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A dramaturgia de Hilda Hilst : percursos e diálogos entre o dramático e o não dramático

Lacerda, Júlia Fernandes 07 March 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-12-08T16:51:59Z (GMT). No. of bitstreams: 1 113137.pdf: 26519000 bytes, checksum: 33c400f28df7da5b028e0eceeea0982d (MD5) Previous issue date: 2013-03-07 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A dissertação intitulada ¿A dramaturgia de Hilda Hilst: Percursos e diálogos entre o dramático e o não dramático¿ é um estudo sobre a escritora Hilda Hilst (1930-2004) e sua obra, com enfoque na sua produção dramatúrgica. No primeiro capítulo desta pesquisa, apresento um panorama da trajetória literária da autora, iniciando por sua poesia até chegar à sua escrita dramatúrgica, destacando as influências formais, estruturais e temáticas que reverberaram em seus textos teatrais, bem como as particularidades deste gênero e sua relação com o contexto sócio histórico em que foi produzido. No segundo capítulo, faço uma apresentação e uma reflexão sobre linguagens teatrais (dramático; simbolismo; absurdo; performativo) com as quais dialoga a produção teatral da escritora. Por fim, no terceiro capítulo, faço uma análise de três peças da autora, sendo elas O rato no muro, Auto da barca de Camiri e As aves da noite, partindo de teorizações sobre a estrutura textual, a construção da figura teatral, a alegorização, o símbolo e as qualidades políticas dos textos teatrais em análise.
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Corolários das perdas: um teatro para tempos alegres (repressão e resistências nas peças de Hilda Hilst)

Rodrigues, Tatiana Franca 27 March 2012 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2016-05-23T11:41:35Z No. of bitstreams: 1 tatianafrancarodrigues.pdf: 670330 bytes, checksum: caf7d689334c0aa4263e162bf14e4d63 (MD5) / Rejected by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br), reason: Primeira letra de cada palavra chave em maiúsculo, a não ser que seja nome próprio. on 2016-07-02T11:32:23Z (GMT) / Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2016-07-04T10:18:14Z No. of bitstreams: 1 tatianafrancarodrigues.pdf: 670330 bytes, checksum: caf7d689334c0aa4263e162bf14e4d63 (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2016-07-13T16:11:31Z (GMT) No. of bitstreams: 1 tatianafrancarodrigues.pdf: 670330 bytes, checksum: caf7d689334c0aa4263e162bf14e4d63 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-13T16:11:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tatianafrancarodrigues.pdf: 670330 bytes, checksum: caf7d689334c0aa4263e162bf14e4d63 (MD5) Previous issue date: 2012-03-27 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / As oito peças que compõem o Teatro Completo de Hilda Hilst foram escritas durante a década de 1960, mais precisamente entre 1967 e 1969, e configuram uma experiência estética que a autora não tornou a repetir em nenhum outro momento de seu trabalho poético. Sem dúvida, a opção pelo teatro é resposta política ao contexto da época, pois, tanto o cenário posterior à Segunda Guerra Mundial quanto a Ditadura Militar brasileira caracterizaram um quadro de coerção das subjetividades que, por promover um processo alienatório das consciências na sociedade, passou a suscitar uma atitude de engajamento nas artes. Não obstante, o teatro hilstiano pouco se aproxima ao tipo de engajamento artístico difundido no Brasil de então; ao contrário dos CPC e teatro de arena, para citar apenas dois exemplos, a dicção essencialmente lírica de Hilst jamais buscou a clareza didática ou os modelos explicitamente brechtianos, como em todo o seu trabalho literário, o teatro é, antes, uma reflexão sobre a medida da palavra, ou melhor, sobre que tipo de palavra é possível em arte num contexto de exceção – e, por isso mesmo, não se torna datado. O teatro de Hilda Hilst, ao mapear o contexto social em que estava inserido, promove uma leitura do estatuto do humano, buscando avaliar-lhe as potencialidades, no sentido nietzschiano mesmo, e questionar o projeto iluminista de homem ao mesmo tempo em que duvida de uma certa perspectiva metafísica: em Hilst, a razão é insuficiente para pensar o mundo da mesma forma que o é a fé; a imagem de Deus, reincidente em várias peças, é metáfora para pensar o vazio do querer humano e a perda de sua de sensibilidade crítica que sustentam o mesmo fascismo de que são vítimas. Não se trata, contudo, de uma visão distópica de mundo em Hilst, mas de uma “utopia possível”, entendendo o próprio ato de escrita enquanto forma de resistência ao processo de reificação e barbárie e, portanto, ato de engajamento, o que, por si só, já significa a esperança transformadora que mantém o trabalho hilstiano com teatro atual tanto como experiência de linguagem quanto abordagem do humano. / The eight plays that compose the Complete Theater of Hilda Hilst had been written during the 60's, more precisely between 1967 and 1969, and configure an aesthetic experience that the author did not repeat at any other moment of her poetical work. Beyond doubt, the choice for theater is a political response to the context of that time since, not only the later scenery of the World War II, but also the Brazilian Military Dictatorship had characterized a picture of coercion of the subjectiveness that by promoting a process of alienation in society, began to suscitate an attitude of engagement in arts. Despite this, the Hilstian theater is not like the kind of engagement which was disseminated in Brazil at that time; in contrast to the CPC and arena theater, just to mention two examples, the essentially lyric diction of Hilst never looked for the intelligibility of didatics or the explicitly Brechtian patterns. As in all her literary work, the theater is a reflection about the dimension of the word, or to be more accurate, about which kind of word is possible in art on a context of exception- and, therefore, it does not become outdated. When the theater of Hilda Hilst delineates the social context where it was inserted, it promotes a reading of the human being statute in order to evaluate its potentialities, in the Nietzschian sense, and questioning the iluminist project of a man who at the same time doubts of a certain metaphysical perspective: in Hilst, the reason is insufficient to think the world the same way that faith does; the image of God, recidivist in many parts, is a metaphor to think the emptiness of the human desire and the loss of its critical sensitivity that supports the same fascism that they are victims. However, it is not about a dystopic view of the world in Hilst, but it is about a “possible utopia”, understanding the proper act of writing as a way of resistance to the reification process and barbarity and, therefore, the act of engagement that, by itself, already means the transforming hope that keeps the Hilstian work with current theater as experience of language and the human being approach.
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[en] HOW I BECAME CLARICE / [pt] COMO ME TORNEI CLARICE

