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Trabalho de parto e parto: compreensão de mulheres e des-velamento da solicitude como possibilidade assistencialMoratório , Michelle Barbosa 29 June 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-06-29 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este estudo de natureza qualitativa teve como objetivo compreender os significados das mulheres e desvelar os sentidos do vivido do trabalho de parto e parto em um Centro de Parto Normal Intra-hospitalar. Foram utilizados a abordagem fenomenológica como método de pesquisa e o pensamento de Martin Heidegger como referencial teórico-metodológico. Foram depoentes 15 mulheres que vivenciaram o trabalho de parto em uma instituição filantrópica no interior de Minas Gerais. Através da entrevista fenomenológica, emergiram as estruturas essenciais, sendo então realizado o primeiro momento metódico, a saber, a compreensão vaga e mediana, a qual permitiu a construção de duas Unidades de Significação: O processo de parturição e nascimento é doloroso e sofredor, mas acabou, acabou... a recuperação é mais rápida do que a cesárea; No processo de parturição, o soro aumenta a dor, o chuveiro ajuda bem e, quando você escuta alguém falando com você, acaba fortalecendo mais. A partir dessa compreensão vaga e mediana, foi possível elaborar o fio condutor o qual conduziu para o segundo momento metódico, a compreensão interpretativa ou hermenêutica. Foi desvelado que, no fenômeno do trabalho de parto e parto a mulher, mostra-se na disposição do terror, principalmente durante a realização das intervenções obstétricas trazidas pelas mulheres como desconfortáveis e dolorosas. Essas intervenções são realizadas por meio da solicitude substitutiva-dominadora, quando os profissionais tomam frente das decisões sem possibilitar que a parturiente participe e decida sobre o seu cuidado. Em contrapartida, algumas intervenções obstétricas são referidas pelas mulheres como boas. Durante a realização das mesmas, os profissionais demonstram uma solicitude antecipativa-liberatória, sendo desvelada uma pré-ocupação-com que não substitui a mulher e sim um estar-junto em um modo de dis-posição comprometido com o bem estar do outro. A mulher traz à luz que a valorização da equipe de enfermagem e médica não está relacionada apenas com a execução de tarefas, pelo contrário, elas se sentem melhor cuidadas quando esses profissionais oferecem uma assistência que vê o outro como um ser que pensa, que possui sentimentos e que tem possibilidades de escolha. / This qualitative study is aimed at understanding the meanings assigned among women and unveiling the senses of lived experiences of labor and delivery in an Intra-hospital Birth Center. It was used the phenomenological approach as a research method and Martin Heidegger’s thought as a theoretical methodological framework. Fifteen women who have delivered their babies in a philanthropic institution in the countryside of Minas Gerais state were interviewed. Through the phenomenological interview essential structures emerged being performed the first methodical moment called vague and median understanding which allowed the construction of two units of signification: The process of labor and birth is painful and suffering however it is over, over... recovery is faster than cesarean section; In the process of parturition the pain is increased by intravenous infusion, the shower is useful and when you hear someone talking to you it makes you feel stronger. From the vague and median understanding it was possible to draw up the central research thread which led to the second methodical moment, the interpretive understanding or hermeneutics. Through labor and childbirth it was shown the disposition to terror in women particularly during some obstetric interventions considered as uncomfortable and painful by them. These interventions are performed through a mode of solicitude which dominates and replaces, the moment in which the professionals make the decisions without giving the mother the chance to participate and decide about her health care. In contrast some obstetric interventions are considered good by women. While performing these interventions, the professionals demonstrate a solicitude which leaps forth and liberates, revealing a kind of concern with being-with that does not replace the woman but a being together with dis-position fully committed to the well-being of the other. Women understand that the appreciation of medical and nursing staffs is not only related to performing tasks. On the contrary, they feel well cared when these professionals deliver health care just seeing the other as a thinking human being with feelings, a real being-of-possibilities.
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O vivenciar da gestação em mulheres jovens convivendo com o HIV: uma contribuição para a prática assistencial em saúde / The experience of pregnant in young women living with HIV: a contribution to the health care practiceAraújo, Renata Cristina Justo de 19 August 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-08-19 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Resumo da Dissertação de Mestrado ao Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em Enfermagem.
O objeto desta investigação foi o ser mulher jovem gestante convivendo com o HIV.
O objetivo foi desvelar os sentidos advindos desta condição durante a gestação de
mulheres jovens que convivem com o HIV.
Elegeu-se a fenomenologia, fundada no referencial teórico filosófico de Martin
Heidegger como método de investigação. Estudo desenvolvido no Serviço de
Assistência Especializada em um município da Zona da Mata Mineira com seis
jovens gestantes portadoras do HIV. Utilizou-se a entrevista fenomenológica, através
da técnica da entrevista aberta e um questionário. A compreensão vaga e mediana
permitiu elaborar o fio condutor num movimento da compreensão do vivido da
gestação sendo soropositiva e a interpretação do sentido do que é ser mulher jovem
convivendo com o HIV.A vivência da gestação sendo soropositiva se inicia com a
lembrança da notícia da gestação como sendo um momento marcante, para
algumas, de não aceitação, porém, às vezes, desejada e até mesmo planejada;
convivem com a possibilidade de transmitir o vírus para os filhos, o que causa medo
e insegurança, porém sabem que o uso correto do medicamento e a crença em
Deus fortalecem a esperança da criança nascer saudável e até mesmo da cura. Na
compreensão interpretativa desvelou-se o sentido do ser-aí no mundo em sua
existencialidade, mostrando seu movimento no cotidiano, com experiências e
sentimentos diversificados do seu ser no mundo com os outros, assumindo o lugar
de protagonista de suas vivências, mostrando-se na dupla facticidade: ser jovem
gestante e portadora do vírus. Demonstra que, às vezes, não queria estar grávida,
mas aceita bem essa atual situação vivenciando alternância de sentimentos. No
movimento de existir-sendo, vivenciam seu passado e sabem que não tem outro
caminho a não ser, seguir ir em frente, se relacionam com seus pares, sua família,
escola e comunidade, assumem a identidade impessoal, mostram-se como todas as
gestantes e não divulga que tem o vírus.
