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Das ortopedias (cali)gráficas : um estudo sobre modos de disiciplinamento e normalização da escritaCamini, Patrícia January 2010 (has links)
Esta pesquisa procura investigar as regras que dão contornos à caligrafia que chega às escolas brasileiras hoje por meio de livros didáticos. Para analisar essas regras, foi necessário um olhar genealógico, buscando conexões com as condições de possibilidade que permitiram a enunciação, a circulação e o caráter de verdade dos discursos que hoje constituem a caligrafia que ganha visibilidade na arquitetura montada nos livros didáticos; uma arquitetura que, como discutirei, opera para fabricar escritas legíveis e ágeis, agora não mais necessariamente belas, como por muito tempo a escola brasileira primou. O estudo analisa quatro coleções de livros de caligrafia, de grande vendagem no Brasil, recomendados para uso nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Totalizando dezenove volumes, as quatro coleções escolhidas para análise são: da editora Ática, Assim se aprende caligrafia; da editora Scipione, Marcha criança e Ziguezague; e da editora FTD, No capricho. Como referencial teórico, utilizo contribuições dos estudos de Michel Foucault e de outros autores pós-estruturalistas, no que se refere a possibilitar a análise dos discursos e a examinar os mecanismos que operam a normalização das escritas infantis por meio da caligrafia escolar. Conceitos como discurso, enunciado, saber, poder, normalização, estratégia e tática foram especialmente úteis ao trabalho. A pesquisa destacou três grandes táticas em movimento nos materiais analisados: 1) o funcionamento maciço de regras fornecidas pela psicomotricidade para conduzir a organização dos exercícios caligráficos; 2) a disposição em séries de complexidade crescente dos exercícios, partindo de unidades menores, como a letra, até a solicitação regular de cópias de textos em fonte cursiva; e 3) o jogo discursivo que envolve brincadeira, infância e caligrafia com vistas a interessar as crianças ao trabalho estético sobre suas escritas. Olhar para as táticas significou examinar como o poder se exerce sobre os sujeitos infantis em relação à produção de padrões estéticos de escrita. E o que fiz foi colocar em evidência determinadas operações que pretendem fazer com que a criança governe seus próprios traçados na escrita, por meio da aparelhagem fornecida pelos livros de caligrafia. / The present study aims to investigate the rules that give shape to the handwriting that is delivered to Brazilian schools through handwriting textbooks. In order to analyze such rules, I have cast a genealogical view while searching for connections to the conditions of possibility that allowed the enunciation, the circulation and the character of truth in the discourses that have construed the handwriting that gains visibility in the architecture created for the textbooks; this architecture, as will be discussed in this study, operates for the production of legible and speedy handwriting, which no longer has to be necessarily beautiful or decorative, as it had been advocated by the Brazilian school for a long time. This study analyzes four collections of handwriting textbooks that are highly popular in Brazil, and that are recommended for teaching in the first grades of Elementary School. These collections comprehend a total of nineteen volumes and are as follows: by Ática Publishers: Assim se aprende caligrafia; by Scipione Publishers: Marcha criança and Ziguezague; and by FTD Publishers: No capricho. As theoretical references, I have relied on the contribution from Michel Foucault‟s studies, as well as from other post-structuralist writers, with regard to the enabling of discourse analysis and the examination of the mechanisms that operate the normalization of children writings through school handwriting. Concepts such as discourse, statement, knowledge, power, normalization, strategy, and tactics have been especially useful for this study. The research has highlighted three major moving tactics in the material under analysis: 1) the massive functioning of the rules dictated by psychomotricity to guide the organization of handwriting exercises; 2) the disposition of exercises in series of rising complexity levels, starting from smaller units, like letters, up to the regular demand of copying texts using cursive handwriting; and 3) the discursive game that engages playing, childhood and handwriting aiming at getting the children interested in the aesthetic work applied to their handwriting. Looking into such tactics has meant investigating how power operates upon child subjects regarding the production of aesthetic writing patterns. In this sense, the contribution of this work is to highlight some operations that are intended to allow the children to self-govern their own handwriting, through the means supplied by handwriting textbooks.
