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A arte de Sanja Ivekovic como denúncia / The art of Sanja Ivekovi as denouncement

Molena, Carolina 04 April 2018 (has links)
Neste estudo, partimos dos pressupostos da psicanálise lacaniana e da análise do discurso de filiação francesa para a investigação da arte de Sanja Ivekovi como denúncia da violência contra as mulheres. Analisamos o impacto da obra Womens House (Sunglasses) (Ivekovi, 2002/2011) sobre o sujeito-espectador, enquadrando-a na segunda estética lacaniana (Recalcati, 2005), ao tomarmos a produção da artista como encontro com o real. Quando o sujeito-espectador mira a criação de Ivekovi provoca-lhe comoção o instante em que se depara com as representações de violência contra as mulheres, que realizam mancha na coesão simbólico-imaginária das imagens, fazendo surgir o objeto [a] escópico, eclipse representativo do sujeito-espectador. Tomamos as imagens de Ivekovi como índice da contemporaneidade, enquanto objetos simbólicos que inscrevem às avessas aquilo que falta, que escapa ao visível, na formação social. O discurso do capitalista comanda as subjetividades atuais ao instalar o sujeito na posição de emissor do discurso. Do seu agenciamento radical colhemos a ruína do verbo, chamado à violência contra as mulheres, invocação acusada por Ivekovi, através da apresentação de provas materiais por meio de sua arte. O suposto rechaço à falta simbólica na disposição social promove o funcionamento urdido pela face feminina da tábua sexual, fixante do gozo que não remete ao Outro enquanto lugar do discurso e da possibilidade de laço social. O predomínio do real empurra os sujeitos para os fenômenos disruptivos, como a violência contra as mulheres, que despreza a mediação simbólica. O empobrecimento metafórico permite que a instância supereu se imponha sobre o ideal do eu, debilitando os ideais vindos do discurso do Outro. A criação da artista aponta para uma performance social regida pelo pai totêmico. Isso significa que a instância supereu impregna o espaço público, por meio de ditames midiáticos, portadores de um excesso pulsional, regulador das subjetividades. Os sujeitos, na tentativa de dominarem essa pulsionalidade excessiva, atrelada ao supereu, incorrem em ações violentas, devido à fragilidade dos recursos simbólicos. O nome próprio presente na composição institui a marca singular subjetivante em detrimento ao discurso universalizante, característico do mal-estar contemporâneo. Ao delimitarmos as posições subjetivas dos sujeitos femininos depoentes na invenção de Ivekovi, notamos a afetação por uma memória social, regente da legibilidade do registro simbólico, recuperada nas enunciações. Pinçamos no primeiro excerto a divisão do sujeito na vacilação subjetiva por meio do choque entre um dizer de julgamento positivo sobre a mulher (adorava ser mulher), e seu discurso opositor (ser mulher-humilhações) ligado aos valores negativos atribuídos às mulheres. Colisão de dizeres, que não deve ser reduzida à diversidade de posições, mas, remetida a algo irredutível ao discurso, que o fratura, posto que seja impossível para os cidadãos da linguagem. No segundo recorte ao demandar um sinal de amor (Laurent, 2006), o sujeito independentemente dos desencontros testemunhados (Desde o começo eu ignorei a violência e Eu ignorei a violência porque eu o amava), busca um liame simbólico, relação entre sujeitos em jogo no amor. Nessa pretensão a violência assume conotações de amor para o sujeito. / This study is based on the assumptions of Lacanian psychoanalysis as well as in the Discourse Analysis of French tradition. Its aim is the investigation of Sanja Ivekovi\'s art as denunciation of the violence against women. We analyze the impact of her work \"Women\'s House (Sunglasses)\" (Ivekovi, 2002/2011) about the spectator-subject, setting it in the second Lacanian aesthetic (Recalcati, 2005) as we take the artist\'s production as an encounter with the real. When the spectator-subject looks at Ivekovi\'s creation, it causes him commotion. The moment he confronts the representations of violence against women, which stain the symbolic-imaginary cohesion of the images causing the object to appear [a] scope-like, a representative eclipse of the spectator-subject, he feels shocked. We consider the Ivekovis images as an index of contemporaneity, as symbolic objects that inversely inscribe what is missing, what escapes the visible, in the social formation. The capitalist\'s discourse commands the current subjectivities once it puts the subject into the position of the discourse\'s transmitter. From this radical management, we have reaped the ruin of the verb such as a call to the violence against women, an invocation that was reported by Ivekovi through the presentation of material proofs of her art. The supposed rejection of the symbolic lack in the social display ends up promoting the warped functioning by the female face of the sexual board, which fixes the joy that does not refer to the Other as a place of discourse, or the possibility of a social bond. The predominance of the real pushes the subjects to disruptive phenomena, such as the violence against women, which despises symbolic mediation. The metaphoric impoverishment allows the super-ego instance to impose itself upon the ideal ego, weakening the ideals coming from the Other\'s discourse. The artist\'s creation points to a social performance governed by the totemic parent. This means that the instance of the super-ego permeates the public space through media dictates, which function as bearers of an excessive pulse, regulator of subjectivities. The subjects, in an attempt to dominate this excessive drive that is attached to the super-ego, incur violent actions due to the fragility of the symbolic resources. The name itself present in the composition, establishes the particular subjectivating mark to the detriment of the universalizing discourse, a characteristic of the contemporary unrest. By delimiting the subjective positions of the female deponents in Ivekovi\'s invention, it is noticed their urge for social memory, regent of the readability of the symbolic register which was recovered from their enunciations. In the first excerpt, we pointed out the subject\'s division into a subjective vacillation caused by the clash between a saying of positive judgment about women (\"she loved being a woman\"), and the opposite discourse (\"being woman-humiliations\") regarding the negative values attributed to them. Such collision of sayings should not be reduced to their diversity of positions in the discourse, but, referred to something irreducible to it, something that tears it apart, once that it is impossible for the citizens of language. In the second cut, in demanding a \"sign of love\" (Laurent, 2006), regardless of the disagreements witnessed (\"I ignored violence from the beginning\" and \"I ignored violence because I loved him\"), the subject seeks a symbolic relationship, a relationship between subjects, which is at stake in the \"love\" matter. In this claim \"violence\" assumes connotations of \"love\" for the subject.