Vivem com-os-outros, o temor de ser rejeitada por ser soropositiva, mantendo o
anonimato de sua sorologia. Projeta seu futuro, mostrando-se aberta às
possibilidades da vida, como de qualquer outra jovem não soropositiva, porém com
particularidades que a soropositividade lhe traz. Tem conhecimento sobre a doença
e sabe dos benefícios do tratamento, não se sentem doentes, apesar de relatar os
efeitos desagradáveis dos antiretrovirais. / Abstract from the Dissertation to the Graduate Program in Nursing at the Juiz de
Fora Federal University as part of the requirements for obtaining the title of Master in
Nursing.
The purpose of this investigation was to being young pregnant women living with
HIV. The objective was to reveal the aspects coming from this condition during
pregnancy of young women living with HIV. It was elected the phenomenology,
based on philosophical theoretical reference by Martin Heidegger as a research
method. The study was developed in the Specialized Assistance Service- Serviço de
Assistência Especializada- in a city in Zona da Mata Mineira with six young pregnant
women with HIV. It was used the phenomenological interview, using the technique of
open interview and a questionnaire. The vague understanding enabled to prepare the
progressive movement to understanding the lives of pregnant women being HIV
positive and the interpretation of the meaning of being a young woman living with
HIV.The experience of being HIV positive pregnancy begins with the memory of the
pregnancy news to be a defining moment for some women, not acceptance but
sometimes desired and even planned; They live with the possibility of transmitting
the virus to their children, which causes fear and insecurity, but they know that the
correct use of medication and their faith and belief in God strengthen the hope that
child will born healthy and even healed. The interpretive understanding unveiled the
sense of being present in the world in its existentiality, showing their movement in
daily life, experiences and diverse feelings of being in the world with others, taking
over from protagonist role of their lives, showing up the double factuality: being
young and pregnant women carrying the HIV virus. It shows that sometimes did not
want to be pregnant but well accept this current situation experiencing alternating
feelings. In the movement their existance, they experience their past and they know
no other way go, so they go ahead, relating to their partners, family, school and
community, taking the impersonal identity, it shows how all pregnant and they do not
reveal they have the virus. Living with-others, the fear of being rejected for being HIV
positive, maintaining the anonymity of their HIV status. Design your future, that it was
open to the possibilities of life like any other young woman did not have HIV positive,
but with peculiarities that having HIV brings. Once having knowledge about the
disease and knowig the benefits of treatment, do not feel sick, despite reporting the
unpleasant effects of antiretrovirals.
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Qualidade de vida das mulheres com prolapso de órgão pélvico após tratamento cirúrgico / Quality of life in women with pelvic organ prolapse after surgical treatmentEspinoza, Claudia Carolina Flores 04 September 2017 (has links)
Introdução: A prevalência do prolapso de órgão pélvico (POP) aumenta com a idade, estimando-se que quase 30% das mulheres têm algum grau de POP. As pesquisas sobre qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) nesta patologia tornaram-se importantes. A QVRS das mulheres com POP é grandemente afetada; incluindo a alteração dos aspectos físicos e das áreas psicológica e social. Há pouca evidencia sobre os fatores que alteram a QVRS destas mulheres, e que poderiam predizer mudanças após do tratamento. O objetivo desta pesquisa é avaliar a QVRS das mulheres submetidas a cirurgia de correção de POP e conhecer os fatores preditores das mudanças. Método: Estudo longitudinal com desenho analítico, correlacional preditivo em 95 mulheres adultas Chilenas da Região Metropolitana, com diagnóstico de POP e com indicação de cirurgia. Realizou-se avaliação da QVRS em três momentos (basal pré-operatório, um e seis meses após a cirurgia para correção do POP), empregando-se o instrumento Prolapse Quality of Life (PQOL), em sua versão chilena, composto de nove dimensões: percepção geral de saúde (PGS), impacto do prolapso (IP), limitações de papel (LR), físicas (LF), sociais (LS) e relações pessoais (RP), emoções (E), sono/energia (SE) e medidas de gravidade (MS); Os fatores preditores da QVRS foram colhidos utilizando-se os seguintes instrumentos: dados demográficos e clínicos, Pelvic Organ Prolapse/Urinary Incontinence Sexual Function Questionnaire-12 versão Chilena (função sexual), Menopause Rating Scale versão Chilena (sintomas menopáusicos), Questionário Geral de Saúde de Golberg (sintomas depressivos) e Modified Body Image Scale (imagem corporal). Os dados foram submetidos às análises descritivas univariadas; análises de medidas repetidas com comparação de médias 2 a 2, usando-se o teste t-Student para comparação de grupos; e análise multivariada utilizando-se o Modelo Linear de Efeitos Mistos, para explicar as variáveis preditoras da QVRS. Além dessas, a Mínima Diferença Importante (MID) e o tamanho do efeito foram utilizados para determinar a magnitude das mudanças na QVRS após o tratamento cirúrgico, utilizando-se o Patient Global Impression of Improvement Index. Resultados: A idade média foi 60 anos (DP=10,3); 76% apresentaram nível educacional básico ou médio, com companheiro (61%), com atividade sexual (40%), com menopausa (74,5%); 2,5 procedimentos cirúrgicos para correção do POP em média. A QVRS melhorou após o tratamento cirúrgico, em ambos os seguimentos (p<0,001), e em todas as dimensões. A imagem corporal apresentou diferença significativa (p<0,05) em todos os momentos de avaliação: para cada ponto de piora da imagen corporal, menor mudança na QVRS após a cirurgia. Os sintomas menopáusicos impactaram em menores mudanças na QVRS nas dimensões PGS e E, em todos os tempos, embora a QVRS nas dimensões IP, LF, LS e SE tenha apresentado leve porém significativa melhora após a cirurgia (p<0,05). As mulheres com doença neurológica mostraram menores mudanças na QVRS no pós-operatório comparativamente àquelas sem essa doença nas dimensões LF, E e SE (p<0,05). Outras variáveis preditoras de QVRS foram a atividade sexual, nível educacional, idade e diabetes mellitus. Obteve-se um efeito de grande magnitude em todas as dimensões e estabeleceu-se MID entre -1,19 e -15 pontos para todas as dimensões de PQOL. Conclusão: A QVRS melhorou após o tratamento cirúrgico, em todas as dimensões, e as variáveis preditoras mais importantes foram a imagen corporal, os sintomas menopáusicos e as doenças neurológicas. O estudo contribui para corroborar a necessidade de avaliação integral das mulheres no pré-operatório visando a conhecer as tendências de sua QVRS posteriormente atuando nos fatores modificáveis que podem influir negativamente em sua recuperação pós-operatória. / Introduction: Prevalence of pelvic organ prolapse (POP) increase with age, estimating that almost 30% of women has some POP degree. Research about health related quality of life (HRQL) in this pathology it have gained relevance. HRQL of women with POP is highly affected; including physical impaired, and psychological and social spheres. There is little evidence about factors influence HRQL of these women. The aim of this research was to evaluate