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Educação infantil : práticas escolares e o disciplinamento dos corposCarvalho, Rodrigo Saballa de January 2005 (has links)
Esta Dissertação, a partir da linha de pesquisa dos Estudos Culturais em Educação e das contribuições dos Estudos desenvolvidos por Michel Foucault, procura discutir e problematizar as práticas escolares e o disciplinamento dos corpos no interior de uma Escola Municipal de Educação Infantil. Nessa perspectiva, tal empreendimento analítico, à medida que considera os indivíduos escolares (crianças e adultos) sendo engendrados pela ação do poder disciplinar, possibilita a tematização das práticas escolares e sua produtividade enquanto instâncias disciplinares, exercitando (na medida do possível) a compreensão das relações de poder, dos movimentos de resistência e da pluralidade dos sujeitos que (re)significam o espaço escolar. A prática escolar da seleção de alunos/as e organização das turmas, composta por entrevistas e testes de desenho é entendida como uma prática de exame, cujo intuito principal é o de conhecer a criança (escolar) no detalhe para, assim, melhor governá-la. Desse modo, a referida prática enquanto tecnologia disciplinar implicada na normalização dos indivíduos registra, distribui, classifica, categoriza e introduz os mesmos em um sistema de objetivação que localiza, singulariza e visualiza cada um em suas características. As práticas escolares do cotidiano são consideradas, na pesquisa, os momentos (diários) de alimentação (o horário destinado às refeições), os momentos de descanso (o horário após o almoço em que as crianças devem dormir) e os momentos de brincadeira “livre”. Desse modo, tais práticas, por serem realizadas diariamente, passam a ser vistas de forma “natural”, como parte (fundamental) do cotidiano escolar, sendo que, muitas vezes, o uso que é feito da normatização do tempo e do espaço em tais momentos estão voltados para “homogeneização” das condutas a partir de uma lógica disciplinar que (entre outros aspectos) se baseia em valores entendidos como “universais” e “necessários”, inscrevendo em cada corpo uma dada forma de se ver, de se narrar, de se expressar, de se relacionar consigo e com os outros, designando uma posição de sujeito que é atribuída como própria. A prática escolar dos rituais comemorativos é entendida, na pesquisa, como o conjunto de festas que fazem parte do calendário escolar e são realizadas na instituição. Tais comemorações têm ocorrência mensal, relacionam-se (diretamente) com as propostas desenvolvidas em sala de aula, realizam-se com a participação de todas as turmas da escola e funcionam através de um conjunto de procedimentos peculiares que se repetem a cada evento. Durante a realização de tais rituais, (principalmente) as crianças são vistas e vigiadas, no intuito de que se tornem disciplinadas, sem precisar mais da figura do soberano ou do pastor para se determinarem, controlarem e justificarem suas escolhas, ações e intenções. Nesse sentido, é relevante mencionar, também, que elas passam a se constituir como disciplinadas ou não, a partir das relações que são estabelecidas com os indivíduos envolvidos em tal prática escolar (professoras, educadoras, funcionárias, equipe diretiva, etc.), agindo sobre si mesmas, submetendo-se ou resistindo às estratégias disciplinares que atuam em tal contexto. Sendo assim, ao apresentar e discutir tais práticas escolares no decorrer da Dissertação, não estão sendo apontadas alternativas de mudança para as propostas que vêm sendo desenvolvidas na Escola de Educação Infantil (pesquisada), mas considerações que possibilitem refletir, discutir e “desestabilizar” o que tem sido considerado, muitas vezes, de forma “natural” e indelével ao âmbito institucional. Dessa forma, talvez seja possível compreender (ao menos minimamente) as lógicas que disciplinam e constituem professores/as, alunos/as, pais/mães, enquanto sujeitos (envolvidos) em redes de relações de poder.
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Retornar ao sentido de Freud : uma estratégia de teorização em Jacques LacanBraga, Maria Carolina da Costa 04 March 2015 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2015. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2015-10-09T21:24:03Z
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2015_MariaCarolinadaCostaBraga.pdf: 398309 bytes, checksum: f59036dbd0203334078c3d3067ea04f5 (MD5) / Esta dissertação trata sobre a noção de retorno a Freud na obra de Jacques Lacan. Nosso objetivo central foi pesquisar acerca do significado desse movimento teórico por ele nomeado de retorno a Freud, no intuito de averiguar em que medida seria possível conferir-lhe um estatuto propriamente conceitual. Neste sentido, consideramos que mais do que uma mera contenda política, esta operação empreendida por Lacan parece apontar para algo que é próprio do campo psicanalítico, pois recoloca em vigor o caráter produtivo da impossibilidade de se abordar o objeto sem ser por ele radicalmente afetado. A definição de que o sentido deste retorno a Freud é o retorno ao sentido de Freud aponta para uma estratégia de teorização que se estabelece no esforço de tomar a obra freudiana no ponto preciso em que ela nos interroga e, desse modo, fazer jus a seu sentido. A chave de leitura para compreender em que consiste esse dispositivo foi o conceito de retorno a definido pelo filósofo francês Michel Foucault, a partir da discussão acerca da noção de autor em sua conferência O que é um autor?. O recurso à filosofia se justifica pelo entendimento de que ela fornece aqui de elementos essenciais para a reflexão acerca do modo como esse aspecto da experiência intelectual de Lacan pode ser pensado enquanto estratégia discursiva. Além disso, foram abordados aspectos gerais do percurso teórico de Lacan, com ênfase no modo como seu pensamento é elaborado no próprio caminho de inserção no campo psicanalítico. E por fim, considerando o retorno a Freud como um dispositivo discursivo utilizado pelo próprio Lacan, foram analisadas as caracterizações mais relevantes que o próprio autor fornece da estratégia em questão. Não houve a pretensão de apresentar uma análise exaustiva