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Um sobre-ensaio de cegosOliveira, Sandra Regina de January 2008 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura / Made available in DSpace on 2012-10-23T20:11:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1
249668.pdf: 619868 bytes, checksum: f4a600113617142e94909cafee4dc3e6 (MD5) / Um sobre-ensaio de cegos é tentativa de leitura das alegorias de Ensaio sobre a cegueira de José Saramago, que por sua vez, apresenta leitura do real em imagens textuais, reunindo elementos de vários contextos. Explora uma condição petrificada do homem chamada #natureza humana# em uma sociedade que se move centralizando exageradamente imagens visuais fantasmáticas. O primeiro capítulo deste sobre-ensaio trata de uma estética agregadora de sensibilidades e pensamentos. A cegueira é metonímia a abarcar uma #anestética# que afeta todos os sentidos. A crítica do escritor português perfila diversos âmbitos da sociedade em cada cego protagonista tangenciando diferentes dispositivos a engendrar identidades. É microcosmo a comportar muitos exemplares do macrocosmo. No terceiro capítulo Ensaio sobre a cegueira dialoga com Informe sobre ciegos de Ernesto Sábato, tomando como linha mestra, não sem desvios, a questão da forma que aprisiona, captura o corpo em essências, identidades, inscrito por uma lógica de significado formal. Este excesso de forma é desejo de abjeto #informe#. #Informe# no dicionário crítico de Georges Bataille é forma sempre em formação, que escorre em direção eterna à outra-coisa-de-si. No terceiro capítulo outra interlocução convida a um desvio no diálogo: O mez da grippe de Valêncio Xavier que a partir de seu gênero indefinível também não se paralisa em forma estática. Uma epidemia de Influenza evidente na morte em série é negada nas informações e discursos oficiais que se contradizem nas tomadas de providências. Em Ensaio sobre a cegueira, ao contrário, autoridades estatais e militares fazem alarde da epidemia de cegueira trancafiando a população em espaços públicos que se transformam em cárceres com o pretexto de fazer viver, mas com intuito de deixar morrer. Nas duas narrativas uma biopolítica neutraliza o direito, neutralizando, assim, o espaço público e o privado. Um estado de exceção toma forma e a morte é trivializada, sem tempo para a reflexão. Nas três narrativas percebem-se possibilidades de contradispositivos que façam a vida saltar das ruínas em direção à plenitude. Em Ensaio sobre a cegueira seria uma micropolítica receptiva à alteridade, em Informe sobre ciegos uma profanação das formas de vida transformadas em princípio de identidade. Em O mez da grippe seria
uma arqueologia da memória funcionando como testemunho dos dispositivos que manipulam a vida tanto quanto banalizam a morte.
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A perda do mundo, a emergência da vida e a exceção permanenteCherobin, Rafael Caetano January 2013 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito, Florianópolis, 2013. / Made available in DSpace on 2013-12-05T22:34:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1
320607.pdf: 1223357 bytes, checksum: 70fbf85b8421b0fcc75e371136470886 (MD5)
Previous issue date: 2013 / O presente trabalho teve como objetivo apontar as relações entre vida e direito, isto é, analisa os mecanismos jurídico-institucionais através dos quais os poderes políticos conseguem se rearticular e se impor perante a população. A hipótese levantada para a pesquisa foi a de que pensar o dever ser do direito em nosso tempo, de algum modo, remete à concretização da democracia. No entanto, não apenas a democracia em seus aspectos institucionais, mas a democracia enquanto um paradigma que visa consubstanciar um efetivo espaço público, que hoje se encontra, contudo, aparentemente eclipsado. Por essa perspectiva, o mesmo poderia ser dizer em relação aos direitos humanos, que enquanto conseqüentes de conquistas históricas importantes da humanidade, não obstante, não podem ficar estagnados em um âmbito formalista caso visem se sobrepor efetivamente às contradições políticas que nosso tempo impõe e que estão sempre se transformando conforme as contingências históricas. Ou seja, os direitos humanos dependem, para a sua efetivação, de um constante exercício de cidadania, de modo que também estão vinculados ao resgate da política. Além disso, como parte da hipótese levantada, partiu-se ainda do pressuposto de que o eclipse da política parece ter como contraparte a submissão da população a políticas governamentais