HRQL of women submitted to surgical correction of POP and predictors factors of changes. Methods: Llongitudinal study with analytical, correlational, predictive design in 95 Chilean women, of the Metropolitan Area, with POP diagnosis and surgical indication. An evaluation was performed of HRQL in three times (baseline before surgery, and follow up at first and six month after surgery) Instruments applied were Prolapse Quality of Life (PQOL) Chilean version which nine dimensions: General health perception (GHP), prolapse impact (PI), role (RL), physical (LF), socials (LS) and personal limitations, emotions (E), sleep/energy (SE) and, severity measurement (SM); predictors factors of HRQL were obtained using demographic and clinical data, Pelvic Organ Prolapse/Urinary Incontinence Sexual Function Questionnaire-12 Chilean version (sexual function), Menopause Rating Scale Chilean version (menopause symptoms), Goldbergs General Health Questionnaire (depressive symptoms) and Modified Body Image Scale (Body image). Data analysis included univariate descriptive analysis, repeated measures analysis with media comparison 2 to 2 for group and multivariate analysis with linear mixed effects models to explain predictors variables of HRQL. Also, the minimum important difference (MID) and effect size were used to determine magnitude of change in HRQL after surgical treatment, anchor used was Patient Global Impression of Improvement Index. Results: age average was 60 years (SD: 10.3), 76% primary or secondary educational level, 61% have couple, 40% was active sexually, most of women had menopause (74.5%), average of procedures of POP correction was 2.5. HRQL improved after surgical treatment, in both follow up (p<0.001) in every dimension. Body image had significant difference (p<0.05) without time interaction, every point for worse body image, HRQL get worse. Menopause symptoms had a positive impact on GHP and E, showed fewer score in every time, meanwhile PI, FL, SL and SE had a little but statistical significant improved after surgical treatment (p<0.05). Women with neurological disease showed less change in HRQL after surgery than without disease in FL, E and SE dimension (p<0.05). Other predictive variables after surgery (p<0.05) were sexual activity, educational level, age and diabetes. MID it determined among -1.19 y -15 points for all dimensions of HRQL, considering an large in all dimensions too. Conclusion: HRQL improved after surgery, most important predictive variables were body image, menopause symptoms and neurological disease, therefore integral assessment of women before surgery is important to know HRQL trend after treatment, to support them and improve or maintain modify factors that could have negative impact.
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Deficiência, gênero e práticas de saúde: estudo sobre a integralidade em atenção primária / Disability, gender and health practices: a study about integrality (comprehensiveness) in primary health careNicolau, Stella Maris 15 February 2012 (has links)
O objetivo desse estudo foi investigar como as mulheres com deficiência são recebidas nos serviços de atenção primária e como essas mulheres e os/as profissionais que lhes assistem dão sentidos às práticas desenvolvidas. As mulheres com deficiência ainda contam com ações inexpressivas voltadas para as suas necessidades nos serviços de atenção primária em saúde, que embora privilegie a clientela feminina, pouco reconhecem as especificidades desse segmento, como por exemplo, aspectos relativos aos seus direitos sexuais e reprodutivos. Trata-se de pesquisa qualitativa que entrevistou 39 profissionais de três serviços de atenção primária de uma região da cidade de São Paulo, bem como 15 mulheres com variados tipos e graus de deficiência, na idade reprodutiva, usuárias destes serviços. Sete dessas mulheres são mães de mais de um filho, e três tiveram filhos após a aquisição da deficiência, o que corrobora o fato de parcela significativa de mulheres com deficiência ter vida sexual ativa e necessitar de atenção relativa à sua saúde sexual e reprodutiva. Os profissionais afirmam que a presença de mulheres com deficiência na idade reprodutiva em geral é rara, e apontam que suas necessidades de saúde são mais determinadas pelo tipo e grau da deficiência do que por determinantes socioculturais de gênero. Reconhecem lacunas em sua formação para abordarem deficiências e questões de gênero - o que se revela no predomínio de concepções baseadas no senso comum - e apontam a necessidade de os serviços investirem na acessibilidade física, comunicacional e de atitudes. Já as usuárias relatam dificuldades de acesso aos serviços, que inclui falta de transporte, barreiras arquitetônicas, barreiras na comunicação, atitudes preconceituosas e pouco acolhedoras de alguns profissionais. Avaliam como positivo a oferta de cuidado no domicílio para aquelas que não conseguem ir ao serviço / This study aimed to investigate how women with disabilities are received in primary health care facilities and how these women and primary care providers who assist them give meaning to the practices developed. Women with disabilities still have few actions aimed at their needs in primary health care services. Despite the attention given to the female population in primary health care facilities, they still dont recognize specificities of women with disabilities, such as issues related to their sexual and reproductive rights. Through a qualitative research 39 providers were interviewed in three primary health care facilities in a region of São Paulo city, and also 15 women with different types and degrees of disability, reproductive age, users of these services. Seven of these women are mothers of more than one child, and three of them had children after the acquisition of disability, which corroborates the fact that a significant portion of women with disabilities are sexually active and need attention on sexual and reproductive health. The providers said that the presence of disabled women of reproductive age in general was scarce, and reported that their health needs were more determined by the type and degree of disability than by socio-cultural determinants of gender. They recognized gaps in their training to address disability and gender - which reveals the predominance of concepts, based on common sense - and highlighted the need for services to invest in physical accessibility, communication and attitudes. For the other side, the users have reported difficulties in accessing services, which included lack of transportation, physical and communication barriers, prejudice and unwelcoming attitudes of some providers. They evaluated as positive the provision of home care for those who couldn´t go to the service
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Vigilância á saúde: práticas no controle do câncer de mama identificadas pelos gestores da Atenção Primária à Saúde / Health Surveillance: practices in the control of breast cancer identified by Primary Health Care managersLoyola, Edilaine Assunção Caetano de 14 December 2017 (has links)
