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O efeito das estatinas na prevenção de complicações pós-operatórias em pacientes adultos submetidos a cirurgias cardíaca e não-cardíaca: revisão sistemática e metanálise com análise sequencial de estudos randomizados / Perioperative statin therapy in cardiac and non-cardiac surgery: a systematic review and meta-analysis with trial sequential analysis of randomized controlled trials

Carolina Maria Pinto Domingues de Carvalho e Silva 03 July 2018 (has links)
Introdução: Estudos anteriores sugerem possível benefício do uso perioperatório das estatinas para redução de eventos cardiovasculares pósoperatórios. Metanálise previamente publicada demonstra que as estatinas reduzem mortalidade e infarto perioperatório em pacientes submetidos a cirurgia não-cardíaca. Entretanto, novas evidências em cirurgia cardíaca sugerem efeitos neutros ou mesmo deletérios das estatinas, sendo que metanálise recente demonstrou aumento da incidência de insuficiência renal aguda e tendência a maior mortalidade pós-operatória. Devido aos resultados conflitantes e escassez de evidências definitivas, foi realizada uma revisão sistemática e metanálise de estudos randomizados para avaliar os efeitos do uso perioperatório das estatinas em cirurgia cardíaca e nãocardíaca. Objetivo: Avaliar em pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca e não-cardíaca a associação entre o uso perioperatório de estatinas e a incidência pós-operatória de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência renal aguda e mortalidade. Metodologia: As bases de dados Pubmed, EMBASE e Cochrane foram avaliadas por 2 pesquisadores independentes até 1º de maio de 2018 para busca de artigos apropriados. Foram incluídos estudos randomizados que avaliaram o uso perioperatório de estatinas comparadas a placebo ou a nenhum tratamento em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca e nãocardíaca. Foram calculados o risco relativo (RR) ou razão de chances (odds ratio, OR) e intervalo de confiança 95% (IC 95%) por meio de metanálise de efeitos fixos. Foi realizada a análise sequencial dos estudos (trial sequential analysis, TSA) para quantificar a confiabilidade estatística dos dados. A metodologia Cochrane foi utilizada. Os desfechos primários foram definidos como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência renal aguda e mortalidade no período pós-operatório. Resultados: Foram incluídos 35 estudos randomizados totalizando 8200 pacientes. O uso de estatina comparado ao controle foi associado a menor incidência de infarto em pacientes submetidos a cirurgia não-cardíaca (OR=0,44 [IC 95%, 0,30 a 0,64], p < 0,0001), mas não em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca (OR=0,93 [IC 95%, 0,70 a 1,24], p=0,61). O uso da estatina foi associado a maior incidência de insuficiência renal aguda em cirurgia cardíaca (RR=1,15 [IC 95%, 1,00 a 1,31], p=0,05), mas não em cirurgia não-cardíaca (RR=1,52 [IC 95%, 0,71 a 3,26], p=0,28). Não foi observado impacto do uso das estatinas na ocorrência de acidente vascular cerebral e mortalidade em ambos os grupos cirúrgicos. No entanto, a análise dos estudos com baixo risco de viés em cirurgia cardíaca demonstrou maior mortalidade com o uso de estatinas comparadas a placebo (OR=3,71 [IC 95%, 1,03 a 13,34], p=0,04). A análise sequencial dos estudos (TSA) não sugeriu conclusões definitivas sobre o assunto. Conclusão: As estatinas parecem ter efeito protetor contra infarto pós-operatório em cirurgia não-cardíaca, mas estão associadas a maior risco de insuficiência renal aguda em cirurgia cardíaca. Possíveis efeitos positivos ou negativos sobre a mortalidade não podem ser excluídos. Os dados dos estudos randomizados disponíveis até o momento ainda são insuficientes para conclusões definitivas sobre o uso perioperatório das estatinas. Estudos randomizados adicionais são necessários para avaliar o perfil de segurança e possíveis efeitos benéficos destas medicações nos desfechos pós-operatórios / Introduction: Previous studies supported potential beneficial effects of perioperative statin therapy to reduce postoperative complications. Accordingly, previous meta-analysis concluded that statin treatment decreases the perioperative incidence of mortality and myocardial infarction in non-cardiac surgery. In contrast, growing evidences on perioperative statins administration in cardiac surgery setting suggested neutral or even detrimental results. A recent systematic review and meta-analysis found that perioperative statin therapy in this population was associated with an increased incidence of postoperative acute kidney injury and a trend toward increased mortality. Due to the contrasting results and lack of definitive evidence, we performed a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials to examine the effects of perioperative statin therapy on postoperative outcomes in adult cardiac and non-cardiac surgery patients. Objective: To assess the association between perioperative statin therapy and postoperative myocardial infarction, stroke, acute kidney injury and mortality in patients submitted to cardiac and non-cardiac surgery. Methods: Pubmed, EMBASE, and Cochrane databases were searched through May 1st, 2018 for appropriate articles. Articles were independently assessed by 2 reviewers. Randomized controlled trials evaluating adult cardiac and non-cardiac surgery patients comparing perioperative statin therapy versus placebo or no treatment were included. Risk ratio (RR) or odds ratio (OR) and 95% confidence interval (CI) were obtained using fixedeffects meta-analyses. Trial sequential analysis (TSA) was performed to quantify the statistical reliability of data. The Cochrane methodology was used. Main outcomes were postoperative myocardial infarction, stroke, acute kidney injury, and mortality. Results: Data from 35 randomized controlled trials involving 8200 patients were included. Perioperative statin therapy was associated with lower incidence of postoperative myocardial infarction in noncardiac surgery compared to control (OR=0.44 [95% CI, 0.30 a 0.64], p < 0.0001), but not in cardiac surgery OR=0.93 [95% CI, 0.70 a 1.24], p=0.61). Higher incidence of acute kidney injury was evident in cardiac surgery patients receiving perioperative statins (RR=1.15 [95% CI, 1.00 a 1.31], p=0.05), but not in the non-cardiac surgery population (RR=1.52 [95% CI, 0.71 a 3.26], p=0.28). No difference in postoperative stroke and mortality was present in patients undergoing either cardiac or non-cardiac surgery. However, low risk of bias trials performed in cardiac surgery showed a higher mortality with statins versus placebo (OR=3.71 [95% CI, 1.03 a 13.34], p=0.04). Trial sequential analysis suggested no firm conclusions on the topic. Conclusions: Statins appear to be protective against postoperative myocardial infarction in non-cardiac surgery and associated with an increased risk of acute kidney injury in cardiac surgery. Possible positive or even negative effects on mortality could not be excluded. There is still insufficient randomized data for firm conclusions on perioperative statin therapy. Further randomized controlled trials should evaluate both the safety profile and possible effects on patients\' outcomes
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Dor no pós-operatório de cirurgia cardíaca por esternotomia / Pain in the postoperative of cardic surgery by sternotomy

LIMA, Luciano Ramos de 16 June 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2014-07-29T15:04:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Luciano Ramos de Lima.pdf: 1365345 bytes, checksum: ef60ed7553c3b76d00042fe7e22ffcb3 (MD5) Previous issue date: 2009-06-16 / Postoperative pain is characterized as an acute pain, prevalent inside the hospital environment, commonly associated with tissue damage. This study had, as a general objective, the evaluation of post-operative pain in clients who have undergone to cardiac surgery by sternotomy, according to the occurrence, intensity (measured at rest and on deep inspiration), location and quality, 1st, 2nd and 3rd. This is a cohort, prospective study, developed in a general hospital in the countryside of the State of Goiás, in the period from January to August 2008. Pain intensity was measured by means of verbal numerical scale (0-10); quality was measured by the McGill Pain Questionnaire (MPQ-SF), the location was measured by body diagrams, and preoperative anxiety was measured via STAI (State/Trait Anxiety Inventory). Numerical vares were explored by descriptive measures of centrality (mean and median) and dispersion (minimum, maximum, standard deviation). The categorical variables were explored by simple absolute frequencies and percentages. The associations between variables were explored using non-parametric association tests, such as chi-square, Spearman coefficient, Kruskal-Wallis and Mann-Whitney with &#945; = 5%. 