safety. Fieldwork was initiated in Terra Indígena Buriti located in Sidrolândia and Dois Irmãos do Buriti municipalities, Mato Grosso do Sul, Brazil. The approval to develop the research was obtained from the National Ethics Committee for Research. Participant observation was performed in the health units and in the health office located in Sidrolândia. Semi-structured interviews were conducted with 16 indigenous patients using the service, 12 Terena health workers and six non-indigenous health workers. Thematic analysis was simultaneous to data collection and based on Dialectic Hermeneutics. Two themes emerged: 1) \"Disease is worse than death: explanations about the process of becoming ill\" shows how the participants interpreted the health-disease continuum. The Terena people consider health to be a key aspect of life. The process of becoming ill involves lack or decreased physical, psychological and spiritual energy to perform daily tasks. Spirituality, hygiene, food and the issue of land ownership impact the process of becoming ill among the Terena people. 2) \"Intermedicality in the Terena care system\" portrays the meanings assigned by the participants to the coexistence and intercommunication (intermedicality) between Terena health care forms: Terena medicine, spirituality, lifestyle and the official health care system. The Terena care system reveals an indigenization process of healthcare services. The Terena medicine is based on two pillars: one focused on traditional knowledge, which includes the use of herbs, midwives and the practice of puling of legs and arms; and another on mystical and supernatural aspects: prayers and shamanism. Highlight that the number of shamans has decreased. Spirituality as a therapeutic option is represented by faith in God, concretized by prayers. The Terena lifestyle is mainly based on two aspects: centered on the family, and individual and environmental hygiene. The official healthcare service is sought by the Terena people according to the services provided by the healthcare facilities and to their particular needs, i.e. cases the Terena people \"cannot solve\". In this sphere, care consultations are based on bonds, trust, dialogue and the practice of culturally sensitive professionals. Disagreements regarding treatments are favored by priorities established by goals, the complaint-procedure model (as opposed to preventive practices), and poor infrastructure. The aspects identified in the reports of the participants concerning the Terena care system are traversed by the historicity of the Terena people, the issue of land ownership, medicalization of the society, hygienism, integration among body, cosmos and earth, spirituality with religious diversity, family-centered culture, healthcare programmatic activities in primary care, biomedicine, poor transportation and low problem-solving capacity. Diabetes and hypertension were diseases recorded by the health office and signified by the participants as the population\'s main diseases. Hybrid medicines coexist in all the Terena care spheres. Intermedicality has to take place within the official healthcare service without however overlapping Terena wisdom with medical knowledge and/or institutional rationale
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Avaliação do estado nutricional da população infantil Baniwa, Alto Rio Negro - Noroeste AmazônicoSantos Junior, Hernane Guimarães dos 30 August 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-08-30 / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / The Word Health Organization recognizes that the nutritional evaluation is an important key to analyze the health condition of certain territory. During the last decade the world
population has been passing through a dietary and nutritional transition. As a result the
malnutrition has been decreasing and the overweight rising. Parallel this phenomena, it is also observed an epidemiological transition which consists in the decreasing of infecto-contagious diseases and the rising of chronical and degenerative diseases. However, the first nutritional survey conducted in 2009 among the Brazilian Indigenous Population showed high malnutrition rates when compares to non-indigenous population. There is a lack of nutritional studies which does not allow to determinate the epidemiological status of each different indigenous ethnics groups, municipality or province. Therefore, the objective of the present study was to evaluate the nutritional status of Baniwa indigenous children from the Middle Içana River, located at Rio Negro River Basin, Amazonas, Brazil. This epidemiologic survey evaluated children under 60 months old from the Middle Içana River, assisted by the Indigenous Special Sanitary District of the Upper Rio Negro. It was collected variables weight, height, age and sex in order to obtain the anthropometric index (W/A-weight for age, W/H-weight for height, H/A- height for age, and BMI-body mass index), as recommended by the WHO. The data was analyzed using the WHO – 2006 and the NCHS-1997 reference curves standards. The results indicated high prevalence of low weight-for-age (9.5% and 13.1%), height-for-age (46.3% and 39.5%), weight-for- height (7.1% and 1.2%), for both WHO and NCHS references. The BMI indicated moderate levels of overweight (9.5%). Therefore, the present study findings showed high rate of malnutrition among Baniwa indigenous children which are consistent with other studies that showed national malnutritional rates six times higher among Indigenous Children when compared with nonindigenous children. Thus, these results suggest that there is a need for effective health programs aimed to improve the nutritional status of the Baniwa indigenous children. / A avaliação nutricional é considerada pela Organização Mundial de Saúde como elemento primordial para analise da saúde pública de um determinado território, ao longo das ultimas décadas a população mundial perpassa pelo processo de transição alimentar e nutricional, ocorrendo diminuição da desnutrição e aumento da obesidade. É observado para este mesmo período um processo de transição epidemiológica, tendo a diminuição das doenças infectocontagiosas e aumentando das doenças crônicas degenerativas, no entanto para as populações indígenas no Brasil o primeiro inquérito nutricional nacional realizado em 2009, mostrou em seus resultados um alto índice de desnutrição linear e ponderal, quando comparados com a