O objetivo deste estudo foi analisar as práticas no controle do câncer de mama identificadas pelos gestores da Atenção Primária à Saúde (APS). Caracterizou-se como quantitativo, descritivo, transversal. Participaram 24 gerentes de Unidades Básicas de Saúde (UBS), de Ribeirão Preto, SP, de ambos os sexos. A coleta de dados aconteceu entre dezembro de 2013 e agosto de 2014, utilizando formulários eletrônicos em smartphones ou formulários impressos, com posterior digitação. Utilizaram-se os softwares IBM SPSS 20 e Excel 2010. A análise foi descritiva, baseada nos atributos de estrutura e processo do Modelo Donabediano e do referencial teórico da Vigilância à Saúde. Quinze participantes (62,5%) eram gerentes de unidades tradicionais; 5 (20,8%) de unidades com Estratégia Saúde da Família (ESF) e 4 (16,7%) de unidades mistas. Metade deles tinha até cinco anos de atuação na unidade e, 12 (50,0%) eram especialistas. Quinze (62,5%) receberam capacitação sobre as ações preconizadas pelo Ministério da Saúde para o controle do câncer de mama; isso há menos de cinco anos. Dez unidades (41,6%) tinham até dez anos de funcionamento; 15 (62,5%) possuíam até cinco consultórios; 18 (75,0%) possuíam consultórios de enfermagem; 18 (75,0%) possuíam espaço para reuniões educativas e todas possuíam sala equipada e com espaço para coleta de papanicolaou. Das 17 equipes de Saúde da Família (eSF), seis (35,3%) estavam incompletas. Sete (77,8%) contavam com médico ginecologista/obstetra. Dentre as 18 (94,7%) sem ESF, 17 (94,4%) possuíam profissional médico e uma (5,6%) médico e enfermeiro especialista. Em 16 (84,2%) unidades, havia até cinco enfermeiros. Todos os gestores informaram que os serviços de referência de suas áreas de abrangência para realização da mamografia (MMG) e da ultrassonografia (USG) de mamas são públicos; esses exames não eram realizados nas UBS; elencaram entraves na realização dos mesmos. Sobre os sistemas informatizados, a maioria das UBS têm implantado o SIAB [20 (83,3%)], SISMAMA [(14 (58,3%)] e SISCAN [22 (91,7%)]. Os principais problemas relatados para a utilização dos sistemas foram a rede de internet precária, muitos itens a serem preenchidos e poucos recursos humanos. Dezesseis (66,7%) gestores informaram que tais recursos tecnológicos permitem a programação das ações, especialmente as educativas. Sobre a capacitação dos profissionais de saúde das unidades com relação às ações de controle de neoplasias mamárias, a maioria dos funcionários foi capacitada [22 (91,7%)], sendo 12 (54,5%) há menos de seis meses. Todos os gestores afirmaram, acerca das ações para o controle do câncer de mama: prioridade no encaminhamento de mulheres com MMG alterada e ECM alterado, e solicitação de exame de MMG para mulheres do grupo de alto risco. Quanto aos entraves na execução das práticas para o controle do carcinoma mamário, 13 (54,2%) gestores apontaram dificuldades enfrentadas pelos serviços, com predomínio de falta de profissionais de saúde e demanda excessiva. Conclui-se que apesar de grande parte dos gestores identificarem a importância das ações educativas, há necessidade de maior implantação das mesmas, na medida em que o enfoque é curativo. Também, são necessários maiores investimentos para incrementar as medidas de rastreamento e o acesso aos exames de rastreio / This study aimed to analyze the practices in breast cancer control identified by Primary Health Care managers. This is a quantitative, descriptive and cross-sectional study with the participation of twenty-four managers from Basic Health Units (BHU) of the city of Ribeirão Preto, SP, of both genders. Data collection was performed from December 2013 to August 2014, using electronic forms on smartphones or printed forms, with subsequent typing. The software IBM SPSS 20 and Excel 2010 were used. The analysis was descriptive, based on the structure and process attributes of Donabedian\'s model and the theoretical reference of Health Surveillance. Fifteen participants (62.5%) were managers of traditional units; five (20.8%) of units with Family Health Strategy (FHS) and four (16.7%) of mixed units. Half of them had up to five years of service in the unit and twelve (50.0%) were specialists. Fifteen (62.5%) received training on the actions recommended by the Ministry of Health for the control of breast cancer; regarding less than five years. Ten units (41.6%) had up to ten years of operation; fifteen (62.5%) had up to five offices; eighteen (75.0%) had nursing offices; eighteen (75.0%) had space for educational meetings; and all of them had an equipped room with space for papanicolaou collection. Related to the seventeen Family Health teams (HFT), six (35.3%) were incomplete. Seven (77.8%) had a gynecologist/obstetrician. Among the eighteen (94.7%) without FHS, seventeen (94.4%) had a medical professional and one (5.6%) had a physician and specialist nurse. In sixteen units (84.2%), there were up to five nurses. All managers reported that referral services of their coverage areas for mammography (MMG) and for breast ultrasound (USG) are public; these exams were not performed in the BHU; then they reported obstacles in conducting the exams. Regarding the computerized systems, most BHU have implemented SIAB [20 (83.3%)], SISMAMA [(14 (58.3%)] and SISCAN [22 (91.7%)].) The main problems reported for the use of the systems were the precarious internet network, many items to be filled and few human resources. Sixteen managers (66.7%) reported that such technological resources allow the programming of actions, especially educational ones. Considering the training of health professionals of the units related to control actions of breast neoplasms, the majority were trained [22 (91.7%)], of which twelve (54.5%) were less than a period of six months. All the managers affirmed about the actions for the control of breast cancer: priority in the referral and consultation of women with altered MMG and ECM, and request of MMG exam for women of the high-risk group. Regarding the obstacles in the execution of practices for the control of breast carcinoma, thirteen managers (54.2%) pointed out difficulties faced by the services, with a predominance of lack of health professionals and excessive demand. It is concluded that although many managers identify the importance of educational actions, there is a need for greater implementation of these actions, insofar as the approach is curative. In addition, more investment is needed to increase screening measures and to the access to screening tests
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Estudo da prevalência de maus tratos na infância em mulheres com dor pélvica crônica / Study of the prevalence of childhood maltreatment in women with chronic pelvic painTawasha, Kalil Antonio Salotti 22 April 2015 (has links)
Introdução: A dor pélvica crônica é uma condição clínica de elevada prevalência, cuja compreensão da fisiopatologia envolvida, ainda é parcial. A IASP (International Association for Study of Pain) define DPC como: dor crônica ou persistente percebida em estruturas relacionadas à pelve (sistema digestório, urinário, genital, miofascial ou neurológico), frequentemente associada com consequências emocionais, sexuais, comportamentais e cognitivas negativas, assim como com sintomas sugestivos de disfunções daqueles sistemas. Incluem-se tanto dor cíclica, como dismenorreia, quanto acíclica. Do ponto de vista temporal, considera-se crônica, via de regra, quando a duração é igual ou superior a seis meses (http://www.iasp-pain.org/files/Content/ContentFolders/Publications2/ClassificationofChronicPain/Part_II-F.pdf; acessado em 13 de novembro de 2014). Está associada a diversas comorbidades e impacto conjugal, social e econômico desfavorável. Embora sugestivo, não temos dados objetivos de países em desenvolvimento sobre a associação de maus tratos sofridos na infância com dor pélvica crônica e sua relação com sintomas de ansiedade e depressão. Objetivos: Investigar a prevalência de maus tratos na infância em mulheres com dor pélvica crônica