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Violência de gênero contra mulheres: em busca da produção de um cuidado integral / Gender violence against women: searching a comprehensive care

Hasse, Mariana 29 November 2016 (has links)
A violência contra a mulher gera diversas consequências para as pessoas que vivenciam o seu ciclo e estudos têm mostrado ser um problema de grande prevalência no Brasil e no mundo. Diversas medidas vêm sendo tomada nos últimos anos com o intuito de combater esse problema e, apesar dos avanços ocorridos nas últimas décadas, a realidade dos serviços no que se refere ao cuidado às mulheres em situação de violência, ainda é bastante precária e insatisfatória. O enfrentamento da violência contra as mulheres depende, entre outras ações, da articulação entre serviços de diferentes setores visando, a partir da formação de uma rede intersetorial, produzir um cuidado integral. Objetivou-se identificar as organizações e os agentes que compõem a rede intersetorial para mulheres em situação de violência do município de Ribeirão Preto, entender a produção do cuidado nos serviços e analisar as relações existentes entre os diversos serviços e setores. Esse estudo, de abordagem qualitativa, embasou- se em conceitos da micropolítica do processo de trabalho - tradicionalmente utilizados para analisar o trabalho em saúde - para discutir a questão da produção do cuidado a mulheres em situação de violência. Para a discussão também foi utilizado o conceito de \'hospitalidade\', tomado como um dispositivo potente tanto para o enfrentamento de situações de sofrimento quanto para o estabelecimento das articulações necessárias à construção da integralidade. Foram realizadas entrevistas em profundidade, com diferentes profissionais e informantes-chave dos setores de saúde, assistência social, segurança pública, jurídico, terceiro setor e da sociedade civil organizada. Além disso, foram feitas observações participantes em três serviços - um do setor saúde, um da assistência social e um de segurança pública. Os dados obtidos foram categorizados de acordo com a análise de conteúdo temático. 35 homens e mulheres, com idade média de 41 anos participaram da pesquisa. Formados em áreas diversas como medicina, psicologia, serviço social e direito, o tempo de experiência dos entrevistados variou entre 1 e 34 anos. Foram delimitadas três categorias de análise, divididas em subitens: 1: Produção do cuidado: caracterização dos setores e serviços, percepções dos profissionais acerca das mulheres atendidas, percepções dos profissionais sobre o trabalho realizado. 2: Produção da articulação: O entendimento sobre o conceito de rede e seu funcionamento e o processo de trabalho em rede no município. 3. Temas transversais: gênero, violência contra mulheres, Lei Maria da Penha, políticas públicas para mulheres, setor saúde e questões locais. A análise das categorias indica muitos processos de trabalho nos quais não há centralidade do uso de tecnologias relacionais e, portanto, desfavoráveis ao diálogo e à reflexão. Aliado a isso, percepções dos profissionais, muitas vezes preconceituosas, acerca de temas correlatos à violência, favorecem o surgimento de obstáculos à hospitalidade necessária para a produção do cuidado e da articulação intersetorial, indispensáveis para o enfrentamento da violência de forma integral. A preeminência do trabalho vivo nos processos de trabalho através do uso de tecnologias relacionais possibilita a construção do cuidado integral e o resgate da condição de sujeito de usuários e trabalhadores. Por isso ela é fundamental para o trabalho com situações de violência, por combater a anulação do outro / Violence against women generates several consequences for people who experience their cycle and studies have shown to be a very prevalent problem in Brazil and worldwide. Several measures have been taken in recent years in order to combat this problem and, despite advances in the past decades, the reality of services in relation to the care of women in violence situation is still fragile and unsatisfactory. Tackling violence against women depends, among other things, the relationship between services from different sectors aiming to produce a comprehensive care from the formation of an inter-sectoral network. To identify the organizations and agents that make up the cross- sector network for women in violence situation at Ribeirão Preto, to understand the production of care services and to analyze the relationships between different departments and public services. This study of qualitative approach, underwrote in micropolitics concepts of the work process - traditionally used to analyze the work at health services - to discuss the issue of production of care to women in situations of violence. For discussion it was also used the concept of \'hospitality\', taken as a powerful device for both the contend of suffering situations and to establish the necessary links to the construction of comprehensiveness. In-depth interviews were conducted with different professionals and key informants of healthcare, social assistance, public security, legal services, third sector and civil society. In addition, participant observations by me were made in three services - one of the health sector, a social assistance and public security. The data were categorized according to thematic content analysis. 35 men and women with an average age of 41 participated in the survey. Graduated in various fields such as medicine, psychology, social work and law, the time of respondents experience ranged from 1 to 34 years. Were defined three categories of analysis divided into sub-items: 1: Care Production: characterization of sectors and services, perceptions of professionals about women served, perceptions of professionals about the work done. 2: Coordination of Production: The understanding of the concept of the network and its operation and networking process in the municipality. 3. Transversal themes: gender, violence against women, Maria da Penha Law, public policies for women, health sector and local issues. The analysis of the categories indicates many work processes in which there is centrality of using relational technologies and therefore unfavorable to dialogue and reflection. Allied to this, perceptions of professionals often demonstrate prejudice on issues related to violence, easily inspire the emergence of obstacles to the hospitality needed for the production of care and intersectorial coordination, crucial to addressing violence in full. The preeminence of living labor in work processes through the use of relational technology enables the construction of comprehensive care and the rescue of subject hood of users and workers. Therefore it is essential to work with situations of violence, to fight the annulment of the other
