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Violência contra crianças e adolescentes : dados do sistema de informação de agravos de notificaçãoMacedo, Davi Manzini January 2016 (has links)
A presente dissertação é composta por dois estudos. O primeiro corresponde à uma revisão sistemática da literatura científica nacional, na área de Ciências da Saúde, que trata da análise de registros de violência contra crianças e adolescentes do período entre 1990 e 2014. Os resultados apontaram que o documento mais utilizado foi a notificação de violência ao Conselho Tutelar. As características das vítimas e das situações de violência foram as mais frequentemente analisadas. Os dados observados informaram sobre a evolução das políticas de vigilância epidemiológica da violência. Foram também observados elevados índices de informações ausentes, bem como desconhecimento de variáveis psicossociais anteriores às situações de violência que interferem na testagem dos dados a partir de modelos teóricos atuais. O segundo estudo consiste em um artigo empírico que visou a caracterização das notificações de violência contra crianças no Rio Grande do Sul entre 2010 e agosto de 2014 realizadas junto ao SINAN. As vítimas foram predominantemente do sexo feminino e os agressores do sexo masculino. A negligência foi significativamente prevalente na 1ª infância, enquanto a violência psicológica, física e sexual na 3ª infância. Diferenças entre tipologia de violência e sexo de vítimas e agressores foram observadas dentro de períodos desenvolvimentais específicos. Foram discutidas como as interações dessas características operam nos níveis microssistêmico, exossistêmico e macrossistêmico. / The present dissertation is composed of two studies. The first if a systematic review of the Health Sciences literature on the analysis of child maltreatment occurrences. Results showed that the document most used for analysis was the Guardian Council child maltreatment notification. Victim’s characteristcs and aspects of maltreatment situations were the categories most frequently analysed. The data was informative on the evolution of the policies for epidemiological surveillance of child maltreatment. High rates of absent information and lack of approach of psychossocial aspects previous to the maltreatment cases were also observed, which limits the testage of theoretical models through empirical data. The second study consists of an empirial analysis aiming to characterize notifications of child maltreatment in Rio Grande do Sul between 2010 and August of 2014. Victims were majorly females and perpetrators, males. Neglect was significantly prevalent in infancy, as psychological, physical and sexual abuse were higher amongst older children. Differences on the maltrament type and victims and perpetrators gender were observed within specific developmental periods. Discussion is presented on the interaction between these characteristics whithin the microsystem, exosystem, and macrosystem.
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REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTESJunqueira, Marciclene de Freitas Ribeiro 27 February 2003 (has links)
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Previous issue date: 2003-02-27 / From semi-structured interviews, this work intends to inform about the content of social
representation of housing violence practiced by the family against their teenagers. Besides
showing the influence of this violence at the social context, as an inevitable reason to tritely
refer to the drugs consuming. Two groups were taken in account in this research: Group 1 is
constituted by 21 teenager folks (guardian or brothers), enrolled at a public school in Goiânia.
Group 2, is formed by 17 teenager folks, whose teenagers are attended by a Tutorial
Counseling from the north side of the town. The results indicated that members from Group 1
grandparents and brothers see the violence as a daily consequence of the topical society,
linked up to the family problems. While the parents, who belong to this Group, see the
violence as an adolescence phenomenon. The bad conditions of working are invoked to justify
the missing of familiar attending that shows up in the educational process, beyond their ability
to notice the school as a positive element, capable to help on prevention of housing violence.
The student who doesn t attend classes very often is considered as relapse with education,
responsible for violent behavior with other students, teachers and employees. On group 2, is
reinforced the idea of the drugs traffic, vandalize, along with death menace and, sometimes,
with the own death. The school, for this group is taken as invasive. Folks from the Tutorial
Counseling associate the violence to the adolescence and the religion abstention, because
normally it helps teenagers figure out their bounds .We can notice that the male part of this
group consider the violence as a characteristic from teenager s educational process, while the
female part associate some difficulties to educate their kids to delinquency. Both groups,
agree that teens are the biggest part of population vulnerable to violence, with concrete
possibilities of being murdered due attending dangerous places, being exposed to all kinds of
risky situations, just like murdering, shootings, death beyond their own neighborhood,
already judged as a suspect area. They either agree to dislike violence only when it comes
along with death, especially if the action is made by a teen against his guardians or vice-versa.
The other point they still have the same opinion about, is the aversion to sexual abuse against
children and teens made by folks. / Partindo de entrevistas semi-estruturadas, o presente trabalho pretende dar a conhecer o
conteúdo das representações sociais da violência doméstica praticada por familiares em seus
adolescentes, além de apontar a influência dessa violência no contexto social como
decorrência inevitável da banalização do uso da droga. Dois grupos são considerados neste
estudo: o Grupo 1, constituído por 21 familiares (responsáveis e irmãos) de adolescentes
matriculados em uma escola pública de Goiânia, e o Grupo 2, composto por 17 familiares
cujos adolescentes recebem acompanhamento do Conselho Tutelar da região Norte de
Goiânia. Os resultados indicam que membros do Grupo 1 - avós e irmãos vêem a violência
como algo inerente ao cotidiano da sociedade atual, ligada aos problemas da convivência
familiar, enquanto os pais pertencentes a esse Grupo vêem a violência como um fenômeno da
adolescência. As más condições de trabalho são invocadas para justificar a carência de
acompanhamento familiar que se evidencia no processo educativo além do que, percebem a
escola como elemento positivo capaz de auxiliar na prevenção à violência doméstica. Alunos
de freqüência esporádica são considerados como descompromissados com a educação,
sujeitos de atos de violência contra outros alunos, contra professores e contra funcionários da
escola. Já no grupo 2 é reforçada a idéia do tráfico de drogas, depredações, culminando com
ameaças de morte e, às vezes, com morte. A escola, para esse grupo, é vista como invasiva.