RAMON GILABERTE RAMOS 06 June 2018 (has links)
[pt] Como me tornei Clarice divide-se em três partes. A primeira parte se intitulada Cansaço e se constitui de contos que reconstituem o final da vida de seis autores de literatura brasileira. A saber: Clarice Lispector, Ana Cristina Cesar, Paulo Leminski, Torquato Neto, Caio Fernando Abreu e Hilda Hilst. Misturando elementos ficcionais com biográficos, os contos almejam elaborar um jogo narrativo em que os fatos possam ser tomados pela ficção. A segunda parte se constitui do par de contos Latejos e Enxame. Neles, a voz que narra revela um escritor que passava seus dias se sentindo só em meio ao caos urbano (Latejos) que decide, então, promover fisicamente a imagem do isolamento ao se mudar para um sítio rural a fim de cultivar abelhas (Enxame). A terceira e última parte, que dá título à dissertação, é o ensaio autobiográfico Como me tornei Clarice, que dá sequência às partes ficcionais I e II explicita o processo de composição dos contos de Cansaço bem como busca demonstrar o estado de perturbação necessário para a escrita do homem de trinta anos resistindo à ânsia de seu próprio fim elaborado em Latejos e aprofundado em Enxame. / [en] How I Became Clarice is divided in three sections. The first, Tiredness, is made up of six short stories that re-create the last moments of the lives of six Brazilian authors: Clarice Lispector, Ana Cristina Cesar, Paulo Leminski, Torquato Neto, Caio Fernando Abreu, and Hilda Hilst. These stories combine biographical information and fictional elements in a narrative game where the reader cannot tell fact from fiction. The second section includes two stories, Throb and Swarm, narrated by a writer who spends his lonely days immersed in urban chaos (Throb) and decides to physically promote the image of isolation by leaving the city to live in the country, working as a beekeeper (Swarm). The third and last section, which has the same title as the thesis, How I Became Clarice, is an autobiographical essay; sections I and II deal with the process of creating the short stories of Tiredness and also show the state of mental disorder that allows the thirty-year-old author depicted in Throb and Swarm to write even as he resists his own death drive.
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Agudíssima horas : imagens do tempo na poesia de Hilda Hilst