visando dar conta da totalidade de tais caracterizações, mas sim de verificar em que medida as definições trazidas por Lacan situam o retorno a Freud como um dispositivo discursivo que se refere a um método de abordagem da obra freudiana. ______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / This dissertation deals with the notion of return to Freud in the work of Jacques Lacan. Our main purpose was to investigate the meaning of the theoretical movement that Lacan called as return to Freud, in order to assess to what extent it would be possible to give it a proper conceptual status. In this sense, it is assumed that more than a mere political strife, the operation undertaken by Lacan seems to point to something that is proper to the psychoanalytical field, since it puts back in place the productive character of the impossibility of approaching the object without being radically affected by it. The definition according to which the sense of this return to Freud is the return to the sense of Freud points to a strategy of theorization that is established as an effort to take Freud's work in the precise point in which it interrogates us, and thus to do justice to its sense. The key to understand what constitutes this device was the concept of return to set by the French philosopher Michel Foucault, which is presented in the discussion about the notion of author in the lecture What is an author?. Such use of philosophy is justified by the understanding that it provides here of essential elements for the reflection about how this aspect of the intellectual experience of Lacan can be thought of as a discursive strategy. In addition, general aspects of the theoretical trajectory of Lacan were addressed, with emphasis on how his thinking is forged during his own way of insertion into the psychoanalytical field. Finally, considering the return to Freud as a discursive device used by Lacan, we analyzed the most relevant characterizations that the author himself provides concerning the strategy in question. There was no claim to present an exhaustive analysis in order to account for all of these characterizations, but to assess to what extent the definitions brought by Lacan point the return to Freud as a discursive device that refers to a specific method of approaching the Freudian oeuvre.
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A artilharia antifenomenológica n'as palavras e as coisas de Michel FoucaultCastro, Monica de January 2016 (has links)
Orientador: Prof. Dr. Luiz Damon Santos Moutinho (UFSCar) / Dissertaçao (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Defesa: Curitiba, 28/01/2016 / Inclui referências : f. 123-129 / Área de concentração: Filosofia / Resumo: O presente estudo tem como objetivo recompor o processo de formulação das três teses antifenomenológicas presentes n'As palavras e as coisas (1966) de Michel Foucault, reveladas pelo célebre estudo de Gérard Lebrun, Note sur la phénoménologie dans Les Mots et les Choses (1989). Michel Foucault divide As palavras e as coisas em duas partes: a primeira composta pelos seis primeiros capítulos a qual denominamos (para os nossos fins) O quadrilátero da linguagem e a segunda pelos quatro últimos a qual denominamos (também para os nossos fins) A analítica da finitude. A partir dessa divisão, na qual ademais Lebrun estabelece as suas teses antifenomenológicas, nós abrimos as duas partes que integram o nosso estudo: a primeira, mais longa, apresentará uma leitura integral do livro, precedida pela questão de método que o embasa, buscando indicar a inseparabilidade entre uma arqueologia das ciências humanas e uma arqueologia da fenomenologia; a segunda, bem mais curta, promoverá um cotejo entre o texto de Lebrun e o livro, objetivando expor as teses antifenomenológicas formuladas por Foucault e reveladas por Lebrun. Ainda aqui, buscaremos generalizar as presenças de Merleau-Ponty e de Sartre, tendo em vista as indicações de que ambos também são visados, muito embora tacitamente, por Foucault. Na conclusão de nosso estudo, esperando ter tido condições de apontar em que medida uma arqueologia das ciências humanas se tornou imprescindível à montagem da artilharia foucaultiana, defenderemos que se ela foi posta em curso havia (e quem sabe ainda haja) razões para isso. Palavras-chave: As palavras e as coisas - uma arqueologia das ciências humanas, história da filosofia, fenomenologia, analítica da finitude / Abstract: This study aims the recomposition of the formulatingprocess of the three antiphenomenological theses as comprised in Les Mots et les choses (1966) written by Michel Foucault, revealed in the celebrated essay by Gérard Lebrun, Note sur la phénoménologiedans Les Mots et les Choses (1989). Michel Foucault himself divides Les Mots et les Choses in two parts: the first of them composed by the first six chapters which we designate (to our proposals) The language quadrilateral and the second, containing the last four ones, which we designate (to our proposals as well), The analytics of finitude.From this division, used as well by Lebrun himself to state his antiphenomenological theses, we stated the two parts that compose our study: the first, longer, presents an integral reading of the book, preceded by its methodological basis, trying to reveal the inseparability between an archaeology of the human sciences and an archaeology of the phenomenology; the second, far more short, provides an approximation between Lebrun's essay and Foucault's book, aiming to expose directly from his text and through this comparative approach, Foucault's antiphenomenological theses revealed by Lebrun. In this part, also, we generalize the presences of Merleau-Ponty and Sartre, implicitly suggested by Foucault. In the conclusion of our study, hoping to have succeeded in pointing out the measure in which an archaeology of the human sciences have become indispensable to the building of Foucault's artillery, we stand for the argument that if this was put in course there were ( and maybe there still are) reasons for this. Key-words: The order of things - an archaeology of the human sciences, History of the Philosophy, Phenomenology, Analytics of the Finitude.
