• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 522
  • 5
  • 3
  • 2
  • 1
  • 1
  • Tagged with
  • 543
  • 242
  • 125
  • 88
  • 78
  • 71
  • 63
  • 60
  • 59
  • 54
  • 53
  • 52
  • 52
  • 42
  • 42
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
151

Uma criação poética da animalidade : artes visuais, literatura e outras relações de alteridade na educação

Morais, Tathiana Jaeger de January 2018 (has links)
Esta pesquisa tem como objetivo central ampliar os saberes sobre a animalidade, implicando outras relações de alteridade na educação, a partir da emergência de uma noção de poéticas da animalidade, movimentada pela criação de um diálogo entre as provocações ético-estéticas de certas obras das artistas visuais Ana Teresa Barboza e Nara Amelia e das escritoras Clarice Lispector, Veronica Stigger e Noemi Jaffe. Para tanto, a pesquisa estabelece três movimentos, sempre permeados pelas obras escolhidas, que nos provocam a olhar nosso objeto de outros modos. O primeiro movimento consiste em uma apresentação do recente campo de estudos da animalidade, em que se inserem os teóricos, escritoras e artistas parceiros desta investigação. No segundo movimento, a partir de um diálogo entre literatura e artes visuais, percorremos algumas construções filosóficas e históricas que aparentemente nos fizeram temer e negar nossa animalidade, como também buscamos outras visões que multiplicam o que entendemos por animalidade e suas relações com outras formas de alteridade, a partir do pensamento de Eduardo Viveiros de Castro e de Jacques Derrida. O terceiro movimento se estabelece a partir de uma criação poética da animalidade, no diálogo entre determinadas obras das artistas visuais e escritoras escolhidas. Assim, cria-se uma condição de possibilidade para a emergência do conceito de poéticas da animalidade enquanto potências que nos provocam, desestabilizam, educam mediante outras racionalidades. Esse conceito será movimentado a partir de uma noção de experiências de animalidade, experiências de alteridade, em algumas memórias da animalidade que habita a escola, bem como da presença real dos animais nesse espaço, com a contribuição do pensamento de Carlos Skliar. Esses exercícios, entrelaçados ao conceito de poéticas da animalidade, são entendidos como operações pedagógicas de resistência, criação poética e estética na escola, que buscam outras formas de pensar nossa animalidade e a convivência com os outros enquanto alteridades radicais, independentemente de sua forma, gênero, espécie e raça, provocando-nos a usar de outros modos a razão, a linguagem e nossa sensibilidade. Por fim, sugere-se que, para essas operações acontecerem na escola, é necessário pensarmos num outro tempo escolar: um tempo de animalidade na escola, um tempo de sentir e permitir-se ser outros, um tempo que suspende nossas certezas demasiadamente humanas de um saber puramente racional que não deu conta dos problemas que temos enfrentado na escola, na vida e no mundo, um tempo que nos leva a pensar na possibilidade de uma formação ―humana‖ pela animalidade. / This research aims mainly at broadening the knowledge on animality, implying other relations of alterity in education, starting from the emergence of a notion of the animality poetics, triggered by the creation of dialog between the ethical-aesthetical provocation in certain works from visual arts artists Ana Teresa Barboza and Nara Amelia, as well as in writers Clarice Lispector‘s, Veronica Stigger‘s, and Noemi Jaffe‘s works. For this purpose, three moves are established in the research, always permeated by the selected works, which lead us to look at our subject from a different perspective. The first move consists in a presentation of the recent field of studies of animality, which includes the theorists, writers, and partner artists of this investigation. In the second move, beginning from a dialog between literature and visual arts, we range over some philosophical and historical constructions, which, apparently, have made us fear and deny our animality. Likewise, we search for other views that multiply what we understand as animality and its relations with other forms of alterity, according to Eduardo Viveiros‘ and Jacques Derridas‘ way of thinking. The third move is based on a poetic creation of animality in the dialog among some specific works from the chosen visual arts artists and writers. Thus, a Condition of Possibility is created for the emergence of the concept of animality poetics as powers that provoke, destabilize, and educate us, in face of other rationale. This concept will be moved starting from a perception of experiences with animality and alterity, in some animality memories that inhabit the school, as well as the real presence of the animals in that area, according to Carlos Skliar‘s way of thinking. These exercises, interwoven with the concept of animality poetics, are acknowledged as pedagogical operations of resistance, poetic and aesthetic creation in the school, which seek other ways of thinking in relation to our animality and the interaction with others as radical alterity, apart from their shape, gender, species, and race, provoking us to use reasoning, language, as well as our sensibility, in different ways. Finally, for such operations to take place in the school, we need to think about another school time; a time with animality in the school, a time to feel and allow ourselves to be the others, a time that lays off our excessively human certainties from a purely rational knowledge, which has not taken control over the matters we have faced in school, in life, and in the world as well, a time that leads us to think of the possibility of a ―human‖ formation through the animality.
152

Camilo Pessanha: travessias entre poesia e tradução / Camilo Pessanha: between poetry and translation