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A educação em direitos humanos das mulheres e a formação de promotoras legais populares: a experiência da Casa 8 de março no Tocantins

Ferreira, Bernardete Aparecida 30 January 2018 (has links)
O objetivo dessa dissertação é apresentar as atividades, realizações, avaliações e resultados alcançados no I Curso de Capacitação para Promotoras Legais Populares do Estado do Tocantins (PLPs), que foi realizado pela Casa da Mulher Oito de Março, em Palmas – TO, no período de 10 de outubro de 2003 a 10 de dezembro de 2004. Procurou-se relatar e salvaguardar a memória de uma das mais importantes e completas atividades de formação de mulheres já ocorridas no Estado do Tocantins. O método utilizado para a coleta de dados seguiu os pressupostos da pesquisa histórica, com viés crítico e feminista, orientado pela análise sobre o empoderamento e a emancipação das mulheres, pelo acesso à justiça e a vivência em constantes debates sobre os Direitos Humanos. A partir de uma análise qualitativa dos dados coletados junto às participantes dos Cursos de Formação de PLPs com aplicação de questionários e depoimentos, a pesquisadora figurou como uma intérprete privilegiada pela Pesquisa Participante, responsável por reproduzir a linguagem, as palavras ou não-palavras ditas pelas participantes. Entende-se que a relevância social e profissional desta dissertação consiste em atender à necessidade de ampliar o alcance da educação em Direitos Humanos das mulheres, em descrever e valorizar a experiência já existente no Tocantins, apresentando as suas bases teóricas e práticas de atuação, além de trazer novos segmentos ao processo educativo, nova práxis educativa e instrucional aos cursos de Promotoras Legais Populares no Estado do Tocantins. / The objective of this dissertation is to present the activities, achievements, evaluations and results achieved in the 1st Training Course for Popular Legal Promoters of the State of Tocantins (PLPs), which was held by the Women 's House 8th March in Palmas - TO , in the period from october 10, 2003 to december 10, 2004. We sought to report and safeguard the memory of one of the most important and complete training activities for women already held in the State of Tocantins. The method used for the collection of data followed the presuppositions of historical research, with a critical and feminist bias, guided by the analysis of the empowerment and emancipation of women for access to justice and living in constant debates on Human Rights. Based on a qualitative analysis of the data collected from the participants of the PLP Training Courses with the application of questionnaires and statements, the researcher was a privileged interpreter of the Participant Research, responsible for reproducing the language, words or non-words spoken by the participants. It is understood that the social and professional relevance of this dissertation is to take into account the need to expand the reach of women's Human Rights education, to describe and value the experience already existing in Tocantins, presenting its theoretical bases and practices, in addition to bringing new segments to the educational process, a new educational and instructional praxis to the Popular Legal Promoters courses in the State of Tocantins.
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A experi?ncia de profissionais de um CREAS em rela??o ao atendimento a mulheres em situa??o de viol?ncia / The experience of professionals from a CREAS in regard to providing care to women in situation of violence

Incerpe, Patr?cia Regina Bueno 30 October 2018 (has links)
Submitted by SBI Biblioteca Digital (sbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.br) on 2018-12-18T17:10:55Z No. of bitstreams: 1 Patr?cia Regina Bueno Incerpe.pdf: 1758272 bytes, checksum: e1835f6ff4a996612eaa2dc13d365869 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-12-18T17:10:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Patr?cia Regina Bueno Incerpe.pdf: 1758272 bytes, checksum: e1835f6ff4a996612eaa2dc13d365869 (MD5) Previous issue date: 2018-10-30 / This research aimed to understand the experience of professionals who care for women who are victims of violence at a Social Assistance Specialized Reference Center (CREAS). CREAS is a public unity created based on the guidelines of the National Policy of Social Assistance (PNAS) and covers Special Social Protection (PSE) of Medium Complexity, offering care to families and individuals who find themselves in situations of personal or social risk through the threats or violation of rights, including women in situations of violence. This was a qualitative research of phenomenological nature based on the principles formulated by the German philosopher Edmund Husserl. The researcher carried out individual dialogic encounters with six participants including female psychologists and social workers. Each encounter started with a guiding question related to the research?s theme to enable the participants to speak freely about their experiences. After each encounter, the researcher constructed a comprehensive narrative from her impressions of the participant?s experience. After this stage, a synthesis narrative was elaborated containing the meaningful elements of the experience as a whole in order to get closer to the essential structure of the phenomenon. The constituting elements of the experience were as follow: (1) the participants realized that some professionals at the network of women care reproduce prejudiced attitudes, contributing to the victimization of patients; (2) the participants do not see themselves as protagonists in the institution?s decisionmaking, which leads to feelings of frustration and powerlessness; (3) the participants develop attitudes of empathy and identify personally with the stories of these women in situation of violence and (4) during their meetings with these women, participants feel lonely due to the fact that the care network proves itself ineffective in real life ? still, they