62 clients participated, 56.5% men, 67.7% white, 42% of socioeconomic class C and 72.6% married. The mean age was 54.8 years, SD = 12.1 years, and the predominant age group (29.0%) from 51 to 60 years. The prevalent surgery was valve surgery (46.8%), followed by myocardial revascularization (40.3%). The postoperative anxiety level was medium to 92.0% of the clients. Pain intensity at rest and deep inspiration had a decrease as days passed by, (p<0.05), being classified as mild-moderate (MD [median]=0,0-3,0; Q1 [quartile 1]=0,0-1,0; Q3 [quartile 3]=2,0-6,0; MAX [maximum]=8,0-10,0; MIN [minimum]=0,0-0,0) at rest and moderate-intense (MD=2,0-5,0; Q1=0,75-2,75; Q3=3,0-7,25; MAX=9,0-10,0; MIN=0,0-0,0) at deep inspiration. The chest region was the region in where there was the greatest pain occurrence in the 4 days of PO (40,3%-53,2%).The words which were most frequently chosen to describe postoperative pain were tiring/exhaustive (83,9%- 95,2%), painful (88,7%-91,9%), persistent (85,5%-87,1%) and splitting (72,6%- 82,3%). Splitting, was the one which received the greatest attribution (score 3) from the sensory-discriminative group, in numerical scale (0-3), both at POI as in the 1st and 2nd PO. The PRI (Pain Rating Index), results from the MPQ-SF, for the sensory group (PRI-S) , the affective group (PRI-A) and total (PRI-T) showed a reduction in the scores over the 4 days of PO (p<0.001). The correlation between the pain intensity and PRI scores in the 4 days of PO was positive and significant both for the PRI-S (0.52-0.34; p<0.001), and PRI-A (0.52-0.30; p<0.001) as to PRI-T (0.56-0.36; p<0.001). Postoperative pain at rest intensity was consistent to the one observed in other studies. However, postoperative pain at deep inspiration is still intense, being able to generate greatest losses in the clients early recovery. Even tough it isn t significantly associated to pain intensity, it is stressed that all the clients presented some degree of anxiety, a natural stimulus which can influence the endogenous pain modulation system, which may exacerbate the pain. In terms of quality, pain was described through words from the sensory and affective MPQ group, pointing to the multidimensionality of the painful experience. It is stressed the importance of the evaluation/measure and the postoperative pain systematic record as essential items to the adequate relief of this experience in the surgical environment. / A dor pós-operatória caracteriza-se como dor aguda, prevalente no âmbito hospitalar, comumente associada a um dano tecidual. Este estudo teve como objetivo geral avaliar a dor pós-operatória, em clientes submetidos a cirurgias cardíacas, por esternotomia, segundo a ocorrência, intensidade (mensurada ao repouso e à inspiração profunda), localização e qualidade, no POI, 1º, 2º e 3º PO. Trata-se de uma coorte, prospectiva, desenvolvida em um hospital geral do interior do Estado de Goiás, no período de janeiro a agosto 2008. A intensidade da dor foi medida por meio da Escala Numérica (0-10) verbal; a qualidade pelo Questionário de Dor de McGill (MPQ-SF); a localização por meio de diagramas corporais; e a ansiedade pré-operatória por meio do IDATE-estado. As variáveis numéricas foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (média e mediana) e de dispersão (mínimo, máximo, desvio padrão) e as variáveis categóricas por freqüências simples absolutas e porcentuais. As associações entre as variáveis foram exploradas por meio de testes não paramétricos de associações como o quiquadrado, coeficiente de Spearman, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, com &#945;=5%. Participaram 62 pacientes, 56,5% do sexo masculino, 67,7% brancos, 42% da classe socioeconômica C e 72,6% casados. A média de idade foi de 54,8 anos; d.p.=12,1 anos, e a faixa etária predominante (29,0%) de 51 a 60 anos. A cirurgia prevalente foi a valvar (46,8%) seguida pela revascularização do miocárdio (40,3%). O nível de ansiedade pré-operatória foi médio para 92,0% dos clientes. A intensidade de dor ao repouso e à inspiração profunda declinou com o passar dos dias (p<0,05), sendo classificada como leve-moderada (MD=0,0-3,0; Q1=0,0-1,0; Q3=2,0-6,0; MAX=8,0-10,0; MIN=0,0-0,0) ao repouso e moderada-intensa, (MD=2,0- 5,0; Q1=0,75-2,75; Q3=3,0-7,25; MAX=9,0-10,0; MIN=0,0-0,0) à inspiração profunda. Os locais de maior ocorrência de dor, nos 4 dias PO, foi a região peitoral (40,3% a 53,2%). As palavras escolhidas com maior freqüência para descrever a dor pós-operatória foram cansativa/exaustiva (83,9% a 95,2%), doída (88,7% a 91,9%), enjoada (85,5% a 87,1%) e rachando (72,6% a 82,3%) sendo que rachando, do agrupamento sensitivo-discriminativo foi a que recebeu maior atribuição (escore 3), em escala numérica (0-3), tanto no POI como no 1º e 2º PO. O cálculo do PRI (Pain Rating Index), do MPQ-SF, para o agrupamento sensitivo (PRI-S), afetivo (PRI-A) e total (PRI-T) mostrou redução dos escores ao longo dos 4 dias PO (p<0,001). A correlação entre os escores de intensidade de dor e do PRI, nos 4 dias PO, foi positiva e significativa tanto para o PRI-S (0,52-0,34; p<0,001), PRI-A (0,52-0,30; p<0,001) como para o PRI-T (0,56-0,36; p<0,001). A dor pós-operatória ao repouso teve intensidade compatível com aquela observada em outros estudos, porém, à inspiração profunda ainda é intensa, podendo gerar maiores prejuízos na pronta recuperação dos clientes. Embora não associada significativamente à intensidade de dor, ressalta-se que todos os clientes apresentaram algum grau de ansiedade, estímulo natural que pode influenciar o sistema endógeno de modulação da dor, podendo exacerbar a dor. Qualitativamente a dor foi descrita por palavras do agrupamento sensitivo e afetivo do MPQ, apontando a multidimensionalidade da experiência dolorosa. Ressalta-se a importância da avaliação/mensuração e registro sistemático da dor pós-operatória, como quesitos fundamentais para a identificação precisa de complicações e a avaliação de intervenções para seu alívio.
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Efeitos agudos e crônicos da administração da sildenafila a pacientes pediátricos com cardiopatia congênita e hipertensão pulmonar considerados para o tratamento cirúrgico / Acute and chronic effects of sildenafil administration in pediatric patients with congenital heart disease and pulmonary arterial hypertension considered for surgical treatment

Thomaz, Ana Maria 29 June 2018 (has links)
INTRODUÇÃO: Pacientes com defeitos septais cardíacos ditos não restritivos podem apresentar remodelamento vascular pulmonar progressivo associado a alteração hemodinâmica (hipertensão arterial pulmonar - HAP) que se torna moderada a acentuada em cerca de 5% a 10% dos casos. A HAP persistente após a cirurgia cardíaca corretiva é uma condição com curso altamente desfavorável. Remover ou reduzir a carga hemodinâmica sobre a circulação pulmonar parece, portanto, crítico para uma possível indução de remodelamento arterial reverso. O presente estudo, prospectivo, longitudinal e de coorte, teve como objetivo avaliar o impacto de uma estratégia de tratamento combinado, cirúrgico (cardíaco) e medicamentoso, em especial sobre a hemodinâmica pulmonar analisada seis meses após, em pacientes pediátricos com alterações circulatórias pulmonares moderadas e acentuadas. MÉTODOS: Caracterizada a presença de hipertensão pulmonar por exame à beira leito, pacientes foram submetidos a estudo hemodinâmico (cateterismo cardíaco) com prova de vasorreatividade com óxido nítrico inalado. A seguir, passaram a receber a sildenafila (inibidor de fosfodiesterase 5) por via oral (1,0 a 5,0 mg/kg/dia), sendo a vasorreatividade novamente testada mediante estimação ecocardiográfica da variável Qp/Qs (razão entre os fluxos sanguíneos pulmonar e sistêmico). A indicação cirúrgica foi baseada em extensa análise de dados diagnósticos. Durante a cirurgia, houve coleta de material de biópsia para análise da microvasculatura pulmonar. Computados os eventos pós-operatórios, houve alta hospitalar sob uso da sildenafila por seis meses. Nesta ocasião, a nova situação hemodinâmica foi registrada (cateterismo), sendo investigados possíveis preditores de alterações residuais. RESULTADOS: Incluíram-se 31 pacientes (idade 11,0 (7,8-20,4) meses, mediana e intervalo interquartílico) com hipertensão pulmonar suficientemente importante para levar a saturação de oxigênio a 93% (90%-95%). A resistência vascular pulmonar (RVP) foi 4,7 (3,9-7,2) U x m2, com queda para 3,3 (1,8-5,6) U x m2 sob óxido nítrico inalado (p < 0,001). A razão entre as resistências pulmonar e sistêmica (RVP/RVS) foi 0,31 (0,23-0,49) e 0,23 (0,12-0,37), respectivamente (p < 0,001). Nos 21 casos com redução >- 20% em ambas as variáveis, houve incremento de Qp/Qs, subsequentemente em resposta à sildenafila (2,0 (1,3-2,2) para 2,3 (1,8-2,5), p = 0,019). Quatro indivíduos sem resposta inicial ao óxido nítrico tiveram incremento > 30%. Houve 28 indicações para a cirurgia, com três óbitos imediatos. Confirmando a gravidade, cinco dos 22 casos biopsiados tiveram lesões vasculares pulmonares de graus III / IV (classificação proposta por Heath e Edwards). O grau de hipertrofia muscular arteriolar teve relação direta com a resposta ao óxido nítrico (coeficientes de correlação sempre >- 0,50, p < 0,020). Seis meses após, houve redução de 47%, 40% e 38% respectivamente na pressão média arterial pulmonar, RVP e RVP/RVS (p < 0,001), com normalização em 14 dos 25 pacientes. A razão