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Avaliação da reparação da fratura de côndilo mandibular e da simetria facial em ratos tratados com metotrexato / Evaluation of mandibular condyle fracture repair and facial symmetry in rats treated with methotrexateSamantha Cristine Santos Xisto Braga Cavalcanti 12 September 2011 (has links)
O Metotrexato (MTX) é utilizado em altas doses no tratamento de neoplasias e em baixas doses como antiinflamatório. O objetivo deste estudo foi avaliar a reparação da fratura de côndilo mandibular e a simetria facial em ratos tratados com MTX. Foram utilizados 100 ratos, Wistar, machos que foram submetidos a procedimento cirúrgico utilizando modelo experimental de fratura de côndilo do lado direito. Os ratos foram distribuídos em quatro grupos e receberam os seguintes tratamentos: Controle - soro (um mL/semana); Dexametasona - dexametasona (0,15 mg/Kg); MTX Baixa dose - MTX (três mg/kg/semana); MTX Alta dose - MTX (30 mg/Kg). Os períodos de sacrifício foram de um dia, sete, 15, 30 e 90 dias de pós-operatório (n=cinco). O peso dos animais foi documentado. Foi realizada coleta de sangue para análise bioquímica de proteínas totais e fosfatase alcalina. Foi realizado exame radiográfico das cabeças em norma axial para análise cefalométrica. Foram realizadas mensurações lineares da maxila e mandíbula, bem como angulares do desvio mandibular. As amostras foram processadas histologicamente sendo obtidas lâminas com cortes no sentido coronal. Os dados quantitativos foram submetidos a análises estatísticas (=0,05). Os animais recuperaram peso ao longo do tempo, exceto no grupo MTX Alta dose. Os níveis séricos de proteínas totais mostraram aumento nos períodos iniciais e os de fosfatase alcalina queda nos períodos de formação do calo ósseo no tratamento com MTX. Houve redução no comprimento mandibular com alterações também na maxila e desvio progressivo da mandíbula em relação à base do crânio no grupo MTX Alta dose. A análise histológica revelou que houve reparo da fratura, pela formação de calo ósseo, e das estruturas da articulação sendo que no grupo MTX Alta dose ocorreu um retardo neste processo, havendo desvio do côndilo e em um espécime houve anquilose fibrosa. A histomorfometria revelou que a área de neoformação óssea foi menor no grupo MTX Alta dose. Foi concluído que o tratamento com MTX em alta dose teve efeito deletério na simetria facial de ratos submetidos à fratura do processo condilar e prejudicou a formação do calo ósseo e o reparo da articulação temporomandibular, com possível indução de anquilose fibrosa. / low doses as an antiinflammatory. The aim of this study was to evaluate the healing of the mandibular condyle fracture and facial symmetry in rats treated with MTX. 100 Wistar male rats undergone surgery using an experimental model of mandibular condyle fracture of the right side. The rats were distributed in four groups and received the following treatments: Control Saline (1 ml/week); Dexamethasone dexamethasone (0,15mg/kg); MTX Low dose MTX (3 mg/kg/week); MTX High dose MTX (30 mg/kg). Animals were sacrificed at one, seven, 15, 30 and 90 days postoperatively (n=5). Animals body weight were recorded. Blood has been taken to provide the biochemical analysis of total proteins and alkaline phosphatase. Radiographic axial exams from the heads were provided to cephalometric analysis. Linear measures of jaw and mandible, as well as angular measures of the mandibular deviation were done. The samples were histologically processed and coronal sections were obtained. Quantitative data were submitted to statistical analysis (=0,05). The animals regained body weight over the time, except in MTX High dose group. Total protein serum levels demonstrated the increase in initial periods and the alkaline phosphatase levels showed decrease in the periods of bone callus formation. There was reduction in the mandibular length and also changes in the jaw and progressive deviation in the mandible in relation to the skull basis in the MTX High dose group. The histological analysis revealed that there were repair of the bone and temporomandibular joint although in the MTX High dose group there was a delay in this process, in wich there was deviation of the condyle and one specimen was fibrous ankylosis. Histomorphometry revealed that the new bone formation area was lower in MTX High dose group. It was concluded that treatment with high dose MTX had a deleterious effect on facial symmetry of rats submitted to fracture of the condylar process and damaged the bone callus formation and repair of the temporomandibular joint, with possible induction of fibrous ankylosis.