e sua correlação com os transtornos do humor. Casuísticas e Métodos: Foi realizado um estudo do tipo transversal, no qual foram incluídas 77 mulheres com DPC atendidas consecutivamente em um ambulatório especializado de dor pélvica crônica. Optamos também por avaliar um grupo de 77 mulheres saudáveis atendidas no ambulatório de ginecologia geral. Utilizamos o Questionário Sobre Traumas na Infância (QUESI) para avaliar a prevalência de maus tratos gerais e específicos, enquanto que os escores de risco para ansiedade e depressão foram obtidos pela Escala de Medida de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HAD) e a intensidade de dor foi avaliada a partir da Escala Analógica Visual (EVA). A análise estatística dos dados se deu pelo teste DAgostino para averiguar se as variáveis contínuas apresentavam distribuição normal. Optamos por avaliarmos a diferença entre os grupos através do teste de Wilcoxon (Mann-Whitney) e a análise de diferenças entre proporções utilizamos o teste Qui-Quadrado. Para atingir o objetivo foi proposto uma análise de correspondência múltipla Foi utilizado a plataforma multivariada para avaliar a correlação entre o QUESI e os escores de ansiedade e depressão com estimativa de robustez para não considerar eventuais outliers. Resultados: A prevalência de maus tratos na infância foram 77,9% e 64,9%, respectivamente para mulheres com e sem DPC (p = 0.05). Em relação a exposição a 3 e/ou 4 eventos múltiplos de maus tratos na infância, obtivemos as seguintes prevalências para as mulheres com e sem DPC, respectivamente: 23,4% e 15,6% (p= 0.05); 18,2% e 10,4% (p= 0.03). A prevalência de abuso sexual, abuso físico, abuso emocional, negligência física e negligência emocional, respectivamente para mulheres com DPC e saudáveis, foram: 29,9% e 20,8% (p= 0.19); 45,4% e 31,2% (p= 0.07); 48% e 35,1% (p= 0.10); 58,4% e 44,1% (p= 0.08) e 58,4% e 41,5% (p= 0.04). Somente o subtipo negligência emocional apresentou diferença estatisticamente significativa. A prevalência de sintomas significativos de ansiedade e depressão nos grupos com dor e controle foram respectivamente: 55,8% (43/77) e 40,2% (31/77) (p= 0.05); 45,4% (35/77) e 23,4% (18/77) (p= <0.01). Quando correlacionamos os dados obtidos nos instrumentos QUESI e HAD no grupo de DPC e controle, observamos uma correlação positiva entre elas, porém não identificamos a mesma correlação nos subtipos abuso sexual (HAD-D) e negligência física (HAD-A) no grupo controle. A análise de correspondência múltipla mostra uma correspondência entre presença de dor pélvica crônica e raça (cor não branca) e escolaridade abaixo de 10 anos; e correspondência entre sintomas significativos de ansiedade e depressão com múltiplos maus tratos (mais que dois ou três) e, especificamente com negligência emocional, abuso emocional, abuso físico e abuso sexual. Conclusões: Mulheres com DPC apresentam índices de negligência emocional maiores que o grupo de mulheres saudáveis e maiores indices de risco de transtornos de humor específicos quando correlacionados ambos instrumentos. Pacientes com DPC apresetaram sintomas de depressão e ausência de atividade laboral remunerada que se associam de modo independente, sendo fatores de riscos que podem levar, à longo prazo, o desenvolvimento de DPC na população feminina. / Background: Chronic pelvic pain is a clinical condition of high prevalence, whose understanding of the pathophysiology involved, is still partial. IASP (International Association for the Study of Pain) define CPP as chronic or persistent pain perceived in the pelvis related structures (digestive system, urinary, genital, myofascial or neurological), often associated with emotional, sexual, behavioral and cognitive negative consequences, as well as with symptoms suggestive of dysfunction of those systems. Include both cyclic pain, such as dysmenorrhoea, the acyclic. The time point of view, it is considered chronic, as a rule, when the duration is less than six months (http://www.iasp-pain.org/files/Content/ContentFolders/Publications2/ClassificationofChronicPain/Part_II-F.pdf; accessed on November 13, 2014). Is associated with several comorbidities and marital impact, social and economic unfavorable. Although suggestive, we have no objective data from developing countries on the involvement of abuse suffered in childhood with chronic pelvic pain and its association with symptoms of anxiety and depression. Objectives: To investigate the prevalence of child maltreatment in women with chronic pelvic pain and its correlation with mood disorders. Patients and Methods: We conducted a cross-sectional study, in which were included 77 women with CPP seen consecutively in an outpatient clinic for chronic pelvic pain. We chose also evaluate a group of 77 healthy women attended the general gynecology outpatient clinic. We use the Childhood Trauma Questionnaire (QUESI) to assess the prevalence of poor general and specific treatment, while the risk scores for anxiety and depression were obtained by the Hospital Anxiety and Depression Rating Scale (HAD) and pain intensity was evaluated from the Visual Analogue Scale (VAS). Statistical analysis of data was by D\'Agostino test to see if continuous variables normally distributed. We chose to evaluate the difference between the groups using the Wilcoxon test (Mann-Whitney) test and the analysis of differences between proportions used the chi-square test. To achieve the goal has been proposed a multiple correspondence analysis. We used multivariate platform to evaluate the correlation between the QUESI and the scores of anxiety and depression with robustness estimated not to consider any outliers. Results: The prevalence of childhood maltreatment were 77.9% and 64.9% respectively for women with and without CPP (p = 0.05). Regarding exposure to 3 and / or 4 multiple events of childhood maltreatment, we obtained the following rates for women with and without CPP, respectively: 23.4% and 15.6% (p = 0.05); 18.2% and 10.4% (P = 0.03). The prevalence of sexual abuse, physical abuse, emotional abuse, physical neglect and emotional neglect, respectively for women with CPP and healthy, were 29.9% and 20.8% (p = 0.19); 45.4% and 31.2% (p = 0.07); 48% and 35.1% (p = 0.10); 58.4% and 44.1% (p = 0.08) and 58.4% and 41.5% (P = 0.04). Only the emotional neglect subtype showed a statistically significant difference. The prevalence of significant symptoms of anxiety and depression in groups with pain control and were, respectively, 55.8% (43/77) and 40.2% (31/77) (p = 0:05); 45.4% (35/77) and 23.4% (18/77) (p = <0.01). When we correlate the data from the instruments QUESI and HAD in CPS and control groups, we observed a positive correlation between them, but did not identify the same correlation in subtypes sexual abuse (HAD-D) and physical neglect (HAD-A) in the control group. Multiple correspondence analysis shows a correlation between the presence of chronic pelvic pain and race (non-white) and schooling below 10 years; and correspondence between significant symptoms of anxiety and depression with multiple abuse (more than two or three) and specifically with emotional neglect, emotional abuse, physical abuse and sexual abuse. Conclusions: Women with CPP have higher emotional neglect rates that the group of healthy women and higher indices of risk specific mood disorders when correlated both instruments. Patients with CPP show symptoms of depression and lack of paid work activity that are associated independently, and risk factors that can lead in the long run, the CPP development in the female population.