Fernanda Maria Romano 26 February 2008 (has links)
Considerando a tradução literária um ato de recriação, esta dissertação se propõe a analisar as oito elegias chinesas traduzidas por Camilo Pessanha, estabelecendo relações entre elas e a poesia desse autor manifestada, principalmente, numa mesma temática que se faria presente tanto na Clepsydra, quanto nas traduções desses poemas da dinastia Ming. Nessa análise, não só discutiremos linguagem e alteridade num processo de deslocamento, como também, o próprio deslocamento lingüístico e semântico na transcrição dos ideogramas para palavras, expressões e poesia na língua portuguesa. / Considering the literary translation an act of recreation, this dissertation aims to analyze the eight Chinese elegies translated by Camilo Pessanha, establishing relationships between them and this author´s poetry, manifested, principally, in the same thematic that would be present in Clepsydra and in those Ming\'s dynasty poems translated. In this analysis, we will also discuss language and alterity in a dislocating process and the dislocation in the transcriptions of ideograms into Portuguese words, expressions and poetry.
153

Cidadania e ética da vida: pressupostos e novas perspectivas

Almeida, Mágida Cristiane de 16 December 2013 (has links)
A partir do processo de globalização, a humanidade passou a experimentar profunda transformação em todos os aspectos das relações sociais. Mas esse fenômeno, embora tenha provocado radicais mudanças nas esferas política, social, cultural e econômica, não trouxe soluções para os problemas socioeconômicos do mundo; ao contrário, fez intensificarem-se a miséria e a concentração de renda, o que é inaceitável em um período histórico cujo avanço tecnológico torna possível a disponibilização de recursos e a produção de bens suficientes para satisfazer as necessidades básicas de toda a comunidade humana. Depois de tecer algumas considerações sobre Estado nacional, cidadania e direitos humanos, o trabalho passa a tratar das consequências humanas da globalização hegemônica, sustentando a necessidade de ações concretas no sentido de se buscar a implantação de uma cidadania plena e planetária, que permita a vivência dos direitos humanos não mais sob a ótica da universalidade - que tende a homogeneizar de cima para baixo, como se todos os seres humanos do Planeta sentissem idêntica necessidade de usufruir idênticos direitos, independentemente dos aspectos particulares de cada cultura -, mas a partir de uma dimensão multicultural. Isso implica o surgimento de uma nova ética, baseada no respeito às diferenças de ser, pensar e viver. E o ator principal nessa luta em defesa de uma cidadania cosmopolita será o indivíduo tornado sujeito autônomo e livre a partir do encontro com o outro, quando se tornam possíveis práticas de alteridade que oportunizam a reinvenção constante do humano. Por fim, o presente trabalho aponta que uma ética da vida voltada a fundamentar essa cidadania plena e cosmopolita não se mostra possível apenas no respeito à alteridade, no (re)encontro do sujeito com o outro, mas pressupõe e significa também o (re)encontro do ser humano com a natureza, levando-o a enxergar todos os seres não humanos como parceiros de morada na grande casa planetária, a partir de uma nova ética ambiental, despida de qualquer traço de antropocentrismo. / 104 f.
154

Amizade e psicanálise: o cuidado de si no encontro com a alteridade / Friendship and psychoanalysis the care of oneself in the meeting with alterity