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Aloenxertos ósseos e enxerto sintético de hidroxiapatita em falha óssea ulnar em galinhas (Gallus gallus domesticus)Schmitt, Bernardo January 2018 (has links)
A utilização de enxertos ósseos vem aumentando bastante em pequenos animais, entretanto, em aves esta utilização é menor devido à dificuldade de conseguir autoenxerto em quantidades adequadas. Sendo assim, o objetivo do projeto foi avaliar três tipos de enxertos em aves. Foram utilizadas 30 galinhas separadas em três grupos: grupo aloenxerto congelado em ultrafreezer (GUF) por duas semanas; grupo aloenxerto congelado em nitrogênio líquido (GNL) e grupo enxerto sintético de hidroxiapatita deficiente em cálcio (GHA). Os enxertos foram aplicados em defeito ósseo de aproximadamente 20mm na ulna das aves e fixados ao leito receptor com uma placa e quatro parafusos bloqueados. Os animais foram acompanhados por meio de avaliação clínica, radiográfica, histológica e biomecânica. A consolidação radiográfica ocorreu em 90% nos animais do GNL, 70% nos do GUF e 60% nos do GHA, com média de 47,14±13,50 dias no GUF, 61,67±21,79 dias no GNL e aos 70±18,17 dias no GHA, havendo diferença significativa entre o GUF e GHA. Histologicamente os enxertos do GUF apresentavam-se em processo de consolidação mais avançada, com remodelação óssea e a presença de osteoclastos. Na avaliação clínica todas as ulnas operadas tinham estabilidade, sem sinal de inflamação/contaminação, articulações preservadas, sem dor e sem desvios angulares graves na asa. Na análise biomecânica houve diferença significativa (p<0,05) entre o GNL e o GHA na resistência, já na avaliação de flexão máxima, observou-se diferença estatística entre o GHA e o GNL e entre o GHA e o GUF. Sendo assim, é possível concluir que os três enxertos testados podem ser utilizados em defeitos ósseos em aves, mas o melhor deles foi o GNL por apresentar mais vantagens na preparação, confecção, aplicação dos enxertos e resistência biomecânica, com maior taxa de consolidação óssea. / The use of bone grafts is increasing considerably in small animals, however, in poultry this use is less due to the difficulty of obtaining autograft in adequate quantities. Therefore, the objective of the project was to test three types of grafts, evaluating their best results over a period of 90 days. For this purpose, 30 chickens were divided into three groups: frozen ultra freezer allograft group (UFG) for two weeks; allograft frozen in liquid nitrogen group (LNG) and synthetic grafts of calcium deficient hydroxyapatite group (HAG). Grafts were applied to a bone defect of approximately 20 mm in the ulna of birds, in all three groups the grafts were fixed to the recipient bed with plates blocked and 4 screws locked. The animals were followed up by serial radiographs, histological examination, clinical orthopedic evaluation and biomechanical flexion assay. Radiographic consolidation occurred in 90% of the LNG, 70% in the GUF and 60% in the GHA, mean of 47.14 ± 13.50 days without UFG, 61.67 ± 21.79 days non LNG and at 70 ± 18.17 days without HAG, with a significant difference between UFG and HAG. Histologically, UFG grafts were in a more advanced consolidation process, presenting bone remodeling with a presence of osteoclasts In the clinical review, all of them were operated with stability, with no sign of inflammation / contamination, preserved joints, no pain and no angular deviations, graves in the nail. In the biomechanics, there was a significant difference (p <0.05) between LNG and HAG in the resistance, already in the evaluation of maximum flexion, it was observed statistical difference not HAG with LNG and HAG with UFG grafts. Thus, it is possible to conclude that the three grafts tested are feasible to be used in bone loss in birds, where the LNG was superior because it presented more advantages in the preparation, preparation and application of the grafts, presenting a higher rate of bone consolidation.
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[en] NUMERICAL SIMULATION OF THE CRACK PROPAGATION PROCESS IN ROCK MATERIAL UNDER FLUIDMECHANIC COUPLING CONDITION / [pt] SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO PROCESSO DE PROPAGAÇÃO DE FRATURAS EM MATERIAIS ROCHOSOS EM CONDIÇÕES DE ACOPLAMENTO FLUIDOMECÂNICOLUIS ARNALDO MEJIA CAMONES 27 July 2016 (has links)
[pt] Esta pesquisa aborda o processo de fraturamento hidráulico ou processo
de propagação de fraturas em rocha através da injeção de um fluido sob pressão,
o que gera fissuras no material que se propagam de acordo com a quantidade
de fluido injetado. Esta técnica leva a um incremento da transmissividade
hidráulica da rocha e, como consequência, ocorre um incremento da produção
de óleo. Diversos trabalhos analíticos e numéricos têm sido propostos para
estudar o mecanismo de fratura, geralmente baseados em meios contínuos
ou através da utilização de elementos de interface em uma trajetória de propagação conhecida. Neste trabalho, a propagação de uma fratura é simulada
utilizando o modelo potencial PPR[72] através da sua implementação
extrínseca. Assim, os elementos coesivos de interface são inseridos na malha de
elementos finitos de forma adapativa para capturar o processo de fraturamento.
A pressão do fluido é simulada utilizando o modelo de lattice-Boltzmann[84].
Através de um processo interativo, os contornos da fratura, computados
utilizando o método dos elementos finitos, são transferidos para o modelo de
lattice-Boltzmann como uma condição de contorno. Assim, a força que o fluido
exerce nestes contornos, gerada pela injeção do fluido, pode ser calculada. Estas
forças são utilizadas no modelo de elementos finitos como uma força externa
aplicada nas faces da fratura. A nova posição das faces da fratura é calculada e
transferida novamente para o modelo de lattice-Boltzmann como condição de
contorno. Este processo interativo fluido-estrutura permite modelar o processo
de fraturamento hidráulico em trajetórias de propagação irregulares. / [en] This research addresses hydraulic fracturing or hydro-fracking, i.e. fracture
propagation process in rocks through the injection of a fluid under pressure,
which generates cracks in the rock that propagate according to the
amount of fluid injected. This technique leads to an increase of the hydraulic
transmissivity of the rock mass and, consequently, improves oil production.