RVP/RVS >- 0,24 sob óxido nítrico (cateterismo inicial) foi preditiva de hemodinâmica anormal após seis meses (sensibilidade, 73%; especificidade, 79%; razão de chances, 9,78; intervalo de confiança de 95%, 1,51-61,65, p = 0,017). CONCLUSÕES: combinando-se os tratamentos cirúrgico e medicamentoso, foi possível reduzir (ou normalizar) a carga hemodinâmica pulmonar, fato com possível impacto sobre o remodelamento arterial reverso. A vasorreatividade se mantém apesar da gravidade, é demonstrável por metodologia diversa e possui substrato histopatológico bem caracterizado. A possibilidade de normalização hemodinâmica está relacionada ao grau de vasodilatação atingido no teste inicial, guardada a condição de manutenção da terapia vasodilatadora / INTRODUCTION: Patients with nonrestrictive congenital cardiac septal defects can present progressive pulmonary vascular remodeling associated with hemodynamic alteration (pulmonary arterial hypertension - PAH) which might range from moderate to severe in about 5% to 10% of the patients. The persistence of PAH following corrective cardiac surgery is a very unfavorable condition. Removing or reducing the hemodynamic stress overload over the pulmonary circulation is indeed critical, and might call for a possible induction of reversal of pulmonary vascular remodeling. This current study - prospective, longitudinal and cohort - means to assess the impact of a strategic treatment which associates cardiac surgery as well as medication, mostly over pulmonary hemodynamics within a six months follow-up in pediatric patients with moderate to severe pulmonary circulation alterations. METHODS: Once the presence of pulmonary hypertension was diagnosed through a bedside exam, the patients underwent a hemodynamic study (cardiac catheterization) with vasoreactivity testing with inhaled nitric oxide. Right after that, sildenafil (phosphodiesterase type 5 inhibitor) was administered orally (1.0 to 5.0 mg/kg/day). The vasoreactivity was again tested by the estimate of the echocardiographic variable Qp/Qs (pulmonary to systemic blood flow ratio). The indication for surgical treatment was based on the comprehensive analysis of diagnostic data. During the surgery, biopsy samples were collected in order to analyze the pulmonary microvasculature. Once the postoperative events were recorded, the patient was discharged, and the administration of sildenafil was maintained for six months. On that occasion, the new hemodynamic indices were recorded (catheterization), and residual alteration predictors were investigated. RESULTS: The study comprised 31 patients (mean age 11.0 (7.8-20.4) months, median and interquartile range) with significant pulmonary hypertension so as to lead to 93% (90%-95%) oxygen saturation. The pulmonary vascular resistance (PVR) was 4.7 (3.9-7.2) U x m2, dropping to 3.3 (1.8-5.6) U x m2 by the inhalation of nitric oxide (p < 0.001). The ratio between the pulmonary and systemic resistances (PVR/SVR) was 0.31 (0.23-0.49) and 0.23 (0.12-0.37) respectively (p < 0.001). In the 21 cases of >- 20% reduction in both variables, there was a Qp/Qs increment, subsequently, in response to sildenafil administration (2.0 (1.3-2.2) to 2.3 (1.8-2.5), p = 0.019). Four subjects with no response in the early inhalation of nitric oxide had a > 30% increment. Twenty-eight patients underwent surgery, three of whom died right after it. Five out of 22 biopsied cases had pulmonary vascular lesions level III / IV (Heath-Edwards grading system), confirming its severity. In all analyzed vascular segments, the level of arterial muscle hypertrophy was directly associated with the nitric oxide response (coefficients of correlation always >- 0.50, p < 0.020). Six months postoperatively, there was a 47%, 40% and 38% reduction, respectively, of the mean pulmonary arterial pressure, PVR and PVR/SVR (p < 0.001), with normalization in 14 out of 25 patients. The PVR/SVR ratio under nitric oxide (initial catheterization) >- 0.24, which was predictive to abnormal hemodynamics at six months (sensibility, 73%; specificity, 79%; hazard ratio, 9.78; confidence interval, 95%, 1.51-61.65, p = 0.017). CONCLUSIONS: By associating the surgical treatment along with medication, it was possible to reduce (or normalize) the pulmonary hemodynamic overload, which might have had some impact on the reverse cardiac remodeling. The vasoreactivity remains despite its severity, and it is demonstrated by diverse methodology that it has a distinct histopathologic component. The possibility of normalizing the hemodynamics is directly associated with the level of vasodilation, once the vasodilator therapy is maintained
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Efeitos da aprotinina em crianças com cardiopatia congênita acianogênica operadas com circulação extracorpórea / Effects of aprotinin in children with acianogenic congenital heart disease submitted to correction with extracorporeal circulation

Ferreira, Cesar Augusto 22 November 2006 (has links)
Introdução. A Aprotinina parece reduzir o uso de transfusões, o processo inflamatório e o dano miocárdico, pós-CEC. Material e Métodos. Estudo prospectivo randomizado em crianças de 30 dias a 4 anos de idade, submetidas à correção de cardiopatia congênita acianogênica, com CEC e divididas em dois grupos, um denominado Controle (n=9) e o outro, Aprotinina (n=10). Neste, a droga foi administrada imediatamente antes da CEC. A resposta inflamatória sistêmica e disfunções hemostáticas e multiorgânicas foram analisadas por marcadores clínicos e bioquímicos. Foram consideradas significantes as diferenças com p<0,05. Resultados. Os grupos foram semelhantes quanto às variáveis demográficas e intra-operatórias, exceto por maior hemodiluição no Grupo Aprotinina. Não houve benefício quanto aos tempos de ventilação pulmonar mecânica, permanência no CTIP e hospitalar, nem quanto ao uso de inotrópicos e função renal. A relação PaO2/FiO2 (pressão parcial de oxigênio arterial/fração inspirada de oxigênio) apresentou queda significativa com 24 h PO, no Grupo Controle. Ocorreu preservação da concentração plaquetária com a Aprotinina enquanto no grupo Controle houve plaquetopenia desde o início da CEC. As perdas sangüíneas foram semelhantes nos dois grupos. No grupo Aprotinina surgiu leucopenia significativa, em CEC, seguida de leucocitose. Fator de necrose tumoral alfa (TNF-) , Interleucinas (IL)-6, IL-8, IL-10, proporção IL-6/IL-10, troponina I cardíaca (cTnI), fração MB da creatinofosfoquinase (CKMB), transaminase glutâmico-oxalacética (TGO) e fração amino-terminal do peptídio natriurético tipo B (NT-proBNP) não apresentaram diferenças marcantes intergrupos. A proporção IL-6/IL-10 PO aumentou no grupo Controle. A lactatemia e acidose metabólica pós-CEC foi mais intensa no grupo Aprotinina. Não houve complicações com o uso da Aprotinina. Conclusão. A Aprotinina não minimizou as manifestações clínicas e os marcadores séricos de resposta inflamatória sistêmica e miocárdicos, mas preservou quantitativamente as plaquetas. / Introduction. Aprotinin seems to reduce the need for transfusion, the inflammatory process and myocardial damage after extracorporeal circulation (ECC). Material and Methods. A prospective randomized study was conducted on children aged 30 days to 4 years submitted to correction of acyanogenic congenital heart disease with ECC and divided into two groups: Control (n=9) and Aprotinin (n=10). In the Aprotinin Group the drug was administered immediately before ECC and the systemic inflammatory response and hemostatic and multiorgan dysfunctions were analyzed on the basis of clinical and biochemical markers. Differences were considered to be significant when P<0.05. Results. The groups were similar regarding demographic and intraoperative variables, except for a greater hemodilution in the Aprotinin Group. The drug had no benefit regarding time of mechanical pulmonary ventilation, permanence in the postoperative ICU and length of hospitalization, or regarding the use of inotropic drugs and renal function. The partial arterial oxygen pressure/inspired oxygen fraction ratio (PaO2/FiO2) was significantly reduced 24 h after surgery in the Control Group. Platelet concentration was preserved with the use of Aprotinin, whereas thrombocytopenia occurred in the Control Group since the beginning of ECC. Blood loss was similar for both groups. Significant leukopenia was observed in the Aprotinin Group during ECC, followed by leukocytosis. Tumor necrosis factor alpha (TNF-), interleukins (IL)-6, IL-8, IL-10, IL-6/IL-10 ratio, cardiac troponin I (cTnI), creatine kinase MB fraction (CKMB), glutamic-oxaloacetic transaminase (GOT) and the aminoterminal fraction of natriuretic peptide type B (NT-proBNP) ndid not differ significantly between groups.The postoperative IL-6/IL-10 fraction increased significantly in the Control Group. Post-ECC blood lactate concentration and metabolic acidosis was more intense in the Aprotinin Group. There were no complications with the use of Aprotinin. Conclusion. Aprotinin did not minimize the clinical manifestations or serum markers of the inflammatory, systemic and myocardial response, but quantitatively preserved the platelets.