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Keynes, keynesian economics and the political economy of power of the postwar worldArchela, Danielle Cristina Guizzo, 1989- January 2016 (has links)
Orientadores : Profª. Drª. Iara Vigo de Lima e Prof. Dr. Fabiano Abranches Silva Dalto / Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciencias Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas. Defesa : 07/06/2016 / Inclui referências : f. 220-253 / Área de concentração: Estado, economia e políticas públicas / Resumo: As origens econômicas e os impactos sociopolíticos do que se tornou a "Economia Keynesiana" não têm recebido a devida atenção por parte de economistas, cientistas políticos e filósofos no que diz respeito ao seu modo de governança. Este trabalho explora o surgimento e a consolidação do Keynesianismo como o modo de governança responsável por criar formas coletivas de relações de poder no mundo do pós-guerra, investigando os possíveis efeitos das ideias econômicas no momento em que influenciaram a prática política. Especificamente, aplicamos uma estrutura analítica denominada "economia política do poder" (doravante "PEP") para compreender o surgimento da teoria econômica de Keynes e suas transformações em uma agenda política que teve consequências específicas em termos de poder, governança e regulação da economia e da população. Enquanto os capítulos 1 e 2 apresentam, respectivamente, uma releitura bibliográfica sobre a genealogia do poder de Michel Foucault (Parte I), e as bases econômicas, filosóficas e políticas de John Maynard Keynes (Parte II), prosseguimos com uma investigação histórica em fontes primárias e documentos oficiais sobre a aceitação e absorção da teoria Keynesiana na política econômica do Pós-Guerra, elaborada no capítulo 3 (Parte III). Nossa metodologia da Economia Política do Poder (PEP) desenvolvida ao longo do capítulo 4 (inserido na Parte III) implementa uma dupla abordagem histórica, combinando aspectos institucionais e genealógicos para analisar a transformação do Keynesianismo em uma agenda política entre o final dos anos 1930 até o início da década de 1970 na Europa ocidental e nos Estados Unidos. Nossas conclusões se apoiam nas mudanças epistemológica e política causada pelo Keynesianismo como paradigma político, ou ainda "governamentalidade". Afirmamos que o modo de governança Keynesiano foi bem-sucedido em trazer princípios economicistas e a técnica econômica para a administração da vida, afetando a maneira como as populações são governadas. Consequentemente, instrumentos técnico-econômicos e sistemas de bem-estar se tornaram uma forma técnico-científica de justificar a intervenção econômica via um discurso de poder que defendia estabilidade, crescimento econômico e bem-estar. Com a consolidação do Keynesianismo como modo de governança nota-se o surgimento de uma sociedade de segurança em que políticas de pleno emprego, administração de demanda, estabilidade econômica e segurança social apontam para novas formas de controle e regulação na forma de um pacto de segurança entre o Estado e a população. Paralelo a isso, convidamos o leitor para um retorno aos pensadores originais - Foucault e Keynes - para repensar o papel da atividade econômica enquanto fim teleológico da vida humana. Ao nos debruçarmos sobre os escritos éticos de ambos os autores, argumentamos que a economia pode ser revista e repensada como um meio para se atingir um fim ético: a boa vida. Tal trajetória, nas palavras de Foucault, se torna uma forma de governo de si em que o sujeito se transforma enquanto homem econômico e interpreta a economia como um meio de ação. Palavras-chave: Keynesianismo. John Maynard Keynes. Michel Foucault. Economia Política do Poder. Mundo Pós-Guerra. / Abstract: The economic origins and sociopolitical impacts of what became known as "Keynesian Economics" have not received substantial attention from economists, political scientists and philosophers about its mode of governance. This study explores the rise and consolidation of Keynesianism as a mode of governance responsible for creating collective forms of power relations in the postwar world, investigating the possible effects of economic ideas once they reach the political arena. Specifically, we apply a "political economy of power" (PEP) framework to understand the emergence of Keynes's economic theory and its transformation into a policy agenda that had specific consequences in terms of power, governance and regulation of the economy and the population. While Chapters 1 and 2 respectively promote a bibliographical reading of Michel Foucault's genealogy of power and John Maynard Keynes's economic, philosophical and political foundations, Chapter 3 introduces a historical investigation based on primary sources and official documents about the absorption and acceptance of the Keynesian economic theory in Postwar's economic policies. Our Political Economy of Power (PEP) framework developed throughout Chapter 4 deploys a dual-historical approach, combining institutional and genealogical aspects to analyze the transformation of Keynesianism into a policy agenda between the end of the 1930s and beginning of 1970s across Western Europe and the United States. Our conclusions are buttressed by the epistemological and political shift caused by Keynesianism as a political paradigm, or a "governmentality". The Keynesian mode of governance was successful in bringing economistic principles and economic technicality into life, thus affecting the ways populations are governed. Consequently, technical economic instruments and welfare systems were actually a technical-scientific justification of intervention via a discourse of power that defended stability, economic growth and welfare. Once Keynesianism established itself as a mode of governance we see the rise of a security society in which policies involving full employment, demand management, economic stability and social security point out towards new forms of control and regulation in the shape of a security pact between the state and the population. Parallel to that, we also invite the reader to return to our original intellectuals - Foucault and Keynes - to shed light on the issue of economic activity as a teleological end of human life. By exploring their ethical writings we stress how economics should be reviewed and reconsidered as a means to achieve an ethical end: the good life. Such trajectory, in Foucault's rationale, becomes a form of selfgovernment in which the individual transforms himself/herself within the economy and understands economic activity as a means of action - rather than an end. Key Words: Keynesianism. John Maynard Keynes. Michel Foucault. Political Economy of Power. Postwar World.