value the work they do. In summary, there is a great need for interdisciplinary studies that aim to understand the experience of professionals, patients, and perpetrators of violence in the daily routine of the several institutions that compose the network of assistance to women in situation of violence so to make it possible to overcome the problems pointed out in this research and improve public policies. / Esta pesquisa objetivou compreender a experi?ncia de profissionais que atendem mulheres em situa??o de viol?ncia em um Centro de Refer?ncia Especializado de Assist?ncia Social (CREAS). O CREAS ? uma unidade p?blica gerada a partir das diretrizes da Pol?tica Nacional de Assist?ncia Social (PNAS) e abrange a Prote??o Social Especial (PSE) de M?dia Complexidade, oferecendo atendimento a fam?lias e indiv?duos que se encontram em situa??o de risco pessoal ou social por amea?a ou viola??o de direitos, incluindo mulheres em situa??o de viol?ncia. Consistiu-se em uma pesquisa qualitativa de natureza fenomenol?gica embasada nos princ?pios formulados pelo fil?sofo alem?o Edmund Husserl. A pesquisadora realizou encontros dial?gicos individuais com seis participantes que inclu?ram psic?logas e assistentes sociais, todas mulheres. Os encontros foram iniciados com uma quest?o norteadora relacionada ao tema da pesquisa de forma a possibilitar ?s participantes discorrer livremente sobre suas pr?prias experi?ncias. Ap?s cada encontro, a pesquisadora construiu uma narrativa compreensiva a partir das suas impress?es sobre a experi?ncia da participante. Conclu?da esta etapa, foi elaborada uma narrativa s?ntese contendo os elementos significativos da experi?ncia como um todo, a fim de se aproximar da estrutura essencial do fen?meno. Os elementos constituintes da experi?ncia em pauta foram os seguintes: (1) as participantes percebem que alguns profissionais da rede de aten??o ? mulher reproduzem atitudes preconceituosas que contribuem para a vitimiza??o das usu?rias; (2) as participantes n?o se percebem como protagonistas nas tomadas de decis?o por parte da institui??o e, em decorr?ncia, sentem-se frustradas e impotentes; (3) as participantes desenvolvem atitudes de empatia e identificam-se pessoalmente com as hist?rias vividas pelas mulheres em situa??o de viol?ncia e (4) nos atendimentos ?s mulheres, as participantes sentem-se solit?rias em fun??o da rede de atendimento n?o se mostrar efetiva na pr?tica; apesar disto valorizam o trabalho que desenvolvem. Concluindo, ressalta-se a import?ncia de estudos interdisciplinares que busquem compreender a experi?ncia de profissionais, usu?rias e autores de viol?ncia, no cotidiano das diversas institui??es que comp?em a rede de assist?ncia ? mulher em situa??o de viol?ncia de forma a possibilitar a supera??o dos problemas apontados nesta pesquisa e o aperfei?oamento das pol?ticas p?blicas.
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VIOLÊNCIA, GÊNERO E JUSTIÇA: ANÁLISE DAS DECISÕES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS, NOS ANOS DE 2013 E 2014

Razzouk, Inga Fares 12 September 2016 (has links)
Submitted by admin tede (tede@pucgoias.edu.br) on 2016-11-30T13:41:21Z No. of bitstreams: 1 INGA FARES RAZZOUK.pdf: 1658205 bytes, checksum: 4cd330878753f6a48c6b5427c0736a1d (MD5) / Made available in DSpace on 2016-11-30T13:41:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 INGA FARES RAZZOUK.pdf: 1658205 bytes, checksum: 4cd330878753f6a48c6b5427c0736a1d (MD5) Previous issue date: 2016-09-12 / This research aimed to analyze the criminal decisions utted by the judges of the Court of Justice of the State of Goias, in the years 2013 and 2014, in cases of jurisdiction’s conflict, established with the purpose to resolve doubts about competence of the judge or tribunal of first instance for appreciate, prosecute and judge cases of violence against women. For this, it was done bibliographic survey, with a multidisciplinary approach, about of the categories of violence against women, gender and judicial power to get a broad view of the phenomenon. Subsequently, through of quantitative and qualitative method, was analyzed, respectively, the characteristics and positioning of Goias Justice through legal arguments affixed to these documents. The results obtained indicate that the Judiciary goiano incorporated the paradigm defined in the Maria da Penha Law to match the social expectations to protect women victims of domestic and family violence, which are in vulnerable situations, weaker position and inferiority in front of the patriarchal power male, because the interpretation given to this particular law was made to prevent the violation of human rights. Allow access to justice meant to recognize the peculiar condition of women as subjects of rights, provide the strengthening of citizenship and empowerment as they feel safer to denounce their aggressors seeking criminal responsibility. / Esta pesquisa objetivou analisar as decisões penais proferidas pelos desembargadores da Seção Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, nos anos de 2013 e 2014, nos incidentes de conflito de competência, instaurados com o propósito de dirimir dúvida acerca da competência do órgão julgador de primeira instância para apreciar, processar e julgar casos de violência contra as mulheres. Para isto, foi feito um levantamento bibliográfico, com abordagem multidisciplinar, a respeito das categorias violência contra as mulheres, gênero e justiça a fim de obter uma visão ampla do fenômeno. Posteriormente, por meio do método quanti-qualitativo, analisou-se, respectivamente, as características e o posicionamento da corte judiciária goiana por meio dos argumentos jurídicos apostos nestes documentos judiciais. Os resultados obtidos apontam que a corte judiciária goiana incorporou o paradigma definido na Lei Maria da Penha ao corresponder às expectativas sociais de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, as quais se encontram em situação de vulnerabilidade, hipossuficiência e inferioridade frente ao poder patriarcal masculino, uma vez que a interpretação dada a esta lei específica foi feita para evitar a violação dos direitos humanos. Permitir o acesso à justiça significou reconhecer a condição peculiar das mulheres enquanto sujeito de direitos, proporcionando o fortalecimento da cidadania e o empoderamento, já que elas se sentem mais seguras para denunciar seus agressores, visando à responsabilização penal.