No Grupo 2, familiares do Conselho Tutelar associam a violência ao próprio fenômeno da
adolescência e à falta de religião que pauta a vida dos adolescentes. Nota-se que os sujeitos
masculinos deste Grupo consideram a violência como inerente ao processo educativo do
adolescente, enquanto os sujeitos femininos associam a dificuldade de educar os filhos à
delinqüência. Tanto o grupo 1, quanto o grupo 2, consideram os adolescentes a população
mais passível de violência na sociedade, com reais probabilidades de assassinato, em razão de
freqüentarem locais perigosos e estarem expostos à situações que podem culminar em brigas
entre grupos, assaltos, tiroteios, prisões e morte, além de habitarem locais que naturalmente,
já são considerados áreas de risco. Em ambos os grupos há aversão à violência apenas quando
termina em morte, especialmente se a ação é cometida pelo adolescente contra o responsável,
ou responsáveis, ou se o sujeito da ação é o responsável contra o adolescente. Os dois grupos
consideram grave o abuso sexual praticado por adultos inclusive pais e padrastos de
adolescentes - contra adolescentes, ou destes contra crianças. Finalmente, ambos os grupos
acordam que a população mais sujeita à violência doméstica são as mulheres e as crianças,
seguidas pelos adolescentes e que os maiores responsáveis pelos atos de violência são o
sujeitos do sexo masculino. Concordam, como conseqüência, que a banalização da violência
passa pelo uso de drogas, em suas diversas manifestações.
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Maus-tratos físicos de crianças: contribuições para a avaliação de fatores de risco psicossociais / Physical maltreatment of children: contributions to the evaluation of psychosocial risk factorsBergamo, Lilian Paula Degobbi 26 November 2007 (has links)
Sabe-se que o fenômeno dos maus-tratos se constitui em uma problemática complexa que envolve na sua etiologia vários fatores, sendo necessária a observação deste fenômeno por uma perspectiva multidimensional. A abordagem Ecológico-Sistêmica do desenvolvimento humano e o modelo teórico Transacional pressupõem, respectivamente, a existência de diversos contextos e variáveis de risco que se influenciam mutuamente para a produção dos maus-tratos. Dentro disto, numerosas pesquisas, principalmente no âmbito internacional, têm encontrado associação significativa entre a problemática dos maus-tratos e variáveis no nível ontogenético, no microssistema, e no exossistema, dispondo-se inclusive de um conhecimento quanto às especificidades referentes a cada tipo de maus-tratos em particular. Neste panorama, o presente trabalho teve como objetivo verificar se a associação entre determinados fatores de risco atinentes à figura do cuidador e os maus-tratos físicos seria encontrada na realidade brasileira. Vale destacar que os fatores priorizados no estudo referem-se a aspectos psicológicos, como a angústia, nível de estresse associado à função parental, nível de apoio social, estilo parental e histórico de maus-tratos na própria infância. Para tanto, comparou-se dois grupos de pais/cuidadores, sendo um notificado ao Conselho Tutelar devido a abusos físicos contra os filhos (Grupo Clínico) e outro sem histórico conhecido de abuso (Grupo de Comparação), ambos constituídos por trinta participantes (n=60), pareados entre si em características sócio-demográficas, como nível econômico e educacional, situação conjugal e número de filhos / crianças sob seus cuidados. O primeiro grupo foi recrutado a partir dos registros do Conselho Tutelar e o segundo foi composto por conveniência, a partir de indicações, na comunidade. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados tiveram a função de avaliar um ou mais fatores de risco, sendo eles: o Child Abuse Potential Inventory CAP; o Índice de Estresse Parental ISP; o Inventário de Estilos Parentais IEP; o Questionário de Apoio Social - QAS e a Entrevista da História da Infância do Adulto. É necessário sublinhar que também foi utilizado um Questionário de Caracterização Sócio-demográfica, sendo que os dados coletados com este instrumento permitiam caracterizar os respondentes para proceder à equiparação dos grupos, mas também levantar algumas informações referentes a variáveis de risco no plano sócio-demográfico. Cada instrumento foi corrigido segundo seus próprios critérios, sendo que os dados obtidos puderam ser categorizados e comparados estatisticamente por meio do teste t de Student para amostras independentes ou Mann Whitney Rank Sum Test, quando necessário. Os dados obtidos com a História da Infância do Adulto foram, primeiramente, analisados descritivamente, por meio da obtenção de freqüências e porcentagens e, quando possível, utilizou-se o teste Qui-quadrado ou o teste Exato de Fisher, para também comparar estatisticamente os grupos, adotando-se como nível de significância p 0,05. Os resultados encontrados indicaram diferenças significativas (p< 0,05) entre os grupos para a maioria das dimensões que compõem a Escala de Abuso do CAP: angústia, rigidez, problemas com a criança e consigo e problemas com os outros, verificando-se um maior potencial de risco para os participantes do grupo clínico em relação ao grupo de comparação. Quanto ao ISP, os grupos apresentaram diferenças em relação à dimensão características da criança e no escore total, indicando que o grupo clínico vive