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A recepção da obra de Clarice Lispector na França e da obra de Marguerite Duras no Brasil : uma leitura de imagináriosCorrêa, Adriana Santos January 2008 (has links)
Cette thèse se construit à partir d’une lecture entrecroisée de la réception de l’oeuvre de Clarice Lispector, en France, et de la réception de l’oeuvre de Marguerite Duras, au Brésil, dont le but est celui d’examiner l’insertion de ces oeuvres dans les systèmes littéraires français et brésilien, respectivement. Il s’agit donc d’une lecture centrée sur l’analyse du déplacement entre deux institutions littéraires culturellement distinctes. C’est pourquoi cette étude se trouve épaulée, outre par les principes théoriques de l’Esthétique de la Réception et de la Théorie de l’Effet Esthétique, par ceux concernant l’image/l’imaginaire, de manière à chercher d’éclaircir les diverses représentations du rapport entre le Même et l’Autre. Par ailleurs, dans la mesure où au moins l’une de ces représentations s’effectue, dans le cadre de cette thèse, par la relation établie entre texte orignal et texte traduit, la lecture comparée en question se trouve également épaulée par des principes théoriques concernant la traduction (créative). Quant au découpage des oeuvres littéraires à être examinées, cela a été fait de manière à mettre en évidence, initialement, dans le premier chapitre, les confluences existentes entre ces oeuvres ― à savoir A paixão segundo G.H. et A hora da estrela, de Clarice Lispector, et L’amant et Le ravissement de Lol V. Stein, de Marguerite Duras ―, ce qui se révèle dans la lecture des images du Même, et ensuite, dans le deuxième chapitre, les parcours divers que ces oeuvres en traduction ― à savoir La passion selon G.H. et L’heure de l’étoile, de Clarice Lispector, et O amante et O deslumbramento, de Marguerite Duras ― ont entrepris dans les systèmes littéraires qui les accueillent, ce qui se montre à travers la lecture entrecroisée des images de l’Autre. Finalement, dans le troisième chapitre, il est présenté un examen du processus traductoire, basé sur des données linguistiques et culturelles, par lesquelles les oeuvres littéraires en question ont été reçues par les lecteurs français et brésilien. Tout au long de cette trajectoire théorico-critique, la perception de l’autonomie de ces oeuvres littéraires permet la recontextualisation de leurs réceptions, ce qui nous rend possible, enfin, de répondre à ces questions : - la réception de Clarice Lispector, en France, réaffirme-telle le mythe brésilien, dans ce pays, ou contribue-t-elle pour l’affaiblir ? – la réception de Marguerite Duras, au Brésil, réaffirme le paradigme littéraire français, dans ce pays, ou contribue-t-elle pour rompre avec ce paradigme ? / Esta tese se constrói a partir de uma leitura entrecruzada da recepção da obra de Clarice Lispector, na França, e da recepção da obra de Marguerite Duras, no Brasil, com vistas a examinar a inserção das mesmas nos sistemas literários francês e brasileiro, respectivamente. Tal leitura comparada, por centrar-se na análise do deslocamento entre duas instituições literárias culturalmente distintas, além de encontrar respaldo nos princípios teóricos da Estética da Recepção e da Teoria do Efeito Estético, fundamenta-se em princípios teóricos relativos à imagem/ao imaginário, no sentido de buscar esclarecer a relação do Mesmo com o Outro nas suas diversas representações. Por outro lado, na medida em que pelo menos uma dessas representações ocorre, no âmbito desta tese, através da relação estabelecida entre texto original e texto traduzido, a referida leitura comparada também encontra respaldo em princípios teóricos relativos à tradução (criativa). Quanto ao recorte das obras a serem analisadas, o mesmo foi feito de forma a evidenciar, primeiramente, no primeiro capítulo, as confluências existentes entre essas obras ― a saber: A paixão segundo G.H. e A hora da estrela, de Clarice Lispector, e L’amant e Le ravissement de Lol V. Stein, de Marguerite Duras ―, o que se revela na leitura das imagens do Mesmo, e, em seguida, no segundo capítulo, os percursos diversos que essas obras em tradução ― a saber: La passion selon G.H. e L’heure de l’étoile, de Clarice Lispector, e O amante e O deslumbramento, de Marguerite Duras ― empreendem nos sistemas literários que as acolhem, o que se mostra na leitura entrecruzada das imagens do Outro. Finalmente, no terceiro capítulo, é apresentado um exame do processo tradutório, com base em dados lingüísticos e culturais, através do qual as referidas obras literárias foram recebidas pelos leitores francês e brasileiro. Ao longo dessa trajetória teórico-crítica, a percepção da autonomia dessas obras literárias permite a recontextualização de suas recepções, o que nos possibilita, por fim, responder a estas perguntas: - a recepção da obra de Clarice Lispector, na França, reafirma o mito brasileiro, nesse país, ou contribui para desfazê-lo? – a recepção da obra de Marguerite Duras, no