Ana Paula Vedovato Marques de Oliveira 23 June 2017 (has links)
O encontro com a alteridade na clínica psicanalítica é o motor dos processos de ressignificação do sofrimento psíquico. A presença do outro disponível engendra as trocas significativas, que permitem ao sujeito reordenações de sentido nos caminhos de sua existência, sentidos mais caros à sua experiência de pessoalidade. Nesse sentido, partirmos de amizades paradigmáticas, na psicanálise e na filosofia, para abrir o campo de reflexão para a condição premente no humano a necessidade do outro para encontrar e criar os sentidos da experiência singular. O psicanalista Freud e o pastor e psicanalista Oskar Pfister inauguram a reflexão, e ilustram a possibilidade de convivência e de estima da diferença. Abordamos, em seguida, o tema da agressividade constitutiva do humano. Em Freud, enaltecemos o caráter disruptivo da agressividade; adiante, pensamos na possibilidade de integrá-la de forma mais fluida à economia psíquica, remetendo-nos, para tanto, aos pressupostos de Winnicott. Refletimos sobre o laço social pautado pela solidariedade e sobre o entusiasmo promovido pelo humor junto à alteridade, e marcamos que ambos apontam e inspiram as novas versões de si mesmo. Na filosofia, partimos da amizade de Montaigne e La Boétie para falar da experiência de liberdade natural do humano, condição, inclusive, para a experiência de amor, insígnia da amizade. Resgatamos, junto à ética aristotélica, as noções caras à amizade na antiguidade, que apontam para uma disposição estabelecida e um senso de comunidade, afinados a construção e ao compartilhamento de sentido da experiência individual. Junto à Arendt, enaltecemos a condição primordial da humanidade - o convívio, a interação entre os pares - que atesta para determinado ser a sua própria realidade. Em Foucault, resgatamos a historicização do cuidado de si, vinculado, necessariamente, à presença do outro, o amigo e/ou o mestre. Finalizamos nossa pesquisa articulando a amizade à psicanálise, sobretudo através do fenômeno da transferência. Para tanto, percorremos o desenvolvimento teórico de Ferenczi sobre a técnica analítica. Ilustramos brevemente o círculo de amizades de Freud que, ainda que marcado por diversas rupturas, trilharam o caminho de expansão e de reconhecimento da psicanálise. Recorremos à metapsicologia freudiana para pensar a direção do tratamento proposta pelo autor, afinando a cura aos contornos da amizade trabalhados até então. Esmiuçamos os aspectos que poderiam se opor à cura no tratamento analítico, e localizamos o desejo do analista nesse contexto. Dialogamos com psicanalistas contemporâneos que refletem sobre a amizade e o tratamento analítico, desde o nível micro, a transferência analisando/analista, até a dimensão mais ampla do laço social. Apontamos, a partir dos aspectos aludidos, um horizonte social marcado pela amizade, construído e sustentado pela ética da psicanálise / Meeting with alterity in the psychoanalytic clinic is the motor of the resignification process of psychic suffering. The presence of the other available generates meaningful exchanges, which allow the subject to rearrange sense in ways of his existence, more expensive senses to the experience of personality. In this sense, starting from paradigmatic friendships, in psychoanalysis and philosophy, to open the field of reflection to the pressing condition in the human - the need of the other to find and create the senses of the singular experience. The psychoanalyst Freud and the pastor and psychoanalyst Oskar Pfister inaugurate the reflection, and illustrate the possibility of cohabitation and esteem of difference. We then approach the theme of the constitutive aggressiveness of the human. In Freud, we extol the disruptive character of aggressiveness. We are thinking of the possibility of integrating it more fluidly into the psychic economy, thus referring to Winnicott\'s assumptions. We reflect on the social bond based on solidarity and on the enthusiasm promoted by humor alongside alterity, and we note that both point and inspire the new versions of itself. In philosophy, we start with the friendship of Montaigne and La Boétie to talk about the experience of the natural freedom of the human being, condition, also, for the experience of love, emblem of friendship. We have rescued, along with Aristotelian ethics, notions dear to friendship in antiquity, which point to an established disposition and a sense of community, attuned to the construction and sharing of meaning of individual experience. Together with Arendt, we extol the primordial condition of humanity - conviviality, the interaction between peers - which attests to its being its own reality. In Foucault, we rescued the historicization of care of oneself, necessarily linked to the presence of the other, the friend and / or the master. We finish our research articulating the friendship to the psychoanalysis, mainly through the phenomenon of the transference. For this, we go through the theoretical development of Ferenczi on analytical technique. We briefly illustrate Freud\'s circle of friendships, which, although marked by various ruptures, have traced the path of expansion and recognition of psychoanalysis. We have recourse to Freudian metapsychology to think the direction of the treatment proposed by the author, attuning the healing to the contours of the friendship worked up until then. We scrutinize the aspects that could oppose healing in analytic treatment, and we locate the analyst\'s desire in that context. We spoke with contemporary psychoanalysts who reflect on friendship and analytic treatment, from the micro level, the analyzed / analyst transfer, to the broader dimension of the social bond. From the aspects mentioned, we point out a social horizon marked by friendship, built and sustained by the ethics of psychoanalysis
155

Por uma perspectiva intercultural no ensino-aprendizagem de francês língua estrangeira / Dans une perspective interculturelle dans l\'enseignement-apprentissage du français langue étragère