mais estresse nas interações com a criança do que o grupo de comparação. No IEP os grupos se diferenciaram somente na dimensão monitoria positiva, denotando que o grupo clínico emprega com menos freqüência práticas positivas na educação dos filhos que o grupo de comparação. O QAS diferenciou os grupos nas dimensões de apoio afetivo, de interação social positiva e no escore total, apontando também que os participantes do grupo clínico se percebem com menos apoio social do que o grupo de comparação. A análise da História da Infância indicou que de forma geral, os adultos pertencentes ao grupo clínico viveram mais situações difíceis na infância que o grupo de comparação, sendo que estas, por vezes, se configuraram em situações de maus-tratos. Os grupos se diferenciaram também no que se refere a duas variáveis sócio-demográficas específicas: a idade do responsável por ocasião do nascimento do primeiro filho e o grau de satisfação com o bairro, denotando que os participantes do grupo clínico eram mais jovens que os do grupo de comparação por ocasião do nascimento do primeiro filho, tendo em média 19 anos, e que também eram mais insatisfeitos com o local de moradia que os do grupo de comparação. Os resultados permitem dizer que as variáveis que discriminam os dois grupos compõem indicadores de risco para os maus-tratos físicos em nosso contexto sócio-cultural, corroborando o que é apresentado na literatura científica, quanto aos fatores que reiteradamente têm se mostrado associados ao problema no âmbito internacional. Todos eles, tomados em separado ou conjuntamente, podem servir para orientar o desenvolvimento e a avaliação de programas de prevenção primária e/ou secundária, na comunidade. / Child maltreatment is a complex problem that involves in your etiology several factors, being necessary a multiform perspective to understand it. The Ecological-Systemic approach of human development and the Transactional theoretical model presuppose, respectively, the existence of several contexts and variables of risk that are influenced itself mutually for the production of the maltreatments. The present study aimed to establish whether exists or not association between certain risk factors relating to parents and physical abuse in Brazilian reality. The psychological aspects investigated were: distress, level of stress associated to the parental function, level of social support, parental style and historical of maltreatments in the own childhood. Two groups composed by thirty participants were compared (n=60): the first one was composed by parents who were reported to child protection agencies due to physical abuse against their children (Clinical Group) and the second one had no historical abuse (comparison group) composed by convenience form indications from the community. Both group were matched in social-demographics characteristics, as economic and educational level, conjugal situation and number of own children or children under its cares. The instruments used for data collection were: Child Abuse Potential Inventory CAP; the Parenting Stress Index ISP; the Inventário de Estilos Parentais IEP; the Questionário de Apoio Social QAS and the Entrevista da História da Infância do Adulto. Instruments were codified and statistical analyses were made to compare data from the two groups. Significance level was p 0,05. Results pointed out significant differences between the two groups for most of the dimensions from CAP Abuse Scale: distress, rigidity, problems with child and self, and problems from others. It was also verified a higher risk potential for physical abuse related to the participants of the clinical group. With regards to ISP, the groups presented differences related to the child\'s characteristic dimension and in its total score, pointing that clinical group has more stress during interactions with their children than comparison group. The IEP showed differences between groups only for the dimension of positive supervision, denoting that the clinical group uses less frequently positive practices in the children\'s education. QAS differentiated the groups in the dimensions of affective support, of positive social interaction and in the total score which means that clinical group has less social support than the comparison group. The analysis of the history of the Childhood indicated that in a general way, the adults belonging to the clinical group had lived more difficult situations than the comparison group. The two groups also differed in two specific social-demographic variables: the age of mother/father at the first child\'s birth and the satisfaction degree related to neighborhood, denoting that the participants of the clinical group were younger in the occasion of the first child\'s birth (median= 19 years old) and that they were also more unsatisfied with the home place. The results allow us to say that the variables that discriminate the two groups are indicators of risk for physical maltreatments in our social-cultural context. That corroborate with what is pointed in the scientific literature, with relation to factors that repeatedly have been showed associated to the problem of physical maltreatment in the international ambit. These results may help us, in Brazilian context, guiding the development and the evaluation of primary or secondary prevention programs in the community.