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Além do sujeito e da estrutura : uma análise da ascensão do conceito de soberania sob a perspectiva foucaultianaFlorencio, Felipe January 2017 (has links)
Orientadora : Profª Drª Iara Vigo de Lima / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciencias Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas. Defesa: 22/02/2017 / Inclui referências / Resumo: Esta pesquisa possui como objetivo principal analisar a emergência e a historicidade da conceptualização de Soberania por meio de uma análise foucaultiana, a fim de compreender como o conceito é tratado pelos teóricos pós-estruturalistas das Relações Internacionais. Partimos da hipótese de que a conceptualização de Soberania é estabelecida sob forma de estrutura de poder específica e não encontra fundamentos epistêmicos para ser tratada de forma genérica e atemporal. Para alcançarmos nosso objetivo recorremos a três frentes distintas: à filosofia política de Jean Bodin, Thomas Hobbes e Rousseau; à Genealogia do poder de Michel Foucault e, por fim, a teóricos da corrente pós-estruturalista de Relações Internacionais. A análise proposta pelos teóricos clássicos se mostra crucial para delimitarmos a ascensão do conceito e sua respectiva função político-jurídica. Relativamente às proposições foucaultianas, entendemos que sejam de vital importância por fornecerem uma análise centrada na formação de redes de discursividades entre as relações de saber e poder, denotando assim novos contornos ao conceito. Ao abordarmos a corrente pós-estruturalista de relações internacionais, compreendemos de que maneira a Soberania é circunscrita como campo discursivo a fim de legitimar as bases das relações entre Estados. Evidencia-se que a concepção histórica de Soberania está atrelada a uma genêse específica, determinada pelo seu saber histórico e pela sua razão governamental - tratando-se assim claramente de uma questão sobre poder e delimitando uma temporalidade específica e transiente, o que torna inviável sua transposição para a contemporaneidade. Por fim, ao extrapolarmos o conceito para a seara das relações entre os Estados, afirmamos nossa hipótese de que a Soberania não pode ser vista meramente como um arcabouço a-histórico e impassível de mutações, pois ao conceituá-la de tal modo ignoramos de maneira inerte a historicidade de sua conceptualização. Palavras-chave: Soberania; Poder; Teoria Pós-estruturalista; Relações Internacionais. / Abstract: The purpose of this research is to analyze the emergence and historicity of the conceptualization of Sovereignty through a Foucauldian analysis, with the intention of comprehending how such concept is treated by the post-structuralists in the International Relations field. We assume that the conceptualization of Sovereignty is estabilished under a specific form of power structure and does not find epistemic basis to be treated in a generic and timeless manner. In order to reach our objective we utilize three different views: the political philosophy of Jean Bodin, Thomas Hobbes and Rousseau, Michel Foucault's Genealogy of Power and finally international relations' post-structuralist theorists. The analysis proposed by the classical theorists is crucial in order to delineate the concept's ascension and its respective political and legal function. Relatively to the Foucauldian Propositions, we understand that they are of key relevance, since they provide an analysis centered on the creation of discursivity webs between the knowledge and power relationships, thus granting new contours to the concept. Finally, when assessing the international relations post-structuralist school, we understand the manner in which Sovereignty is circumscribed as a discursive field with the intention of legitimizing the structures of relations between States. It becomes evident that the historical concept of Sovereignty is bound to a specific ascension, determined by its historical knowledge and by its reason of state, thus clearly showing it is a matter of power and delimiting a specific and transient temporality, which precludes its transposition to current times. Finally, when extrapolating the concept to the aspect of relations between States, we maintain our hypothesis that Sovereignty cannot be seen merely as a non mutating, non-historical framework, since by judging it as such we would ignore in an inert manner the historicity of its conceptualization. Key-words: Sovereignty, Power, Post-structuralism, Internacional Relations.