Almeida, Alcinéia Emmerick de 15 August 2008 (has links)
Esta tese tem por objeto o estudo da perspectiva intercultural no ensinoaprendizagem do Francês Língua Estrangeira e, por meio desse enfoque, buscamos sensibilizar e mobilizar o aprendiz para o descobrimento de si mesmo e do outro, implicação esta que acarreta uma redefinição tanto de sua própria identidade quanto de suas representações sobre o outro. Para tanto, fundamentamo-nos nos estudos interculturais, na antropologia cultural voltada para os estudos lingüísticos e na psicologia social, e após analisar os conceitos e as dimensões de cultura, bem como os modelos de gestão da diversidade cultural, discutimos o que vem a ser a interculturalidade e qual foi o percurso do componente cultural no ensino-aprendizagem do FLE. Constatamos que, atualmente, inúmeras experiências e projetos buscam trazer para a sala de aula de FLE a interculturalidade também como possibilidade de resolução de problemas sociais, mas sempre em contextos endolíngües. Dessa forma, a partir de um estudo de caso com alunos brasileiros universitários de francês, elaboramos um dispositivo pedagógico que pudesse viabilizar a prática de um modelo intercultural na forma de um curso de doze aulas ministrado durante um semestre. Após a realização dessa experiência, cada aula-tema foi analisada segundo o quadro teórico utilizado neste trabalho, e pudemos observar, principalmente, que há um espaço importante a ser preenchido na didática do FLE com o intercultural, não só junto aos aprendizes, mas também no contexto da formação de professores, pois a competência intercultural é o que permite adquirir um posicionamento crítico em relação não apenas à cultura do outro, mas em relação a sua própria cultura, atitude imprescindível para o ensino-aprendizagem de um idioma estrangeiro baseado em menos estereótipos e preconceitos. / Cette thèse a pour objet létude de la perspective interculturelle dans lenseignement-apprentissage du Français Langue Étrangère et, par son moyen, nous avons cherché à sensibiliser et à mobiliser lapprenant à la découverte de lui-même et de lautre, dans un processus qui provoque une redéfinition aussi bien de son identité que des représentations quil a dautrui. Pour le faire, nous nous sommes appuyées sur les études interculturelles, sur lanthropologie culturelle appliquée aux études linguistiques et sur la psychologie sociale. Après avoir analysé les concepts et les dimensions de culture, ainsi que les modèles de gestion de la diversité culturelle, nous avons analysé ce quest linterculturalité et quel a été le parcours de la composante culturelle dans lenseignementapprentissage du FLE. Nous avons constaté quà lheure actuelle de nombreuses expériences et projets essaient de faire entrer linterculturel dans la classe de FLE aussi comme une possibilité de résolution de problèmes sociaux, mais toujours dans des contextes endolingues. De cette manière, à partir dune étude de cas avec des étudiants universitaires brésiliens de français, nous avons élaboré un dispositif didactique capable de mettre en pratique un modèle interculturel sous la forme dun cours de douze classes assuré pendant un semestre. Après la réalisation de cette expérience, chaque classe-thème a été analysée selon le cadre théorique utilisé dans ce travail, et nous avons pu observer, surtout, quil y a un espace important à être occupé dans la didactique du FLE par linterculturel, pas seulement auprès des apprenants mais aussi dans le contexte de la formation de professeurs, car la compétence interculturelle est ce qui permet lacquisition dun positionnement critique par rapport non seulement à la culture de lautre, mais par rapport à notre propre culture, une attitude indispensable dans lenseignementapprentissage dune langue étrangère avec moins de stéréotypes et préjugés.
156

Contradições do detetive: a literatura policial como problema para a teoria literária em obras de Machado de Assis, Jorge Luis Borges e Roberto Bolaño / Contradictions of the detective: crime fiction as a problem for literary theory in works of Machado de Assis, Jorge Luis Borges and Roberto Bolaño

Sant\'Ana, Raquel Vieira Parrine 05 September 2012 (has links)
Este estudo parte de uma visão teórica da literatura policial para analisar obras de três escritores latino-americanos: Machado de Assis, Jorge Luis Borges e Roberto Bolaño. O objetivo é fornecer um novo subsídio teórico para a leitura destes autores e, por outro lado, aprofundar a visão sobre o gênero policial no Brasil, ampliando, a partir dele, as discussões relacionadas à teoria literária. A causa secreta é um conto contemporâneo ao marco do nascimento do gênero policial nos Estados Unidos, com Edgar Allan Poe. Neste momento em que a literatura policial ainda não está consolidada, Machado de Assis cria também um personagem apaixonado pela análise dos caracteres humanos, o médico Garcia. Desde o título, como nos livros policiais, o leitor está procurando um segredo, cuja solução depende de sua confiança na autoridade narrativa, mas, em última análise, nunca pode ser realmente liquidado, porque nele reside o enigma fundamental da literatura: a impossibilidade de apropriação do Outro. Em El jardín de senderos que se bifurcan, Jorge Luis Borges usa o gênero para travar uma discussão sobre o tempo na narrativa e revolve o relato sobre si mesmo, usando uma autoinserção temporal. Foi considerado, assim, uma subversão na medida em que, pretensamente, destrói as balizas de gênero. Entretanto, segundo Jacques Derrida, um gênero é formado não só de marcas que identificam uma obra com a outra, mas também por alterações dentro da forma, que aumentam os limites genéricos. Desta forma, Borges, do ponto de vista da literatura policial, ajuda a criar um novo subgênero, o policial metafísico. Desde a perspectiva de um novo policial que discute seu próprio estatuto, analisamos o romance do escritor chileno Roberto Bolaño, Los detectives salvajes, em que lemos a história da busca de uma pessoa que, na verdade, está morta e só sabemos de sua morte no final da narrativa. Isso opera uma diferença fundamental: esta obra narra pela lente do luto, enquanto no policial esta dimensão é suplantada pela necessidade da intriga. De outra forma, o percurso dos personagens também responde à sombra do enigma que é a voz do Outro. A literatura policial, assim, é um gênero caracterizado por uma busca incessante, motivada por um enigma que o detetive precisa solucionar. Tradicionalmente, esta demanda é bem sucedida. Entretanto, nunca vemos o personagem, satisfeito por mais um trabalho resolvido, voltar para casa, o que prova que, de alguma forma, nem ele mesmo está convencido da solução do enigma. O segredo, portanto, exige uma dedicação infinita. De alguma forma, o personagem modelar do detetive reflete o trabalho do crítico literário. A busca incessante, o solilóquio que esconde o enigma, a necessidade de autoridade narrativa são questões importantes do nosso trabalho. Qual seria a responsabilidade, portanto, do crítico? Estaria disposto a sacrificar sua autoridade pela verdade? / This research begins with a theoretical vision of crime fiction to analyze works of three Latin-american authors: Machado de Assis, Jorge Luis Borges and Roberto Bolaño. The objective is to offer a new theoretical basis for reading these writers and also to deepen the study of crime fiction in Brazil, widening, thus, the debates regarding literary theory. A causa secreta is a short story contemporary of the birth of crime fiction in the United States, with Edgar Allan Poe. In that moment, when crime fiction wasnt consolidated yet, Machado de Assis also created a character passionate for the analysis of human character, doctor Garcia. From the title, as to the mystery book itself, the reader is looking for a secret, and the solution will only be brought through the readers distrust of the narrative settings. But the enigma, in fact, can never be solved because within it there is the fundamental secret of literature: the impossibility of appropriation of the Other. In El jardín de senderos que se bifurcan Jorge Luis Borges uses the genre to discuss time in fiction and turns the narrative upon itself by creating a temporal auto insertion. It is considered, thus, a subversion as it allegedly destroys the laws of the genre. However, according to Jacques Derrida, a genre is formed not only by the marks that defines it, but also by the alterations within its form, which enlarges its limits. In this way, through the point of view of crime fiction, Borges contributes to create a new subgenre: the metaphysical crime fiction. Through the perspective of a new crime fiction that questions its own statute, we analyzed the novel Los detectives salvajes, by Chilean author Roberto Bolaño, in which we read the story of a search of a person who, actually, is already dead, and we only get to know it in the end of the novel. This operates a structural difference: the book narrates through the lens of mourning, while in crime fiction this sentiment is superseded by the necessity of intrigue. In another way, the course of those characters also responds to the shadows of the enigma that is the voice of the Other. Crime fiction, thus, is a genre based on a relentless quest, motivated by an enigma that the detective has to solve. Traditionally, this demand is well succeeded. But we never see the detective, satisfied after another job well done, going back home, which proves that, in a way, not even he is convinced that the enigma is solved. In a way, the model character of the detective reflects, as some authors suggest, the work of the literary critic. The endless search, the monologue that hides the enigma, the necessity of narrative authority all this elements are important to our work. Then, what is the responsibility of the critic? Is he willing to sacrifice his authority for the truth?
157