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Abortamento: depressão e percepção das mulheres quanto às reações e condutas do parceiro em duas capitais brasileiras / Abortion: women\'s depression and perception with respect to the partner\'s reaction and behavior in two Brazilian capitalsNonnenmacher, Daniele 03 July 2013 (has links)
Introdução: Constante na história da civilização, o abortamento tem sido tema relevante na saúde pública, trazendo repercussões físicas e emocionais à mulher. Este trabalho abordou aspectos históricos e culturais que delinearam o percurso feminino e a maternidade, contemplou a magnitude do abortamento e aspectos emocionais, em especial, a depressão. Teve como objetivos, analisar características sociodemográficas, a percepção das mulheres quanto às reações e condutas do parceiro e o diagnóstico de depressão, em duas capitais brasileiras, associando as variáveis entre os grupos de abortamento espontâneo e provocado de cada capital. Buscou, em cada grupo, relacionar a depressão com as variáveis estudadas. Método: Foram realizadas entrevistas semidirigidas, com questionário previamente elaborado com 285 mulheres que sofreram abortamento espontâneo (139 em Natal-RN e 146 em São Paulo-SP) e 31 mulheres que referiram tê-lo provocado (11 em Natal-RN e 20 em São Paulo-SP). Para o diagnóstico de depressão, utilizou-se o módulo de humor do Primary Care Evaluation of Mental Disorders (Prime-MD). Os dados foram analisados pela Técnica de Análise Temática, posteriormente foi utilizado o programa IBM SPSS Statistics Standard Edition. O nível de significância utilizado foi p<0,05. Resultados: Encontrou-se significância estatística relacionada ao abortamento provocado, em Natal-RN e São Paulo-SP, nas variáveis: ser solteira (p<0,01; p<0,01) e ter menor número de gestações (p<0,01; p=0,04) e de abortamentos espontâneos anteriores (p<0,01; p<0,01). Em Natal-RN evidenciou-se ainda, mulheres com trabalho (p=0,03), renda financeira (p<0,01) e que residiam com familiar (p<0,01) e, em São Paulo-SP, ter provocado abortamento anterior (p=0,01) e residir com amigos (p<0,01). Quanto à percepção das mulheres em relação às reações e condutas do parceiro, em ambas as capitais, ele foi referido como a pessoa que não poderia saber do abortamento (p<0,01 em Natal-RN; p=0,02 em São Paulo-SP), ao mesmo tempo, como aquele que poderia tê-lo evitado (p<0,01 em Natal-RN; p=0,03 em São Paulo-SP). A ausência do parceiro no momento da confirmação da gestação (p=0,02) foi relevante em Natal-RN, e em São Paulo-SP, ele ter apresentado reações negativas frente à notícia da gravidez (p=0,04) e não ter participado no processo do abortamento (p<0,01). Constatou-se elevado índice de depressão em ambas capitais e grupos. Sua presença, no abortamento provocado, não esteve associada às variáveis estudadas, enquanto no espontâneo, relacionou-se, em Natal-RN, a reações negativas do parceiro ao saber da gravidez (p=0,05) e sua ausência no processo do abortamento (p<0,01) e, em São Paulo-SP, ao desconhecimento dele sobre a gestação (p=0,04). Conclusão: Apesar dos avanços sociais, seguem enraizados na identidade feminina princípios culturais e sociais que diante da situação de abortamento, ainda hoje, despertam na mulher conflitos e ambivalências. Mesmo com a independência feminina, a participação masculina mostra-se importante dentro do processo do abortamento, seja pelo suporte ou mesmo, pelo compartilhamento da responsabilidade / Introduction: Constant in the history of civilization, abortion has been a relevant issue in public health, having physical and emotional repercussions for women. This study addressed the historical and cultural aspects outlining the female pathway and maternity and dealt with the magnitude of abortion and emotional aspects, especially depression. Its purpose was to analyze sociodemographic characteristics, women\'s perception as regards the partner\'s reactions and behavior, and depression diagnosis in two Brazilian capitals, associating the variables from the spontaneous abortion group and the induced abortion group. Within each group, the objective was to relate the variables to depression. Method: In two Brazilian capitals, semistructured, questionnaire-based interviews were conducted with 285 women who underwent spontaneous abortion (139 in Natal-RN and 146 in São Paulo-SP) and 31 who reported having induced the abortion (11 in Natal-RN and 20 in São Paulo-SP). For diagnosing depression, the mood module from the Primary Care Evaluation of Mental Disorders (PRIME-MD) was applied. The data were analyzed by the thematic analysis technique, and, subsequently, the IBM SPSS Statistics Standard Edition program was used. The significance level was set at p<0.05. Results: Induced abortion was statistically significant with respect to the following variables: in both Natal-RN and São Paulo-SP, being single ((p<0.01, p<0.01), a smaller number of previous pregnancies (p<0.01, p=0.04), and fewer previous spontaneous abortions (p<0.01, p<0.01); in Natal-RN alone, having a job (p=0.03), having a money income (p<0.01), and living with a family member (p<0.01); in São Paulo-SP only, induction of a previous abortion (p<0.01) and residence with friends (p<0.01). Concerning the perception the women had of their partners\' reactions and behavior, in both capitals, the partner was referred to as the one person who could not know about the abortion (p<0.01 in Natal-RN, p=0.02 in São Paulo-SP) and, simultaneously, as the one who could have avoided it (p<0.01 in Natal- RN, p=0.03 in São Paulo-SP). The partner\'s absence at the time of the pregnancy confirmation (p=0.02) was relevant in Natal- RN, and the partner\'s negative reaction when learning about the pregnancy (p=0.04) and his not participating in the abortion process (p<0.01) was relevant in São Paulo- SP. A high depression rate was found in both groups and in both capitals. Its presence in the induced abortion group was not associated with the study variables, while, in the spontaneous abortion group in Natal-RN, it was linked to the partner\'s negative reaction as he learned about the pregnancy (p=0.05) and to his absence during the abortion process (p<0.01), and in São Paulo-SP, to his not knowing about the pregnancy (p=0.04). Conclusion: Despite social advances, the cultural and social principles rooted in the female identity to this day still engender conflicts and ambivalent feelings in women when confronted with the situation of abortion. Notwithstanding women\'s independence, male participation has shown to be important in the abortion process, be it for support or for sharing the responsability
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As equipes de saúde da família e a violência doméstica contra a mulher: um olhar de gênero / The family health teams and domestic violence against women: a look at genderAndrade, Clara de Jesus Marques 22 May 2009 (has links)