que podem, de modo concomitante, repercutir de forma inclusiva e excludente, promovendo tanto a vida quanto a morte. Isso parece tanto mais evidente em nosso país, em que as contradições de todas as ordens adquirem dimensões profundas. Nesse contexto, então, é que se questionou: por que a política está eclipsada em nossa sociedade? E, além disso, por que os mecanismos jurídico-institucionais - diga-se a democracia representativa e os direitos fundamentais - afiguram-se incapazes de fazer cessar a iminência de morte que hoje milhões de pessoas estão expostas? Tais questionamentos, contudo, remetem àquele ponto inicial: quais as relações entre vida e direito? Este trabalho busca pensar essas relações à luz de Giorgio Agamben, retomando as suas análises e interlocuções a respeito das temáticas biopolítica e Estado de exceção, que parecem justamente fazer evidenciar as relações entre vida e direito, sobretudo no sentido de pensar como a biopolítica consegue se rearranjar de forma jurídico-institucional, nomeadamente através do Estado de exceção. <br> / Abstract : The main goal of this essay was to investigate the relationship between life and law, that is, to analyze the legal and institutional mechanisms which the political powers manage to organize and to be imposed on the population. The hypothesis raised for research was that thinking the ought of law somehow depends on the realization of democracy; however, not only the institutional aspects of democracy, but democracy as a paradigm which aims to create an effective public space, which is now, however, apparently eclipsed. By this perspective, the same could be said about human rights, which belong to important historical achievements of humanity, however, cannot stay stagnant case designed to overlap effectively to the political contradictions of our times and who are always turning as historical conditions. In other words, human rights depend on their putting a constant exercise of citizenship, so that also is linked to the rescue of the politics. In addition, as part of the hypothesis raised, broke even on the assumption that the eclipse of politics seems to have as counterpart to the submission of the population to certain government policies, which can at the same time pass so including and excluding way, promoting the life and death of concurrent mode. That seems clearer in our country, where the contradictions of all orders get deep dimensions. In this context, then, is that it raised the question: why is politics eclipsed in our society? And besides, why do the legal-institutional mechanisms- it means the representative democracy and the fundamental rights - seem unable to make the imminence of death that today million people are exposed? Such questions, however, refer to that starting point: what are the relationships between life and law? This essay seeks to think these questions through Giorgio Agamben, resuming their analyses and hold dialogue regarding the themes of biopolitics and the State of exception, witch seem to just do highlight the relationship between life and law, especially in the sense of thinking such as biopolitics can rearrange legal-intitutional form, in particular through the State of exception.
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O sujeito e o campoRosa, Crishna Mirella de Andrade Correa January 2006 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Jurídicas. Programa de Pós-Graduação em Direito. / Made available in DSpace on 2012-10-22T21:49:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1
235233.pdf: 588367 bytes, checksum: e0b10cc5e22c5039777a596816855872 (MD5) / Esta dissertação propõe-se a traçar um caminho que proporcione visualizar e discutir os dilemas propostos à subjetividade e ao direito dentro do cenário político da modernidade.
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[fr] CONSTITUTION ET POUVOIR: UNE ANALYSE DU PARADIGME DE L’ÉTAT DE DROIT / [pt] CONSTITUIÇÃO E PODER: UMA ANÁLISE SOBRE O PARADIGMA DO ESTADO DE DIREITOCIPRIANA NICOLITT CORDEIRO PARANHOS 16 June 2014 (has links)
[pt] Constituição e Poder: uma análise sob o paradigma do Estado de Direito.
Há muito se discute a relação entre exceção e regra; estado de natureza e estado
civil; civilização e barbárie. O que impulsionou a presente tese foi a análise da
real existência destes binômios e como ocorrem (se é que podemos assim dizer),
os momentos de ruptura. O surgimento do Estado é tido para muitos como uma
etapa de evolução, sobretudo o surgimento do Estado Democrático de Direito.