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A constituição do sujeito em contextos de privação de liberdadeSeidel, Carolina Cunha [UNESP] 03 September 2009 (has links) (PDF)
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seidel_cc_me_arafcl.pdf: 839735 bytes, checksum: 536cff7c3609b85f66a823d6706b3baf (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / A partir da experiência vivida como integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia para Crianças (GEPFC-Unesp de Araraquara), surgiu o interesse de investigar como se dá a constituição do sujeito em contextos de privação de liberdade. De início, realizamos uma série de encontros de filosofia com adolescentes infratores cumprindo medidas socioeducativas, prática essa desenvolvida através do contato com textos literários e obras de arte. Nossa hipótese era a de que esses encontros nos ajudariam a compreender - e a tornar compreensível - como se dá a formação da subjetividade neste grupo, investigando, em seus discursos, as práticas vividas por eles e para eles, os olhares deles e para eles, os espaços, as relações, a compreensão e elaboração de novos códigos de conduta e comunicação, a formulação de mecanismos de resistência, entre outros. Duas perspectivas nos chamaram atenção: percebe-se o olhar da instituição centrado no discurso da cidadania, da inserção social, da normatização e homogeneização de comportamentos; já pelo olhar dos adolescentes a violência física e simbólica aparece como possível forma de emancipação e resistência. No cruzamento desse olhar de dentro e desse olhar de fora, nota-se ainda a escola enquanto um forte dispositivo disciplinar, que compõe as experiências vividas pelo grupo, uma vez que a presença ou ausência neste espaço é levada em consideração de forma decisiva no curso dos processos judiciais. Temos então a materialização da oposição proposta entre a formação da subjetividade pelo assujeitamento ou pela busca de práticas de liberação. Buscamos na obra de M. Foucault alicerces teóricos que venham a elucidar essa experiência, ajudando-nos nessa reflexão sobre essas criações singulares que constroem outros espaços, tempos e práticas em relação ao contexto referido, e na identificação... / Based on the experience as member of the GEPFC (Group for Studies and Research of Philosophy for Children – São Paulo State University of Araraquara), the interest to investigate how is being formed the state of a subject in the context of imprisonment, was developed. First, we carried out a series of encounters of philosophy with adolescent violators of the law, who were serving socio-educative penalties. The practice was realized by contact with literary texts and with pieces of art. Our hypothesis was that these encounters would help us to understand – and to turn comprehensible – the process of formation of the group’s subjectivity. Investigated, besides others, were in their discourses: the practices lived by them and for them; glances, cast between and at them; spaces; relations; the comprehension and elaboration of new codes of conduct and communication; and finally the formulation of mechanisms of resistance. Two perspectives attracted our attention: The institution’s eye, centred in the discourses of citizenship, of social insertion, and of standardization and homogenizing of comportment, is being perceptible; Already by the look of the adolescents, physic and symbolic violence appears to be a possible form of emancipation and resistance. At the tangential point of the two eyes – one intern and the other extern – can still be noticed the school as a strong disciplinary institution which organizes the experiences lived by the group, once the presence or absence in this space is taken in consideration in a decisive way in the course of legal proceeding. We find then the materialization of the proposed opposition in subjectivity, formed by subjugation or by the search for practices of liberation. We searched the works of Michel Foucault for a theoretical basis which would explain our experience, helping us reflect on these singular creations which offer new space... (Complete abstract click electronic access below)
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Estado e relações de poder no pensamento genealógico de Michel FoucaultKelm, Caroline 04 March 2013 (has links)
Resumo: Este trabalho tem como meta compreender por que Foucault voltou seu olhar para as relações de poder no âmbito do Estado, tema inicialmente rechaçado e relegado a segundo plano em sua obra. Procurarei explicar como esta temática ganhou relevância no decorrer das análises do autor, sobretudo a partir de suas pesquisas sobre o biopoder e sobre as práticas políticas de cunho liberal. Tais pesquisas o levaram a formular o conceito de "governamentalidade", para designar as novas estratégias políticas desenvolvidas a partir do século XVIII e seu distanciamento do tradicional poder da soberania. Tratar-se-á de examinar como este conceito, bem como a sua compreensão do biopoder, se destinaram à compreensão de diferentes lógicas de poder que atuam na sociedade e no Estado. Nosso recorte se volta sobretudo para a análise das obras e cursos do autor no período comumente designado de genealógico: da série de palestras A Verdade e As Formas Jurídicas (1973), passando por Vigiar e Punir (1975), até o curso Segurança, Território, População (1978). Partindo de uma breve explicação inicial sobre o seu conceito de poder e sobre o seu método de pesquisa, apresentarei e discutirei debates e críticas referentes às suas teorias e concepções. Em particular, me concentrarei naquela que é formulada por Gérard Lebrun, que afirma que há uma ausência de tematização do Estado em Vigiar e Punir, bem como naquela de Roberto Esposito, que sustenta que a noção de biopoder é pouco clara. Na conclusão tentarei responder à questão sobre a origem da noção de govenamentalidade em Foucault, propondo que o deslocamento de suas pesquisas é a consequência de questões teóricas que necessitavam de respostas, como a da relação entre os poderes disciplinares e a liberdade, bem como a absorção de técnicas de poder locais por aparelhos de poder cada vez mais gerais.