Relações de alteridade no contato intercultural: perspectivas de estudantes estrangeiros na Universidade de São Paulo / Alterity relationships in the intercultural contact : perspectives from foreign students at University of Sao Paulo

Silva, Ivy Lima e 14 October 2016 (has links)
Nas últimas décadas do século XXI, os acordos de cooperação acadêmica nacional e internacional entre as universidades têm se intensificado e contribuído para o encontro entre realidades educacionais e culturais diversificadas. Neste contexto, questionamos como as relações interpessoais se desenvolvem, considerando a cultura como mediadora desse processo e da relação com a alteridade. O objetivo principal desta pesquisa é compreender o sentido da experiência intercultural e a relação de alteridade para alunos estrangeiros em intercâmbio acadêmico na Universidade de São Paulo. Com base nas técnicas e procedimentos do método de Jacob Levy Moreno, desenvolvemos uma proposta de interlocução entre o psicodrama e a fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty para refletir sobre o tema da alteridade. Foram organizados dois grupos de intervenção sociopsicodramática formados por latino-americanos, europeus e asiáticos com o propósito de descrever e entender os sentidos atribuídos pelos alunos à experiência intercultural. Os temas circunscreveram o sentido da experiência intercultural em termos da língua utilizada, da comparação entre os países e da vivência como estrangeiro, o que se mostrou relevante para a dinâmica do papel de intercambista. A análise dos resultados destacou categorias como: tempo, gênero, referências culturais, idioma, autoconhecimento e vivência ambígua, as quais foram problematizadas na discussão sobre a alteridade. Do ponto de vista teórico-metodológico, a adoção desta abordagem pode conferir aos estudos de Moreno uma leitura ampliada da relação eu-outro, considerando simultaneamente a identidade e a diferença como aspectos destacados pelos grupos. A análise desenvolvida com os grupos de estudantes intercambistas parece apontar, de um lado, para uma importante ação e revisão das práticas universitárias quanto ao acolhimento desta demanda que transforma o próprio contexto da educação. E, de outro, para uma reflexão sobre as possibilidades e limites da alteridade, evidenciando as fronteiras culturais que permeiam as ambiguidades da dimensão do vivido e da experiência de ser estrangeiro no contato intercultural contemporâneo / During the last decades of the 21st century, the national and international academic cooperation agreements between universities have been intensified and contributed to the encounter of diversified cultural and educational realities. In this context, we question how interpersonal relationships are developed, considering culture as a mediator of this process related to otherness. The main objective of this research is to understand the meaning of intercultural experience and the alterity relationship for foreign students in academic exchange in the University of São Paulo. Based on the techniques and procedures of Jacob Levy Moreno\'s method, we proposed a dialogue between psychodrama and phenomenology to reflect the otherness theme. Two groups of sociopsychodramatic intervention were organized formed by latin americans, europeans and asians to describe and understand the senses assigned by the students to the intercultural experience. The themes circunscribed the sense of intercultural experience in terms of the used language, of the comparison between countries and of the living as a foreigner, all relevant to the dynamic of the interchange role. The results highlight categories: time, gender, cultural references, language, self-knowledge and ambiguous living, which were debated regarding otherness. From the technical and methodological point of view, this approach provides Morenos studies a wide reading over the relationship self and the other, considering simultaneously the identity and the difference as aspects highlighted by the groups. The analysis developed with the groups of exchange students seems to indicate, from one side, the need of an action and revision of university procedures about hosting the demand that transforms the context of education itself. From the other side, it indicates towards a reflection over the possibilities and limits of otherness, undergoing the cultural frontiers around the ambiguities of the living dimension and the experience of being a foreigner in the contemporary intercultural contact
158