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Avalia??o de mudan?a em mulheres v?timas de viol?ncia / Evaluation of change in women who are victim of violence

Guzzon, Juliana Tavares 22 February 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-04T18:27:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Juliana Tavares Guzzon.pdf: 1553774 bytes, checksum: 7018a9210b3d18b53715613ea49ac9d5 (MD5) Previous issue date: 2011-02-22 / Pontif?cia Universidade Cat?lica de Campinas / According to World Health Organization, violence is a global problem that affects families of all cultures, ethnicities, politics, economics and political regimes. Women victims of violence are assisted by different institutions with different types of intervention: legal, psychological, social and / or medical. However, the quality and extent of changes that is presented, as a result of assistance provided, are not always recognized. The aim of this study was to evaluate the psychological aspects of women who are victim of violence in relation to the changing stage, the quality of adaptive effectiveness and severity of psychopathological symptoms in women victims of violence before being assisted by SOS Action Woman and Family and compare them to those women who have already been assisted by the institution. Methodologically the study used a randomized cross-sectional type, which is based on a comparison between two groups at different stages of a developmental process. The sample comprised of Group G1 (pre-assistance) with nine women in the initial phase of treatment, average age = 36.7, DP = 8.68, and a Group G2 (pos assistance) of nine women who had already completed treatment, average age=41, DP=11.28. They were evaluated individually with the rating scale of symptoms - EAS-40, Stage of Change Scale - EEM and Operational Adaptive Diagnostic Scale Redefined - EDAO-R. All were victims of repeated physical and psychological aggression, on average 11 years ago, perpetrated by intimate partners. Both groups were in the stages of change Pre-contemplation (lack of awareness of the problem and motivation to face it) and contemplation (acknowledges the problem but has no motivation to face it) according to the EEM. Psychopathological symptoms assessed with the EAS-40 had remained high even after the treatments. The participants of the Group post-assistance displayed adaptation between effective and moderately ineffective, while among the group of pre-assistance predominated severe or serious adaptations. The participants arrived at the institution with multiple impairments, in a confused mental state, not knowing what to do or whom to call, besides feeling skeptical of any possible treatment. The severity of the conflicts they face suggests the need for weekly psychological treatment for the long term (estimated at a minimum of one year) in order to restore self-esteem, self-confidence and overcoming profound cultural values which prevents them from overcoming the condition of victimization to which they are subjected to. / De acordo com a Organiza??o Mundial da Sa?de, a viol?ncia ? um problema mundial que afeta fam?lias de todas as culturas, etnias, pol?ticas econ?micas e regimes pol?ticos. Mulheres v?timas de viol?ncia s?o assistidas por diferentes institui??es com diferentes tipos de interven??o: jur?dica, psicol?gica, social e/ou m?dica. No entanto, a qualidade e extens?o das mudan?as que apresentam, em decorr?ncia do aux?lio prestado, nem sempre s?o conhecidas. O objetivo do presente estudo foi o de avaliar aspectos psicol?gicos de mulheres v?timas de viol?ncia no que diz respeito ao est?gio de mudan?a, a qualidade da efic?cia adaptativa e a severidade dos sintomas psicopatol?gicos em mulheres v?timas de viol?ncia antes de serem assistidas pelo SOS A??o Mulher e Fam?lia e compar?-los com os de mulheres que j? foram assistidas pela institui??o. Metodologicamente o estudo utilizou de delineamento do tipo Cross-Sectional, que se baseia na compara??o entre dois grupos em est?gios diferentes de um processo desenvolvimental. A amostra foi composta por um Grupo G1(pr?-assist?ncia) com nove mulheres em fase inicial de atendimento, idade m?dia=36,7 e DP=8,68; e um Grupo G2 (p?s-assist?ncia) de nove mulheres que j? haviam conclu?do atendimento, idade m?dia=41 e DP=11,28. Foram avaliadas individualmente com a Escala de Avalia??o de Sintomas EAS-40, Escala de Est?gio de Mudan?a - EEM e Escala Diagn?stica Adaptativa Operacionalizada Redefinida EDAO-R. Todas eram v?timas de agress?es f?sicas e psicol?gicas recorrentes, em m?dia h? 11 anos, perpetrada por parceiro ?ntimo. Ambos os grupos encontravam-se nos est?gios de mudan?a pr?-contempla??o (aus?ncia de consci?ncia do problema e de motiva??o para enfrent?-lo) e contempla??o (reconhece o problema, mas sem motiva??o para enfrent?-lo) de acordo com a EEM. Os sintomas psicopatol?gicos avaliados com a EAS-40 mantinham-se elevados mesmo ap?s os atendimentos. As participantes do Grupo p?s-assist?ncia apresentavam adapta??o entre eficaz e ineficaz moderada, enquanto que entre as do Grupo pr?-assist?ncia predominaram adapta??es ineficazes severa ou grave. As participantes chegam ? institui??o com v?rios comprometimentos, com confus?o de pensamento, sem saber o que fazer e a quem recorrer, al?m de se sentirem descrentes de algum tratamento poss?vel. A severidade dos conflitos que enfrentam sugere a necessidade de atendimentos psicol?gicos semanais de longo prazo (estima-se um m?nimo de um ano) para que possam recuperar a auto-estima, auto-confian?a e superar valores culturais profundamente arraigados, que as impedem de superar a condi??o de vitimiza??o ? que est?o sujeitas.
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Como dialogar com homens autores de violência contra mulheres? Etnografia de um grupo reflexivo / How to dialogue with male perpetrators of violence against women?