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A escrita como técnica de si : formação de professores e os modos de subjetivaçãoOliveira, Flávia Reis de 09 December 2013 (has links)
Esta dissertação foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul/RS – Mestrado em Educação, na linha de Pesquisa de História e Filosofia da Educação. Ela teve como objetivo problematizar de que modos a escrita vem funcionando como uma técnica de si na produção de modos de subjetivação de alunos do Curso de Licenciatura em Educação Profissional e Tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). A escolha metodológica por esse campo de investigação deu-se em função da grande exigência atual quanto à formação docente, bem como da recente transformação das Escolas Técnicas em Institutos Federais no Brasil. Tal investigação ocorreu por meio da análise de Memoriais escritos pelos alunos do referido curso, os quais foram solicitados pela disciplina de Seminários de Defesa de Estágio, como parte da avaliação para conclusão do curso. As análises foram feitas a partir de uma inspiração genealógica em Foucault, no sentido de investigar como esta escrita vem funcionando na produção de determinados modos de subjetivação, operando como uma técnica de si. A partir disso, busquei analisar a constituição dos regimes de verdade que aí circulam, tais como sintomas, em seus efeitos específicos de poder e subjetivação. Concebendo estes Memoriais como mais uma técnica por meio da qual se aplica a si mesmo certas operações, a fim de atender um certo estado, modo de ser, aqui interessando, especificamente, o lugar da docência. Tal pesquisa permitiu articular a formação docente, a escrita e a produção de modos de subjetivação, tomando a escrita como uma técnica de si em seus atravessamentos prescritivos e éticos. Este trabalho coloca-se, pois, para além de uma perspectiva identitária, denuncionista, totalizadora ou mesmo idealista, quando toma a análise das práticas discursivas na criação de modos de existência. Com as teorizações foucaultianas, portanto, busquei analisar os discursos que atravessam esses Memoriais, problematizando de que modo os alunos em processo de formação docente são tomados como objeto de conhecimento em relação à docência e, ao mesmo tempo, subjetivados de determinados modos. Então, a partir de minhas análises, identifiquei que a escrita funcionou como confissão, atravessada pelo discurso da vocação, conscientização,
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inclusão e pelo discurso da qualidade e mercado de trabalho. Palavras-chave: Escrita. Técnicas de si. Subjetivação. Formação de professores. / Submitted by Marcelo Teixeira (mvteixeira@ucs.br) on 2014-06-09T16:22:26Z
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Dissertacao Flavia Reis de Oliveira.pdf: 971696 bytes, checksum: acce4c4fd578ee27e474cbdb3d896ce0 (MD5) / This research was conducted for the Masters of Education Program in History and Philosophy of Education at Universidade de Caxias do Sul/RS.It aimed at problematizing ways in which writing has worked as a technique of the self in the production of modes of subjectivation in relation tostudents at Professional and Technological Education Licensure Program of the Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio Grande do Sul (IFRS).This methodological approach has been chosen due to the current demand for teacher training as well as to the recent transition from Technical Schools to Federal Institutes in Brazil.This research analyzednarrativeswritten by the subjectsas part of the final assessment in the course Seminários de Defesa de Estágio, a practicum in teaching. Such analyses were inspired by Foucault‟s genealogy and aimed at investigating how writing, as a technique of the self, produces certain modes of subjectivation.Based on this, I tried to examine the constitution of current regimes of truth, such as symptoms in their specific effects on power and subjectivation. In addition, thesenarrativeswere considered a technique that applies specific operations to reach a certain state, a way of being, with focus on teaching.This research has connected teacher training, writing, and the production of modes of subjectivation, taking writing as a technique of the self in its prescriptive and ethicalperspectives. Writing can be analyzed, therefore, beyond an identitary, denouncing, totalizing and idealistic view,asdiscursive practices in the creation of modes of existence.I aimed at investigating the discourses in thesenarrativesbased on Foucauldian theories, problematizing how the students in their teacher education processare taken as objects of knowledge in relation to teaching and, at the same time, subjectified in certain ways.