Rech, Alessandra Paula January 2011 (has links)
La poésie de Hilda Hilst est une réponse à temps. Cette thèse montre comment le problème de la finitude est fondamental dans Hilda Hilst. Amour, la mort, la recherche du sacré, l'obscénité et la folie, tous les thèmes récurrents dans Hilda Hilst, pointez sur les «heures plus aigus", fléau du poète lyrique existentielle. Avec une production qui s'étend sur plus de 45 ans, Hilda Hilst laissé une contribution importante, principalement en raison de la complexité des images qui mobilise, il est possible d'identifier trois formes distinctes de la temporalité: l'ordre chronologique, l'éternel retour et le temps avant le temps, les deux dernières, tentatives pour échapper à la faim incurable de Chronos. La méthodologie consiste à examiner la littérature sur l'auteur et des thèmes abordés et l'analyse de la poésie en mettant l'accent sur des images qui correspondent à temps. Eliade, Bachelard, Durand et Paz sont parmi les principaux membres d'un cadre théorique pluridisciplinaire. / A obra poética de Hilda Hilst é uma resposta ao tempo. A presente tese demonstra como o problema da finitude é fundamental nessa poesia. O amor, a morte, a busca do sagrado, a loucura e a obscenidade, todos temas recorrentes em Hilda Hilst, apontam para as “agudíssimas horas”: flagelo lírico-existencial da poeta. Com uma produção que se estende ao longo de 45 anos, Hilda Hilst deixou uma importante contribuição, principalmente pela complexidade das imagens que mobiliza, em que é possível identificar três formas distintas de temporalidade: a cronológica, o Eterno Retorno e o Tempo Antes do Tempo, as duas últimas, tentativas de fuga da irremediável fome de Chronos. A metodologia consiste na revisão da bibliografia a respeito da autora e dos temas que suscita e na análise da obra poética com ênfase às imagens que remetem ao tempo. Eliade, Bachelard, Durand e Paz estão entre os principais integrantes de um quadro teórico multidisciplinar.
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Agudíssima horas : imagens do tempo na poesia de Hilda Hilst

Rech, Alessandra Paula January 2011 (has links)
La poésie de Hilda Hilst est une réponse à temps. Cette thèse montre comment le problème de la finitude est fondamental dans Hilda Hilst. Amour, la mort, la recherche du sacré, l'obscénité et la folie, tous les thèmes récurrents dans Hilda Hilst, pointez sur les «heures plus aigus", fléau du poète lyrique existentielle. Avec une production qui s'étend sur plus de 45 ans, Hilda Hilst laissé une contribution importante, principalement en raison de la complexité des images qui mobilise, il est possible d'identifier trois formes distinctes de la temporalité: l'ordre chronologique, l'éternel retour et le temps avant le temps, les deux dernières, tentatives pour échapper à la faim incurable de Chronos. La méthodologie consiste à examiner la littérature sur l'auteur et des thèmes abordés et l'analyse de la poésie en mettant l'accent sur des images qui correspondent à temps. Eliade, Bachelard, Durand et Paz sont parmi les principaux membres d'un cadre théorique pluridisciplinaire. / A obra poética de Hilda Hilst é uma resposta ao tempo. A presente tese demonstra como o problema da finitude é fundamental nessa poesia. O amor, a morte, a busca do sagrado, a loucura e a obscenidade, todos temas recorrentes em Hilda Hilst, apontam para as “agudíssimas horas”: flagelo lírico-existencial da poeta. Com uma produção que se estende ao longo de 45 anos, Hilda Hilst deixou uma importante contribuição, principalmente pela complexidade das imagens que mobiliza, em que é possível identificar três formas distintas de temporalidade: a cronológica, o Eterno Retorno e o Tempo Antes do Tempo, as duas últimas, tentativas de fuga da irremediável fome de Chronos. A metodologia consiste na revisão da bibliografia a respeito da autora e dos temas que suscita e na análise da obra poética com ênfase às imagens que remetem ao tempo. Eliade, Bachelard, Durand e Paz estão entre os principais integrantes de um quadro teórico multidisciplinar.
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Concepções do sujeito-lírico em cantares de Hilda Hilst