população não indígena do país. Pela falta de pesquisas mais amplas, não podemos traçar um perfil epidemiológico por etnia, por município ou por estado, levando a uma grande lacuna. Com intuito de contribuir para diminuição desta lacuna, este estudo teve por objetivo realizar o levantamento epidemiológico do estado nutricional de crianças indígenas da etnia Baniwa do médio rio Içana, na microrregião de Tunuí, no Alto Rio Negro – Amazonas. Foram avaliadas crianças menores de 60 meses. As variáveis peso, altura, idade e sexo foram coletadas para a obtenção dos índices antropométricos (P/I, P/E, E/I e IMCI), padrão, preconizados pela OMS. Os dados foram analisados conforme as curvas de referências OMS- 2006 e NCHS-1997. Os resultados obtidos indicam elevadas prevalências do déficit de pesopara-
idade (P/I = 9,5% e 13,1%) e estatura-para-idade (E/I = 46,3% e 39,5%); e sobrepeso para os índice peso-para-estatura (P/E = 7,1% e 1,2%), segundo OMS-2006 e NCHS-1977, respectivamente, e ainda, para IMCI, na referência OMS-2006, 9,5% de prevalência de sobrepeso. Os dados evidenciam o alto índice de desnutrição nesta parcela do grupo Baniwa estudado, o que é congruente com outros estudos referentes à situação nutricional das populações indígenas no Brasil, que apontam (nas duas últimas décadas) índices cerca de seis vezes maior de desnutrição infantil indígena, quando comparados com índices de crianças não indígenas. O contexto apresentado nesta pesquisa indica a necessidade de atuação mais efetiva de programas de vigilância nutricional e de maior cobertura do subsistema de saúde indígena, em busca de melhoria das condições nutricionais desta população.
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Saúde ocular na população indígena Kadiwéu do Mato Grosso do Sul / Eye health among Kadiwéu Indians of Mato Grosso do Sul-BrazilTania Gisela Biberg Salum 13 April 2012 (has links)
OBJETIVO: O perfil epidemiológico dos povos indígenas no Brasil ainda não é suficientemente conhecido, principalmente no que se refere aos aspectos oftalmológicos das etnias residentes na região Centro-Oeste. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi conhecer as condições de saúde ocular da população indígena Kadiwéu, que habita as aldeias da serra Bodoquena, no Mato Grosso do Sul. MÉTODO: Foi conduzida uma pesquisa observacional, transversal e descritiva, desenvolvida na Aldeia Alves de Barros, na Serra da Bodoquena, no município de Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul. Foram sujeitos da pesquisa 193 índios de um total estimado de 1.197. RESULTADOS: Da amostra avaliada, 74,9% apresentaram acuidade visual maior ou igual a 0,8. Dentre as ametropias, a hipermetropia foi o achado mais comum (9,3%) e a miopia o menos comum (2%). Dentre os achados da conjuntiva, a melanose e o pterígio foram os mais frequentes, com porcentagens de 25,4 e 14,7, respectivamente; em relação à avaliação das pálpebras, o achado mais comum foi a dermatocálase, com frequência de 4,5%. Quanto à córnea, encontraram-se casos de leucoma (n=4) relacionados a trauma ocular e uma suspeita de ceratocone; opacificação de cristalino foi observada em 5,6% dos indígenas avaliados e um caso de coloboma de íris foi verificado. Apenas um dos avaliados apresentou estrabismo convergente e um estrabismo divergente e não foram observados casos de hipertensão ocular ou glaucoma. Nenhum caso de discromatopsia foi encontrado. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que os indígenas desta etnia apresentam, na sua maioria, boas condições oculares, com acuidade visual >=0,8, tendo apresentado, como alterações mais comuns, melanose da conjuntiva, pterígio, opacificação do cristalino, dermatocalaze e sequelas de traumatismos. A hipermetropia foi a ametropia mais comum (9,3%) e a miopia a menos comum (2%) / PURPOSE: The epidemiological profile of indigenous population in Brazil still remains insuffiently known.Considering ethnic groups living in the Center-West region of Brazil a limited number of reports is available regarding their ocular aspects. Based on these facts this study was conducted to elucidate the ocular conditions of Kadiwéus population, a specific ethnic group living in Bodoquena\'s Mountains in the state of Mato Grosso do Sul. METHODS: This is a crosssectional, descriptive and observational study performed with 193 Kadiwéus indians of a total of 1197 residents in the small villages in Bodoquena\'s Mountains. RESULTS: Of the selected sample, 74,9% had visual acuity better than 0.8. Among the refractive errors, hypermetropia was the most common (9,3%) and miopia the less frequent (2%). Melanosis and pterigyum are the conjunctiva most frequent findings, with percentages of 25,4 and 14,7 respectively; dermatochalasis had a frequency of 4,5%. Among corneal detected alterations, corneal clouding related to trauma was the most frequent and, one case of suspected keratoconus was found. Cataract was observed in 5,6% of the sample and one case of iris coloboma was verified. One case of convergent strabismus and one case of divergent strabismus were found. Ocular hypertension, glaucoma or dyschromatopsias were not verified. CONCLUSIONS: This study concluded that the Kadiwéus presented good ocular conditions, with visual acuity better than 0.8, in which, melanosis, pterigyum, cataract, dermatochalasis, trauma sequelae were the most frequent findings and hyperopia was the most common refractive error (9,3%)