Brasil, reafirma o paradigma literário francês, nesse país, ou contribui para quebrálo? / This thesis is built from an intercrossed reading of Clarice Lispector’s work acceptance in France, and Marguerite Duras’ work acceptance in Brazil, in aim to analyze their insertion on the French and Brazilian literary systems, respectively. Such compared reading, because it is centered on the evaluation of the displacement between two culturally distinct literary institutions, besides finding support on the Aesthetic of Reception theoretical principles and on the Aesthetic Effect Theory, is based on theoretical principles related to the image/imaginary, aiming clarify the relationship of the Same with the Other on its several representations. On the other hand, while at least one of these representations occurs, on this thesis ambit, through the relationship established between the original text and the translated text, the referred compared analysis also finds support in theoretical principles related to the (creative) translation. As for the cutting of the works to be analyzed, it was made in aim to evidence, first, on the first chapter, the existing confluences between these works — to know: A paixão segundo G.H. and A hora da estrela, of Clarice Lispector, and L’amant and Le ravissement de Lol V. Stein of Marguerite Duras — , what is reveled on the reading of the Same’s images, and, following, on the second chapter, the several routes that these works in translation, — to know La passion selon G.H. and L’heure de l’étoile, of Clarice Lispector and O amante and O deslumbramento of Marguerite Duras — attempt on the literary systems that shelter them, what is shown on the intercrossed reading of the Other’s images. Finally, on the third chapter, it is presented a translation process examination, based on linguistic and cultural data, through which the referred literary works were received by French and Brazilian readers. Through this theoretical-critical trajectory, the perception of these works’ autonomy allows the recontexturing of their receptions, which allows us, at last, to answer these questions: - does the reception of Clarice Lispector’s work in France, reaffirm the Brazilian myth, in this country, or does it contribute to demolish it? – does the reception of Marguerite Duras’ work in Brazil, reassures the French literary paradigm, in this country, or does it contribute to break it?
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Beleza no cotidiano : poesia e performance na voz de um narrador urbanoEwald, Felipe Grüne January 2009 (has links)
Reúno a perspectiva da performance, a teoria da enunciação de Benveniste e os gêneros do discurso de Bakhtin para refletir acerca das circunstâncias de produção da narrativa oral - tudo o que envolve o ato enunciativo de performance - de um narrador no bairro Restinga, periferia de Porto Alegre, Brasil. Na confrontação e aprendizagem com o campo, incorporei conhecimentos vindos da prática no meu horizonte teórico e busquei compreender quais são as possibilidades abertas ao ato de narrar neste ambiente. Tratei de um tópico que se encaixa em um campo pouco explorado pelos Estudos Literários: a oralidade inserida no ambiente urbano e na esfera do cotidiano. Parti de uma abordagem que tomasse a relação entre oralidade e escrita fora da dicotomia, pensando as contraposições constitutivas. Diante da materialidade adversa da voz, construí o corpus a partir da seleção dos fatos de discurso a ser compartilhados, já que qualquer pesquisador que estude a produção oral será um receptor e terá ele que definir o todo do enunciado narrativo. A delimitação dos enunciados foi aprendida a partir da exposição e escuta das narrativas em campo. Todo o encontro com o narrador é uma reiteração do evento narrativo. A delimitação dos enunciados foi aprendida a partir da exposição e escuta das narrativas em campo. Todo o encontro com o narrador é uma reiteração do evento narrativo. É uma volta à tomada de conhecimento e aprendizagem da sua forma de narrar. Essa é a essência da minha experiência de campo e do meu trabalho: é uma atualização constante dos princípios de como e por que narrar. É por esta estrutura, a qual se mantém sempre aberta à criação, que o narrador consegue elaborar toda sua trajetória de vida. A observação da narrativa se produzindo, leva-me a propor que, dentro de um fluxo indiferenciado de conversa, o condensamento da narrativa ocorre a partir do redimensionamento do espaço enunciativo, o qual constitui um centro de referência, inserindo o narrador como sujeito na e pela enunciação e possibilitando a abertura à dimensão estética. A cada ato de narrar, a prática de reorganização espaço-temporal é atualizada, carregando as marcas, as inovações, que o narrador deixa entrever no enunciado. É um princípio formal movente, sempre renovado e aberto à criatividade. / Aproximo la perspectiva de la performance con la teoría de la enunciación de Benveniste y los géneros del discurso de Bakhtin para