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Avaliação cardiovascular, pulmonar e musculoesquelética em pacientes com fisiologia univentricular no período pós-operatório tardio da cirurgia de Fontan / Cardiovascular, pulmonary and skeletal muscle evaluation in patients with univentricular physiology in the late postoperative period of the Fontan surgery

Turquetto, Aida Luiza Ribeiro 27 April 2017 (has links)
INTRODUCÃO: A cirurgia de Fontan ou conexão cavo-pulmonar total é o último procedimento de uma estratégia estadiada, empregada no tratamento de cardiopatias congênitas complexas com ventrículo único anatômico ou funcional (também chamada de cardiopatia congênita com coração univentricular). Pacientes com um único ventrículo, situação incompatível com a vida, passaram a sobreviver até a idade adulta após a realização dessa cirurgia. A conexão direta da cavas com as artérias pulmonares, exclui do sistema circulatório o ventrículo subpulmonar, criando nesses indivíduos uma circulação do tipo univentricular. A falta do ventrículo subpulmonar e a subsequente ausência de fluxo sanguíneo pulsátil no pulmão, reduz o volume de enchimento do ventrículo único e consequentemente, o débito cardíaco. Mecanismos adaptativos do sistema periférico são desencadeados para garantir uma adequada redistribuição do fluxo sanguíneo para órgãos vitais, porém não são suficientes para garantir uma capacidade funcional adequada nesses indivíduos. Acreditamos que, uma análise detalhada dessas alterações e seus respectivos mecanismos adaptativos, possam contribuir na avaliação e entendimento dessa complexa fisiologia. A interferência nos componentes relacionados a baixa capacidade física, poderiam em teoria, modificar a história natural da doença nesses indivíduos, submetidos a cirurgia de Fontan. OBJETIVOS: 1. Comparar variáveis do sistema cardiovascular, pulmonar e músculo esquelético de pacientes com idade entre 12 e 30 anos, submetidos a cirurgia de Fontan com 5 anos ou mais de evolução pós-operatória com indivíduos saudáveis. 2. Correlacionar variáveis do sistema cardiovascular, pulmonar e músculo esquelético com a capacidade funcional no grupo de pacientes com cirurgia de Fontan. 3. Identificar as variáveis preditoras de baixa capacidade funcional nesta população. MÉTODOS: Estudo transversal, tipo caso-controle. Foram incluídos 30 pacientes no Grupo Fontan (GF) e 27 indivíduos saudáveis, que compuseram o grupo controle (GC). Os indivíduos foram submetidos à ressonância magnética cardiovascular, ecodopplercardiografia, teste de esforço cardiopulmonar, prova de função pulmonar completa, microneurografia direta no nervo fibular, pletismografia de oclusão venosa, dosagem plasmática de catecolaminas e peptídeo natriurético cerebral, teste de caminhada de seis minutos, espectroscopia de fósforo por ressonância magnética do quadríceps femoral, imagem musculoesquelética por ressonância magnética da musculatura da coxa e avaliação da qualidade de vida pelo questionário SF-36 (Short-Form Health Survey). Foram realizadas análises comparativas entre os grupos nos diferentes sistemas e posteriormente, testes para identificar os preditores de baixa capacidade funcional no GF. RESULTADOS: O consumo máximo de oxigênio (VO2 pico) no GF foi menor comparada ao GC, em valores absolutos, relativo ao peso corpóreo e em porcentagem do predito para sexo e idade. [1,65 (±0,54) vs 2,81 (±0,77) L/min p < 0,001]; [29,3 (±6,0) vs 41,5 (±9,2) mL/kg/min p < 0,001] e [70 (±14) vs 100% do predito (±20) p < 0,001] respectivamente. Os volumes e capacidades pulmonares foram significativamente menores no GF comparados ao GC, e demonstraram correlação positiva com o VO2 absoluto [capacidade vital forçada (CVF) r=0,836 p < 0,001; capacidade pulmonar total (CPT) r=0,730 p < 0,001 e capacidade de difusão do monóxido de carbono (DLCO) r=0,539 p=0,002], mas foram preditores de baixa capacidade funcional, a CVF (Constante= -0,306; B=0,393; IC=0,272-0,513 e p<0,001) e a DLCO (Constante= - 0,306; B=0,042; IC= 0,018-0,067; e p=0,002). O diâmetro da artéria pulmonar esquerda, também foi identificado como preditor de baixo VO2 (Constante=0,274; B=0,111; IC=0,061-0,161 e p < 0,001). E pela análise de periférica, a área seccional transversa da musculatura da coxa foi significativamente menor no GF, demonstrando ser mais um preditor de baixa capacidade funcional nesta população (Constante: 0,380; B=0,024; IC=0,018-0,030; p < 0,001). A atividade nervosa simpática muscular foi maior no GF [30 (±4) vs 22 (±3) disparos/min p < 0,001] e o fluxo sanguíneo muscular menor [1,59 (±0,3) vs 2,17 (±0,5) mL/min/100mL p < 0,001] comparados ao GC, porém estas variáveis não foram preditoras de baixa capacidade funcional. Em relação ao metabolismo oxidativo muscular, o GF apresentou menor amplitude de pico da fosfocreatina comparado ao GC [0,43 (0,41-0,45) vs 0,45 (0,42-0,50) p=0,023]. Porém essas alterações não se correlacionaram com o VO2 pico. CONCLUSÕES: Concluímos que a função pulmonar, o controle neurovascular e a capacidade funcional de pacientes com ventrículo único funcional, clinicamente estáveis, encontram-se comprometidas quando comparadas com indivíduos saudáveis. O menor diâmetro da artéria pulmonar esquerda, a capacidade vital forçada diminuída, a capacidade de difusão do monóxido de carbono comprometida e a área seccional transversa da musculatura da coxa reduzida foram os preditores de baixa capacidade funcional na população estudada / BACKGROUND: The Fontan operation or total cavo-pulmonary connection is the last procedure of a staged strategy, performed to treat complex congenital heart diseases in patients with a functional or anatomic single ventricle, also known as a univentricular heart. After the inception of the Fontan procedure, patients are surviving to adulthood due this remarkable technique. This operation, creates a direct connection of the superior and inferior vena cava with the pulmonary arteries, excluding the subpulmonary ventricle of the circulatory system an univentricular circulation. The lack of a subpulmonary ventricle and subsequent absence of pulsatile blood flow in the lungs, reduce the filling volume of the single ventricle and consequently the cardiac output. Although some adaptive mechanisms at the peripheral system are triggered to ensure an adequade blood flow to vital organs, they are not enough for an adequate functional capacity in these patients. A detailed analysis and evaluation of these changes and their respective mechanisms may contribute to understand this complex physiology. Hopefully, it might be possible to modify and improve the long term outcomes of these individuals. The aims of the study were: 1. To compare the variables of the cardiovascular, pulmonary and musculoskeletal systems in clinically stable Fontan patients with a control group. 2. To correlate the variables of the cardiovascular, pulmonary and skeletal muscle with the functional capacity in Fontan patients. 3. To identify predictors of low functional capacity in this population. METHODS: A prospective cross-sectional study of 30 FP of (20 +/- 6 years) and 10 (8-15) years of follow-up and 27 healthy controls (HC) (22 +/- 5years) was performed. They underwent cardiovascular magnetic resonance, echocardiography, cardiopulmonary exercise test, complete lung function, catecholamine and B-type natriuretic peptide (BNP) plasmatic levels, microneurography, venous occlusion plethismography, six-minute walk test, phosphorus magnetic resonance spectroscopy (31P MRS) and magnetic resonance imaging (MRI) of skeletal muscle and quality of life (QoL) using the Short Form Health Survey (SF36). Comparative analyzes of the different systems of two groups were done as well as tests to identify the predictors of low functional capacity in Fontan groups (FG). RESULTS: The maximal oxygen consumption (VO2) in the FG was lower compared to control group (CG), in absolute values, relative to body weight and percentage predicted for gender and age [1,65 (±0,54) vs 2,81 (±0,77) L/min p < 0,001]; [29,3 (±6,0) vs 41,5 (±9,2) mL/kg/min p < 0,001] e [70 (±14) vs 100% of the predicted value (±20) p < 0,001] respectively. Pulmonary volumes and capacities were also significantly lower in FG compared to CG, and demonstrated a positive correlation with absolute peak VO2 [Forced vital capacity (FVC) r=0,836 p < 0,001; total lung capacity (TLC) r=0,730 p < 0,001 and carbon monoxide diffusion capacity (DLCO) r=0,539 p=0,002]. But, the FVC and DLCO were predictors of reduced VO2 (Constant= -0,306; B=0,393; CI=0,272-0,513 e p < 0,001) and (Constant= -0,306; B=0,042; CI=0,018-0,067; e p=0,002) respectively. The diameter of the left pulmonary artery was also other of the predictors of low functional capacity (Constant=0,274; B=0,111; CI=0,061-0,161 e p < 0,001). Analyzing the volume of the thigh muscles, a significant difference between the groups was found, and the transversal sectional area of this muscle was a predictor of low functional capacity (Constant: 0,380; B=0,024; CI=0,018-0,030; p < 0,001). Muscle sympathetic nerve activity was higher in FG [30 (±4) vs 22 (±3) burst/min p < 0,001] and forearm blood flow was lower [1,59 (±0,3) vs 2,17 (±0,5) mL/min/100mL p < 0,001] compared with CG, however, these variables were not predictive of low functional capacity. Muscle oxidative metabolism showed difference in the intracellular pH value and the peak amplitude of phosphocreatine between the groups. The peak amplitude of phosphocreatine was lower in FG compared CG [0,43 (0,41-0,45) vs 0,45 (0,42-0,50) p=0,023] however, there were no correlation with the functional capacity. CONCLUSIONS: Pulmonary function, neurovascular control and functional capacity of clinically stable Fontan patients were impaired when compared to healthy subjects. Lower diameter of the left pulmonary artery, decreased forced vital capacity, impaired carbon monoxide diffusion capacity, and reduced transverse sectional area of the thigh musculature were the predictors of low functional capacity in the study population
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Modelagem farmacocinética-farmacodinâmica do propofol em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca com anestesia venosa contínua alvo-controlada / Propofol pharmacokinetic-pharmacodynamic modeling in patients submitted to cardiac surgery with continuous venous target controlled anesthesia

Valéria Adriana Pereira 11 January 2005 (has links)