Several analytical and numerical models have been proposed to study this
fracture mechanism, generally based in continuum mechanics or using interface
elements through a known propagation path. In this work, the crack propagation
is simulated using the PPR potential-based cohesive zone model[72] by
means of an extrinsic implementation. Thus, interface cohesive elements are
adaptively inserted in the mesh to capture the softening fracture process. The
fluid pressure is simulated using the lattice Boltzmann model[84] through an
iterative procedure. The boundaries of the crack, computed using the finite
element method, are transferred to the lattice Bolztmann model as boundary
conditions, where the fluid pressure (or fluid forces) applied on these boundaries,
caused by the fluid injected, can be calculated. These forces are then
used in the finite element model as external forces applied on the faces of
the crack. The new position of the crack faces is then calculated and transferred
to the lattice-Boltzmann model to update the boundary conditions.
This feedback-loop for fluid-structure interaction allows modeling of hydraulic
fracturing processes for irregular path propagation.
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Ocorrência de traumatismo raquidiano em doentes em coma decorrente de traumatismo cranioencefálico / Spine injuries in patents presenting coma due to head injuryRosi Junior, Jefferson 05 April 2012 (has links)
Foi realizado estudo prospectivo com o objetivo de se determinar a ocorrência de traumatismo raquidiano (TR) em 355 doentes em coma decorrente de traumatismo cranioencefálico (TCE) resultante de acidente de tráfego atendidos no Pronto Socorro de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (PSNCHCFMUSP) de 1° de setembro de 2003 a 31 de dezembro de 2009. Todos os doentes foram submetidos ao exame físico e neurológico e à tomografia computadorizada (TC) do corpo inteiro para diagnosticar-se e avaliar-se a gravidade das lesões traumáticas encefálicas, vertebrais ou de outras regiões no momento da admissão ao PSNCHCFMUSP. Em 69 (19,4%) doentes, foi(ram) diagnosticada(s) lesão(ões) na coluna vertebral com o exame de TC da coluna vertebral. As idades dos doentes variaram de 12 a 55 anos (média de 29,0 anos). Eram do sexo masculino 57 (82,6%) doentes. As causas do(s) traumatismo(s) foi(ram) acidente(s) envolvendo motocicleta em 28 (40,6%) casos, atropelamento em 21 (30,5%), colisão de automóvel, caminhão ou caminhonete, em 18 (26,1%) ou acidente com bicicleta em dois (2,9%). Hemorragia subaracnóidea traumática foi a anormalidade intracraniana traumática mais evidenciada no exame de TC do crânio; ocorreu em 57 (82,6%). O(s) processo(s) transverso(s) foi(ram) o(s) segmento(s) vertebral(is) mais acometido(s) pela(s) fratura(s). A sétima vértebra cervical foi a mais lesada; nela identificaram-se fraturas em 24 (34,8%) doentes. Evidenciou-se que a distribuição das fraturas foi similar ao longo das demais vértebras da coluna cervical, quatro primeiras vértebras torácicas e vértebras lombares. Em oito (11,6%) doentes a(s) lesão(ões) neurológica(s) foi(ram) classificada(s) como Frankel A, e nos demais 61(88,4%), como Frankel não-A. Houve necessidade de cirurgia espinal em 24 (34,8%) doentes e de neurocirurgia craniana em 18 (26,0%) doentes. A Escala de Recuperação de Glasgow foi aplicada para avaliar-se as condições neurológicas do doente no momento da alta hospitalar e revelou ocorrência de óbito em dois (2,9%) doentes. Concluiuse que é recomendada a avaliação clínica e também com métodos de imagem da coluna vertebral nos doentes em coma decorrente de TCE / The author presents a prospective study aiming the evaluation of coexistence of spinal injury (SI) in 355 patients presenting coma due to craniocerebral trauma assisted at the Emergency Room of the Hospital das Clínicas of the University of São Paulo Medical School, from September, 1st, 2003 to december, 31th,2009. All patients underwent physical and neurological examination and had computed tomography (CT) scanning of the entire body to diagnose and evaluate the severity of brain and spinal injury at the time of admission. Traumatic lesions of the spine were diagnosed in 69 (19.4%) patients. The ages of patients ranged from 12 to 55 years (mean = 29,0 years).The SI predominated in males, corresponding to 57 (82.6%) patients. The causes of the trauma were motorcycle accident in 28 (40.6%) cases, running over in 21(30.5%), car collision 18 (26.1%) cases and bicycle accident in two (2.9%). Traumatic subarachnoid hemorrhage was the most common traumatic intracranial abnormality in the CT images; it was identified in 57 (82.6%) patients. The transverse process was the most common vertebral part presenting fracture(s). The 7th cervical vertebra was individually the most commonly affected; traumatic lesion of this vertebra presented in 24 (34.8%) patients. The diagnosis of fracture(s) was similar in the other cervical vertebrae and occurred also in the first four thoracic and in the lumbar vertebrae. Severe neurological deficit secondary to spine fracture was diagnosed in eight (11.6%) patients, classified as Frankel A. The others 61(88.4%) patients did not present complete spinal cord or spinal roots neurological deficits were classified as Frankel non A. The Recovery Scale of Glasgow was used to evaluate the neurological status at discharge from hospital. Two (2.9%) patients died. Spinal surgery was necessary in 24 (34.8%) patients and cranial surgery in 18 (26.0%). It was concluded that in addition to clinical evaluation, the CT imaging of the spine is recommended in patients in coma due to mechanical traumatic head injury