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As práticas de si e o cuidado de si no fazer do profissional de saúde : uma leitura a partir de Michel FoucaultLucena, Maria Angélica Gazzana de 07 August 2014 (has links)
O presente estudo objetiva analisar a relação entre práticas discursivas e subjetivação de professores, a partir do Projeto Piloto + Alfabetização, da Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul. O estudo utiliza as categoriO presente estudo refere-se à noção de práticas de si e cuidado de si na análise desenvolvida por Michel Foucault (1926-1984), considerada desde suas origens no pensamento grego romano clássico à atualidade, em relação ao pensamento teórico e prático do profissional de saúde, enquanto sujeito que cuida do outro, no campo da saúde. Neste trabalho se usa ao mundo do Enfermeiro o conceito de práticas de si e cuidado de si. Esta noção trabalhada por Foucault é trazida como sendo a maneira do sujeito constituir-se em sua subjetividade, em uma relação consigo mesmo, conhecendo a si mesmo, relacionando-se consigo mesmo, onde o cuidado de si se apresenta como uma alternativa que possibilita ao sujeito se constituir em um sujeito ético, moral e livre. Dentre os objetivos, esse estudo procura explicitar as principais ideias que cercam o conceito de práticas de si e cuidado de si que emergem da análise de Foucault e pontuar alguns aspectos sobre a concepção de sujeito trazida por ele e que se alcança nas discussões do cuidado de si. A metodologia de investigação para a elaboração deste estudo é bibliográfica e utiliza o procedimento expositivo, tendo como aporte teórico fundamental as investigações de Foucault para a identificação e elaboração do conceito de práticas de si e cuidado de si, e de fontes relevantes no que tange ao campo da saúde. Esse trabalho divide-se em cinco capítulos. Em seguida a uma apresentação introdutória, no segundo capítulo se pretende explicitar as principais ideias que cercam a noção de práticas de si e cuidado de si. Assim, em um delineamento geral, apresenta-se sobre as contribuições de Foucault que anunciam a noção de práticas de si e cuidado de si, em uma retomada histórica. Para tal, se toma como ponto de partida A hermenêutica do sujeito e destacam-se os momentos do cuidado de si, considerados como socrático – platônico, helenístico e ascético – cristão. No terceiro capítulo, se faz uma aproximação à concepção de sujeito trazida por Foucault e o espaço das subjetividades nos processos de subjetivação de si por si mesmo. Nessa aproximação, se utiliza alguns elementos sobre a constituição do sujeito por si mesmo e que se alcança na discussão do cuidado de si. Ao encontro daquele sujeito que cuida do outro, o profissional Enfermeiro, se remete a referenciais que envolvem a construção discursiva de seu saber – fazer e a categoria “cuidado em saúde”, material que se apresenta no quinto capítulo. Sem esgotar o tema, em uma última abordagem, o último capítulo tece considerações sobre uma questão subjacente: - como vimos dirigindo o nosso olhar para a nossa vida, permitindo-nos aplicar as práticas de si, incluindo o exercício do pensar, na condução de uma vida plena? / Submitted by Ana Guimarães Pereira (agpereir@ucs.br) on 2015-02-05T15:25:07Z
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Dissertacao Maria Angelica Gazzana de Lucena.pdf: 991351 bytes, checksum: 5a0ba415fc5d46611e0d86934cb6c300 (MD5) / The present study refers to the practices' notion of the self-practices and self-care in the developed analysis by Michel Foucault (1926 - 1984), considered from its origins to today in classic Roman Greek thought, in relation to the theoretical and practical thinking about the professional health, as individuals who care for others in the health field. In this study, is used to the nurse's world the concept of self-practices and selfcare. This worked notion by Foucault is brought as a way to establish the subject in its subjectivity, in a relationship with himself, knowing himself, relating to himself, where self-care is presented as an alternative that allows the subject to constitute an ethical, moral and free subject. Among the objectives, this study seeks to explain the main ideas that are surrounding the concept of self-practices and self-care that emerge from Foucault´s analysis and score some points about the concept of subject brought by him and that is achieved in discussions of self-care. The research methodology for the preparation of this study is literature and uses the expository procedure as a fundamental theoretical contribution of Foucault's investigations for the identification and elaboration of the concept of self practices and self care, and relevant secondary sources, in an approach to the health field. This work is divided into four chapters. Following a introductory presentation, the second chapter is intended to explain the main ideas surrounding the notion of self-practices and selfcare. Thus, in a general outline, is presented on the Foucault contributions that announce the notion of self practices and self care in a resumed historical. To this, taking as a starting point The hermeneutics of the subject and highlight the moments of self care, considered as Socratic - Platonic, Hellenistic and Ascetic - Christian. In the third chapter, we present an approach to the subject conception brought by Foucault and the space of subjectivity in the process of itself subjectivity by itself. In this approach, it addresses the constitution of the subject itself in general and which attains the discussion of self-care. To the meeting that guy who takes care of the other, the professional nurse, reference is made to the database on health with referentials that involve the discursive construction of his know-how and the category "health care", material that is presented in the fourth chapter. Without running out of the topic in a final approach, this study reflects on an underlying question: - as we have seen directing our view to our lives, allowing us to apply the self-practices, including the exercise of think, in conducting a fulfilled life?
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