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O trabalho do enfermeiro na saúde indígena: desenvolvendo competências para a atuação no contexto intercultural / The work of nurses in Indigenous Health: developing competencies for action in the intercultural contextMartins, Juliana Cláudia Leal 17 August 2017 (has links)
Introdução: O trabalho em saúde indígena tem como característica marcante a interculturalidade. O locus da prática dos profissionais é o contexto intercultural. A atuação nesse espaço de trabalho exige conhecimentos e competências que, muitas vezes, não são abordados durante a formação acadêmica. É também escassa a oferta de cursos após a graduação. O foco deste estudo foi a compreensão e a análise das possibilidades de aprendizagem do enfermeiro a partir da vivência do trabalho no interior das áreas indígenas. Para isso, considerou-se a realidade concreta do trabalho como um potencial espaço de aprendizado, fortemente marcado pela interculturalidade. Objetivo: Analisar a vivência do trabalho de saúde dentro do território indígena como um espaço potencial de aprendizagem para que o enfermeiro qualifique a sua prática profissional voltada para a atuação neste contexto intercultural. Método: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa do tipo estudo de caso. O campo do estudo foi o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xingu e os sujeitos da pesquisa foram os enfermeiros que nele atuam. Os dados primários foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas que abordaram a prática profissional e o processo de aprendizagem tendo como referência o trabalho no interior da terra indígena. A análise do material empírico foi realizada através da técnica de análise de conteúdo e com o apoio de conceitos do campo da antropologia e da educação tais como: competência profissional, aprendizagem significativa e interculturalidade. Resultados: A partir da inserção no serviço, os enfermeiros iniciam um processo de aprendizado que segue impulsionado cotidianamente pelas situações vivenciadas no trabalho e que tem os indígenas como principais mediadores. Aos poucos, os profissionais aprendem a identificar e mobilizar os recursos necessários para uma atuação profissional mais competente que atenda às demandas do contexto. A reprodução de práticas e atitudes é a principal estratégia utilizada pelos profissionais para lidar com as dificuldades. Dentre os elementos que compõem a competência para o trabalho nesse campo, se destacam as atitudes na relação com os indígenas e suas práticas. As representações e concepções trazidas pelos profissionais interferem na atuação profissional. A interculturalidade se mostra como fator inerente que caracteriza o contexto e as demandas que são colocadas aos profissionais que nele atuam. O distanciamento da gestão do DSEI faz com que tanto o processo de aprendizado quanto o desenvolvimento de competências ocorram de maneira autodirigida. Conclusões: O perfil da atuação profissional do enfermeiro ganha forma, quase que exclusivamente, a partir de referências encontradas dentro da área indígena contribuindo para a consolidação de um modelo de atenção distante do proposto nas diretrizes políticas / Introduction: The work in Indigenous Health is characterized by interculturality. The locus of practitioners\' practice is the intercultural context. Acting in this workspace requires knowledge and skills that are often not addressed during academic education. The offer of courses after graduation is also scarce. The focus of this study was the understanding and analysis of nurses\' learning possibilities based on the experience of work within indigenous areas. For this, the concrete reality of work was considered as a potential learning space, strongly marked by interculturality. Objective: To analyze the experience of health work within indigenous lands as a potential learning space for nurses to qualify their professional practice geared towards acting in this intercultural context. Method: This is a descriptive study of a qualitative approach of the case study type. The field of study was the Indigenous Special Sanitary District (DSEI) Xingu and the research subjects were the nurses who work in it. The primary data were obtained through a semi structured interview that approached the professional practice and the learning process having as reference the work in indigenous land. The analysis of the empirical material was carried out through the technique of content analysis and with the support of concepts of the field of anthropology and education, such as: professional competence, meaningful learning and interculturality. Results: As from the insertion in the service, the nurses begin a learning process that continues driven daily by the situations experienced in the work and that has the indigenous people as main mediators. Professionals are gradually learning to identify and mobilize the resources needed for more competent professional action that meets the demands of the context. Reproduction of practices and attitudes is the main strategy used by practitioners to deal with difficulties. Among the elements that compose the competence for the work in this field, the attitudes in relation with the natives and their practices stand out. The representations and conceptions brought by the professionals interfere in the professional performance. Interculturality shows itself as an inherent factor that characterizes the context and the demands that are presented to the professionals who work in it. The distance from the DSEI management makes both the learning process and the development of competencies occur in a selfdirected way. Conclusions: The profile of nurses\' professional performance is shaped, almost exclusively, from references found within the indigenous area, contributing to the consolidation of a model of attention that is far from that proposed in the political guidelines
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