reflexionar sobre las circunstancias de producción de la narración oral - todo lo que implica el acto enunciativo de performance - de un narrador del barrio Restinga, en las afueras de Porto Alegre, Brasil. Frente al aprendizaje proveniente del campo, intenté incorporar sus conocimientos prácticos en mi horizonte teórico y traté de entender cuáles son las posibilidades que el acto de narrar tiene en este ambiente. Se trata de un tema poco explotado por los Estudios Literarios: la oralidad urbana en el ámbito de la vida cotidiana. Desde un enfoque que toma la relación entre la oralidad y la escritura fuera de la dicotomía, reflito las contraposiciones constitutivas. Fente a la adversidad de la voz, construí el corpus partiendo de la selección de los hechos de expresión que pude compartir, una vez que, cualquier investigador que estudie la producción oral será un receptor y tendrá él que fijar el conjunto del enunciado narrativo. La delimitación de los enunciados se conoció desde la escucha de las narraciones en el campo. Cada encuentro con el narrador es una repetición creadora del evento narrativo. Se vuelve a conocer y aprender su manera de narrar. Esta es la esencia de mi experiencia en campo y de mi trabajo: es una actualización constante de los principios de cómo y por qué narrar. Es a través de esta estructura, la cual permanece siempre abierta a la creación, que el narrador puede desarrollar toda su trayectoria de vida. La observación de la narración mientras se produce, me lleva a proponer que, en un flujo indiferenciado de conversación, la aglutinación de la narración empeza con la reorganización del espacio enunciativo, lo cual es un centro de referencia, que incluye el narrador como sujeto a través de la enunciación, lo que posibilita la apertura a la dimensión estética. En cada acto de narrar, la práctica de la reorganización del espacio-tiempo se actualiza llevando junto las marcas, las innovaciones, que el narrador muestra suavemente en el enunciado. Es un principio formal movente, siempre renovado y abierto a la creatividad.
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Vozes compartilhadas : a poética intertextual de Enrique Vila-MatasKlein, Kelvin dos Santos Falcão January 2009 (has links)
Este trabalho analisa as relações intertextuais na obra ficcional do escritor Enrique Vila-Matas, com especial atenção ao romance O mal de Montano. Trata-se de desdobrar em interpretação um tipo de ficção híbrida que ganha contornos expressivos na literatura da contemporaneidade, uma escritura que investe na mescla de gêneros e do discurso crítico com o discurso ficcional. O objetivo principal é estabelecer um estudo sistemático das relações entre a crítica cultural e a ficção de Enrique Vila-Matas, observando até que ponto esse contato interfere no discurso tanto de uma esfera quanto de outra. Enrique Vila-Matas inseriu, em seu trabalho ficcional, considerações sobre dois períodos específicos da história cultural recente, em que grupos de artistas e intelectuais propunham mudanças críticas e estéticas. Seu livro Historia abreviada de la literatura portátil, de 1985, abrange a vanguarda européia dos anos 1920. París no se acaba nunca, de 2003, retoma a vanguarda francesa de 1970. Além de abordar e re-contextualizar as idéias principais desses movimentos de vanguarda, Vila-Matas constrói um híbrido de ficção, ensaio e historiografia, jogando com o paradoxo de transformar figuras históricas em personagens e criações ficcionais em verbetes enciclopédicos. Este trabalho analisa o método utilizado para a representação desses momentos de renovação cultural, principalmente no que se refere ao movimento, realizado nas duas obras, de articulação do moderno com o pós-moderno, no sentido restrito de continuidade temporal. Reflete igualmente sobre a ficcionalização que Vila-Matas propõe das idéias de importantes pensadores, como Duchamp, Walter Benjamin, Barthes, Blanchot e Kristeva, e de que forma o contato com suas obras permitiu a Vila-Matas estabelecer para si uma poética comparatista e intertextual, levantando questões como o silêncio, o destino da literatura e a experiência da escrita. Procura-se, também, estabelecer uma relação intertextual entre a obra do escritor argentino Jorge Luis Borges e o escritor espanhol Enrique Vila-Matas. O foco principal é sobre a questão do "parasitismo literário", um tema presente nas reflexões de ambos os autores e parte da crítica. A reflexão ao longo do texto se expande, e oferece uma crítica da representação literária que ocorre por meio de estratégias metaficcionais. Borges e Vila-Matas são autores que utilizam, de forma lúdica, um conjunto amplo de referências literárias em seus livros: cada um deles constrói seu próprio mosaico de citações. A intenção deste trabalho é fazer uma ponte para unir suas "poéticas enciclopédicas". / Este trabajo analisa las relaciones intertextuales en la obra ficcional del escritor Enrique Vila-Matas, con atención especial hacia el romance O mal de Montano. Propónese