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Osteomielite por bacilos Gram-negativos: estudo comparativo das características clínico-microbiológicas e fatores de risco com as infecções por Staphylococcus aureus / Gram-negative bacilli osteomyelitis: comparative study of clinical-microbiological features and risk factors with Staphylococcus aureus infectionsCarvalho, Vladimir Cordeiro de 18 June 2013 (has links)
INTRODUÇÃO: As infecções osteoarticulares permanecem como um grande desafio para os profissionais de saúde envolvidos no seu manejo, a despeito do sucesso obtido com a introdução dos antimicrobianos para o tratamento das doenças infectocontagiosas no final da década de 1930. O Staphylococcus aureus (S. aureus) é o agente mais frequentemente encontrado nestas infecções e também é o agente mais estudado, porém possuímos poucas informações disponíveis na literatura médica a respeito das osteomielites por bacilos Gram-negativos (BGN). OBJETIVOS: A caracterização clínica e microbiológica dos episódios de osteomielite causadas por bacilos Gram-negativos. A determinação das diferenças evolutivas e dos fatores de risco para a ocorrência de osteomielite por bacilos Gram-negativos, quando comparadas à osteomielite causada por S. aureus. MÉTODOS: Análise retrospectiva dos casos de osteomielite causadas por bacilos Gram-negativos atendidos no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no período de janeiro de 2007 a janeiro de 2009. Apenas amostras de osso ou aspirado de canal medular foram consideradas válidas. RESULTADOS: Foram incluídos 89 pacientes no grupo S. aureus e 101 pacientes no grupo BGN. Os pacientes do grupo BGN eram predominantemente do sexo masculino (63%), com mediana de 42 anos de idade. Apresentaram-se com osteomielite crônica (43%) e osteomielite aguda associada à fratura exposta (32%), nos membros inferiores (71%), cuja principal sintomatologia inicial foi a fistulização (69%). Quando comparado ao grupo S. aureus, o grupo BGN estava estatisticamente associado com o antecedente de fratura exposta (35% vs. 18%; p=0,0064), apresentando ainda um maior tempo de internação hospitalar (mediana 41 vs. 24 dias; p=0,0114), maior tempo para a obtenção da primeira cultura positiva (mediana 10 vs. 6,5 dias; p=0,0042), antibioticoterapia mais prolongada (mediana 40 vs. 24 dias; p=0,0329), maior número de procedimentos cirúrgicos (média 3,41 vs. 2,47; p=0,0173) e maior uso de reparo do revestimento cutâneo (31% vs. 9%; p=0,0005). O grupo S. aureus estava estatisticamente associado com as osteomielites da coluna vertebral (23,6% vs. 6,9%; p=0,0008). Foram isolados 121 agentes Gram-negativos de 101 amostras clínicas e os agentes mais frequentes foram Enterobacter spp. (24,7%), Acinetobacter baumannii (21,4%), Pseudomonas aeruginosa (19,8%) e Klebsiella pneumoniae (8,2%). CONCLUSÕES: Os 101 pacientes portadores de osteomielite por BGN eram na sua maioria jovens, do sexo masculino, vítimas de traumas nos membros inferiores e que desenvolveram osteomielite aguda e crônica associadas a fraturas expostas. Os pacientes do grupo BGN necessitaram de um número maior de procedimentos cirúrgicos, maior uso de reparo do revestimento cutâneo, permaneceram internados por mais tempo, necessitaram de um número de dias maior para o isolamento do agente infeccioso e utilizaram antibioticoterapia mais prolongada, quando comparados aos pacientes do grupo S. aureus. O antecedente de fratura exposta foi o principal fator de risco para o desenvolvimento de osteomielite por um BGN, quando comparado ao grupo S. aureus / INTRODUCTION: Bone and joint infection remains a serious therapeutic challenge, despite the high success rate observed with antibiotic therapy in most bacterial disease since the end of 1930 decade. Staphylococcus aureus (S. aureus) is the most studied and the most frequently isolated pathogen, but there is insufficient information in medical literature regarding Gram- negative bacilli (GNB) osteomyelitis. OBJECTIVES: Describe clinical and microbiological characteristics of Gram-negative bacilli osteomyelitis. Establish evolving differences and risk factors for the occurrence of GNB osteomyelitis, compared to S. aureus osteomyelitis. METHODS: Retrospective analysis of all patients with GNB osteomyelitis treated at Institute of Orthopedics and Traumatology, Hospital das Clínicas - School of Medicine, Universidade de São Paulo from january 2007 to january 2009. Only bone or bone marrow aspirate samples were included. RESULTS: 89 patients were included in