Assim, práticas consideradas excepcionais representam um retrocesso ao Estado
de Direito e geram espanto pelo fato de que ainda possam ser aplicadas. A
investigação buscou demonstrar que, ao contrário da concepção de evolução e
linearidade da história da humanidade, a vida acontece no plano real e o passar
dos tempos nem sempre trará o almejado progresso, tendo em vista que a
mencionada realidade fática ocorre através de cisões, saltos, sobressaltos e
retrocessos. Para tanto, utilizou-se o conceito de história benjaminiano que será
abordado, assim como os conceitos de Estado Democrático, Estado de Direito,
Estado de Exceção, Violência Soberana e Ideologia, tudo como escopo de
compreender como o discurso do Estado Democrático de Direito serve de pano de
fundo para o exercício da violência institucionalizada. / [fr] On parle beaucoup de la relation entre l exception et la règle, l état de nature
et l état civile, la civilisation et la barbarie. Ce qui a poussé cette thèse est
d analyser l existence réelle de ces binômes et comment ils se produisent (si on
peut dire), les moments de rupture. L aboutissement de l Etat est considéré par
une partie considerable des etudiants sur le thème, comme une étape dans
l évolution, en particulier l aboutissement d un Etat démocratique. Ainsi, les
pratiques considérés comme exceptionnels représentent un revers pour l Etat de
droit et de générer la crainte, car ils peuvent toujours être appliquées. Cette thèse a
cherché à démontrer que, contrairement à la notion de linéarité et de l évolution de
l histoire humaine, la vie se passe dans le réel et le passage du temps ne donne pas
toujours les progrès souhaités, compte tenu de ce que la réalité des faits ci-dessus
se produit à travers scissions, des sauts , des surprises et des revers. Pour ce faire,
nous avons utilisé le concept de l histoire que Benjamin seront abordés, ainsi que
les concepts de la démocratie, État de droit, État d exception, la violence
souveraine et de l idéologie, tout portée de comprendre comment le discours de la
règle de droit démocratique sert le contexte de l exercice de la violence
institutionnalisée.
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[pt] ESTADO DE EXCEÇÃO COMO RUPTURA: UMA LEITURA A PARTIR DE CARL SCHMITT E WALTER BENJAMIN / [en] STATE OF EXCEPTION AS RUPTURE: A STUDY BASED ON CARL SCHMITT AND WALTER BENJAMINLETÍCIA GARCIA RIBEIRO DYNIEWICZ 16 August 2016 (has links)
[pt] A tese toma como problema central discutir a possibilidade de ruptura da
ordem constitucional por meio do estado de exceção, compreendido a partir das
leituras de Carl Schmitt e Walter Benjamin. Propõe-se refletir sobre o estado de
exceção não tanto como um conceito jurídico, mas como um momento que tem a
possibilidade de romper ou não com a ordem jurídica até então vigente. Sendo
assim, a hipótese defendida por este trabalho consiste na premissa da existência de
um ponto cego no constitucionalismo liberal — uma forma de pensar o direito
que, em linhas gerais, garante aos indivíduos, primeiramente, a não interferência
do Estado nas relações privadas e, em segundo lugar, a possibilidade de participar
do processo decisório -, qual seja: o estado de exceção. Carl Schmitt e Walter
Benjamin - autores situados em extremos opostos do espectro político -
compreendem a exceção nesse sentido, ou seja, como uma incapacidade do
constitucionalismo liberal para tratar da possibilidade da ruptura da ordem. Por
não tratar dessa fissura a partir da qual se inicia o direito, também não discute a
violência que o funda e o mantém. Em outras palavras, o constitucionalismo
liberal não enfrenta a exceção porque ela minaria sua própria existência e seu
pressuposto. O estado de exceção, pensado tanto como mecanismo garantidor da
ordem quanto como momento de ruptura, abala tais pressupostos, desnudando o
constitucionalismo liberal. Para corroborar tal hipótese, o trabalho será dividido
em três capítulos. No primeiro deles, expõe-se um rápido quadro histórico do
momento de Weimar para contextualizar o surgimento de tais teorias. Em seguida,
trata-se de aproximar e afastar Walter Benjamin e Carl Schmitt nos pressupostos
que irão levar os autores a pensar o estado de exceção: a teologia política, a
social-democracia e a crítica à técnica. No segundo capítulo, levanta-se a hipótese
de que Schmitt teme a exceção como momento de ruptura que desencaderia o
caos, por isso sua defesa de uma constituição autoritária. Para tanto, o capítulo
divide-se em quatro partes. Na primeira delas, aborda-se a relação entre sujeito
romântico e liberalismo. Na segunda, a tensão entre política e direito. Adiante,
aborda-se soberania, política e democracia e, por último, a questão da ruptura. O
último capítulo trata de pensar o direito a partir de Walter Benjamin, em especial
no que diz respeito à lei e à soberania. Primeiramente, a análise centra-se na
questão da soberania, para em seguida, desenvolver as concepções metodológicas
e políticas de história que levaram Benjamin a pensar em um permanente estado
de exceção. / [en] This thesis takes as its central problem the discussion on the possibility of
rupture of the constitutional order by means of the state of exception, as
understood by Carl Schmitt s and Walter Benjamin s readings. It proposes the