desbobrar en interpretación un tipo de ficción hibrida que gana contornos expresivos en la literatura de la contemporaneidad, una escritura que investe en la mezcla de géneros y del discurso crítico con el discurso ficcional. La meta principal es estabelecer un estudio sistematico de las relaciones entre crítica y ficción, observando hasta que punto ese contacto intervene en los discursos de ambas las esferas. Enrique Vila-Matas inserió, en su trabajo ficcional, consideraciones sobre dos períodos de la história cultural reciente, en que grupos de artistas y intelectuales proponían cambios críticos y estéticos. Su libro Historia abreviada de la literatura portátil, de 1985, contene la vanguardia europea de los años 1920. París no se acaba nunca, de 2003, retoma la vanguardia francesa de los 70. Además de abarcar las ideas principales de esos movimientos de vanguardia, Vila-Matas constroe un hibrido de ficción, ensayo y historiografía, jugando con la paradoja de transformar en personajes las figuras históricas y los verbetes enciclopédicos en criaciones ficcionales. Este trabajo examina el método utilizado para la representación de esos momentos de renovación cultural, especialmente en la articulación del moderno con el postmoderno, en el sentido restricto de continuidad temporal. Reflete sobre la ficcionalización que Vila-Matas propone de las ideas de importantes pensadores, como Duchamp, Walter Benjamin, Barthes, Blanchot e Kristeva, y de que forma el contacto con sus obras permitió a Vila-Matas establecer para sí una poética comparativa y intertextual, alzando questiones como el silencio, el destino de la literatura y la experiencia de la escrita. El trabajo procura también establecer una relación intertextual entre la obra del escritor Jorge Luis Borges y Vila-Matas. El foco principal es la cuestión del "parasitismo literário", un tema presente en las reflexiones de los dos autores e parte de la crítica. La reflexión al largo del texto se abre, ofrecendo una crítica de la representación literária que ocurre por médio de las estrategias metaficcionales. Borges y Vila-Matas son autores que utilizam, ludicamente, un conjunto vasto de referencias literárias en sus libros: cada uno de ellos constroe su propio mosaico de citaciones. La intención del trabajo es hacer una puente para ligar sus "poéticas enciclopédicas".
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Diálogos entre Literatura e Cinema: a tragédia- lírica shakespeariana nas lentes de Franco Zeffirelli / Dialogues between Literature and Cinema: the Liric-Tragedy in the Franco Zeffirelli’s lensZaché, Fernanda 11 April 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-04-11 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Qualquer leitor que se proponha analisar os textos do mais famoso dramaturgo inglês, certamente notará que William Shakespeare foi grande observador da história. É curioso perceber que sua obra ultrapassou séculos, e mantém-se fielmente ovacionada na contemporaneidade. Visto a notória universalidade de seus trabalhos, revisitados em diversos gêneros e áreas das artes, e ricos ainda de possibilidades de interpretação, podemos notar sua intertextualidade ao longo dos anos perpetuando-se em significativa ampliação da arte do Bardo Inglês. Neste sentido, este estudo propõe uma análise comparativa, levantando pressupostos à luz da introdução dos estudos comparados da “intertextualidade” de Julia Kristeva (1974) e das Teorias da Adaptação de Linda Hutcheon (2011) sobre a tragédia lírica mais adaptada dos últimos tempos: Romeu e Julieta, e sua releitura pelas lentes do diretor italiano Franco Zeffirelli, de 1968, relacionando as teorias do cinema de Robert Stam (2003).A proposta deste trabalho é, portanto, relacionar as produções pontuando o olhar interrompido na obra renascentista e a sua retomada através dos recursos midiáticos modernos. / Any reader, who intends to analyze the productions of the most famous British play writer in the world, will certainly notice that William Shakespeare was a big history’s observer. It’s curious to perceive that his work go forward the centuries, and keep faithfully acclaimed nowadays. It’s remarkable the universality of his works, revisited sort and areas of the arts, still rich in interpretation possibilities, we can see the intertextuality along the years, profusely growing the art of the English Bard. In this sense, this study intend to make a comparative analyze, considering the introduction of the comparative studies of intertextuality from Julia Kristeva (1974) and the Adaptation Theories from Linda Hutcheon (2011) about the lyric – tragedymore adapted from the last times: Romeo and Juliet, and the rereading through the Italian director Zeffirelli’s lenses, in 1968, making a relation in the Cinema Theories from Robert Stam (2003). The purpose of this research is, therefore, to relate the productions, emphasizing the Interrupted View in the Renaissance work and its recapture by the media resources.