S. aureus group and 101 patients were included in GNB group. Patients in GNB group were mostly male (63%), with median age of 42 years. At presentation, they had chronic osteomyelitis (43%) and acute open-fracture associated osteomyelitis (32%), in the lower limbs (71%), with a discharging sinus as the main clinical sign (69%). When compared to S. aureus group, GNB group was statistically associated with a previous history of open-fracture (35% vs. 18%; p=0.0064), showed a longer length of hospital stay (median 41 vs. 24 days; p=0.0114), a higher number of days to isolate the infective bacteria (median 10 vs. 6,5 days; p=0.0042), a longer use of antibiotics (median 40 vs. 24 days; p=0.0329), a higher number of surgical procedures (mean 3,41 vs. 2,47; p=0.0173) and a higher rate of soft- tissue reconstruction (31% vs. 9%; p=0.0005). S. aureus group was statistically associated with spine osteomyelitis (23,6% vs. 6.9%; p=0.0008). 121 Gram-negative pathogens were isolated from 101 clinical samples and the most frequent agents were Enterobacter spp. (24.7%), Acinetobacter baumannii (21.4%), Pseudomonas aeruginosa (19.8%) and Klebsiella pneumoniae (8.2%). CONCLUSIONS: Patients with GNB osteomyelitis were mainly young, male, with lower limb trauma and developed chronic and open- fracture associated osteomyelitis. Patients in GNB group had a higher number of surgical procedures, a higher rate of soft-tissue reconstruction, a longer length of hospitalization, a longer time to isolate the infective bacteria and a prolonged use of antibiotics, when compared to patients in S. aureus group. A previous history of open-fracture was the main risk factor to development of GNB osteomyelitis, compared to S. aureus group
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"Efeitos da fratura de côndilo mandibular no crescimento da maxila e mandíbula: estudo experimental em ratos" / Effect of fracture of the mandibular condyle on growth of maxila and mandible: an experimental study in ratsTeixeira, Vanessa Castelo Branco 18 October 2004 (has links)
O presente estudo analisou os efeitos da fratura de côndilo unilateral, no período de crescimento. Para tanto, foram utilizados 50 ratos jovens, linhagem Wistar, com peso até 100g. Sob anestesia geral foi realizada no grupo experimental fratura do processo condilar no lado direito com desvio e no grupo controle-operado, foi feito apenas acesso cirúrgico ao côndilo. O sacrifício dos animais foi feito aos três meses de idade. A mandíbula foi desarticulada sendo obtidas as incidências radiográficas axial do crânio seco e lateral das hemi-mandíbulas. Foram feitas mensurações cefalométricas por meio de um sistema de computador. Foram aplicados os testes estatísticos t" de Student entre os grupos e teste t" de Student para dados pareados entre os lados, dentro de cada grupo.Houve diferença significante entre os grupos para o lado direito no comprimento das porções anterior (p=0,001) e posterior (0,017) da maxila e altura do ramo mandibular (p=0,001). Houve diferença significante entre os lados para o comprimento da mandíbula (p<0,001) e altura do ramo mandibular (p<0,001), nos grupos experimental e controle-operado. Houve diferença significante para a altura do corpo mandibular (p=0.001) e para o comprimento das porções anterior (p=0,002) e posterior (p=0,001) da maxila apenas no grupo experimental. Os resultados obtidos permitiram concluir que uma fratura de côndilo mandibular experimental durante o período de crescimento em ratos levou a uma assimetria da mandíbula na altura do corpo mandibular, com conseqüências também para a maxila. / The present study analyzed the effects of the condyle fracture were analyzed in the growing period in this study. Fifty young Wistar rats weighting 100g were used. Under general anestesia fracture of the condilar process on the right side with deviation was performed in the experimental group, while only the made surgical access was performed in the sham-operated group. The animals were sacrifized with three months of age. The mandible was disarticulated, and radiographic projections axial of dried skull and lateral of the hemimandible were obtained. Cephalometric mensurations through a computer system were made. Statistical tests "t" of Student between the groups and paired test "t" of Student among the sides, inside of each group were applied. There was a significant different among the groups to the right side in the length of the anterior portion (p=0,001) and posterior (0,017) of the maxilla and height of the mandibular ramus (p=0,001). There was significant difference among the sides for the length of the mandible (p <0,001) and height of the mandibular ramus (p<0,001), in the height of the body mandibular (p=0.001) and for the length of the anterior portions (p=0,002) and posterior (p=0,001) of the maxilla just in the experimental group. The obtained results allowed to conclude that a experimental fracture of mandibular condyle during the growing period in rats induced an asymmetry of the mandible in the height of the mandibular body, with also consequences to the maxilla.