O propofol é um sedativo eficiente, largamente empregado em anestesia e geralmente associado a grande números de analgésicos opióides em cirurgias de grande porte, como a cirurgia cardíaca de revascularização do miocárdio (RM) com ou sem circulação extracorpórea (CEG). Devido às suas características farmacocinéticas é administrado através de infusão alvo controlada (TCI) de forma a manter os níveis plasmáticos ótimos para obtenção de sedação e profundidade de anestesia adequadas durante a intervenção cirúrgica. O objetivo do presente estudo foi investigar a farmacocinética e farmacodinâmica do propofol administrado através de TCI em pacientes submetidos a RM com e sem CEC. Na administração da medicação hipnótica, fez-se necessária a validação do Diprifusor (AstraZeneca), incluindo a bomba de infusão e o software programado com o modelo farmacocinético de 3 compartimentos, que necessita apenas da inclusão de dados individuais do paciente, tais como peso corporal. A validação desse sistema compreendeu a estimativa do erro de previsão do Diprifusor pela utilização da razão das concentrações obtida, experimentalmente medida, e a prevista pelo modelo do software da bomba de infusão. No presente estudo comparativo, selecionaram-se 20 pacientes com base nos critérios de inclusão, que foram divididos em 2 grupos, Controle e CEC. Os pacientes foram informados em detalhes sobre os dados que cercam esse protocolo de pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre esclarecido para participação no estudo. O protocolo for submetido e aprovado pelo CEP de todas as Instituições envolvidas (FCFUSP, InCor e CAPPesq). A taxa de infusão requerida, bem como a faixa de concentração obtida para manter o alvo de 2 &#181;g/mL e o índice bispectral de 40 (BIS) durante a cirurgia cardíaca foram monitorados. Subsequentemente, ao final da cirurgia, a taxa de infusão e a faixa de concentração do propofol plasmático requeridos para atingir o alvo de 1 &#181;g/mL também foram monitorados. Neste período, a sedação e a medida da profundidade da anestesia foram monitorados através do BIS e da Escala de Ramsay. O efeito medido através do BIS durante a infusão, no intra-operatório, atingiu o valor máximo de 40 da escala nos dois grupos. Da mesma forma, ao final da cirurgia, obteve-se nível 6 de sedação na escala de Ramsay em ambos os grupos, quando o alvo foi ajustado para 1 &#181;g/mL. Adicionalmente pela interrupção da infusão, no pós-operatório imediato, BIS e Ramsay foram registrados simultaneamente até o final do período de estudo (18-20 horas) para todos os pacientes. Efetuou-se coleta de amostras sanguíneas durante as infusões alvo (2 &#181;g/mL e 1 &#181;g/mL) e após a interrupção da infusão para o estudo da farmacocinética . Requereu-se volume de sangue inferior a 90 mL para o monitoramento plasmático e a modelagem farmacocinética. Utilizou-se a cromatografia líquida de alta eficiência, com deteto r de fluorescência (CLAE-F). O método mostrou-se bastante simples, seletivo, sensível e robusto e utilizou coluna C18 e fase móvel binária em baixo fluxo. Os limites de confiança estabelecidos para o método analítico foram: 0,1-10 &#181;g/mL (linearidade, r2 0,9977), 0,05 &#181;g/mL (LD), 0,1 &#181;g/mL(LQ), 93,9% (recuperação absoluta), 8,4 e 8,8% (precisão intra e inter dias), 91,8 e 93,3% (exatidão intra e inter dias). Adicionalmente, demonstrou-se boa estabilidade para o fármaco através de estudos de curta e longa duração, tempo de bandeja (tempo e condição de análise) e ciclos de congelamento e descongelamento, além de estudo de estabilidade das soluções padrão do propofol e do timol (padrão interno). No perioperatório, as concentrações plasmáticas evidenciaram alta flutuação, principalmente durante a intervenção para o grupo CONTROLE comparado ao grupo CEC, indicando maior erro de previsão na taxa de infusão estimada pelo software da bomba para manter o alvo no Controle. A modelagem farmacocinética foi efetuada pela aplicação do modelo aberto de 3 compartimentos que mostrou significativo aumento na eliminação do fármaco (ClT, &#223;, &#947;) no grupo CEC relativamente ao CONTROLE, uma vez que as concentrações plasmáticas obtidas no grupo CEC foram inferiores àquelas obtidas no outro grupo. A profundidade de anestesia alcançada foi de 6 na escala de Ramsay e 40 (BIS) durante a TCI , efeito máximo atingido durante essa cirurgia de alto porte. A função matemática sigmoidal foi escolhida com base na alta correlação obtida (r2 >0,9) pela modelagem PK¬PO. A curva de correlação do efeito BIS versus propofol plasmático indica que os grupos CEC e CONTROLE são diferentes, uma vez que apenas os pacientes do CONTROLE retornaram ao valor basal (BIS: 100) no período entre 6 e 8 horas do início da cirurgia e instalação da TCI de propofol. Por outro lado, registrou-se prolongamento do tempo de recuperação da hipnose (tempo de despertar) nos pacientes CEC, que se estendeu até 18 horas. Adicionalmente a modelagem indicou que a concentração efetiva (EC50) é da ordem de 4 vezes menor no grupo CEC comparado ao CONTROLE. Finalmente, apesar das menores concentrações plasmáticas para o propofol no grupo CEC, consequência da elevada depuração plasmática, o efeito máximo do hipnótico durante a intervenção foi semelhante nos dois grupos, sendo que a principal diferença entre eles reside na sedação residual registrada nos pacientes CEC. Esses resultados podem ser justificados em parte pelo aumento da fração livre de propofol no plasma e provavelmente em função de alteração na interação fármaco¬receptor, decorrência da CEC na cirurgia de revascularização do miocárdio. Em conclusão, a CEC afeta a farmacocinética e a farmacodinâmica do propofol no paciente cirúrgico. Por outro lado o dispositivo (Diprofusor, AstraZeneca) para a administração alvo controlada necessita de ajustes e adaptação para a TCI de propofol neste tipo de cirurgia, incluindo-se ainda no ajuste, a diferenciação para o paciente que possui a CEC associada. / Propofol is an effective sedative, largely applied in anesthesia and in general it is associated to opioids for analgesia in major surgeries, like the cardiac surgery to coronary artery bypass grafting (CABG) with or without cardiopulmonary bypass (CPB). It is administered by a target controlled infusion system (TCI) to maintain the optimal depth of sedation and anesthesia during the intervention, due to its pharmacokinetic characteristics. The objective of this study was to investigate the influence of CPB in pharmacokinetics and in pharmacodynamics of propofol, applying PK-PD modeling. For drug administration, Diprifusor (AstraZeneca), including pump plus software must enter individual data as body weight from the patient, once pharmacokinetic parameters were included previously. To validate this system of infusion, the prediction error by target controlled infusion must be estimated by comparison between obtained and predict concentration plasma ratio. In the present protocol, 20 patients (10 CONTROL and 10 CPB) were selected based on inclusion criteria for the comparative study. Patients were informed in details about the investigation and before the protocol starts, they signed the informed written consent to participate of the study. Protocol was approved by the local ethical committees of all institutions involved. Rate of infusion and the range of obtained plasma propofol concentrations required to reach 2 &#181;g/mL and to maintain the bispectral index (BIS:40) during cardiac surgery were monitored. Subsequently, at the end of surgery, both rate of infusion and range of obtained plasma propofol concentrations required to reach 1 &#181;g/mL were monitored either. Depth of sedation was assessed with BIS during all period reaching maximum effect in 40 at level of sedation in the operative period. At the end of surgery, the Ramsay score achieved sedation level 6, when the target plasma propofol was adjusted to 1 &#181;g/mL; Additionally, at the end of infusion in the postoperative period, BIS and Ramsay were monitored simultaneously up to 18-20 hours for all patients. Blood samples were collected and propofol plasma levels were monitored during (TCI : 2 &#181;g/mL) and after surgery (TCI: 1 &#181;g/mL). Blood samples also were collected at the end of infusion for pharmacokinetics. Volumes of blood lower than 90 mL were necessary for drug monitoring and pharmacokinetic purposes. Plasma levels were determined by a quite simple, selective, sensitive and robustness analytical method HPLC, using fluorescence detector, C18 column, and binary system at low flow rate. Confidence limits were: 0.1-10 &#181;g/mL (linearity, r2 0.9977), 0.05 &#181;g/mL(LD), 0.1 flg/mL(LQ), 93.9% (absolute recovery), 8.4 and 8.8% (intra and inter day precision), 91.8 and 93.3% (accuracy intra and inter day). Additionally, good stability was shown for the drug and its internal standard (tymol). Plasma levels showed a large fluctuation for the CONTROL compared to CPB in the perioperative period, mainly during the surgical intervention, indicating a higher predicting error for CONTROL group. Pharmacokinetics applying three compartment open model showed significant increases on drug elimination (ClT, &#946;, &#947;) for CPB compared to CONTROL, once plasma levels for CPB Group were lower than CONTROL in the period of study. Depth of sedation reached level 6 Ramsay score and 40 (BIS) during TCI, the maximum effect recorded during this major surgery. A sigmoidal mathematical function was choosed (r2>O.9) after PK-PD modeling. BIS effect versus propofol plasma concentration curve indicates that CPB patients are different from CONTROL, once only CONTROL patients recovered to baseline up to 6-8 hours of the starting of surgery, while a prolongation of recovery up to 18 hours, measured by awakening time, was observed in CPB patients; additionally, the effective concentration (EC50) was 4 times lower for CPB compared to CONTROL Group. Finally, in spite of lower plasma concentration in CPB, as a consequence of higher clearance, similar maximum effect were reached in both groups during the intervention and the main difference is based on a residual sedation in CPB patients after surgery. In fact, this data can be justified probably due to changes in free drug plasma levels and in drug-receptor interaction as a result of cardiopulmonary bypass in CABG surgery. In conclusion, cardiopulmonary bypass affects the pharmacokinetics and pharmacodynamics of propofol in CABG patients and the device for TCI (Diprifusor, AstraZeneca) must be adjusted for cardiac surgery with differences in CPB included.
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O ROTEM  tem a habilidade de prever sangramento em cirurgia cardíaca valvar? / Does ROTEM have the ability to predict bleeding in valve cardiac surgery?