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Narrativas curtas dos anos 90 : suturas/fissurasSanfelici, Agnes January 2009 (has links)
As narrativas curtas dos anos 90 são assinaladas por suturas e fissuras quanto ao contorno narrativo e às temáticas desenvolvidas em relação às de tempos anteriores. As novas formas de comunicação e difusão da cultura, sobretudo a Internet com seus milhares de blogs, trouxeram mudanças radicais no formato do conto, que se imbrica com poemas, bulas de remédios, folders, esquetes, e-mails, fotografias, etc. Os autores submersos no ciberespaço - a Internet e seus blogs – utilizam a valer de seus ilimitados e variados recursos. São, em geral, escritores blogueiros e , mais do que nunca, empregam em suas narrativas uma linguagem marcada por neologismos, gírias, palavrões, trocadilhos, bem como os inúmeros recursos visuais proporcionados pela tecnologia. Procuramos fazer nessa tese um estudo do conto literário tanto no que diz respeito aos seus aspectos teóricos e históricos quanto às suas vertentes fundantes no Brasil. A partir de duas antologias, Geração 90 – manuscritos de computador e Geração 90 – os transgressores, seguimos com a leitura de inúmeras narrativas curtas dos anos 90 até o presente. Respaldadas por um aporte teórico de uma „literatura do presente‟, as leituras das narrativas curtas aqui sugeridas partem da premissa de que o conjunto crítico dessas está marcado de antemão por um caráter de ser incompleto e provisório, uma vez que se baseiam em um “querer ser” e não em um “ser” arte. Entre o apagamento do narrador e as narrativas do Eu, o ultra-realismo literário e a sobreposição extremada da violência na ficção, as personagens solitárias e o exílio, procuramos armar uma leitura rizomática das narrativas em questão. / The short narratives of the 90s are marked by sutures and fissures regarding the narrative outline and themes developed in relation to previous times. The new forms of communication and diffusion of culture, especially the Internet and its thousands of blogs, have brought changes in the form of the short story, which is interwoven with poetry, drug leaflets, folders, sketches, e-mails, photography, etc. The authors submerse in cyberspace – the internet and its blogs – make extreme use of its unlimited and varied resources. They are, in general, blog writers and they increasingly use in their narratives a language marked by neologisms, slang, cuss words, puns, as well as several visual resources provided by technology. This dissertation aimed to carry out a wide study of the literary short story in what regards its theoretical and historical aspects and its founding threads in Brazil. We begin with the analysis of two anthologies, Geração 90 – manuscritos de computador and Geração 90 – os transgressores, and continue with the reading of innumerous short narratives from the 90s to now. Supported by the theoretical contribution of a „literature of the present‟, the reading process of the short narratives here suggested part from the premise that the critical set of these narratives is marked beforehand by a nature of being incomplete and provisory, given that they are based in “wanting to be” and not “being” art. Amid the erasure of the narrator and the narratives of the self, the literary ultra-realism and extreme superposition of violence in fiction, lonely characters and exile, we attempt to assemble a rizomatic reading of the narratives in question.