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Incidência e fatores associados à ocorrência de infecção de sítio cirúrgico nas fraturas diafisárias do fêmur e da tíbia tratadas com haste intramedular: estudo prospectivo / Incidence and factors associated with the occurrence of surgical site infection in femoral and tibial diaphyseal fractures treated with intramedullary nailing: prospective studyOliveira, Priscila Rosalba Domingos de 27 June 2018 (has links)
INTRODUÇÃO: As fraturas diafisárias do fêmur e da tíbia encontram-se em destaque devido a sua elevada incidência e alto impacto econômico e social. A osteossíntese com uso da haste intramedular (HIM) é o procedimento cirúrgico de escolha. A infecção de sítio cirúrgico (ISC) relacionada a HIM é considerada uma complicação grave e de difícil tratamento. OBJETIVOS: 1. Determinar a incidência de ISC após a implantação de HIM para fixação de fraturas diafisárias de fêmur e tíbia. 2. Avaliar os possíveis fatores associados. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional do tipo coorte. Para definição de ISC, foram utilizados os critérios do CDC-NHSN. A incidência de ISC foi calculada como a relação entre o número de pacientes com ISC em relação ao número total de pacientes. Para avaliação dos potenciais fatores associados, foram analisados aqueles relacionados aos pacientes (idade, gênero, índice de massa corpórea, presença de focos ativos de infecção à distância, presença condições imunossupressoras, avaliação de estado físico segundo escore ASA, etilismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas, politrauma, etiologia do trauma, tipo de fratura quanto à exposição óssea, classificação da fratura segundo Müller AO, classificação segundo Tcherne para as fraturas fechadas, classificação segundo Gustilo-Anderson para as fraturas expostas, permanência em outro serviço de saúde, uso prévio de fixador externo, antecedente de manipulação cirúrgica na topografia da fratura, uso de hemoderivados); dos fatores relacionados ao ambiente cirúrgico e ao ato operatório (classificação da ferida quanto ao potencial de contaminação, duração da cirurgia, tricotomia, possível contaminação intraoperatória, uso de antimicrobianos relacionados ao procedimento cirúrgico, uso de drenos, ocorrência de hipotermia ou hipóxia no período perioperatório, tipo de HIM utilizada, fresagem, necessidade de necessidade de reparo do revestimento cutâneo associado à topografia da fratura, uso de terapia por pressão negativa) e dos fatores relacionados à microbiota (colonização por S. aureus ou A. baumannii). RESULTADOS: 221 pacientes foram incluídos e completaram o período de 12 meses de seguimento. A incidência de ISC associada à osteossíntese com HIM foi de 11,8%. Na análise inicial por regressão logística não ajustada, os seguintes fatores apresentaram associação com ISC: etiologia do trauma relacionada a acidentes de carro e bicicleta, classificação Müller AO do traço da fratura 2 ou 3, uso prévio de fixador externo, cirurgias com maiores tempos de duração, uso de drenos, uso de terapia por pressão negativa e necessidade de reparo do revestimento cutâneo na topografia da fratura. Na análise ajustada por regressão logística múltipla, contudo, apenas o uso prévio de fixador externo e a necessidade de reparo do revestimento cutâneo mantiveram-se associados à ocorrência de ISC. CONCLUSÕES: A incidência de ISC associada à fixação de fraturas diafisárias de fêmur e tíbia com HIM foi de 11,8%. O uso prévio de fixadores externos e a necessidade de reparo do revestimento cutâneo na topografia da fratura foram fatores associados à ocorrência de infecção / BACKGROUND: Diaphyseal fractures of femur and tibia are prominent due to its high incidence and high economic and social impact. Intramedullary nailing (IN) is the surgical procedure of choice. Surgical site infection (SSI) related to this procedure is considered a difficult to treat complication. OBJECTIVES: Determine the incidence of SSI after IM in femoral and tibial diaphyseal fractures and evaluate possible risk factors. METHODS: Prospective observational cohort study. SSI was defined according to CDC-NHSN criteria. Incidence of SSI was calculated as the ratio between the number of patients with SSI and total number of patients. Analysis of potential risk factors included patients-related factors (age, gender, body mass index, active foci of infection, immunosuppressive conditions, ASA score, alcohol or illicit drug abuse, smoking, polytrauma, etiology of fracture, type of fracture if closed or open, classification of fracture according to Müller AO, Tcherne classification for closed fractures, to Gustilo-Anderson classification for open fractures, previous surgical manipulation, use of blood products); environmental and surgical-related factors (surgical wound classification, duration of surgery, hair removal, intraoperative contamination, antimicrobial use, presence of drains, hypothermia or hypoxia in the perioperative period, type of IN used, reaming, need for muscle or skin flap repair, use of negative pressure therapy) and microbiotarelated factors (S. aureus and A. baumannii colonization). RESULTS: 221 patients were included and completed the 12-month follow-up period. Incidence of SSI was 11.8%. In the initial analysis by unadjusted logistic regression, following factors were associated SSI: trauma etiology related to car and bicycle accidents, Müller AO classification of the fracture morphology groups 2 or 3, previous use of external fixator, surgeries with larger length of time, presence of drains, use of negative pressure therapy and need for muscle or skin flap repair. In the multiple logistic regression-adjusted analysis, previous use of external fixator and need for muscle or skin flap repair remained associated with SSI. CONCLUSIONS: Incidence of SSI associated with IN for femoral and tibial diaphyseal fractures was 11.8%. Previous use of external fixators and need for muscle or skin flap repair were factors associated with occurrence of infection
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Análise histomorfométrica do colo femoral em pacientes com e sem fratura do colo do fêmur / Histomorphometric evaluation of the femoral neck in patients with or without femoral neck fracturesSouza, Caio Gonçalves de 12 June 2007 (has links)
Foi analisada a parte trabecular do colo do fêmur de 13 pacientes do sexo feminino, com idade acima dos 60 anos, com o método da histomorfometria óssea. Sete destas pacientes tiveram fratura do colo do fêmur. Todas foram submetidas a artroplastia do quadril. O exame de densitometria óssea não mostrou diferença significativa. Na espessura média das trabéculas não houve diferença significativa, porém o número de trabéculas foi menor e a separação entre elas foi maior no grupo com fraturas. / A histomorphometry evaluation of the trabecular part of the femoral neck was performed in 13 women over 60 years old submitted to hip arthroplasty. Seven of these patients had a femoral neck fracture. The bone mineral density showed no difference between both groups. The average thickness did not have significant between both groups, but the trabecular separation was higher and the number of trabecular bone was lower in the fracture group.