Garcia Neto, José 10 April 2017 (has links)
Introdução: Considerando que uma melhor vigilância do estado hemostático dos doentes antes, durante e após o ato cirúrgico pode ter impacto significativo na sua evolução, e sabendo que os testes clássicos da coagulação têm limitações para avaliar a hemóstase na globalidade, e presumindo-se que o ROTEM seja um teste que permite efetuar esta avaliação da coagulação, fizemos hipótese de que este método seria uma ferramenta que teria a habilidade de prever sangramento em cirurgia cardíaca valvar. Objetivos: 1) Verificar se o ROTEM (Tromboelastometria Rotacional) ao analisar o estado da coagulação sanguínea de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca valvar tem a capacidade de prever maior risco de sangramento com suas consequentes complicações; 2) Correlacionar comorbidades e história clinica pré-existentes à cirurgia cardíaca valvar com o nível de sangramento apresentado. Métodos: Foram incluídos 100 pacientes consecutivos submetidos à cirurgia cardíaca valvar com circulação extracorpórea (CEC) nos seguintes procedimentos: cirurgia cardíaca valvar em uma ou mais valvas, incluindo reoperações e cirurgias combinadas, realizadas no Instituto do Coração (INCOR) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Estudo prospectivo que buscou avaliar a eficácia do uso da tromboelastometria rotacional na previsão de sangramento em cirurgia cardíaca valvar. Após a indução anestésica foram coletados: Tromboelastometria, coagulograma, fibrinogênio, dímero D e contagem de plaquetas; com a finalidade de verificar potencial risco de sangramento neste paciente. Correspondente ao tempo - 0 (T0). Estes mesmos exames foram recoletados na admissão na Unidade de Terapia Intensiva Cirúrgica (UTIC), onde o paciente foi recebido após o procedimento cirúrgico cardíaco valvar. Correspondente ao tempo - 1 (T1). Optou-se pela coleta de T1 na UTI, pois a CEC já terá sido descontinuada e a heparina revertida com a administração da protamina. Resultados: Os pacientes fora subdivididos em quartis de acordo com o sangramento, configurando um total (n) de 100 pacientes com uma média de sangramento (débitos dos drenos) de 492,95 mL, apresentando um desvio padrão de 388,14 mL e 2260 mL. Não foi encontrada nenhuma variável estatisticamente significante entre os grupos, comparando-se exames laboratoriais pré-operatórios, tempo de CEC, tempo de pinçamento e uso de drogas vaso ativas. Porém, ocorreu diferença significativa (p = 0,015) nos níveis transfusionais de hemocomponentes entre os quartis. Ocorreu uma relação significante (p =0,014) entre o nível adequado de calcemia e tendência a menor sangramento nos grupos estudados. Os resultados do ROTEM - INTEM, ROTEM - EXTEM e ROTEM - FIBTEM não demonstraram diferença estatística significante entre os grupos estudados. Considerando-se os desfechos, baixo débito, choque cardiogênico, arritmia, AVC, insuficiência renal aguda, óbito e reoperação, apenas a reoperação apresentou resultados com diferença significante entre os grupos (p =0,024). Conclusões: 1- O ROTEM não demonstrou a capacidade de prever sangramento em cirurgia cardíaca valvar. 2 - Não houve correlação do sangramento apresentado com as comorbidades pré-existentes / INTRODUCTION: Considering that better monitoring of the haemostatic status of patients before, during and after the surgical procedure can have a significant impact on their evolution, and knowing that classical coagulation tests have limitations in assessing hemostasis overall, and assuming that ROTEM is a test that allows to perform this evaluation, we hypothesized that this method would be a tool that would have the ability to predict bleeding in valve heart surgery. OBJECTIVES: 1) To verify if the ROTEM (Rotational Thromboelastometry) when analyzing the blood coagulation status of patients submitted to valve heart surgery has the capacity to predict a greater risk of bleeding with its consequent complications; 2) To correlate pre-existing comorbidities and clinical history with valve heart surgery with the level of bleeding presented. METHODS: We included 100 consecutive patients submitted to cardiac valve surgery with cardiopulmonary bypass (CPB) in the following procedures: valvular heart surgery in one or more valves, including reoperations and combined surgeries performed at the Heart Institute of the University of São Paulo. It is a prospective study aimed at evaluating the efficacy of rotational thromboelastometry in the prediction of bleeding in valve heart surgery. After the anesthetic induction were collected: thromboelastometry, coagulogram, fibrinogen, D-dimer and platelet count, with the purpose of verifying potential risk of bleeding in this patient. These samples were defined as time - 0 (T0). These same exams were collected on admission to the Intensive Care Unit. These samples were defined as time - 1(T1 We chose to collect T1 in the ICU, because at this moment it is expected that the total reversal of anticoagulation has already occurred .. RESULTS: Patients were subdivided into quartiles according to bleeding, with a total of 100 patients with a mean bleed (drainage rates) of 492.95 mL. No statistically significant variables were found between the groups, comparing preoperative laboratory tests, CPB time, clamping time and use of vasoactive drugs. However, there was a significant difference (p = 0.015) in transfusion levels of blood components between the quartiles. There Abstract was a significant relationship (p = 0.014) between the adequate level of calcemia and tendency to less bleeding in the groups studied. The results of ROTEM - INTEM, ROTEM - EXTEM and ROTEM - FIBTEM did not show a statistically significant difference between the groups studied. Considering the outcomes, low rate, cardiogenic shock, arrhythmia, stroke, acute renal failure, death and reoperation, only reoperation presented results with significant difference between the groups (p = 0.024). CONCLUSIONS: 1 - ROTEM did not demonstrate the ability to predict bleeding in valvular heart surgery. 2 - There was no correlation of bleeding presented with pre-existing comorbidities
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Modelagem farmacocinética-farmacodinâmica do propofol em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca com anestesia venosa contínua alvo-controlada / Propofol pharmacokinetic-pharmacodynamic modeling in patients submitted to cardiac surgery with continuous venous target controlled anesthesia

Pereira, Valéria Adriana 11 January 2005 (has links)
O propofol é um sedativo eficiente, largamente empregado em anestesia e geralmente associado a grande números de analgésicos opióides em cirurgias de grande porte, como a cirurgia cardíaca de revascularização do miocárdio (RM) com ou sem circulação extracorpórea (CEG). Devido às suas características farmacocinéticas é administrado através de infusão alvo controlada (TCI) de forma a manter os níveis plasmáticos ótimos para obtenção de sedação e profundidade de anestesia adequadas durante a intervenção cirúrgica. O objetivo do presente estudo foi investigar a farmacocinética e farmacodinâmica do propofol administrado através de TCI em pacientes submetidos a RM com e sem CEC. Na administração da medicação hipnótica, fez-se necessária a validação do Diprifusor (AstraZeneca), incluindo a bomba de infusão e o software programado com o modelo farmacocinético de 3 compartimentos, que necessita apenas da inclusão de dados individuais do paciente, tais como peso corporal. A validação desse sistema compreendeu a estimativa do erro de previsão do Diprifusor pela utilização da razão das concentrações obtida, experimentalmente medida, e a prevista pelo modelo do software da bomba de infusão. No presente estudo comparativo, selecionaram-se 20 pacientes com base nos critérios de inclusão, que foram divididos em 2 grupos, Controle e CEC. Os pacientes foram informados em detalhes sobre os dados que cercam esse protocolo de pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre esclarecido para participação no estudo. O protocolo for submetido e aprovado pelo CEP de todas as Instituições envolvidas (FCFUSP, InCor e CAPPesq). A taxa de infusão requerida, bem como a faixa de concentração obtida para manter o alvo de 2 &#181;g/mL e o índice bispectral de 40 (BIS) durante a cirurgia cardíaca foram monitorados. Subsequentemente, ao final da cirurgia, a taxa de infusão e a faixa de concentração do propofol plasmático requeridos para atingir o alvo de 1 &#181;g/mL também foram monitorados. Neste período, a sedação e a medida da profundidade da anestesia foram monitorados através do BIS e da Escala de Ramsay. O efeito medido através do BIS durante a infusão, no intra-operatório, atingiu o valor máximo de 40 da escala nos dois grupos. Da mesma forma, ao final da cirurgia, obteve-se nível 6 de sedação na escala de Ramsay em ambos os grupos, quando o alvo foi ajustado para 1 &#181;g/mL. Adicionalmente pela interrupção da infusão, no pós-operatório imediato, BIS e Ramsay foram registrados simultaneamente até o final do período de estudo (18-20 horas) para todos os pacientes. Efetuou-se coleta de amostras sanguíneas durante as infusões alvo (2 &#181;g/mL e 1 &#181;g/mL) e após a interrupção da infusão para o estudo da farmacocinética . Requereu-se volume de sangue inferior a 90 mL para o monitoramento plasmático e a modelagem farmacocinética. Utilizou-se a cromatografia líquida de alta eficiência, com deteto r de fluorescência (CLAE-F). O método mostrou-se bastante simples, seletivo, sensível e robusto e utilizou coluna C18 e fase móvel binária em baixo fluxo. Os limites de confiança estabelecidos para o método analítico foram: 0,1-10 &#181;g/mL (linearidade, r2 0,9977), 0,05 &#181;g/mL (LD), 0,1 &#181;g/mL(LQ), 93,9% (recuperação absoluta), 8,4 e 8,8% (precisão intra e inter dias), 91,8 e 93,3% (exatidão intra e inter dias). Adicionalmente, demonstrou-se boa estabilidade para o fármaco através de estudos de curta e longa duração, tempo de bandeja (tempo e condição de análise) e ciclos de congelamento e descongelamento, além de estudo de estabilidade das soluções padrão do propofol e do timol (padrão interno). No perioperatório, as concentrações plasmáticas evidenciaram alta flutuação, principalmente durante a intervenção para o grupo CONTROLE comparado ao grupo CEC, indicando maior erro de previsão na taxa de infusão estimada pelo software da bomba para manter o alvo no Controle. A modelagem farmacocinética foi efetuada pela aplicação do modelo aberto de 3 compartimentos que mostrou significativo aumento na eliminação do fármaco (ClT, &#223;, &#947;) no grupo CEC relativamente ao CONTROLE, uma vez que as concentrações plasmáticas obtidas no grupo CEC foram inferiores àquelas obtidas no outro grupo. A profundidade de anestesia alcançada foi de 6 na escala de Ramsay e 40 (BIS) durante a TCI , efeito máximo atingido durante essa cirurgia de alto porte. A função matemática sigmoidal foi escolhida com base na alta correlação obtida (r2 >0,9) pela modelagem PK¬PO. A curva de correlação do efeito BIS versus propofol plasmático indica que os grupos CEC e CONTROLE são diferentes, uma vez que apenas os pacientes do CONTROLE retornaram ao valor basal (BIS: 100) no período entre 6 e 8 horas do início da cirurgia e instalação da TCI de propofol. Por outro lado, registrou-se prolongamento do tempo de recuperação da hipnose (tempo de despertar) nos pacientes CEC, que se estendeu até 18 horas. Adicionalmente a modelagem indicou que a concentração efetiva (EC50) é da ordem de 4 vezes menor no grupo CEC comparado ao CONTROLE. Finalmente, apesar das menores concentrações plasmáticas para o propofol no grupo CEC, consequência da elevada depuração plasmática, o efeito máximo do hipnótico durante a intervenção foi semelhante nos dois grupos, sendo que a principal diferença entre eles reside na sedação residual registrada nos pacientes CEC. Esses resultados podem ser justificados em parte pelo aumento da fração livre de propofol no plasma e provavelmente em função de alteração na interação fármaco¬receptor, decorrência da CEC na cirurgia de revascularização do miocárdio. Em conclusão, a CEC afeta a farmacocinética e a farmacodinâmica do