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A palavra-na-vida : a poesia polifônica em DrummondZonin, Carina Dartora January 2011 (has links)
Aos incontestáveis revolucionários, o inevitável risco de viver para sempre, imortalizados na memória, no pensamento e na voz do outro. Neste estudo, regressa ao campo estético-literário a vitalidade dos pressupostos teóricos de Mikhail Bakhtin, uma vez inovadores no romance, agora, também, excêntricos na poesia. Imbuídos dessa perspectiva, de tendência evolutiva e renovadora, inicialmente, ouviremos, na voz de poetas e críticos consagrados, dentre eles, Mário de Andrade e o próprio Carlos Drummond de Andrade, prerrogativas em torno do fazer poético. Em seguida, através de uma releitura dos princípios bakhtinianos, da dialogia, da polifonia e dos gêneros discursivos, observaremos a estreita correlação destes com a renovação formal deflagrada pelos modernos, sobretudo, a percepção de características comuns que promovam, enfim, o feliz encontro entre a prosa e a poesia. Só, então, partiremos para a escuta polifônica, em poesias representativas, dos tipos de vozes sociais, a saber, a do otimista, a do incrédulo e a do oprimido, em A rosa do povo (1945), momento de auge do ativismo artístico, engajado e participante. Ao final, realçaremos nas rotas fundadoras de um novo gênero, eminentemente, polifônico, a ressonância lírica da multidão que fala, clama e protesta: a voz poética drummondiana, na vida, submersa. / The undisputed revolutionary, the inevitable risk of living forever immortalized in the memory, thought and voice on the other. In this study, return to the aesthetic and literary vitality of the theoretical assumptions of Mikhail Bakhtin, the novel once innovative, now also eccentric poetry. Imbued with this perspective, the evolutionary trend and refreshing at first listen, the voice of poets and critics recognized, among them, Mario de Andrade and Carlos Drummond de Andrade himself, prerogatives around the poetic. Then, through a rereading of bakhtinianos principles of dialogism, polyphony and genres, observe the close correlation of these with the formal renewal initiated by the modern, especially the perception of common features that promote, finally, the happy meeting between prose and poetry. Only then will depart for listening to polyphonic in poetry representative of the types of social voices, namely, the optimistic, the unbeliever and the oppressed, in A rosa do povo (1945), time to peak of artistic activity, engaged and participating. In the end, the routes will highlight the founding of a new genus, eminently, polyphonic, lyrical resonance that speaks of the crowd, cries and protests, the poetic voice drummondiana in life submerged.
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Sem título, à Hilda HilstAlexandrini, Camila January 2013 (has links)
Cette dissertation commence avec les questions et les inquiétudes qui émergent de la lecture de l’oeuvre de Hila Hilst et aussi d'un désir théorique qui traverse mon chemin académique. Quand je mets les textes de l'auteur face au concept de la dispersion de Maurice Blanchot, je n'ai pas l'intention de m'enfermer dans une analyse littéraire dépliée en ses genres, ici ou ailleurs. Où va Hilda Hilst ? Où va la théorie littéraire? À son disparition, comme Blanchot dit en réponse à la question: “Où va la littérature?" Dans ce sens je m'inquiète de m’éloigner du vouloir-saisir des théories, pour que les mots de Hilst apparaissent dans l'état de devenir poétique, comme en fait ils le sont. Alors, les choix que j'ai faits des textes littéraires de Hilst ont suivi deux critères : le plaisir de la lecture et le désir de la dispersion. D’ailleurs je me sers de la possibilité de la pluralité de l'objet littéraire dans la postmodernité pour apporter aux textes des réflexions qui surgissent pas seulement de la littérature mais aussi comme de possibles dépliements de ces textes dans le théâtre et dans les arts plastiques. De cette façon, par l'intersection des théories, étant elles surtout la théorie littéraire et la théorie théâtrale, je cherche d'autres voies pour la compréhension des textes de Hilda Hilst, bien comme de l'objet de la littérature. Sous l'inclination du critique littéraire Roland Barthes, mon écriture est construite à travers les notions d'écriture et de fragment. C'est en raison d'une envie de déplacement que la disposition de ces éléments dans un ensemble devient possible. De l'immensité au geste, la littérature d'Hilst s'échappe d'une représentation et est conduite à ce que je comprends par théâtralité. Ainsi le déplacement est aperçu au long d'un parcours instable et inachevé d'une analyse littéraire et y compris d'un corps qui se promène pour d'autres langages, où il est possible de se retrouver au bord de ce chemin Walter Benjamin. Le « je » qui traverse mon écriture n'es pas effacé, puisque pour que je devienne une autre il est nécessaire détendre ce « je » à travers des langages qui le constituent. Parmi les divers faits et gestes de la littérature comparée, rien ne m'intéresse autant que les traces d'une liberté qui est là offerte au domaine théorique de la littérature, même devant beaucoup d'impasses. La liberté qui est ici assumée dans son écriture et dans son responsabilité. / Esta dissertação parte dos questionamentos e das inquietudes que surgem da leitura da obra de Hilda Hilst e de um pulsar teórico que transpassa minha trajetória acadêmica. Uma vez que coloco os textos da autora diante do conceito de dispersão de Maurice Blanchot, não intento me delimitar a uma análise literária desdobrada em seus gêneros, nesse ou naquele lugar. Para onde vai Hilda