La scène de premier contact dans les récits d\'exploration: les explorateurs français en Amérique du Sud / A cena de primeiro contato nos relatos de exploração : os exploradores franceses na América do Sul

Roy, Sébastien David Philippe 11 February 2016 (has links)
Pourquoi de nombreux ethnologues ont-ils senti l\'obligation d\'écrire, en plus de leurs travaux scientifiques, un récit de nature littéraire ? Les monographies ethnographiques font généralement l\'économie du récit de la rencontre entre l\'ethnographe et l\'indigène -- l\'Indien d\'Amérique, par exemple. Or, non seulement la rencontre est un moment clé, dont dépend la réussite de l\'enquête de terrain, mais surtout, il semble bien qu\'elle recèle, en elle-même, des éléments essentiels de l\'expérience ethnographique. Jean Rousset a mis en lumière, en comparant de nombreux romans, la structure de la scène de rencontre, qu\'il divise en trois temps : l\'effet, l\'échange et le franchissement. D\'emblée, la rencontre de l\'explorateur et de l\'Indien se révèle originale par ses préliminaires : par son caractère anticipé, voire provoqué. Tous les éléments de ce que Rousset appelle la mise en place permettent de mieux determiner les conditions du premier contact, et de souligner l\'importance de la distance à laquelle se trouvent les protagonistes. L\'effet est déclenché par le regard : il s\'agit bien en cela d\'une « première vue » ; et on en reconnaît aussi toute la gamme des manifestations physiques. Néanmoins, cet effet n\'est pas provoqué par la perception immédiate d\'une miraculeuse affinité, mais par l\'observation de deux séries d\'éléments opposés : tout ce qui fait de l\'Indien, pour l\'explorateur, un être différent ; et tout ce qui, en même temps, en fait un être semblable. L\'effet mélange alors dans l\'explorateur deux sentiments également contradictoires : la répugnance et la reconnaissance. Dans l\'échange, on relève aussi toutes les modalités distinguées par Rousset, depuis les échanges heureux jusqu\'aux échanges trompeurs, où les malentendus peuvent entraîner les conséquences les plus tragiques. Cependant, la scène de premier contact met en avant l\'échange matériel, sous toutes ses formes, le don se révélant le plus propice à nouer une alliance entre l\'explorateur et l\'Indien. Enfin, le franchissement, dernière étape de la rencontre, exprime de manière symbolique l\'union des corps : au rapprochement qui autorise un contact physique, peuvent succéder différentes formes d\'appropriation de l\'Autre, comme l\'imitation ou encore l\'ingestion. Ainsi, l\'étude de la scène de premier contact permet d\'assimiler structurellement la rencontre de l\'explorateur avec l\'Indien à une rencontre amoureuse, tout en soulignant ses particularités. Surtout, elle permet de mieux comprendre pourquoi les ethnographes ont recours à l\'écriture littéraire : seule la littérature, en effet, peut faire coïncider deux dimensions apparemment contradictoires, et montrer combien s\'unissent, dans l\'Indien, l\'altérité la plus grande et la plus profonde similarité. Ce que révèle, finalement, la dimension amoureuse du premier contact, c\'est en fait un certain narcissisme : ce que l\'explorateur admire tant dans cet Indien si différent, c\'est le reflet de sa propre humanité. / Porque muitos etnólogos sentiram a necessidade de escrever, ao lado de seus escritos científicos, um relato de cunho literário ? As monografias etnográficas eludem geralmente o relato do encontro entre o explorador e o indígena o Índio, por exemplo. No entanto, esse encontro não é apenas um momento-chave por dele depender o êxito da pesquisa de terreno, mas também por conter, em si próprio, elementos essenciais da experiência etnográfica. Comparando inúmeros romances, Jean Rousset revelou a estrutura da cena de encontro, que se divide em efeito, troca e ultrapassagem. Logo, a cena de primeiro contato, nos relatos de exploração, revela-se original pelas preliminares : pelo fato de ser antecipada e até provocada. Todos os elementos que compõem, segundo Rousset, a localização do encontro permitem definir melhor as condições do primeiro contato, e de frisar a importância da distância que separa os protagonistas. O efeito é provocado pelo olhar : é portanto uma « primeira vista », na qual se reconhece também o leque de suas manifestações físicas. No entanto, esse efeito não se deve à percepção imediata de uma milagrosa afinidade, mas à de duas séries de elementos opostos : tudo o que faz do Índio, para o explorador, um ser diferente, e tudo o que faz desse, ao mesmo tempo, um ser semelhante. O efeito mescla então no explorador dois sentimentos igualmente contraditórios : a rejeição e o reconhecimento. Na troca se notam também todas as modalidades estabelecidas por Rousset, desde as trocas felizes até as trocas enganosas, nas quais os desentendimentos podem provocar as mais trágicas consequências. No entanto, a cena de primeiro contato se distingue pela troca material, em suas diversas formas, o dom revelando-se o mais propício para firmar uma aliança entre o explorador e o Índio. Finalmente, a ultrapassagem, última etapa do encontro, expressa de maneira simbólica a união dos corpos : à aproximação que autoriza um contato físico, podem seguir várias formas de apropriação do Outro, como a imitação ou a ingestão. Portanto, o estudo da cena de primeiro contato permite assimilar estruturalmente o encontro do explorador com o Índio a um encontro amoroso, frisando ao mesmo tempo suas peculiaridades. Por outro lado, permite também entender melhor porque os etnógrafos recorrem à literatura : só ela pode juntar dois aspetos contraditórios, e mostrar como, no Índio, a maior alteridade se une à mais profunda similaridade. O que, de fato, revela a dimensão amorosa do primeiro contato, é um certo narcisismo : pois, o que o explorador admira tanto nesse Índio muito diferente, é o reflexo de sua própria humanidade.
159