propofol no paciente cirúrgico. Por outro lado o dispositivo (Diprofusor, AstraZeneca) para a administração alvo controlada necessita de ajustes e adaptação para a TCI de propofol neste tipo de cirurgia, incluindo-se ainda no ajuste, a diferenciação para o paciente que possui a CEC associada. / Propofol is an effective sedative, largely applied in anesthesia and in general it is associated to opioids for analgesia in major surgeries, like the cardiac surgery to coronary artery bypass grafting (CABG) with or without cardiopulmonary bypass (CPB). It is administered by a target controlled infusion system (TCI) to maintain the optimal depth of sedation and anesthesia during the intervention, due to its pharmacokinetic characteristics. The objective of this study was to investigate the influence of CPB in pharmacokinetics and in pharmacodynamics of propofol, applying PK-PD modeling. For drug administration, Diprifusor (AstraZeneca), including pump plus software must enter individual data as body weight from the patient, once pharmacokinetic parameters were included previously. To validate this system of infusion, the prediction error by target controlled infusion must be estimated by comparison between obtained and predict concentration plasma ratio. In the present protocol, 20 patients (10 CONTROL and 10 CPB) were selected based on inclusion criteria for the comparative study. Patients were informed in details about the investigation and before the protocol starts, they signed the informed written consent to participate of the study. Protocol was approved by the local ethical committees of all institutions involved. Rate of infusion and the range of obtained plasma propofol concentrations required to reach 2 &#181;g/mL and to maintain the bispectral index (BIS:40) during cardiac surgery were monitored. Subsequently, at the end of surgery, both rate of infusion and range of obtained plasma propofol concentrations required to reach 1 &#181;g/mL were monitored either. Depth of sedation was assessed with BIS during all period reaching maximum effect in 40 at level of sedation in the operative period. At the end of surgery, the Ramsay score achieved sedation level 6, when the target plasma propofol was adjusted to 1 &#181;g/mL; Additionally, at the end of infusion in the postoperative period, BIS and Ramsay were monitored simultaneously up to 18-20 hours for all patients. Blood samples were collected and propofol plasma levels were monitored during (TCI : 2 &#181;g/mL) and after surgery (TCI: 1 &#181;g/mL). Blood samples also were collected at the end of infusion for pharmacokinetics. Volumes of blood lower than 90 mL were necessary for drug monitoring and pharmacokinetic purposes. Plasma levels were determined by a quite simple, selective, sensitive and robustness analytical method HPLC, using fluorescence detector, C18 column, and binary system at low flow rate. Confidence limits were: 0.1-10 &#181;g/mL (linearity, r2 0.9977), 0.05 &#181;g/mL(LD), 0.1 flg/mL(LQ), 93.9% (absolute recovery), 8.4 and 8.8% (intra and inter day precision), 91.8 and 93.3% (accuracy intra and inter day). Additionally, good stability was shown for the drug and its internal standard (tymol). Plasma levels showed a large fluctuation for the CONTROL compared to CPB in the perioperative period, mainly during the surgical intervention, indicating a higher predicting error for CONTROL group. Pharmacokinetics applying three compartment open model showed significant increases on drug elimination (ClT, &#946;, &#947;) for CPB compared to CONTROL, once plasma levels for CPB Group were lower than CONTROL in the period of study. Depth of sedation reached level 6 Ramsay score and 40 (BIS) during TCI, the maximum effect recorded during this major surgery. A sigmoidal mathematical function was choosed (r2>O.9) after PK-PD modeling. BIS effect versus propofol plasma concentration curve indicates that CPB patients are different from CONTROL, once only CONTROL patients recovered to baseline up to 6-8 hours of the starting of surgery, while a prolongation of recovery up to 18 hours, measured by awakening time, was observed in CPB patients; additionally, the effective concentration (EC50) was 4 times lower for CPB compared to CONTROL Group. Finally, in spite of lower plasma concentration in CPB, as a consequence of higher clearance, similar maximum effect were reached in both groups during the intervention and the main difference is based on a residual sedation in CPB patients after surgery. In fact, this data can be justified probably due to changes in free drug plasma levels and in drug-receptor interaction as a result of cardiopulmonary bypass in CABG surgery. In conclusion, cardiopulmonary bypass affects the pharmacokinetics and pharmacodynamics of propofol in CABG patients and the device for TCI (Diprifusor, AstraZeneca) must be adjusted for cardiac surgery with differences in CPB included.
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Avaliação da fibrose miocárdica pela ressonância magnética cardíaca na doença valvar aórtica grave: validação de um algoritmo de quantificação e comparação com a histopatologia / Assessment of myocardial fibrosis by cardiac magnetic resonance imaging in severe aortic valve disease: validation of a quantitative algorithm and comparison with histopathology

Azevedo Filho, Clerio Francisco de 05 March 2009 (has links)
Introdução: A doença valvar aórtica grave é caracterizada por um processo de acúmulo progressivo de fibrose intersticial no tecido miocárdico. No contexto da sobrecarga mecânica crônica do VE característica dessa condição, a quantidade de fibrose intersticial pode exercer um papel importante na indesejável transição entre hipertrofia ventricular esquerda compensada e insuficiência cardíaca congestiva clinicamente manifesta. Entretanto, a avaliação quantitativa da fibrose intersticial só tem sido possível através da análise histopatológica de fragmentos miocárdicos obtidos por biopsia endomiocárdica. Objetivos: Avaliar se a ressonância magnética (RM) cardíaca com técnica do realce tardio permite a quantificação não-invasiva da fibrose miocárdica quando comparada à análise histopatológica em pacientes portadores de doença valvar aórtica grave. Adicionalmente, avaliou-se a relação entre a quantidade de fibrose miocárdica e parâmetros prognósticos importantes, tais como mortalidade e recuperação funcional do VE após cirurgia de troca valvar aórtica. Métodos: Entre Maio de 2001 e Dezembro de 2003 foram incluídos 54 pacientes com indicação de cirurgia de troca valvar aórtica. Antes da cirurgia, todos os pacientes foram submetidos a RM cardíaca com técnicas de cine-RM e realce tardio miocárdico. A quantificação da fibrose miocárdica pela RM baseou-se na análise das imagens de realce tardio utilizando um novo algoritmo semi-automático. As regiões de fibrose miocárdica foram definidas como o somatório de todos os pixels do tecido miocárdico com intensidade de sinal acima de um limiar definido como: intensidade de sinal média do miocárdio + 2 desvios padrão da intensidade de sinal média da área remota + 2 desvios padrão da intensidade de sinal média do ar. Amostras de tecido miocárdico obtidas por miectomia durante o ato cirúrgico foram submetidas a coloração pelo picrosírius para quantificação da fibrose intersticial. Os pacientes foram submetidos a um segundo exame de RM cardíaca 6 meses após a cirurgia para se avaliar as alterações evolutivas dos parâmetros funcionais do VE e todos foram acompanhados por pelo menos 24 meses quanto à sobrevida após a cirurgia de troca valvar aórtica. Resultados: O percentual de fibrose miocárdica pela RM apresentou boa correlação com os valores obtidos pela histopatologia (r=0,69; y=3,10x+13,0; p<0,0001). A quantidade de fibrose miocárdica, tanto pela histopatologia como pela RM, apresentou correlação inversa significativa com a FE ventricular esquerda basal (r=-0,63 e -0,67 respectivamente; p<0,0001). Adicionalmente, o percentual de fibrose miocárdica apresentou correlação inversa significativa com o grau de recuperação funcional do VE após a cirurgia de troca valvar (r=- 0,42, p=0,04 para a histopatologia; r=-0,47, p=0,02 para a RM). Mais importante, a análise de Kaplan-Meier revelou que o acúmulo de fibrose miocárdica associou-se a menor sobrevida 52±17 meses após a cirurgia de troca valvar (teste log-rank: 2=6,32; p=0,01 para histopatologia; 2=5,85; p=0,02 para RM). Conclusões: A RM cardíaca permite quantificar as regiões de fibrose miocárdica com boa acurácia quando comparada à análise histopatológica nos pacientes portadores de doença valvar aórtica grave. A magnitude de acúmulo de fibrose miocárdica está associada a pior recuperação funcional do VE e a menor sobrevida após a cirurgia de troca valvar aórtica. / Introduction: Severe aortic valve disease is characterized by a process of progressive accumulation of interstitial fibrosis in the myocardial tissue. It has been shown that the amount of interstitial myocardial fibrosis can play an important role in the transition from well-compensated hypertrophy to overt heart failure in the setting of chronic left ventricular mechanical overload typical of this condition. However, assessment of interstitial myocardial fibrosis has only been possible through histological analyses of myocardial fragments obtained from endomyocardial biopsies, which is a complex and invasive procedure and, therefore, with limited clinical applicability. Objectives: Determine whether delayedenhancement cardiac magnetic resonance imaging (MRI) allows for the non-invasive quantification of myocardial fibrosis when compared against histopathological analyses in patients with severe aortic valve disease. Additionally, we evaluated the relationship between the amount of myocardial fibrosis and important prognostic parameters, such as all-cause mortality and LV functional recovery after aortic valve replacement. Methods: Fifty-four patients scheduled to undergo aortic valve replacement surgery were enrolled between May 2001 and December 2003. Before surgery, all patients underwent cine and delayedenhancement MRI in a 1.5 Tesla scanner. Quantification of myocardial fibrosis by cardiac MRI was based on the assessment of the delayed-enhancement dataset using a novel semiautomatic algorithm. The regions of myocardial fibrosis were defined as the sum of pixels with signal intensity above a threshold value defined as: mean signal intensity of the myocardium + 2 standard deviations of mean signal intensity of a remote area + 2 standard deviations of mean signal intensity of air. During open-heart surgery, myectomy samples were acquired from the LV septum and later stained with picrosirius for interstitial myocardial fibrosis quantification. A second cardiac MRI study was performed 6 months after surgery to assess long-term changes in LV functional parameters, and all patients were followed for at least 24 months to evaluate survival after aortic valve replacement. Results: There was a good correlation between the values of myocardial fibrosis measured by MRI and those obtained by histopathological analyses (r=0.69; y=3.10x+13.0; p<0.0001). The amount of myocardial fibrosis, either by MRI or by histopathology, exhibited a significant inverse correlation with LV ejection fraction before surgery (r=-0.63 e -0.67 respectively; p<0.0001). Additionally, the amount of myocardial fibrosis displayed a significant inverse correlation with the degree of LV functional recovery after aortic valve replacement (r=-0.42, p=0.04 for histopathology; r=-0.47, p=0.02 for MRI). Most importantly, Kaplan-Meier and Cox regression analyses revealed that higher degrees of myocardial fibrosis accumulation were associated with worse survival 52±17 months after aortic valve replacement surgery (log-rank test: 2=6.32; p=0.01 for histopathology; 2=5.85; p=0.02 for MRI). Conclusions: Cardiac MRI allows for the non-invasive quantification of myocardial fibrosis with good accuracy when compared with histopathological analyses in patients with severe aortic valve disease. The degree of myocardial fibrosis accumulation is associated with impaired LV functional recovery and worse survival after aortic valve replacement surgery.