comprehension of the state of exception not so much as a legal concept, but as a
moment that can or cannot break the actual juridical order. Thus, the hypothesis
assumed by this thesis is that there is a blind spot in liberal constitutionalism — a
point of view on law that, in general terms, assures the individual, firstly, the nonintervention
of the State on private affairs, and, secondly, the possibility of taking
part in the decision-making process —, that is, the state of exception. Both Carl
Schmitt and Walter Benjamin — authors who hold opposite positions on the
political spectrum — understand exception according to this meaning, that is to
say, as the impossibility of liberal constitutionalism to deal with an eventual break
of the order. Since it does not treat on this fissure from which law begins, it also
does not discuss the violence that founds it and keeps it. In other words, the liberal
constitutionalism does not faces exception because it would undermine its very
existence and premises. The state of exception, considered both as a guarantor of
order and as a moment of rupture, unsettles those premises, exposing liberal
constitutionalism. In order to corroborate this hypothesis, this thesis is divided in
three chapters. In the first one, a brief historical background of the Weimar
Moment is presented, in order to contextualize the emergence of those theories.
Then, it deals with the accords and discords between Walter Benjamin and Carl
Schmitt concerning the assumptions that move both authors to think of the state of
exception: political theology, social democracy, and critique of technique. In the
second chapter, it is proposed the hypothesis that Schmitt would be afraid of
exception as a moment of rupture that could initiate chaos, hence his defense of an
authoritarian constitution. For this purpose, the chapter is divided in four parts.
The first one treats on the relation between romantic subject and liberalism. The
second, on the tension between politics and law. Further on, it treats on
sovereignty, politics and democracy, and, finally, the issue of rupture. The last
chapter thinks Legal Studies on the basis of Walter Benjamin s ideas, especially
those concerning law and sovereignty. First, the analysis is centered on the
question of sovereignty, and, next, it develops the methodological and politic
conceptions of history that moved Benjamin to think of a permanent state of
exception.
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[en] WALTER BENJAMIN: LAW, POLITICS AND THE RISE AND COLLAPSE OF THE WEIMAR REPUBLIC (1918/9-1933) / [pt] WALTER BENJAMIN: O DIREITO, A POLÍTICA E A ASCENSÃO E COLAPSO DA REPÚBLICA DE WEIMAR (1918/9-1933)RAFAEL BARROS VIEIRA 13 September 2016 (has links)
[pt] O presente estudo tem como objetivo realizar uma análise
simultaneamente histórica e conceitual sobre as percepções de Walter Benjamin
sobre o direito e a política situando-as no contexto histórico da República de
Weimar (1918/9-1933). Através dessa análise articulada, trata-se de expor os
traços principais do debate proposto por Benjamin, analisando seus escritos que
enfrentam a discussão sobre o direito e a política, seus embates em torno da noção
de estado de exceção, e sua relação com a filosofia da história do autor. Será
importante também desdobrar tais reflexões, indicando os questionamentos
colocados, as inflexões sofridas em relação ao seu pensamento anterior e a
incorporação de novas questões. Benjamin será, portanto, analisado tendo como
referência o seu próprio tempo, indicando-se também suas especificidades como
autor e as respostas dadas a esse tempo que o particularizam. A hipótese central
do presente trabalho é que para uma melhor compreensão dos escritos políticojurídicos
de Benjamin é fundamental a análise conjunta do contexto de onde
emergiram, reconhecendo que os problemas levantados pelo autor vão além dele,
e que a partir daquele contexto determinado levantou questões que dizem respeito
à tendências da própria modernidade, e que ainda são, portanto, questões do nosso
tempo. / [en] This study aims to conduct both a historical and a conceptual analysis of
Walter Benjamin s perceptions on law and politics, locating them in the historical
context of the Weimar Republic (1918/9 - 1933 ). Through this articulated
analysis, the purpose is to expose the main features of Benjamin s debates,
analyzing his writings that face the discussions on law and politics, the struggles
around the concept of state of exception, and its relation with author s
philosophy of history.It will also be important to unfold such reflections,
indicating the questions posed, the inflections incurred in relation to his previous
thought and the incorporation of new issues. Benjamin will therefore be analyzed
with reference to his own time, indicating as well his specificities as author and
the answers given to this time that particularizes him.The central hypothesis of
this study is that for a better understanding of Benjamin s political and legal
writings is fundamental to analyse them together with the context from which they
emerged, recognizing that the problems raised by the author go beyond him and,
from that particular context, he lifted questions concerning particular tendencies
of modernity which still are issues of our time.