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Violência psicológica: estudo com adolescentes de uma instituição escolar pública do interior do estado de São Paulo / Psychological violence: a study with adolescents in a public educational institution in the state of São PauloCavalin, Luciana Aparecida 26 September 2013 (has links)
O desenvolvimento saudável do adolescente é favorecido por interações que envolvam reciprocidade e equilíbrio de poder, no entanto, relações negligentes ou abusivas podem ser encontradas em práticas educativas na família ou escola sendo a violência psicológica a mais recorrente e associada com frequência a outros tipos de abuso. Nesse tipo de abuso o adolescente é desqualificado em suas capacidades, desejos e emoções. Este trabalho objetivou investigar a exposição de adolescentes à violência psicológica, assim como identificar sua associação com outros tipos de maus-tratos (físico, sexual e negligência), o perpetrador e o contexto de ocorrência. Procuramos também verificar a relação dos diferentes tipos de violência estudadas e as variáveis sócio-demográficas dos participantes da pesquisa. Para tanto foi realizado um estudo transversal com uma população de 218 adolescentes (entre 14-18 anos) de uma instituição escolar pública. Os estudantes responderam a um questionário e à Escala de Violência Psicológica (EVP), cujos dados obtidos foram analisados por meio de estatística descritiva. O estudo demonstrou que 96,3% dos estudantes sofreram violência psicológica, seguido da violência física (34,9%), sexual (7,3%) e negligência (2,8%). Mais de 90% dos adolescentes que sofreram violência física, sexual e negligência sofreram violência psicológica na modalidade leve e moderada o que demonstra a coocorrência da vitimização. Observamos que 94,5% dos alunos foram expostos a esse tipo de violência na sua forma leve e moderada e 1,8% na forma severa e apenas 3,7% dos adolescentes responderam nunca aos 18 itens de violência psicológica indagados na pesquisa. Esses dados mostram que a violência psicológica, mesmo que vivenciada com intensidade leve e moderada, é um comportamento presente na relação com pessoas significativas na vida da maioria dos adolescentes deste estudo / The healthy development of adolescents is favored by interactions involving reciprocity and balance of power, however, neglectful or abusive relationships can be found in educational practices in family or school psychological violence being the most recurrent and often associated with other types of abuse. In this type of abuse the teenager is disqualified in their abilities, desires and emotions. This study aimed to investigate the exposure of adolescents to psychological violence, as well as identify its association with other types of abuse (physical, sexual, and neglect), the perpetrator and the context of occurrence. We also sought to investigate the relationship between different types of violence studied and socio-demographic variables of the respondents. Therefore we performed a cross-sectional study with a population of 218 adolescents (aged 14-18 years) of a public educational institution. These students completed a questionnaire and Psychological Violence Scale (EVP), whose data were analyzed using descriptive statistics. The study showed that 96,3% of students suffered psychological violence, followed by fisical violence (34,9%), sexual (7,3%) and neglect (2,8%). Over 90% of adolescents who suffered physical, sexual and psychological violence suffered neglect in mild and moderate form which shows the co-occurrence of victimization. We observed that 94,5% of students were exposed to such violence in its mild and moderate and 1,8% severe form, and only 3,7% of adolescents never responded to the 18 items asked of psychological research. These data show that psychological violence, even if experienced with mild to moderate behavior is present in the relationship with significant people in the lives of most adolescents in this study
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Estudo comparativo de famílias com a guarda dos filhos suspensa por medida de proteção, no Brasil e no Peru / Comparative study of brazilian and peruvian families of children in custody suspended for Measure of ProtectionTorre, Renato Carpio de la 07 December 2016 (has links)
Muitas crianças e adolescentes são vítimas de maus-tratos infantis, no Brasil e no Peru, e estas práticas constituem-se em uma violação aos seus direitos. Em ambas as sociedades, tais direitos são preconizados e garantidos por dispositivos legais, tendo em vista sua proteção integral, sendo que um destes dispositivos prevê a suspensão temporária do direito de guarda pelos pais/responsáveis. A presente investigação propõe-se a conhecer melhor as famílias brasileiras e peruanas nessa situação, em termos de exposição a fatores de risco maleáveis, específicos para os maus-tratos, situados no micro e no exosistema. O referencial é o da Teoria Bioecológica e o Modelo Transacional. Trabalhou-se com amostras de conveniência no Brasil, na cidade de Ribeirão Preto - SP (n=30) e no Peru, na cidade de Arequipa (n=30), formadas por adultos mãe/pai ou cuidador, responsável legal. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: um Roteiro de Entrevista de Caracterização Sociodemográfica da Família; o Inventário de Potencial de Maus-Tratos Infantis (CAP); a Escala de Avaliação da Coesão e Adaptabilidade Familiar Versão IV (FACES IV); o Inventário de Estilos Parentais - Práticas Educativas Maternas/Paternas (IEP) ou, a depender da idade da criança, o Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais (RE-HSE-P); e o Questionário de Apoio Social (QAS). Cada instrumento foi corrigido segundo seus próprios critérios técnicos, sendo que os dados obtidos puderam ser categorizados e comparados estatisticamente. Os resultados indicaram que as famílias investigadas, em ambas as sociedades, seriam vulneráveis em termos socioeconômicos. No Brasil, embora padecendo menos do ponto de vista econômico, devido ao fato de serem, em sua maioria, beneficiárias de ajuda governamental, as famílias teriam baixo status social, tendo em conta o baixo nível de escolaridade dos pais/cuidadores e a situação de desemprego. No Peru, as famílias também teriam baixo status social, embora tendo em média uma escolaridade mais alta que as brasileiras. Essas, contudo, viveriam em condições mais