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Gordura visceral medida por DXA está associada com risco aumentado de fraturas não vertebrais em mulheres idosas não obesas: São Paulo Ageing e Health (SPAH) Study / Visceral fat measured by DXA is associated with increased risk of non-spine fractures in nonobese elderly women: São Paulo Ageing & Health (SPAH) StudyMachado, Luana Gerheim 06 October 2017 (has links)
Introdução: O papel protetor da obesidade sobre a saúde óssea tem sido questionado, uma vez que a gordura visceral apresenta um efeito deletério sobre o osso. No entanto, até o momento, não existem estudos que avaliaram a associação entre a gordura visceral medida por absorciometria por dupla energia de raios X (DXA) com o risco de fraturas. Objetivo: Investigar a associação entre gordura visceral medida por DXA e incidência de fraturas não vertebrais em mulheres idosas da comunidade. Métodos: Este estudo de coorte longitudinal prospectivo de base populacional avaliou 433 mulheres com 65 anos ou mais. Um questionário clínico, incluindo história pessoal de fratura não vertebral por fragilidade foi realizado na avaliação inicial e após um tempo médio de seguimento de 4,3 anos. Todas as fraturas incidentes durante este período foram confirmadas por radiografia da região afetada. O tecido adiposo visceral (VAT) foi medido na região androide por DXA de corpo total através de um software específico. Modelos de regressão logística foram utilizados para avaliar a associação entre gordura visceral e fraturas não vertebrais. Resultados: A média de idade era de 72,8 ± 4,7 anos e 28 fraturas não vertebrais osteoporóticas foram identificadas após um período médio de seguimento de 4,3 ± 0,8 anos. De acordo com a classificação de Lipschitz para o estado nutricional de idosos, 38,6% das mulheres eram não obesas (IMC <= 27 kg/m²) e 61,4% foram consideradas como sobrepeso/obesas (IMC > 27 kg/m²). Após o ajuste para idade, raça, fratura prévia e densidade mineral óssea (DMO), o VAT (massa, área e volume) teve uma associação significativa com a incidência de fraturas não vertebrais apenas em mulheres idosas não obesas (VAT massa: OR 1,42, IC 95% 1,09-1,85, p = 0,010; VAT área: OR 1,19, IC 95% 1,05-1,36, p = 0,008; VAT volume: OR 1,40, IC 95% 1,09-1,80, p = 0,009). Conclusão: Este estudo sugere um efeito negativo da adiposidade visceral sobre a saúde óssea em mulheres não obesas. / Introduction: The protective effect of obesity on bone health has been questioned because visceral fat has been demonstrated to have a deleterious effect on bone. However, to date, there have been no studies evaluating the association between visceral fat measured by dual-energy Xray absorptiometry (DXA) with fracture risk. Objective: The aim of this study was to investigate the association of visceral fat measured by DXA with the incidence of non-spine fractures in community-dwelling elderly women. Methods: This longitudinal prospective population-based cohort study evaluated 433 community-dwelling women aged 65 years or older. A clinical questionnaire, including personal history of a fragility fracture in non-spine osteoporotic sites, was administered at baseline and after an average of 4.3 years. All incidences of fragility fractures during the study period were confirmed by affected-site radiography. Visceral adipose tissue (VAT) was measured in the android region of a whole-body DXA scan through a specific software. Logistic regression models were used to estimate the relationship between visceral fat and non-spine fractures. Results: The mean age was 72.8 ± 4.7 years, and 28 incident non-spine osteoporotic fractures were identified after a mean follow-up time of 4.3 ± 0.8 years. According to the Lipschitz classification for nutritional status in the elderly, 38.6% of women were nonobese (BMI <= 27 kg/m²) and 61.4 % were obese/overweight (BMI > 27 kg/m²). After adjusting for age, race, previous fractures, and bone mineral density (BMD), VAT (mass, area, volume) had a significant association with the incidence of non-spine fractures only in nonobese elderly women (VAT mass: OR 1.42, 95 % CI 1.09-1.85, p = 0.010; VAT area: OR 1.19, 95 % CI 1.05-1.36, p = 0.008; VAT volume: OR 1.40, 95 % CI 1.09-1.80, p = 0.009). Conclusion: This study suggests a potential negative effect of visceral adiposity on bone health in nonobese women
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Ferros fundidos nodulares de alta resistência obtidos por tratamento térmico de têmpera e partição: microestrutura e comportamento mecânico. / High strength ductile iron obtained by quenching and partitioning heat treatment microstructure and mechanical behavior.Melado, André Caetano 06 April 2018 (has links)