Silva, Lívia Carolina Alves da 27 February 2009 (has links)
Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais / The present work accomplishes a systematic study about the composition of lyrical subject of Hilda Hilst in her work Cantares (2004). In order to develop this research, the methodology used was a combination of analysis and observation of the forementioned Hilst s book. Then some theoretical considerations were taken about who and how the subject is built in Hilst`s poems. By following Hilst s poetry one could face three relevant questions about her lyrical persona: the detection of a lyrical subject that recognizes himself as somebody constructed from his belonging to the other, out of him or as the self projected out of other self; the displacement of his identity by using a mask, and finally the ability of creating itself again, of thinking and constituting itself by means of the image and the word. Therefore this dissertation is organized in three chapters The being-beyond: the double face in Hilda Hilst s poetry , The self and the other behind the mask and The images and the word in Hilda Hilst s poetry in which the discussions proposed above are developed, revealing the building of a multiple and plural subjectivity. / O presente trabalho realiza um estudo sistemático sobre a composição do sujeito-lírico na obra Cantares (2004) da escritora Hilda Hilst. Para desenvolvimento desta pesquisa utilizou-se um método que, partindo da análise e observação da obra, permitiu tecer algumas perspectivas teóricas a respeito de quem é e como se constitui tal sujeito nas poesias hilstianas. Este trilhar nas poesias de Hilst permitiu o levantamento de três relevantes questões sobre a persona lírica da autora: a detecção de um sujeito-lírico que se sabe como alguém construído a partir de seu pertencimento ao outro, externo a ele ou o como o eu projetado fora de si; o deslocamento de um eu para uma máscara e, por fim, um reinventar-se, pensar-se e constituir-se por meio da palavra e da imagem. Tal trajetória culminou na estruturação de três capítulos O ser-além: as faces do duplo na poesia hilstiana , O eu e o outro por trás da máscara e O ser-imagem-palavra na poesia hilstiana nos quais são tratadas, respectivamente, estas três discussões, mostrando a constituição de uma subjetividade que é múltipla e plural. / Mestre em Teoria Literária
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Agudíssima horas : imagens do tempo na poesia de Hilda Hilst

Rech, Alessandra Paula January 2011 (has links)
La poésie de Hilda Hilst est une réponse à temps. Cette thèse montre comment le problème de la finitude est fondamental dans Hilda Hilst. Amour, la mort, la recherche du sacré, l'obscénité et la folie, tous les thèmes récurrents dans Hilda Hilst, pointez sur les «heures plus aigus", fléau du poète lyrique existentielle. Avec une production qui s'étend sur plus de 45 ans, Hilda Hilst laissé une contribution importante, principalement en raison de la complexité des images qui mobilise, il est possible d'identifier trois formes distinctes de la temporalité: l'ordre chronologique, l'éternel retour et le temps avant le temps, les deux dernières, tentatives pour échapper à la faim incurable de Chronos. La méthodologie consiste à examiner la littérature sur l'auteur et des thèmes abordés et l'analyse de la poésie en mettant l'accent sur des images qui correspondent à temps. Eliade, Bachelard, Durand et Paz sont parmi les principaux membres d'un cadre théorique pluridisciplinaire. / A obra poética de Hilda Hilst é uma resposta ao tempo. A presente tese demonstra como o problema da finitude é fundamental nessa poesia. O amor, a morte, a busca do sagrado, a loucura e a obscenidade, todos temas recorrentes em Hilda Hilst, apontam para as “agudíssimas horas”: flagelo lírico-existencial da poeta. Com uma produção que se estende ao longo de 45 anos, Hilda Hilst deixou uma importante contribuição, principalmente pela complexidade das imagens que mobiliza, em que é possível identificar três formas distintas de temporalidade: a cronológica, o Eterno Retorno e o Tempo Antes do Tempo, as duas últimas, tentativas de fuga da irremediável fome de Chronos. A metodologia consiste na revisão da bibliografia a respeito da autora e dos temas que suscita e na análise da obra poética com ênfase às imagens que remetem ao tempo. Eliade, Bachelard, Durand e Paz estão entre os principais integrantes de um quadro teórico multidisciplinar.
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Águas espessas : Hilda Hilst e a imagem poética