Este é um estudo quanti-qualitativo que teve como objeto os limites e as possibilidades de atuação dos integrantes das equipes de saúde da família na violência doméstica vivenciada pelas mulheres no sentido de dar visibilidade a este problema no âmbito dos serviços de saúde. Seus objetivos específicos foram: identificar as concepções de violência de mulheres que vivenciaram situações violentas no espaço doméstico, apreender qual a expectativa das mulheres ao buscarem o serviço de saúde quando vivenciam situações de violência doméstica, identificar os limites de atuação dos profissionais de saúde frente à violência doméstica vivenciada pelas mulheres e analisar à luz de gênero o posicionamento dos profissionais de saúde em relação à violência doméstica contra a mulher. Neste estudo utilizaram-se como referencial teórico-metodológico as categorias gênero e violência de gênero enquanto constructos sociais. Para o tratamento dos dados foi utilizada a metodologia da análise de conteúdo proposta por Bardin e Minayo e as recomendações de Bourdieu para a construção das histórias das mulheres. Foi desenvolvido em duas etapas. A primeira teve como sujeitos de pesquisa as gestantes atendidas no Centro de Saúde Padre Fernando de Melo no município de Belo Horizonte, realizada através da observação participante, da aplicação de 64 questionários fechados e 12 entrevistas semi-estruturadas. As informações obtidas subsidiaram o desenvolvimento da segunda etapa da pesquisa. A segunda etapa foi desenvolvida através de uma Oficina de trabalho realizada com quinze profissionais das equipes de saúde da família do referido centro de saúde tendo como tema o posicionamento dos profissionais das equipes de saúde em situações de violência doméstica contra as mulheres. Nesta oficina foram coletadas informações sobre os limites e possibilidades de abordagem da violência doméstica nos serviços de saúde. Os resultados mostram que mulheres e profissionais de saúde ao não reconhecerem a violência doméstica contribuem para que se mantenha como um problema presente e recorrente, porém, não abordado nos serviços de saúde. Mostram ainda a potencialidade das Oficinas na coleta de dados de pesquisa articulada à reflexão crítica e na abordagem da violência doméstica nos serviços de saúde / This is a quanti-qualitative study that had as purpose to understand the limits and the possibilities of action by integrants of family health teams on domestic violence against women in search of appropriate ways to give visibility to this problem in the scope of the health services. Its specific objectives were: to identify the conceptions of violence by women who had lived in violent situations in the domestic space, to apprehend which could be the expectation of the women when searching the health service after suffering domestic violence, identify the limits of action of the health professionals dealing with women under domestic violence, and to analyze the gender´s view and the perception of the family health team in relation to the domestic violence against the woman. In this study the categories gender and type of violence were used as theoretical and methodological referential for the social constructs. For the data analysis it was used the methodology proposed by Bardin and Minayo and the recommendations of Bourdieu for the construction of the histories of the women. The research was developed in two stages. The first one had as subjects pregnant women attended in the Centro de Saúde Padre Fernando de Melo in the city of Belo Horizonte, evaluated through the observation, the application of a closed questionnaire with 64 questions and 12 half-structuralized interviews. The information obtained subsidized the development of the second stage of the research. The second stage was developed through a workshop with fifteen professionals of the family health team above mentioned having as the purpose the perception and positioning of the professionals dealing with situations of domestic violence against the women. In this workshop information on the limits and possibilities of approaching the domestic violence in the health services were collected. The results show that women and health professionals when do not recognize the domestic violence do not contribute to prevent it, what then becomes a present and recurrent problem in the health services. The results also show the potentiality of the workshops in the collection of data for research, articulated to the critical analysis and approach of the domestic violence in health services facilities and programs
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Consciência política e humanização do parto: a luta pelo direito à formação de obstetrizes da Universidade de São Paulo / Political conscience and humanization of childbirth: the struggle for the right to the training of midwives at the University of São PauloPuccini, Beatriz Cicala 18 April 2018 (has links)
O ressurgimento da obstetrícia como profissão autônoma após mais de três décadas do fechamento do último curso de formação direta no Brasil apresenta-se no contexto das necessárias políticas de humanização da assistência à saúde materno-infantil, quando o país responde pelos piores índices de resultado, sendo um dos mais violentos do mundo e com o maior percentual de cesarianas desnecessárias. Diante desse quadro e da observação de que corporações profissionais autárquicas representativas da medicina e da enfermagem parecem se opor à disseminação de novas práticas encampadas pelo Ministério da Saúde por meio de diretrizes e regulamentações em consonância com organismos internacionais de referência na área, este trabalho busca analisar os elementos formadores da consciência política de integrantes do movimento da obstetrícia na Universidade de São Paulo, trazendo as vozes de ex-alunos e docentes da Graduação em Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP) e representantes da Associação de Alunos e Egressos do Curso de Obstetrícia da Universidade de São Paulo (AO-USP) por meio de entrevistas semiestruturadas em que se buscaram elementos para a compreensão de seu papel na luta por uma identidade positiva da profissão, a melhoria na atenção à saúde da mulher no país e à afirmação de seus direitos fundamentais instituídos pelo Sistema Único de Saúde na Constituição de 1988. A compreensão da formação da consciência política acerca do movimento da obstetrícia à luz das dimensões propostas no Modelo da Consciência Política de Salvador Sandoval contribui para a clarificação dos elementos macro e micro políticos que agem contra e a favor do movimento de humanização do parto e nascimento e sua importância para a superação da realidade de violência e desrespeito aos direitos femininos no campo da assistência à saúde. Com