A aplicação do novo conceito de tratamento térmico, chamado de têmpera e partição (Q&P), desenvolvido para a obtenção de aços da terceira geração da classe AHSS (Advanced high strengh steel ou aços avançados de alta resistência), mostra-se uma alternativa para o processamento de ferros fundidos nodulares com alta resistência mecânica. No processo Q&P, o carbono presente na martensita supersaturada, formada na etapa de têmpera, é utilizado para estabilizar a austenita não transformada durante a etapa de partição, mantendo-a estável na temperatura ambiente. Essa rota de tratamento térmico consiste em realizar uma têmpera no material (após uma etapa prévia de austenitização) numa faixa de temperatura entre o Ms e Mf (temperatura de início e fim da transformação martensítica, respectivamente), seguido de um reaquecimento e manutenção a uma temperatura acima do Ms (etapa isotérmica de partição) com o objetivo de que o carbono migre da martensita supersaturada para a austenita remanescente promovendo sua estabilização. Essa partição do carbono só é possível caso a precipitação da cementita seja suprimida, e isso é conseguido com a presença de elementos de liga, como o Si e/ou Al. Neste trabalho foi feito um estudo sobre as características microestruturais e mecânicas de um ferro fundido nodular (3,47%C; 2,47%Si; 0,2%Mn) submetido ao tratamento térmico de têmpera e partição, o qual foi denominado neste trabalho como, Q&PDI (Quenched and Partitioned Ductile Iron ou Ferro Fundido Nodular Temperado e Particionado). Para isso foi realizada uma austenitização plena nas amostras, a 880°C, por duas horas, seguida de uma têmpera em óleo pré-aquecido nas temperaturas de 140 e 170°C. A etapa de partição foi feita nas temperaturas de 300, 375 e 450°C, com intervalos de tempo variando de 5 a 120 minutos. A caracterização microestrutural foi realizada através de microscopia ótica, microscopia eletrônica de varredura e EBSD. A técnica de difração de raios-X foi empregada para quantificar a fração volumétrica e o teor de carbono na austenita retida. Ensaios de dilatometria, difração de raios-X \"in situ\" e nanoindentação foram empregados para auxiliar na análise das transformações de fases que ocorreram na etapa de partição, como a transformação bainítica e a precipitação de carbonetos de transição nas placas de martensita. A caracterização mecânica foi feita através de ensaios de tração, impacto, dureza, nanoindentação, tenacidade à fratura e resistência à fadiga. Ensaios de compressão auxiliaram na análise da transformação martensítica induzida por deformação. Os resultados obtidos mostraram que é possível obter ferros fundidos nodulares com alta resistência mecânica (limite de resistência >1450 MPa), com consideráveis ductilidade (de até 9%) e energia absorvida sob impacto (de até 81 J), bem como tenacidades à fratura de 55 MPa.m1/2 e limites de fadiga de 550 MPa. Este comportamento é proporcionado por uma microestrutura singular, constituída por uma dispersão homogênea de placas de martensita numa matriz de ausferrita bastante refinada, com consideráveis frações volumétricas de austenita retida (max. 23%). / Quenching and partitioning (Q & P), a new heat treatment concept developed to obtain third generation AHSS (Advanced High Strength Steel), is an alternative for processing of nodular cast irons in order to obtain high mechanical strength. In the Q & P process, the carbon present in the supersaturated martensite formed in the quenching step diffuses towards the untransformed austenite during the partition step, keeping it stable at room temperature. This heat treatment route consists of quenching the material (after a previous step of austenitization) in a temperature range between Ms and Mf (beginning and end temperature of the martensitic transformation, respectively), followed by reheating and maintenance at a temperature above the Ms (isothermal stage of partition) allowing the carbon to migrate from the supersaturated martensite to the remaining austenite, promoting its stabilization. This partition of carbon is only possible if precipitation of cementite is suppressed; this is achieved adding alloying elements such as Si and/or Al. In this work a study was made on the microstructural and mechanical characteristics of a ductile iron (3.47%C; 2.47%Si; 0.2%Mn), submitted to a Q&P heat treatment, in this work named Q & PDI (Quenched and Partitioned Ductile Iron). A full sample austenitization was carried out at 880 ° C for two hours, followed by a pre-heated oil quanching at temperatures of 140 and 170 ° C. The partitioning step was at temperatures of 300, 375 and 450Â ° C, with time intervals ranging from 5 to 120 minutes. Microstructural characterization was performed through optical microscopy, scanning electron microscopy and EBSD. The X-ray diffraction technique was used to quantify the volumetric fraction and the carbon content in the retained austenite. Dilatometry, X-ray diffraction \"in situ\" and nanoindentation were also used to aid in the analysis of the phase transformations that occurred in the partitioning stage, such as the bainitic transformation and the precipitation of transition carbides in the martensite plates. Mechanical characterization was performed through tensile, impact, hardness, nanoindentation, fracture toughness and fatigue strength tests. Compression tests aided in the analysis of the deformation induced martensitic transformation. The results showed that it is possible to obtain nodular cast irons with high mechanical strength (resistance limit> 1450 MPa), with considerable ductility (up to 9%) and energy absorbed under impact (up to 81 J), as well as fracture toughness of 55 MPa.m -1 / 2 and fatigue limits of 550 Mpa. This behavior is provided by a unique microstructure, consisting of a homogeneous dispersion of martensite plates in a very refined ausferrite matrix, with considerable volumetric fractions of retained austenite (max. 23%).
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