Traços primitivos: histórias do outro lado da arte no século XX / Primitive traces: histories of the other side of the art in 20th century

Andriolo, Arley 17 November 2004 (has links)
Este estudo objetiva narrar uma história de obras produzidas por membros das classes populares, reconhecidas por meio de sua individualidade e inventividade, enfocando sua produção e sua recepção no Brasil, entre 1880 e 1990. A abordagem estética e histórica orientada pela fenomenologia foi realizada segundo o método micro-histórico, conduzido pela idéia de \"primitivo\". Os fragmentos das biografias e as imagens evocadas foram cruzados com os discursos de seus intérpretes que formularam designações como: \"arte primitiva\", \"arte psicopatológica\", \"arte bruta\", \"outsider art\", \"arte virgem\" e \"arte incomum\". No horizonte histórico da cultura brasileira abriram-se duas vias principais de interpretação: uma derivada do cientificismo do discurso psiquiátrico e outra do romantismo do discurso acerca da cultura popular. Não obstante a contribuição da noção francesa de Art Brut para questionar essas duas vias, a complexidade da produção artística brasileira solicita uma análise particular que revele o \"primitivo\" em suas ambigüidades / This study aims to narrate a history of art works produced by members of popular classes, recognized by its individuality and inventivety, focusing in the production and reception in Brazil between 1880 and 1990. The aesthetic and historic approaches was oriented by phenomenology followed the micro-historic method, guided by the idea of \"primitive\". The fragments of the biographies and evoked images were crossed with the discourse of its interpreters, that proposed designations as such: \"primitive art\", \"psychopathological art\", \"art brut\", \"outsider art\", \"uncommon art\" and \"virginal art\". In the historical context of the Brazilian culture two principal ways of interpretation were opened: one of them is derivated from the scientificism of the psychiatric discourse and the other from the romantic discourse about the popular culture. Nevertheless the contribution of the french notion of Art Brut to question these ways, the complexity of the Brazilian artistic production impose a particular analyses that reveals the \"primitive\" in its ambiguity
160

Articulações e implicações da noção de perspectiva no construtivismo semiótico-cultural para a compreensão das relações eu - outro: possível diálogo com o perspectivismo ameríndio / Articulations and implications of the notion of perspective in the semiotic cultural psychology to the comprehension of I other relationships: possible dialogues with Amerindian perspectivism