Hilst? Para onde vai a teoria literária? Ao seu desaparecimento, como diz Blanchot em resposta à pergunta: “Para onde vai a literatura?” Nesse sentido, preocupo-me em distanciar-me do querer-agarrar das teorias, para que as palavras de Hilst apareçam em estado de devir poético, como de fato elas são. Sendo assim, as escolhas que fiz dos textos literários de Hilst levaram em conta dois critérios: o prazer na leitura e o desejo de dispersão. Além disso, utilizo-me da possibilidade de pluralidade do objeto literário na pós-modernidade para trazer ao texto reflexões que surgem não só da literatura, mas também de seus possíveis desdobramentos no teatro e nas artes plásticas. De tal modo, através do entrecruzamento de teorias, sendo elas, principalmente, a literária e a teatral, busco outras vias à compreensão dos textos literários da autora, bem como do objeto da literatura. Sob o viés da crítica literária de Roland Barthes, minha escrita é construída por meio dos conceitos de escritura e fragmento. É devido a um anseio de deslocamento que a disposição desses elementos em conjunto torna-se possível. Da imensidão ao gesto, a literatura hilstiana escapa de uma representação e é conduzida ao que entendo por teatralidade. Assim, o deslocamento é percebido no percurso instável e inconcluso de uma análise literária e, inclusive, de um corpo que passeia por outras linguagens, onde Walter Benjamin aparece à margem desse caminho. O eu que atravessa minha escrita não é obliterado, já que, para tornar-me outra, é necessário distender esse eu através das linguagens que o constituem. Entre os diversos fazeres da literatura comparada, nada me interessa tanto quanto os rastros de uma liberdade que ali é disposta ao teórico da literatura, mesmo que diante de tantos impasses. Liberdade que é aqui assumida em sua escrita e também em sua responsabilidade.
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O fio da memória ao fio da história : a memorialística brasileira do séc. XIX a meados do séc. XXRosa, Guilherme Fernandes da January 2014 (has links)
Dans le travail que l’on présente désormais, on a étudié quelques textes des mémorialistes et autobiographes, ayant pour objectif de tracer le développement du mémorialisme brésilien vers la fin du XIXe siècle jusqu’au milieu du XXe siècle. D’abord on a fait des efforts pour démontrer le peu d’espace et d’attention attribués aux Mémoires et aux autobiographies par les différentes histoires de la littérature brésilienne, ce que leur donne un statut d’infériorité par rapport aux autres formes et genres littéraires. Puis, on est passé à l’analyse des Mémoires du XIXe siècle, surtout celles de José de Alencar, Joaquim Nabuco, Alfredo Taunay et Helena Morley, pour que l’on pouvait formuler un panorama des Mémoires de cette époque-là. Pour établir ces propositions, il a fallu étudier aussi la période historique au sein de laquelle ces oeuvres ont été écrites, c’est-à-dire, le Brésil de la Première République, à la fin du XIXe siècle. En mettant en relation les oeuvres et leur contexte historique-social, on a essayé de montrer comment les Mémoires sont devenues un genre plus ou moins convenable et adapté aux besoins des écrivains de cette époque-là. Ensuite, au XXe siècle, on a cherché à éstimer les transformations des textes de mémoires en leur mettant en interaction avec les changements politiques et sociaux par lesquels passait le Brésil, pour établir une ligne d’évolution entre les textes étudiés auparavant et quatre autres oeuvres écrites au XXe siècle : Segredos da infância e No tempo da flor, de Augusto Meyer ; História da minha infância, de Gilberto Amado ; et le premier tome des mémoires de Pedro Nava, Baú de ossos. L’idée principale a été celle d’évaluer la situation des Mémoires et autobiographies par rapport à la société et au système littéraire tout en cherchant à discerner le développement d’une possible tra / No trabalho que ora apresentamos, estudamos alguns textos memorialísticos e autobiográficos com o objetivo de tentar traçar o desenvolvimento da memorialística brasileira de fins do século XIX até meados do século XX. Então, primeiramente fizemos o esforço de demonstrar o pouco espaço e a pouca atenção que recebem as Memórias e autobiografias nas diversas histórias da literatura brasileira, o que lhes confere certo estatuto de inferioridade em relação a outras formas e gêneros literários. Em seguida, passamos à análise de obras memorialísticas do século XIX, em especial, às de José de Alencar, Joaquim Nabuco, Alfredo Taunay e Helena Morley, para que pudéssemos formular um panorama da memorialística do período. Para que esse panorama fosse construído, precisamos também estudar o período histórico em que essas obras foram escritas, ou seja, o Brasil da Primeira República, em fins do século XIX. Colocando em relação as obras e o seu contexto históricosocial, tentamos mostrar como as Memórias foram o gênero mais ou menos adequado e adaptado às necessidades dos escritores da época. Chegado o século XX, buscamos avaliar os desenvolvimentos da memorialística nacional em estreita relação com as mudanças políticas e sociais do Brasil, estabelecendo uma espécie de linha evolutiva entre aqueles textos do século XIX e quatro obras do século XX: Segredos da infância e No tempo da flor, de Augusto Meyer; História da minha infância, de Gilberto Amado; e o primeiro volume das memórias de Pedro Nava, Baú de ossos. A ideia principal foi a de avaliar a situação das obras memorialísticas e autobiográficas em relação à sociedade e ao sistema literário, procurando entrever o desenvolvimento de uma possível tradição memorialística no quadro da literatura nacional.