Billand, Jan Stanislas Joaquim 21 November 2016 (has links)
Este estudo busca compreender as modalidades e condições do sucesso prático de uma intervenção junto a homens autores de violência contra mulheres, na perspectiva da promoção da equidade de gênero. MÉTODO. Foi estudado o trabalho de três profissionais, homens, que organizam um grupo reflexivo para homens autuados por infração à Lei Maria da Penha. Seguindo uma abordagem qualitativa, utilizou-se o método etnográfico, combinando observação participante, entrevistas em profundidade com os três facilitadores, e análise documental. Os resultados foram analizados por contraste com um referencial teórico articulando, entre outros, o quadro da vulnerabilidade e dos direitos humanos em saúde, o conceito de masculinidade hegemônica, a perspectiva feminista do cuidado, e a abordagem psicodinâmica do trabalho. RESULTADOS. Os resultados e sua discussão foram organizados em quatro eixos: primeiro, descrição do modo como o contexto social impacta o processo de trabalho, simultaneamente abrindo possibilidades e configurando desafios para a intervenção; segundo, identificação e discussão das formas de sucesso prático alcançadas pelos profissionais em seu trabalho junto aos homens abordados; terceiro, análise da dimensão intersubjetiva do trabalho, buscando compreender dificuldades encontradas pelo pesquisador e pelos facilitadores do grupo, na relação interpessoal com participantes do grupo; e, finalmente, ampliamos a discussão dos resultados, refletindo sobre o papel da saúde na prevenção da violência contra mulheres e na promoção da equidade de gênero. CONCLUSÃO. Duas tendências contraditórias atravessam a relação dos profissionais estudados com seu trabalho: por um lado, sua sensibilização prévia aos pontos de vista das mulheres os leva a se posicionar como aliados dos movimentos feministas. Neste âmbito, procuram dialogar com homens autores de violência, mobilizando sua própria socialização masculina a serviço da prevenção da violência contra mulheres; por outro lado, este trabalho no âmbito dos \"jogos de linguagem\" típicos da socialização masculina exige uma indiferença seletiva aos pontos de vista das mulheres, em particular quando não condizem com projetos de felicidade masculinos: esta clivagem é necessária para manter a empatia com os homens, condição para um diálogo bem-sucedido. Paradoxalmente, isto resulta em uma perda de empatia dos profissionais pelas mulheres que contradiz o sentido político - profeminista - do seu trabalho. Portanto, no que tange ao diálogo com homens autores de violência contra mulheres, o profeminismo se apresenta simultaneamente como um pré-requisito e um empecilho. Embora nunca se livrem do paradoxo, os profissionais estudados conseguem resolvê-lo no plano da prática, que alcança assim formas específicas de sucesso. As estratégias que desenvolvem neste fim podem inspirar novas práticas de atenção aos autores de violência contra as mulheres em serviços de saúde / This study aims to investigate the modalities and conditions of practical success in an intervention with male perpetrators of violence against women, within the perspective of gender equity promotion. METHODS. We study the work of three male professionals, who organize a reflexive group for sued male perpetrators. Following a qualitative approach, the ethnographic method was employed, combining participant observation, in-depth interviewing with the three facilitators, and document analysis. Results were analysed by contrast with a theoretical reference frame which articulated the frame of vulnerability and human rights in health, the concept of hegemonic masculinity, the feminist perspective on care, and psychodynamic approach of work. RESULTS. The results and its discussion were organized according to four axes of analysis: first, we analyze the social context and its impacts on the work process (opportunities and challenges); second, we describe and discuss forms of practical success identified within the professionals\' work; third, we focus on the subjective dimension of this work, analyzing problems encountered by the researcher and the group facilitators in interpersonal relationships with the group participants, and coping strategies developed by the facilitators; and finally, we expand the discussion of the results to understand possible contributions of health policies to the prevention of violence against women and the promotion of gender equity. CONCLUSION. Two contradictory tendencies pervade the relationship of these professionals to their work. On one side, their raised awareness of women\'s viewpoints leads to their engagement as allies to feminist movements. They seek to dialogue with male perpetrators, putting their own masculine socialization at the service of the prevention of violence against women; yet on the other side, this work within masculine socialization\'s typical \"language games\" demands a selective indifference to women\'s viewpoints, especially when they don\'t match male felicity projects: this cleavage is requested to maintain the empathy towards men requested to achieve successful dialogue. Paradoxically, this results in a loss of the professionals\' empathy towards women, which contradicts the (profeminist) political meaning of their work. Thus, regarding dialogue with male perpetrators of violence against women, profeminism stands simultaneously as a pre-requisite and a cumber. Although they never get rid of this paradox, the studied workers find solutions to it through their practice, hence achieving specific forms of success. The strategies developed for this purpose can inspire new care practices aimed at male perpetrators of violence against women within health services
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Mais pra preta do que pra branca: racismo estrutural na Lei Maria da Penha / More black than white: structural racism in the Maria da Penha

Pereira, Stephanie 26 November 2018 (has links)
INTRODUÇÃO:A rota crítica das mulheres em situação de violência doméstica sob uma perspectiva racial ainda é tema pouco explorado nas pesquisas. Compreendendo as estruturas racistas, sexistas e classistas que operam em nossa sociedade, questiona-se a efetivação da Lei Maria da Penha na garantia de direitos perante as desigualdades vivenciadas por mulheres negras. OBJETIVO:Compreender se existem diferenças entre mulheres negras e brancas no acesso e na assistência dos serviços que compõem a rede de enfrentamento àviolência doméstica. MÉTODO:Estudo misto. Integraram o estudo as mulheres acima de 18 anos que tiveram processos pela Lei Maria da Penha na Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da região oeste da cidade de São Paulo (VVDF-Oeste).A abordagem quantitativa ocorreu por meio de estudo transversal; os dados foram coletados pelos processos judiciais pela plataforma RedCap e foram analisados no SPSS, segundo análise estratificada. Foram avaliadas variáveis sociodemográficas e do processo criminal. A abordagem qualitativa foi realizada por meio de estudo exploratório, com 18 entrevistas semiestruturadas - novemulheres negras e novemulheres brancas. As entrevistas foram analisadas segundo análise de conteúdo de Bardine e as rotas críticas das mulheres, que foram esquematizadas. RESULTADOS:As mulheres menos escolarizadas buscarammais medidas protetivas (p=0,004), sendo que as negras com até 11anos de estudo o fizerammais (p=0,026). Observa-se que as mulheres negras menos escolarizadas também são as que menos comparecem ao atendimento multiprofissional oferecido pela VVDF-Oeste (p=0,039). Além disso, observou-se que as mulheres brancas tiveram mais processos sentenciados (p=0,012),bem como menor tempo de processo (p=0,018). O fluxograma das rotas críticas demonstra que as mulheres negras entrevistadas vivenciaram mais episódios de violência institucional e receberam menos informações nos serviços. Tais questões resultaram em uma rota mais tortuosa e com mais passagens por instituições, na busca pela garantia de viver uma vida sem violência. As mulheres negras reconhecem o racismo, além de outros eixos de opressão em sua rota. Observou-se também que as mulheres brancas entrevistadas não reconhecem o racismo como barreira na efetivação de direitos de mulheres negras. DISCUSSÃO: Apesar de um importante marco no enfrentamento daviolência, a Lei