Guimarães, Danilo Silva 08 April 2010 (has links)
Partindo da compreensão de que os seres humanos nascem e se desenvolvem no tecido cultural, que atravessa processos singulares de subjetivação bem como disponibiliza campos estruturados de ação, nosso primeiro objetivo neste trabalho foi sistematizar algumas proposições geradas no âmbito das pesquisas do construtivismo semiótico cultural em psicologia, a respeito das relações eu outro. Em segundo lugar, levando em conta essas proposições, buscamos articulá-las em torno da noção de perspectiva. A noção de perspectiva, aqui em foco, envolve os posicionamentos pessoais na experiência vivida, viabilizando determinada visão dos outros e das coisas, em detrimento de outras visões. Pautados pelo dialogismo teórico-metodológico em psicologia, buscamos promover um diálogo confrontador entre construtivismo semiótico cultural em psicologia e o perspectivismo ameríndio em antropologia, sobre suas respectivas noções de perspectiva. No construtivismo semiótico cultural a noção de perspectiva toca questões como: a multiplicidade de posicionamentos pessoais em face de objetos culturais (Marková, 2003/2006); a alteridade do outro (Lévinas, 1964/1991), que tem uma trajetória de vida singular, internalizando referências significativas no processo de construção de conhecimento; o cruzamento de olhares entre eu e outro a partir de e para suas corporeidades; a noção de ação simbólica de Boesch (1991); a articulação entre os planos intersubjetivo e intrassubjetivo da experiência humana. Na abordagem do perspectivismo ameríndio, por sua vez, a questão da fabricação do corpo, no seio do convívio social, é central para o entendimento do processo de construção de identidades e alteridades. Como resultado do diálogo confrontador, encontramos algumas divergências entre as duas noções de perspectiva postas em foco, especialmente no que se refere à questão da multiplicidade de entendimentos pessoais em relação a um objeto presente na abordagem psicológica e à questão do estatuto da realidade (ao invés de entendimentos sobre a realidade), que tem um papel importante na abordagem antropológica. Com o objetivo de continuar a pesquisa na interface entre essas duas áreas, sobre a qual a presente pesquisa pode ser considerada uma empreitada inicial, buscaremos aprofundar distinções conceituais em ambas as áreas de construção de conhecimento. Essa exploração mais acurada deve incluir nítidas distinções conceituais quanto às noções de sujeito, pessoa e indivíduo em ambos os campos de saber aqui confrontados. No entanto, uma primeira tentativa nessa direção já foi elaborada neste trabalho ao se discutir o artigo de Lima (1996), pautado pela noção de indeterminação restringida (Valsiner, 1998). O resultado dessa tentativa foi a elaboração de um modelo instrumental de multiplicação dialógica referido a objetos do campo de representações sociais. Mantendo o objetivo de explorar o potencial dos resultados obtidos para pesquisas futuras, procuramos discutir um caso clínico relatado e analisado por Boesch (1991) de acordo com nosso modelo instrumental. Consideramos que os resultados apontam para a relevância de se continuar na direção do percurso iniciado para o entendimento de diferenças no interior e entre pessoas e sociedades, a respeito de seus universos semióticoculturais. Esperamos também que este tipo de pesquisa possa gerar sistematizações teóricoepistemológicas úteis para profissionais e pesquisadores em suas reflexões e decisões diante de fenômenos psicossociais / Departing from the understanding that human beings are born and develop themselves in their cultural fabric, passing through singular processes of subjectivation, as well as allowing structured fields of action, our first aim in this work was to systematize some propositions generated in the bulk of semiotic-cultural research in Psychology concerning I other relationships. Second, taking into account those propositions, we have tried to articulate them around the notion of perspective. The notion of perspective here in focus concerns with persons positioning from her lived experience, allowing some views about other and things in the world, while preventing other alternative views. Framed by the theoretical-methodological dialogism in Psychology, we then tried to promote a confronting dialogue between the semiotic cultural constructivism in Psychology and the Amerindian perspectivism in Anthropology respecting their respective notions of perspective. In the semiotic cultural constructivism, the notion of perspective touches issues like the multiple personal positioning facing cultural objects (Marková, 2003/2006); the alterity of the other, who has his singular life trajectory, internalizing meaningful references in his process of meaning construction (Lévinas, 1964/1991); the crossing of the selfs and the others sights from and towards their corporeality; Boeschs (1991) notion of symbolic action; the articulations between intersubjective and intrasubjective levels of human experience. In the framework of Amerindian perspectivism, by its side, the issue of body manufacturing in the core of communitarian conviviality is central for understanding the process of construction of identities and alterities. As a result of the confronting dialogue installed by this research, we found out some divergences between the two notions of perspective here put in focus, especially concerning the issue of the multiplicity of personal understandings of an object present in the psychological approach and the issue of the statute of reality (instead of understanding of reality), that plays an important role in the anthropological approach. Aiming to continue the research in the interface of these two areas, where the present research can be considered a starting enterprise, we will try to explore more deeply some conceptual distinctions in both frames of knowledge. This more accurate exploration should include a sharply conceptual distinction concerning the notions of subject, person and individual in both fields of knowledge here confronted. Nevertheless, already made in the present research, a first tentative in this direction, discussing Limas (1996) paper under the notion of bounded indeterminacy (Valsiner, 1998). The result of this tentative was an instrumental model of dialogical multiplication, referred to the objects of a social representation field. Keeping the aim of exploring the potential of our present results for further research, we try to discuss a clinical case - reported and analyzed by Boesch (1991) - according our instrumental model. We consider that our results point to the relevance of continuing our investigations in the directions we here begun especially for the understanding differences inside and amongst persons and societies respect their semiotic cultural universes. We also expect that this kind of research can generate theoretical epistemological systematization useful for professionals and researchers in their reflections and decisions facing psychosocial phenomena

Page generated in 0.0832 seconds