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Perfil das citocinas e correlação com a morbidade no período pós-operatório em crianças com diagnostico de cardiopatias congênitas não cianosantes submetidas a cirurgia corretiva com circulação extracorpórea

Cunha, Cláudio Ribeiro da 27 July 2012 (has links)
Pediatric cardiac surgery with cardiopulmonary bypass (CPB) induces a complex inflammatory reaction of variable intensity that, in severe cases, may lead to multiple organ dysfunctions, resulting in considerable morbidity and mortality. Previous studies have demonstrated the involvement of cytokines with both pro-­inflammatory and anti-­ inflammatory profile in the inflammatory response in this group of patients, as well as its relationship to morbidity in the postoperative period. The present study aimed to delineate the kinetics of plasma concentrations of eight different cytokines, to determine the impact of blood transfusion on these kinetics and to evaluate the possible correlation of postoperative morbidity with these kinetics. This study evaluated a group of 19 children diagnosed with non-­cyanotic congenital heart disease with volume overload of left ventricle and increased pulmonary blood flow, classified as low risk for operative mortality, undergone corrective surgery with CPB. Blood samples were taken in seven different times: after induction of anesthesia but prior to initiation of surgery (T0), five minutes after CPB beginning (T1), five minutes after the opening of the aortic clamp (T2), at the end of surgical procedure (T3), four hours after the end of surgery (T4), at the first postoperative day (T5) and at the second postoperative day (T6). For each sample was carried out the measurement of plasma concentrations of interleukin (IL) -­2, interleukin (IL) -­4, interleukin (IL) -­6, interleukin (IL) -­&#8208;10, interleukin (IL) -­17, tumor necrosis factor (TNF)-­&#945;, interferon (IFN)-­&#947; and macrophage migration inhibitory factor (MIF). We also evaluated blood transfusion and eight morbidity related variables: CPB time, aortic cross-­clamping time, inotropic score, cumulative TISS score, oxygenation index, volume of postoperative bleeding in the first 48 hours, duration of mechanical ventilation and length of stay in intensive care unit (ICU) postoperatively. Considering the kinetics of the concentrations of the cytokines evaluated, the concentrations of IL-­6, IL-­10 and MIF significantly changed in response to the surgical procedure. The concentrations of IL-­&#8208;6 increased in T3, T4 and T5 and returned to baseline values at T6. The concentrations of IL-­10 increased in T2, T3 and T4 and returned to baseline values at T5. Concentrations of MIF increased in T2 and T3, returned to baseline in T4 and rose again at T6. Red blood cell transfusion had no impact on plasma concentrations of IL-­6, IL-­10 and MIF. Plasma concentrations of IL-­2, IL-­4, IL-­17, IFN-­&#947; and TNF-­&#945; did not change significantly since the induction of anesthesia to the second postoperative day. Regarding the correlation of the concentrations of cytokines with morbidity in the postoperative period, we detected a positive correlation between plasma concentrations of IL-­6 and inotropic score. Different from what occurred with IL-­6, there were no correlations between the concentrations of IL-­10 and MIF and inotropic score. We did not found any correlation among the concentrations of IL-­6, IL-­10 and MIF and the following variables: CPB time, aortic cross-­clamping time, cumulative TISS score, oxygenation index, volume of postoperative bleeding in the first 48 hours, duration of mechanical ventilation and ICU length of stay. Therefore, for this group of patients, characterized as low risk, we have found a significant elevation of plasma concentrations of the mediators IL-­6, IL-­10 and MIF in response to corrective surgery. Packed red blood cells transfusion had no impact on plasma concentrations of these mediators. Also, no correlation was found between elevated concentrations of these mediators and the majority of morbidity related perioperative and postoperative variables that were evaluated. / A cirurgia cardíaca pediátrica com auxílio da circulação extracorpórea (CEC) está associada a uma resposta inflamatória complexa, de intensidade variável. Em alguns casos tal reação pode desencadear uma disfunção de múltiplos órgãos resultando em morbidade e mortalidade significativas. Estudos prévios demonstraram a participação de citocinas tanto com perfil pró-­inflamatório quanto anti-­inflamatório na resposta inflamatória nesse grupo de pacientes, assim como sua relação com a morbidade no período pós-­operatório (PO). O presente estudo teve os seguintes objetivos: delinear a cinética das concentrações plasmáticas de oito diferentes citocinas, determinar o impacto da hemotransfusão nesta cinética e avaliar a possível correlação da cinética das concentrações plasmáticas das citocinas com a morbidade no PO. A casuística foi constituída por um grupo de 19 crianças com diagnóstico de cardiopatias congênitas não cianosantes com sobrecarga de volume de ventrículo esquerdo e hiperfluxo pulmonar, classificadas como de baixo risco para mortalidade operatória, submetidas a cirurgia corretiva com CEC. Foram coletadas amostras sanguíneas das crianças incluídas no estudo em sete momentos diferentes: após a indução da anestesia mas antes do início da cirurgia (T0), cinco minutos após o início da CEC (T1), cinco minutos após a abertura da pinça da aorta (T2), ao final do procedimento cirúrgico (T3), quatro horas após o final da cirurgia (T4) , primeiro dia de PO (T5) e segundo dia de PO (T6). Para cada amostra foi realizada a mensuração das concentrações plasmáticas da interleucina (IL)-­2, interleucina (IL)-­4, interleucina (IL)-­6, interleucina (IL)-­10, interleucina (IL)-­17, fator de necrose tumoral (TNF)-­&#945;, interferon (IFN)-­&#947; e do fator inibidor da migração de macrófagos (MIF). Também foram avaliadas a transfusão de hemoderivados e oito variáveis relacionadas a morbidade: tempo de CEC, tempo de pinçamento aórtico, escore inotrópico, escore de TISS cumulativo, índice de oxigenação, volume de sangramento pós-­&#8208;operatório nas primeiras 48 horas, tempo de ventilação mecânica e tempo de internação na UTI no período pós-­operatório. Considerando a cinética das concentrações plasmáticas das citocinas avaliadas, as concentrações de IL-­6, IL-­10 e MIF se modificaram significativamente em resposta ao procedimento cirúrgico. As concentrações de IL-­6 se elevaram em T3, T4 e T5 e retornaram aos valores basais em T6. As concentrações de IL-­10 se elevaram em T2, T3 e T4 e retornaram aos valores basais em T5. As concentrações de MIF se elevaram em T2 e T3, retornaram aos valores basais em T4 e se elevaram novamente em T6. A transfusão de concentrado de hemácias não teve impacto nas concentrações plasmáticas de IL-­6, IL-­10 e MIF. As concentrações plasmáticas de IL-­2, IL-­4, IL-­17, IFN-­&#947; e TNF-­&#945; não se modificaram significativamente desde a indução da anestesia até o segundo dia de PO. Quanto a correlação das concentrações das citocinas com a morbidade no PO, foi detectada uma correlação positiva entre as concentrações plasmáticas de IL-­6 e o escore inotrópico. Diferentemente do que ocorreu com a IL-­6, não foram detectadas correlações entre as concentrações de IL-­10 e MIF e o escore inotrópico. Também não foram detectadas correlações das concentrações de IL-­6, IL-­10 e MIF com as seguintes variáveis: tempo de CEC, tempo de pinçamento aórtico, escore de TISS cumulativo, índice de oxigenação, volume de sangramento pós-­operatório nas primeiras 48 horas, tempo de ventilação mecânica e tempo de internação na UTI no pós-­operatório. Portanto, neste grupo de pacientes avaliados, caracterizados como de baixo risco, foi encontrada uma elevação significativa das concentrações plasmáticas dos mediadores IL-­6, IL-­10 e MIF em resposta a intervenção cirúrgica corretiva. A transfusão de concentrado de hemácias não teve impacto nas concentrações plasmáticas desses mediadores. Também não foi encontrada uma correlação entre a elevação das concentrações destes mediadores e a maioria das variáveis perioperatórias e pós-­operatórias relacionadas a morbidade que foram avaliadas. / Doutor em Imunologia e Parasitologia Aplicadas

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