precárias, com baixa renda, advinda de trabalho informal, e em moradias mais precárias, em regiões da cidade caracterizadas por escasso acesso aos serviços básicos. Nos dois países, as famílias perceberiam seus bairros como violentos ou perigosos: no Brasil, devido à venda de drogas; no Peru, devido à venda de álcool, aos roubos e ao pouco policiamento. Elas também se assemelhariam no tocante a aspectos de configuração: a maioria seria desconstituída e, por vezes, reconstituída, denotando-se histórico de violência entre os parceiros íntimos, para a maioria. Com relação às características pessoais dos pais/cuidadores, destaca-se que no Brasil estes seriam, em sua maioria, usuários de substâncias psicoativas e teriam familiares com envolvimento criminal. Em relação aos instrumentos padronizados, sublinha-se que, de modo geral, nas duas amostras, os dados indicaram a existência de problemáticas consideradas fatores de risco específicos para os maus-tratos. Focalizando as diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre as amostras, destaca-se que no CAP os participantes brasileiros pontuaram mais alto na subescala rigidez, indicando uma problemática maior nesse plano. No FACES, as amostras apresentaram diferenças nas escalas Coesão, Flexibilidade, Comunicação e Satisfação Familiar, denotando maior disfuncionalidade na amostra brasileira. O IEP diferenciou as amostras somente na dimensão de Punição inconsistente, denotando que a amostra peruana empregaria com maior frequência esta prática negativa. Em síntese, os dados sugerem que as famílias no sistema de proteção infantil efetivamente vivem problemas associados à ocorrência dos maus-tratos. Novas pesquisas na área devem se dedicar a conhecer e a analisar se os serviços que lidam com essas famílias e com seus filhos têm contemplado suas necessidades. / Many children and adolescents are victims of child abuse in Brazil and Peru; these practices constitute a violation of their rights. In both societies such rights are recommended and guaranteed by the law, in view of its full protection, with one of these law disposition standing a temporary suspension of guard by parents / guardians. This research proposes to better understand Brazilian and Peruvian families in this context in terms of exposure to manageable risk factors specific to ill-treatment, located in the micro and exosistema. The theoretical framework is the bio-ecological theory and the transactional model. We worked with convenience samples in Brazil, in the city of Ribeirão Preto - SP (n = 30), and Peru, in the city of Arequipa (n = 30) were composed, formed by adults - mother / parent or caregiver, guardian. The instruments used for data collection were: A Sociodemographic Family characterization Interview; the Child Abuse Potential (CAP); the Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scale- IV (FACES IV); Inventory of Parenting Styles - Educational Practices Maternal / paternal (IEP) or, depending on the age of the child, the Interview Script Education Social Skills Parental (RE-HSE-P); and the Social Support Questionnaire (SAQ). Each instrument has been analysed according to their own technical criteria, and data could be categorized and compared statistically. The results indicated that the families investigated in both countrys would be vulnerable in socioeconomic terms. In Brazil, although suffering less from the economic point of view, due to the fact that they are mostly beneficiaries of government aid programms, families have low social status, due to the low level of parents / caregivers`s education and the unemployment situation. In Peru, families also have low social status, while having on average higher education scores than the Brazilian. These, however, would live in precarious conditions, with low income, related to informal work ones and in precarious houses, in city regions characterized by poor access to basic services. In both countries, families perceive their neighborhoods as violent or dangerous: in Brazil, due to the sale of drugs; in Peru, due to the sale of alcohol, theft and little policing. They also would resemble regarding the configuration aspects: most would broked and sometimes reconstituted, showing up history of intimate partners violence, for most. With regard to parents/caregivers`s personal characteristics, in Brazil they would be, mostly psychoactive substances users and have family members with criminal envolvement. Regarding standardized instruments, it is emphasized that, in general, in both samples, the data indicate the presence of problematics considered specific risk factors for maltreatment. Focusing on statistically significant differences (p <0.05) between samples is emphasized that, in the CAP, , Brazilian participants scored higher in subscale Rigidity, indicating a larger problem here. In FACES, the samples showed differences in cohesion scales, flexibility, communication and family satisfaction, showing increased dysfunctionality in the Brazilian sample. The IEP differentiated samples only in the size of inconsistent punishment, indicating that the Peruvian sample used more often this negative practice. In summary, the data suggest that families in the child protection system effectively face problems associated with the occurrence of maltreatment in significant levels. New research in the area should be devoted to know and consider whether the services dealing with these families and their children contemplate their needs.
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A função reflexiva e a capacidade de mentalização em crianças que sofreram maus tratosGodinho, Lúcia Belina Rech 31 August 2009 (has links)
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Previous issue date: 31 / Nenhuma / O foco desse estudo foi a psicoterapia de crianças que sofreram maus-tratos, especificamente no que se refere à possibilidade de desenvolvimento da função reflexiva e da capacidade de mentalização durante o processo de intervenção. A função reflexiva e a capacidade de mentalização são conceitos que vêm sendo elaborados com base na vertente psicanalítica da teoria do apego, nas contribuições de alguns teóricos das relações objetais, especialmente Bion e Winnicott e na Psicologia Cognitiva. Baseado na abordagem qualitativa de pesquisa, esse estudo foi pautado pelo método clínico. O procedimento adotado foi o Estudo de Casos Múltiplos, que permite a investigação sistemática e tão exaustiva quanto possível de casos individuais. Os participantes foram duas meninas de classe média baixa de 10 e 12 anos de idade e seus pais ou cuidadores. Eles foram atendidos na clínica-escola de uma universidade da Região Sul do Brasil, e apresentavam história de vivência de alguma forma de maus-tratos. Os procedimentos para coleta