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Será a autobiografia uma poética da modernidade? : uma leitura comparada entre Ayaan Hirsi Ali e Gioconda BelliBrasil, Patrícia Ribeiro January 2011 (has links)
Considerada um gênero menor, a literatura confessional foi, por muito tempo, excluída dos estudos acadêmicos. Porém, na última década o mercado editorial abriu-se sensivelmente para estas obras. Este trabalho procura analisar sob a luz da literatura comparada as autobiografias de Gioconda Belli, poetisa nicaraguense e da política holandesa-somali Ayaan Hirsi Ali, e encontrar na narrativa autobiográfica entrecruzamentos com a modernidade. As narrativas autobiográficas despontam com uma alternativa de situar o sujeito no mundo, um sujeito de certa forma descentrado e que pontua a experiência pessoal como uma alternativa de reconstrução de sua identidade e de reconstruir este mundo. / Por mucho tiempo se consideró a la literatura confesional como un género menor y se la excluyó de los estudios académicos. Sin embargo, en la última década, ocurrió una gran apertura del mercado editorial a estas obras. Esta tesis de maestría busca analizar, bajo la luz de la literatura comparada, las autobiografías de Gioconda Belli, poetisa nicaragüense, y de la política holandesa-somalí Ayaan Hirsi Ali. Asimismo, intenta encontrar en la narrativa autobiográfica un entrecruzamiento con la modernidad. Las narrativas autobiográficas despuntan como una alternativa de situar el sujeto en el mundo, un sujeto sin centro y que puntúa la experiencia personal como una alternativa de reconstrucción de su identidad y reconstrucción del mundo.
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O misturado sertão-mundo e as facetas femininas em Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa / El "mezclado" del desierto del mundo y las facetas femininas en Grande Sertão: veredas, de Guimarães RosaAna Paula Morse Lobo 26 March 2008 (has links)
O Topos e o Utopos perpassam toda a escritura de Guimarães Rosa, que exprime o sentido de nossa contemporaneidade. Mas é em Grande Sertão: Veredas que se materializa uma espécie de "redundância-elíptica". E no tocante ao personagem Diadorim, faz-se atualizada a possibilidade efetiva de um HETEROTOPOS que se materializa na multiplicidade de suas contrastantes características, dentre elas a androgenia que se dialetiza com o METATOPOS na luta pelas encruzilhadas do Ser em pleno Sertão-Mundo. Nesse contexto, sua linguagem torna-se singularmente universal ao subverter o léxico dominante e explorar as possibilidades de uma etnografia de e para além do sertanejo. É nessa outra-ordem, nessa dicotomia deslocada que estruturaremos a subversão teórica do nosso trabalho. O encantamento sofrido pelo leitor cede à impactante e dúbia sedução desta donzela-guerreira, e leva-nos por estas e outras veredas a ocupar o TOPOS, a esta altura absoluto e enfeitiçado / El Topos y el Utopos prepasan toda la escritura de Guimarães Rosa, que exprime el sentido de nuestra contemporaneidad. Pero es en el Grande Sertão: Veredas que se materializa una especie de redundância-epilítica. Y en lo que toca al personaje Diadorim, se hace actualizada la posibilidad efectiva de un HETEROTOPOS que se materializa en la multiplicidad de sus contrastantes características, entre ellas la andrógena que se dialetiza con el METATOPOS en la lucha por los cruces del Ser en pleno Sertão-Mundo. En este contexto, su lenguaje se torna singularmente universal al subvertir el léxico dominante y explorar las posibilidades de una etnografía de y además del sertanejo. Es en esta outra-ordem, en esta dicotomía desubicada que estructuraremos a subversión teórica de nuestro trabajo. El encantamento sufrido por el lector cede a la impactante y dúbia seducción de esta doncella-guerrera y nos lleva por estas y otras veredas a ocupar el TOPOS, a esta altura absoluto y hechizado
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