Maria da Penha não garantiu acesso igualitário às mulheres. Percebe-se a diferença traduzida em desigualdade. É imprescindível compreender que a diferença apontada por este trabalho entre as mulheres negras e as brancas não é mera coincidência: trata-se do racismo estrutural garantindo a manutenção de uma sociedade desigual. CONCLUSÕES: Ao compreendermos que o racismo, o sexismo e o preconceito de classe estruturam a nossa sociedade e moldam as relações sociais, é evidente que uma política pública jamais seráuniversal se não construir mecanismos concretos que assegurem a igualdade de acesso e de direitos / INTRODUCTION:The studies of the critical paths that women experiencing domestic violence go through are rarely explored on racial perspective. As racist, sexist and classist structures operate in our society, we question the Maria da Penha Law effectiveness in guaranteeing rights taking into account the inequalities experienced by Black women. OBJECTIVE: To understand if there are differences between Black and White women in the Access and assistance of the services of the intersectoral network of violence against woman. METHOD: Mix study. The study is comprised of women over the age of 18 who have prosecuted their agressor under the Maria da Penha Law in the Domestic Violence and Family Violence Court in the western region of the city of São Paulo (VVDF). The quantitative approach was carried out through a cross-sectional study; the data were collected by the judicial processes by the RedCap platform and were analyzed in the SPSS, according to a stratified analysis. Sociodemographic variables and criminal process variables were evaluated. Qualitative approach was carried out through an exploratory study, with 18 semi-structured interviews -nine black women and ninewhite women. The interviews were analyzed according to Bardin\'s content analysis and the women\'s critical paths, which were schematized. RESULTS: Women up to 11years of schooling asked more for protective measures (p = 0.004), and among those, Black women even more (p = 0.026). It is observed that less educated Black women are also the ones that least attend the multi-professional service offered by VVDF (p = 0.039).In addition, it was observed that White women had more sentenced cases (p = 0.012) in addition to a shorterprocess time (p = 0.018). The flow chart of the critical paths shows that the interviewed Black women experienced more episodes of institutional violence and received less information in the services. Such questions resulted in a more tortuous path and more passages by institutions,searching for the guarantee of living a life without violence. Black women recognize racism, as well as other axés of oppression in their route.It was also observed that White women interviewed do not recognize racism as a barrier for Black women have their rights guaranteed. DISCUSSION:Despite an important milestone in facing violence, the Maria da Penha Law did not guarantee equal access to women. The difference translated into inequality is perceived. It is essential to understand that the difference pointed out by this work among black and white women is not mere coincidence: it is structural racism guaranteeing the maintenance of an unequal society. CONCLUSIONS: By understanding that racism, sexism, and class prejudice shape our society and shape social relations, it is clear that public policy would never be universal unless it constructs concrete mechanisms to ensure equal access and rights
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Violência por parceiro íntimo na adolescência: uma análise na perspectiva das categorias gênero, violência de gênero e geração / Violence by intimate partner in adolescence: an analysis from the perspective of the categories of gender, gender violence and generation

Brancaglioni, Bianca de Cássia Alvarez 30 March 2016 (has links)
Objetivo: Analisar a violência por parceiro íntimo na adolescência na perspectiva das categorias gênero, violência de gênero e geração. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, de abordagem metodológica quantitativa. Os dados foram coletados em uma escola pública de Ensino Técnico e Ensino Superior do município de Curitiba. Participaram da pesquisa 111 adolescentes, com idade de 15 a 19 anos. A coleta de dados foi realizada por meio de instrumento anônimo e auto preenchível, composto pela escala CADRI e por questões fechadas. Resultados: Constatou-se que 91% dos participantes relataram perpetrar no mínimo uma das naturezas de violência mensuradas neste estudo e 90,1% afirmaram ter sofrido pelo menos uma das naturezas de violência. A violência verbal/emocional apresentou as maiores frequências de perpetração (90,1%) e de vitimização (89,2%), seguida da violência sexual sofrida (32,4%) e perpetrada (27,9%), das ameaças sofridas (25,2%) e perpetradas (21,6%), da violência relacional sofrida (22,5%), da violência física perpetrada (22,5%) e sofrida (18%) e da violência relacional perpetrada (8,1%). Para quase metade dos participantes, a vivência e perpetração das agressões físicas e sexuais ocorreram em conjunto com a vivência e perpetração de violência psicológica. A violência por parceiro íntimo na adolescência constitui uma forma precoce de violência de gênero e as construções de gênero determinaram as agressões sofridas e perpetradas. Também parecem determinar a naturalização e legitimação dessas agressões. A desigualdade de poder entre as gerações pode determinar maior vulnerabilidade à violência por parceiro íntimo na adolescência. Além disso, a categoria geração permitiu compreender o surgimento de novas formas de perpetração e vivência de agressões determinadas pelas transformações históricas e sociais. Conclusões: A construção histórica e social da masculinidade e da feminilidade e as desigualdades de poder estabelecidas por essas construções confluem com a desigualdade de poder entre as gerações. Assim, gênero e geração são determinantes da violência por parceiro íntimo na adolescência, bem como da vulnerabilidade de adolescentes a esse fenômeno. / Objective: To analyze the violence by intimate partner in adolescence in view of the categories of gender, gender violence and generation. Method: This is a descriptive and exploratory research that utilizes quantitative methods. The data was collected in a public school of Technical Education and Higher Education in the Brazilian city of Curitiba, state of Paraná. The participants were 111 adolescents whose ages ranged from 15 to 19 years old. Data collection was conducted by means of an anonymous and self-fillable instrument, composed of closed questions and the CADRI scale. Results: It was found that 91% of the participants reported perpetrating at least one of the forms of violence measured in this study and 90.1% reported having suffered at least one of the forms of violence. The verbal/emotional violence showed the highest frequency of perpetration (90.1%) and victimization (89.2%), followed by suffered (32.4%) and perpetrated (27.9%) sexual violence, suffered (25.2%) and perpetrated (21.6%) threats, suffered relational violence (22.5%), perpetrated (22.5%) and suffered (18%) physical violence and perpetrated relational violence (8,1%). For almost half of the participants, the experience and perpetration of physical and sexual aggression occurred in conjunction with the experience and perpetration of psychological violence. Violence by an intimate partner during the adolescence constitutes an early form of gender violence. Gender constructs determined the occurrences of suffered and perpetrated violence and also seem to naturalize and legitimate these attacks. The inequality of power between generations may cause more vulnerability to violence by intimate partner in adolescence. Furthermore, in relation to aggression, the category of generation enabled us to understand the emergence of new forms of perpetration and victimization determined by historical and social changes. Conclusions: The historical and social construction of masculinity and femininity, as well as the inequalities of power established by those constructs, converge with the imbalance of power between generations. Thus, gender and generation are determinants of violence by intimate partner in adolescence, as well as of the vulnerability of adolescents to this phenomenon.