a proposição do novo curso, pôde-se construir um espaço de formação baseado nos princípios da humanização, que norteiam as práticas em saúde em muitos países, recorrendo-se às melhores tecnologias disponíveis nas ciências biomédicas e humanas, contribuindo para um olhar inovador em nosso país quanto à formação de profissionais aptos a exercer uma assistência de qualidade e não violenta / After more than three decades of closure of formal obstetrician studies, in a moment of desperate need for humanization policies in mother-child health assistance, we see the option of autonomous obstetrics reappearing when Brazil lives the worst record of unnecessary cesarean procedures. Amidst this scenario, and the observation that government representatives of medical and nursing departments seem to oppose the dissemination of the new practices approved by the Ministry of Health, in alignment with international organizations that are a reference in this area, this study will analyze the elements which build the political consciousness of members of the obstetrician movement in the University of São Paulo by bringing to light the voices of former students and professors of the grad course Graduação em Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP) and representatives of the obstetrician course student association Associação de Alunos e Egressos do Curso de Obstetrícia da Universidade de São Paulo (AO-USP). Data was collected through semi structured interviews where we sought to find elements to understand the strive for a positive identity of this profession, the improvement of the care for women health and the affirmation of their fundamental rights instituted by the Central health Constitution of 1988. The comprehension of the formation of the political consciousness in light of the dimensions proposed in Salvador Sandoval\'s Political Consciousness Model, contributes to the clarification of macro and micro political elements that act against and in favor of the birth humanization as well as its importance to overcoming the reality of violence and disrespect to human rights in the health assistance field. With the proposition of the new course, it was possible to construct a training space based on the principles of humanization, which guide health practices in many countries, using the best available technologies in the biomedical and human sciences thus contributing to an innovative look in our country regarding the training of professionals able to provide quality and non-violent assistance
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Ocorrência das síndromes hipertensivas na gravidez e fatores associados na região sudeste do Brasil / The occurrence of hypertensive disorders in pregnancy and associated factors in Southeastern BrazilQueiroz, Marcel Robledo 03 February 2014 (has links)
Introdução: A principal causa de mortes maternas no Brasil são as Síndromes Hipertensivas na Gravidez (SHG). Estudos têm focado nos fatores de risco para essas síndromes, entretanto são pequenos e localizados. Um estudo de maior abrangência poderia encontrar valores mais precisos e diferenças entre seus estratos. Objetivo: Estimar a frequência das SHG na região sudeste do Brasil. Descrever e analisar os fatores associados às síndromes hipertensivas na gravidez. Método: Este é um estudo transversal, parte integrante do Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento, cuja coleta de dados ocorreu entre Fevereiro de 2011 e Julho de 2012. A amostra do estudo foi composta por todas as mulheres entrevistadas pelo inquérito em toda a região Sudeste do Brasil, totalizando 10154 pares de mulheres e conceptos. Resultados: As mulheres tinham entre 10 e 54 anos, predominantemente pardas/mulatas/morenas, não possuíam ensino superior, pertenciam à classe econômica C, tiveram seus bebê em hospitais das capitais e possuíam companheiro(a). De todos os nascimentos, 52,1 por cento ocorreram por cesariana, e destas 69,2 por cento sem que a mulher entrasse em trabalho de parto. Quase metade (43,9 por cento) dos nascimentos aconteceram antes que a gestação completasse 39 semanas. 77,7 por cento das mulheres relatam ter um acompanhante ao seu lado em algum momento durante o trabalho de parto/parto. As SHG acometeram 17,6 por cento de todas as mulheres. Destas, 3,4 por cento possuíam hipertensão crônica e a incidência de eclâmpsia foi de 1,6 por cento. Após análise multivariada, permaneceram independentemente associadas às SHG as variáveis cor preta (OR 1,4), histórico pessoal de eclâmpsia (OR 2,8), primiparidade (OR 1,6), diabetes (OR 2,3), mulheres com sobrepeso (OR 1,8), obesidade (OR 4,4) e gestação múltipla (OR 2,9). As mulheres com baixo peso apresentaram associação protetora (OR 0,6) Conclusões: Pode-se concluir que o histórico pessoal de eclâmpsia, diabetes, obesidade e gestação múltipla foram as variáveis que apresentaram maior associação com as SHG / Introduction: The main cause of maternal deaths in Brazil is hypertensive syndromes in pregnancy (HSP). Studies have focused on risk factors for these syndromes, however most are small-scaled and localized. A population-based study on the other hand, could potentially find more accurate results and differences between strata. Objective: To describe and analyze the incidence of HSP and the occurrence of associated factors in the Southeast of Brazil. Method: This is a cross-sectional study, part of \"Birth in Brazil: National Survey into Labor and Birth\" a national epidemiological survey on birthing in Brazil. Data collection took place between February 2011 and July 2012. The study sample consisted of all women interviewed for the survey across the southeastern region of Brazil, totaling 10,154 pairs of women and fetuses. Results: The women were between 10 and 54 years of age, predominantly brown skinned, with no graduation, in economic class C, had their babies in the hospitals placed on the capital cities and had a partner. 52.1 per cent of births occurred by cesarean section, 36 per cent without the woman going into labor. Almost half (43.9 per cent) of births occurred before 39 weeks of completed gestation. 77.7 per cent of women reported having a companion only sometimes during labor/delivery. HSP occurred in 17.6 per cent of all women, 3.4 per cent had chronic hypertension and the incidence of eclampsia was 1.6 per cent. After multivariate analysis, the independent variables associated with HSP is black skin (OR 1.4), personal history of preeclampsia (OR 2.8), primiparity (OR 1.6), diabetes (OR 2.3), underweight (OR 0.6), overweight (OR 1.8), obesity (OR) and multiple gestations (OR 2.9). Conclusion: The population-based data shows that a personal history of eclampsia, diabetes, obesity and multiple pregnancies were the variables with greater association with HSP
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