Santos, César de Oliveira 25 February 2016 (has links)
The image of Water seems to be a major component among the elements that compose the Cantares de perda e predileção [Songs of loss and predilection] (1983), by Hilda Hilst. Whether as a central component of the poem metaphor or a splash of discreet presence, the Water element makes the book a wealth of meanings. We extract from this book for analysis the treatments granted to Desire and Time. In the first case, we see an opaque water, gleaming anguish and loneliness in a song that is predestined to stop its search in the case of a successfully accomplishment. Although the specificity of each poem, the Water element receives nuances of vertigo common to individuals focused on water, as stated by Bachelard (1942). In the second case, we have a stream doomed to finitude, a condition that is one of the reasons for the thickness of Desire. Some songs show the despair of being-toward-death of Heidegger (1927), according to whom only the (potentially eternal) temporality of poetry seems to save, as says Alfredo Bosi (1977) commenting on the intersection of times (of the poetry and ours). At the confluence of these two analytic matrices - Desire and Temporality - we demonstrate how the plasticity promoted by the Water image recurrence favors the production of emotions in the reader, since, according to Octavio Paz (1956), Image is responsible both for recreating real contradictions and for destabilizing the alleged structural rationalism of our daily lives. For this, we especially use the concepts of perception and look of Merleau-Ponty (1960) and Georges Didi-Huberman (1992), respectively, to demonstrate how, in the act of reading, Language enables our perception to remain on the text and at the same time is changed by it, making completely unattainable to critical discourse the inexplicable subjectivity inherent to the aesthetic experience. / A imagem da água parece ser um dos principais componentes da matéria-prima de que se tecem os Cantares de perda e predileção (1983), de Hilda Hilst. Seja como elemento central da metáfora do poema, seja como respingo de presença discreta, o elemento aquático faz do livro um manancial de significações. Dele, extraímos para análise os tratamentos conferidos ao desejo e ao tempo. No primeiro caso, vemos uma água opaca, a reluzir angústia e solidão num canto predestinado a cessar caso a busca se sacie. Apesar das particularidades de cada poema, o elemento aquático ganha nuances da vertigem comum aos indivíduos voltados à água, como afirma Bachelard (1942). No segundo caso, temos um fluxo fadado à finitude, condição que é uma das razões da espessura do desejo. Alguns cantares dão a ver o desespero do ser-para-a-morte de Heidegger (1927), a quem apenas a temporalidade da poesia (potencialmente eterna) parece salvar, a exemplo do que afirma Alfredo Bosi (1977) ao comentar o encontro dos tempos (o dela e o nosso). Na confluência dessas duas matrizes analíticas – o desejo e a temporalidade – buscamos demonstrar como a plasticidade promovida pela recorrência da imagem da água favorece a produção de afetos no leitor, uma vez que o elemento imagético é, segundo Octavio Paz (1956), um poço de contradições recriadoras do real e responsáveis por desestabilizar o racionalismo pretensamente estruturante de nosso dia a dia. Para isso, recorremos principalmente aos conceitos de percepção e de olhar de Merleau-Ponty (1960) e de Georges Didi-Huberman (1992), respectivamente, para demonstrar como, no ato de leitura, o estatuto da linguagem ali movimentada possibilita que a nossa percepção se incruste no texto e ao mesmo tempo seja por ele alterada, tornando inalcançável de todo ao discurso crítico a inexplicável subjetividade inerente à experiência estética.

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