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[pt] FANTASMAGORIAS JURÍDICAS: O MITO DA RESPONSABILIDADE DO POSITIVISMO PELA QUEDA DA REPÚBLICA DE WEIMAR E ASCENSÃO DO III REICH / [en] LEGAL PHANTASMAGORIAS: THE MYTH OF LEGAL POSITIVISM RESPONSIBILITY FOR THE FALL OF THE WEIMAR REPUBLIC AND THE RISE OF THE THIRD REICHBRUNO MOTTA DE VASCONCELLOS 23 September 2019 (has links)
[pt] Com o fim da II Guerra e a queda do III Reich, ganha ímpeto um ataque jusnaturalista ao positivismo jurídico sob o fundamento de que ele foi o pensamento jurídico predominante na Alemanha da República de Weimar e que continuou sendo durante o regime nazista. Desta forma, o positivismo teve responsabilidade tanto pela queda da república quanto pelo funcionamento genocida do regime de Hitler. Iniciando-se com um artigo de Gustav Radbruch, tais ataques prosseguiram nas vozes de diversos antipositivistas e neoconstitucionalistas como Fuller, Dworkin, Alexy e, mais recentemente, David Dyzenhaus, jurista com quem a presente tese procura debater. Contra estes argumentos, pretende-se aqui refutá-los a partir das
categorias fantasmagoria e hostilidade, extraídas do pensamento político-jurídico de Thomas Hobbes. A primeira procura demonstrar que o pensamento jurídico nazista era calcado em uma forma transcendental e eseencialista de pensar, implicando uma concepção do direito como algo já dado e que deveria ser realizado. A segunda determinava que, para realizar esta fantasmagoria, a forma jurídica poderia ser completamente afastada, de modo que o regime nazista, na verdade, seria antipositivista. Com isto, tanto a partir da teoria de Hobbes quanto de exemplos históricos, a presente tese procura afastar tal mito sobre o positivismo, afirmando que, ao contrário, o pensamento jurídico nazista era mais próximo do jusnaturalismo, e que as teses antipositivistas e neoconstitucionalistas de abertura do direito
à moral, ao contrário do que pretendem, podem acabar por fornecer meios de ascensão de regimes autoritários, de modo que uma interpretação formal do direito deve ser vista como mais adequada do que uma jurisprudência de princípios. / [en] With the end of World War II and the fall of the Third Reich, a jusnaturalist attack on legal positivism gained momentum on the ground that it was the predominant legal thought in the German Weimar Republic and continued to be so during the Nazi regime. In this way, positivism was responsible both for the fall of the republic and for the genocidal functioning of the Hitler regime. Starting with an article by Gustav Radbruch, such attacks continued in the voices of several antipositivists and neo-constitutionalists such as Fuller, Dworkin, Alexy and more recently David Dyzenhaus, a jurist whose arguments this thesis intends to debate. Against these arguments, the objective here is to refute them with the help of the concepts of phantasmagoria and hostility, extracted from the political-juridical thought of Thomas Hobbes. The first concept seeks to demonstrate that Nazi legal thinking was modeled on a transcendental and essentialist way, implying a conception of law as an a priori that should be realized. The second concept determined that in order to realize this phantasmagoria, the legal form could be completely removed. Thus, the Nazi regime, in fact, would be anti-positivist. Thereby, both with the help of Hobbes s theory and historical examples, this thesis aims to dispel such a myth about positivism, stating that, on the contrary, Nazi legal thought was closer to natural-law, and that the anti-positivist and neo-constitutionalist theses,
contrary to what intend or claim, may ultimately provide help to authoritarian regimes seize power. Thus, a formalist law interpretation must be seen as more appropriate than an interpretation based on principles.
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