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Maus-tratos contra os idosos no munic?pio de Porto Alegre : uma abordagem interdisciplinarOliveira, Jacson Caprini de 15 January 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-01-15 / The generic violence, here focused in the maltreatments, that was mainly represented in terms of physic and psychological aggressions was the subject of this research. The problem proposed for this research was related with the question of maltreatments practiced against elderly and how the protective institutions of rights have dealt with this subject. Then, using bibliographic research we intendet analyze deeply the problem proposed. First of all, the research made an historic, sociological and anthropological approach of the aspects of the violence related with elderly in general, filtering after with focus in the city of Porto Alegre, to understand how this phenomenon occurred in the bosom of the family, initially, and expanded by the society. The central point of this research then followed to an analyze of the problem seeking to understood how it happenned in the society, what his influence today in the social act of living together and what can be done in what is concerned in the search for the social control of violence besides the protection of the elderly rights and for the maintenance of a life with dignity. The ending of this study happenned with an analysis of the collected data s in the empiric research that was realized in the Elderly Police Station of Porto Alegre. This afield research aspired to understand what the principals kinds of crimes verified in this city as to identify who were the main victims and aggressors, over and abover to determine what kind of crime was more commonly observed it this sample. / A viol?ncia gen?rica, aqui focada nos maus-tratos, que foi representada principalmente em termos de agress?es f?sicas e psicol?gicas foi o tema desta pesquisa. O problema proposto para a pesquisa foi relativo ? quest?o dos maus-tratos praticados contra os idosos e como as institui??es protetivas de direitos lidaram com o assunto. Utilizando-se de pesquisa bibliogr?fica e emp?rica foi ent?o que se pretendeu aprofundar a an?lise do problema proposto. Em um primeiro momento a pesquisa fez uma abordagem hist?rica, sociol?gica e antropol?gica dos aspectos da viol?ncia em rela??o aos idosos em geral, filtrou-se posteriormente com foco no munic?pio de Porto Alegre, para que se pudesse compreender como este fen?meno se manifestou no seio familiar, inicialmente, e se expandiu pela sociedade. O ponto central desta pesquisa seguiu ent?o para uma an?lise do problema sendo que se buscou compreender como o mesmo se manifestou na sociedade, qual a sua influ?ncia hoje no conv?vio social e o que poderia ser feito no que tange a uma busca pelo controle social da viol?ncia al?m da prote??o aos direitos dos idosos e pela manuten??o de uma vida com dignidade. O fechamento deste estudo ocorreu com uma an?lise dos dados coletados em pesquisa emp?rica a qual foi realizada na Delegacia de Pol?cia de Prote??o ao Idoso de Porto Alegre. Esta pesquisa de campo almejou compreender quais os principais tipos de crimes verificados neste munic?pio bem como identificar quem seriam as principiais v?timas e agressores, al?m de determinar qual o tipo de crime mais comumente observado na amostra.
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Aspectos imunoendocrinol?gicos em adolescentes v?timas de maus-tratos na inf?nciaDaruy Filho, Ledo 03 March 2015 (has links)
Submitted by Setor de Tratamento da Informa??o - BC/PUCRS (tede2@pucrs.br) on 2015-06-03T17:55:02Z
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Previous issue date: 2015-03-03 / Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior - CAPES / INTRODUCTION: Although the impact of childhood maltreatment (CM) are known, not only regarding clinical but psychosocial outcomes, an extensive field of study is still open to understanding the neurophysiological mechanisms mediating cause and outcome. Systems somehow connected to stress response, as the hypothalamic-pituitary-adrenal axis (HPA) and the immune system, are strong candidates to play an important role in this association. OBJECTIVE: To investigate peripheral cytokines and hormonal measures in healthy adolescents exposed to CM. METHOD: This thesis consists of three studies. The first one aims to understand the immune activation state by measuring six cytokines (IFN-?, IL-2, IL-4, IL-6, IL-10 and IL-17A) in adolescentes exposed and not exposed to CM. In the second study, we used hair and plasma cortisol measures to compare both groups. The third study investigated plasma copeptina in these groups. RESULTS: The first trial has showed decreased levels of IFN-?, IL-2, IL-4, IL-6 and IL-10 in CM adolescents. The second study an increased hair cortisol in adolescent victims of CM. This elevation was not confirmed with plasma cortisol. The third study found no correlation between plasma levels of copeptin and history of CM in these adolescents. CONCLUSIONS: These were the first studies to examine cytokines, hair cortisol and copeptin in healthy adolescent victims of CM. The results of this thesis seems to confirm a distinct immunological pattern in adolescent victims of CM. The decreased levels of cytokines found in this group may be due to a mechanism of immunosuppression secondary to HPA axis activation, confirmed by hair cortisol. The use of hair cortisol proved to be interesting for getting over the numerous biases contained in cortisol cross sampling, indicating an excellent measure of medium-term neuroendocrinologic response. Although there was no difference between groups in plasma copeptin, we consider important the emphasis in the studies with this biomarker in non-clinical populations, searching for a better understanding of the mechanisms involved in this association. / INTRODU??O: Embora sejam conhecidos os impactos dos maus-tratos na inf?ncia (MTI) n?o somente em