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A pena que vale a pena: alcances e limites de grupos reflexivos para homens autores de violência contra a mulher / A sentence that it\'s worth: scope and limits of discussion groups for men who commit violence against women

Prates, Paula Licursi 15 May 2013 (has links)
Introdução: O estudo das masculinidades e suas relações com a ocorrência da violência contra a mulher são decorrentes dos estudos de gênero. Para enfrentar o problema e incorporando esta tendência, a Lei Maria da Penha recomenda o encaminhamento de homens autores de violência contra mulher a serviços específicos, sendo o grupo reflexivo uma das possibilidades de intervenção. Objetivos: Caracterizar o perfil de homens participantes do grupo reflexivo; descrever como a dinâmica e os conteúdos veiculados no grupo mobilizam a reflexão; identificar que aspectos das falas dos sujeitos são indicadores de novas posturas e ressignificações das relações; analisar alcances e limites de grupos reflexivos como estratégia de enfrentamento à violência contra as mulheres. Método: Pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, centrada na análise de um grupo composto por homens autores de violência contra a mulher, encaminhados pela justiça para cumprimento de medida judicial. Os dados sociodemográficos e criminais dos homens foram coletados em formulários e boletins de ocorrência. As falas dos sujeitos foram obtidas através de gravação dos grupos e de entrevistas individuais. As falas foram transcritas e interpretadas por meio da análise temática e discursiva, bem como à luz da literatura sobre gênero, violência e masculinidades. Os grupos foram conduzidos por profissionais vinculados a uma ONG, em parceria com o 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar de SP. Resultados e discussão: Os homens, inicialmente, sentem-se vitimizados e injustiçados diante da medida judicial de participação no grupo, não se identificam como autores de violência, apresentam concepções tradicionais do padrão de masculinidade hegemônica. No decorrer do processo, o acolhimento, as intervenções dos facilitadores e a vinculação dos homens ao grupo possibilitaram a ampliação de suas visões de mundo, de modo que as questões relacionadas ao uso da violência de gênero, masculinidades, direitos das mulheres e relacionamentos fossem flexibilizadas e ressignificadas. A maioria referiu adoção de novas posturas e atitudes frente a situações de conflito, procurando evitar o uso de violência em seus relacionamentos. Ao término da participação o grupo é percebido, pela maioria, como espaço que traz contribuições. Considerações Finais: A análise demonstrou que a estratégia de grupos reflexivos para homens autores de violência contra a mulher representa uma iniciativa promissora, a ser utilizada nos serviços de responsabilização para os agressores. Além disso, é importante que tais serviços sejam implantados como parte de uma política pública, vinculada à justiça e integrada à rede de serviços. A consolidação desta política pode ser entendida como um avanço na implementação da Lei Maria da Penha e no enfrentamento à violência contra a mulher / Introduction: The study of masculinities and their relationship to the occurrence of violence against women are a result of gender studies. To tackle the problem and incorporating this trend, the Maria da Penha Law recommends referral of men who commit violence against women to specific services, being the discussion group as one of the possibilities for intervention. Objectives: To characterize the profile of discussion group participants; describe how the dynamics and transmitted content mobilize the group reflection; identify which aspects of the subjects\' statements are indicative of new attitudes and new meanings of relationships, analyze scope and limits of discussion groups as a strategy to combat violence against women. Method: A qualitative case study research, focusing on the analysis of a group of men who commit violence against women, referred by the court to comply with a judicial order. Socio-demographic data and legal convictions of men were collected on forms e police reports. The subjects\' statements were obtained by recording the groups and individual interviews at the end of the process. The contents of the speech were transcribed and interpreted using thematic and discourse analysis, as well as with the literature on gender, violence and masculinities. The groups were conducted by experts of an NGO, in partnership with the 1st Special Court of Domestic and Family Violence, both in São Paulo. Results and discussion: The men initially feel victimized and wronged before the judicial measure to attend the group, do not identify themselves as perpetrators of violence, have traditional conceptions of hegemonic masculinity pattern. In the process, the welcoming, the facilitators interventions and the pool binding enabled the expansion of their worldviews, so that issues related to the use of gender violence, masculinities, women\'s rights and relationships were resignified e made flexible. The majority reported adopting new postures and attitudes to conflict situations, seeking thereby to avoid using violence in their relationships. At the end of participation, the group is perceived by most as a space that brings contributions. Conclusions: The analysis showed that the strategy of discussion groups for men who commit violence against women represents a promising initiative to be used in the service of accountability for perpetrators. Furthermore, it is important that such services are deployed as a public policy, linked to justice and integrated into a network of care services. The consolidation of this policy can be seen as a breakthrough in the implementation of the Maria da Penha Law and in confrontation violence against women

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