rela??o a desfechos cl?nicos como tamb?m psicossociais, um extenso campo de estudo ainda est? aberto visando a compreens?o sobre os mecanismos neurofisiol?gicos que mediam a causa e o desfecho. Sistemas que, de alguma forma, est?o conectados ? resposta ao estresse, como o Eixo Hipot?lamo-Hip?fise-Adrenal (HPA) e o sistema imunol?gico s?o fortes candidatos a desempenharem um importante papel nessa associa??o. OBJETIVO: Investigar a concentra??o de citocinas perif?ricas e medidas hormonais em adolescentes h?gidos expostos a MTI.. M?TODO: A presente tese ? composta por tr?s estudos. O primeiro estudo procura entender o estado de ativa??o imunol?gica atrav?s da mensura??o de seis citocinas (IFN-?, IL-2, IL-4, IL-6, IL-10 e IL-17A) em um grupo de adolescentes expostos e n?o expostos a MTI. O segundo estudo comprarou a concentra??o de cortisol capilar e cortisol plasm?tico entre ambos grupos. O terceiro estudo investigou n?veis plasm?ticos de copeptina nas duas amostras investigadas. RESULTADOS: O primeiro estudo mostrou uma diminui??o nos n?veis de IFN-?, IL-2, IL-4, IL-6 e IL-10 em adolescentes v?timas de MTI em rela??o aos n?o expostos. O segundo estudo mostrou medidas elevedas de cortisol capilar nos adolescentes v?timas de MTI. Tal eleva??o n?o se confirmou atrav?s da medida do cortisol plasm?tico. O terceiro estudo n?o encontrou associa??o entre n?veis plasm?ticos de copeptina e hist?ria de MTI nesses adolescentes. CONSIDERA??ES FINAIS: Esses foram os primeiros trabalhos a analisar citocinas, cortisol capilar e copeptina em adolescentes sadios v?timas de MTI. Os resultados dessa tese confirmam um padr?o imunoend?crino alterado em adolescentes v?timas de MTI. Os n?veis diminu?dos de citocinas encontrados nesse grupo podem ser consequ?ncia de um mecanismo de supress?o imunol?gica secund?rio a ativa??o do Eixo HPA, confirmado atrav?s do cortisol capilar. O uso da medida de cortisol capilar mostrou-se interessante por conseguir superar os in?meros vieses contidos nas amostragens transversais de cortisol, indicando uma excelente medida de m?dio prazo de resposta neuroendocrinol?gica. Embora n?o tenhamos encontrado diferen?a entre os grupos nos n?veis de copeptina s?rica, consideramos importante a insist?ncia nos estudos com esse biomarcador em popula??es n?o-cl?nicas, na busca de um melhor entendimento sobre os mecanismos intervenientes nessa associa??o.
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Evid?ncias epidemiol?gicas sobre maus-tratos na inf?ncia e modelo experimental de estresse precoceViola, Thiago Wendt 04 March 2015 (has links)
Submitted by Setor de Tratamento da Informa??o - BC/PUCRS (tede2@pucrs.br) on 2015-07-07T12:04:40Z
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Previous issue date: 2015-03-04 / Introduction : Early-life stress is thought to increase risk for developing cocaine addiction. However, the mechanisms and mediators of this relationship still not completely understood, particularly during adolescence, which is the period that drug use usually initiates.Objectives : To examine the effects of postnatal maternal separation (MS) on cocaineinduced conditioned place preference (CPP) paradigm in periadolescent mice. Additionally, to investigate if MS affects short-term spatial memory, as well as drug-free exploratory activity and anxiety-related behavior.Methods : BALB/c litters were randomly assigned to one of two groups: MS or standard rearing (SR - controls). The MS animals were subjected to a procedure that pups were separated from their dams daily for 180 minutes, from postnatal (PND) 2 to 15. The CPP was performed following three sequential phases: habituation (PND 34), conditioning (PND 35 to PND 44) and post-conditioning test (PND 45). For all phases, mice were placed into the chambers for a total of 30 minutes each day. Cocaine was administered at a dose of 20 mg/kg (i.p.). Animals also performed the open field and object recognition tasks. Behavioral data was analyzed using ANY-Maze video-tracking system.Results : MS selectively affected cocaine-induced CPP in adolescent mice, increasing the time spent in the drug-paired chamber, but exerted no influence on exploratory activity, anxiety-related behavior and short-term spatial memory.Conclusions : Separation from the primary caregiver during early life can increase reactivity to cocaine paired cues, such as a particular environment, in a developmental period with increased drug abuse vulnerability. / Introdu??o : Acredita-se que o estresse no in?cio da vida aumenta o risco de desenvolvimento de adi??o a coca?na. Entretanto, os mecanismos e mediadores desta rela??o ainda n?o foram completamente entendidos, particularmente durante a adolesc?ncia, que ? o per?odo em que o uso de drogas usualmente se inicia.Objetivos : Examinar os efeitos da separa??o materna p?s-natal (MS) no paradigma do condicionamento de prefer?ncia por lugar (CPP) induzido por coca?na em camundongos periadolescentes. Al?m disso, investigar se a separa??o materna afeta a mem?ria espacial de curto-prazo, bem como a atividade explorat?ria e comportamento de ansiedade na aus?ncia de droga.M?todos : As ninhadas de BALB/c foram randomicamente destinadas a um dos grupos: MS ou desenvolvimento normal (SR - controles). Os animais de MS foram submetidos a um procedimento no qual os filhotes s?o separados da m?e diariamente por 180 minutos, do dia p?s-natal (PND) 2 ao PND 15. O CPP foi realizado seguindo tr?s fases sequenciais: habitua??o (PND 34), condicionamento (PND 35 ao PND 44) e teste p?s-condicionamento (PND 45). Para todas as fases os camundongos foram colocados nas c?meras de CPP por um total de 30 minutos todos os dias. A coca?na foi administrada intraperitonealmente a uma dose de 20mg/kg. Os animais tamb?m realizaram as tarefas de campo aberto e reconhecimento de objetos. Os dados comportamentais foram analisados utilizando o sistema de v?deo do ANY-Maze.Resultados : A MS afetou seletivamente o CPP induzido por coca?na nos camundongos adolescentes, aumentando o tempo dispendido na c?mera pareada ? droga, mas n?o influenciou a atividade explorat?ria, o comportamento ansioso e a mem?ria espacial de curto-prazo.Conclus?es : A separa??o do cuidador prim?rio durante o in?cio da vida pode aumentar a reatividade a pistas pareadas a coca?na, como um ambiente espec?fico, em um per?odo cr?tico do desenvolvimento, com alta vulnerabilidade ao abuso de drogas.
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Mais do que palavras : a associa??o do abuso emocional na inf?ncia com o comportamento suicidaAra?jo, Rafael Moreno Ferro de 30 July 2015 (has links)
Submitted by Setor de Tratamento da Informa??o - BC/PUCRS (tede2@pucrs.br) on 2015-09-28T11:48:48Z
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Previous issue date: 2015-07-30 / Introduction: Adverse childhood experiences are important risk factors for
lifetime suicide attempts. However, little is known about the specific contribution
of each type of maltreatment on suicidal behavior. The aim of this study was to
examine the association between the level of each type of childhood trauma
and suicidal behavior severity, controlling for their co-occurrence and common
psychiatric disorders.
Methods: The data were collected by the Brazilian Internet Study on
Temperament and Psychopathology (BRAINSTEP). The final sample consisted
of 71429 self-selected volunteers. Childhood maltreatment assessed with the
Childhood Trauma Questionnaire (CTQ). Lifetime suicidal behavior was
assessed by using the first item of the Suicidal Behavior Questionnaire (SBQ-
17).
Results: Controlling for demographic variables, childhood trauma subtypes
scores, and psychiatric diagnoses (depression, bipolar disorder, and posttraumatic
stress disorder), severe emotional abuse was associated with suicidal
ideation and attempts, mainly for serious suicide attempts (OR, 17.76; 95%CI,
14.59-21.62). Emotional abuse had an exponential association with serious
suicide attempts, with a peak at the 99th percentile (OR, 53.37; 95%CI, 22.67-
86.58). For other types of trauma, we found positive associations of smaller
magnitude: at the 99th percentile for emotional neglect (OR, 1.9; 95%CI, 1.1-
3.0) and sexual abuse (OR, 2.6; 95%CI, 1.9-3.5), and no meaningful trend for
physical abuse and physical neglect. Major depressive disorder and emotional
abuse had the highest attributable risk fractions, 58% and 56%, respectively.
Conclusions: The risk of suicide attempts increased exponentially with higher
scores of emotional abuse. Physical maltreatment in childhood was weakly
associated with suicidal behavior severity when controlled for emotional
trauma. For suicide prevention, mental health public policies should consider
including interventions to prevent and treat the consequences of emotional
abuse. / Introdu??o: Os traumas infantis s?o importantes fatores de risco para tentativas de
suic?dio. Contudo, pouco se sabe sobre a contribui??o espec?fica de cada tipo de
trauma no comportamento suicida. O objetivo deste estudo foi examinar a
associa??o entre o n?vel de cada tipo de trauma infantil e a gravidade do
comportamento suicida, controlando para poss?veis co-ocorr?ncias e transtornos
psiqui?tricos.
M?todos: Os dados foram coletados pelo Brazilian Internet Study on
Temperament and Psychopathology (BRAINSTEP). A amostra final foi de 71.429
volunt?rios. OS maus tratos na inf?ncia foram avaliados com a Childhood Trauma
Questionnaire (CTQ). O comportamento suicida foi avaliado utilizando o primeiro
item do Suicidal Behavior Questionnaire (SBQ-17).
Resultados: Controlando para dados sociodemogr?ficos, n?veis dos tipos de
trauma na inf?ncia e diagn?sticos psiqui?tricos (depress?o, transtorno bipolar e
transtorno de estresse p?s-traum?tico), o abuso emocional grave foi associado
com idea??o suicida e tentativas de suic?dio, principalmente para as graves (OR,
17,76; 95% CI, 14,59-21,62). O abuso emocional teve uma associa??o
exponencial com tentativas de suic?dio graves, com um pico no percentil 99 (OR,
53,37; IC95% 22,67-86,58). Para outros tipos de trauma, encontramos
associa??es positivas de magnitude menor: no percentil 99 para neglig?ncia
emocional (OR, 1,9; 95% CI, 1,1-3,0) e para abuso sexual (OR, 2,6; 95% CI, 1,9-
3,5), e nenhuma tend?ncia significativa para o abuso f?sico e para a neglig?ncia
f?sica. O transtorno depressivo maior e o abuso emocional apresentaram as
maiores fra??es de risco atribu?veis, 58% e 56%, respectivamente.
Conclus?es: O risco de tentativas de suic?dio aumentou exponencialmente com
n?veis mais altos de abuso emocional. Os maus tratos f?sicos na inf?ncia foram
fracamente associados com a gravidade do comportamento suicida quando
controlados para trauma emocional. Para preven??o do suic?dio, as pol?ticas
p?blicas de sa?de mental devem considerar a inclus?o de interven??es para
prevenir e tratar as conseq??ncias do abuso emocional.
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