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Situação de (in)segurança alimentar e nutricional em índios karapotó da aldeia plak-ô em São Sebastião, estado de Alagoas / Food and nutritional security (or Insecurity) in the indigenous population of the Karapotó Plak-ô-village in São Sebastião, State of AlagoasMelo, Maria de Cássia de Oliveira 30 April 2009 (has links)
O trabalho objetiva avaliar a situação de (in)segurança alimentar e nutricional na população indígena Karapotó da aldeia Plak-ô, localizada no município de São Sebastião, estado de Alagoas, Brasil. Discute-se nele aspectos referentes à fome, pobreza, desigualdade social, políticas públicas, direito humano à alimentação, situação de segurança alimentar e nutricional na população brasileira e indígena. Além disso o estudo também apresenta o contexto sobre os índios alagoanos e a etnia Karapotó. O estudo foi observacional com desenho transversal, realizado com todas as 90 famílias da etnia Karapotó residentes na aldeia Plak-ô. Foram analisados dados demográficos, socioeconômicos, de (in)segurança alimentar e nutricional e estado nutricional das crianças menores de 10 anos (n=73). A insegurança alimentar foi avaliada, através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e de entrevistas com integrantes da comunidade. Para classificar o estado nutricional foram utilizados os índices peso para idade (P/I), peso para estatura (P/E) e estatura para idade (E/I), expressos em valores de escore Z. A maioria das famílias possuía um padrão socioeconômico muito baixo, caracterizado por alto percentual de analfabetismo e baixa renda. A prevalência de insegurança alimentar (IA) entre as famílias foi de 90% sendo maior entre aquelas com menores de 18 anos (93%). Famílias sem renda fixa e com mais de quatro membros apresentaram maiores chances de IA. As falas dos Karapotó revelaram que a fome é frequentemente vivenciada. A prevalência de desnutrição entre as crianças foi de 8,2% e de sobrepeso 6,9% para o indicador P/I. Quanto ao P/E as prevalências encontradas foram de 1,4% de desnutrição e 5,5% de sobrepeso, enquanto que para o indicador E/I foi encontrado 12,3% de déficit nutricional. No modelo de regressão linear as variáveis explicativas para o estado nutricional através do índice E/I foram idade da criança, escolaridade da mãe e número de cômodos da casa. A prevalência de desnutrição foi elevada, comparada aos estudos nacionais. O sobrepeso e a obesidade também se apresentaram como problema de saúde pública nas crianças estudadas, acompanhando a mesma tendência da transição nutricional no Brasil e no mundo. Esta situação indica a necessidade urgente de ações direcionadas à garantia dos direitos humanos deste povo por parte do Estado, respeitando suas opiniões, usos, costumes e tradições.
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Consumo alimentar em creches públicas/ filantrópicas de São Paulo-SP / Food consumption at public/ not-for-profit daycare centers, São Paulo-SPLongo-Silva, Giovana [UNIFESP] 31 March 2010 (has links) (PDF)
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Previous issue date: 2010-03-31 / Introdução: A alimentação nos primeiros anos de vida cumpre papel fundamental na manutenção da saúde e formação de hábitos alimentares saudáveis, trazendo consequências importantes a curto e longo prazo. Diversos fatores que caracterizam a sociedade contemporânea têm influenciado no aumento da rede de creches gratuitas nas médias e grandes cidades do país. Estas unidades funcionam por até 12 horas/dia, e de acordo com as diretrizes devem oferecer às crianças 100% das suas necessidades nutricionais diárias. Objetivo: Avaliar o consumo energético e a adequação da dieta de crianças frequentadoras de berçários de oito creches públicas e filantrópicas, no município de São Paulo, SP. Métodos: Estudo transversal descritivo, parte do Projeto Crecheficiente II, vinculado à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). A coleta de dados ocorreu entre agosto e setembro de 2007, nos berçários de oito creches do município de São Paulo, totalizando 16 berçários, que atendem 236 crianças. O consumo alimentar foi avaliado pelo método de pesagem direta durante três dias não-consecutivos. O cálculo nutricional foi realizado utilizando-se o software Diet Win Profissional 2.0® e a adequação foi calculada para energia segundo a Necessidade Energética Estimada (Estimated Energy Requirement – EER, 2002), para proteína, ferro, vitaminas A e C, segundo a Necessidade Média Estimada (Estimated Average Requirement – EAR) do National Research Council (2002) e para cálcio segundo a Ingestão Adequada (Adequate Intake – AI, 1999). Os dados foram duplamente digitados, validados e analisados no programa Epi-Info 2000, versão 3.4.3. Resultados: A média do consumo alimentar nas creches estudadas demonstrou inadequação para os nutrientes analisados, havendo déficit de energia, ferro e cálcio e excesso de proteína, vitaminas A e C. A distribuição dos percentuais de adequação dos macronutrientes mostrou-se inadequada para lipídeos. Conclusões: Os resultados desse estudo permitiram concluir que não foram atendidas as recomendações nutricionais diárias de energia, ferro e cálcio, tendo excedido as recomendações de proteína, vitamina C e vitamina A, refletindo a necessidade de uma avaliação crítica do programa de alimentação de préescolares do município. / Objective: To evaluate the energy intake and diet adequacy among children enrolled at nurseries of public and not-for-profit daycare centers in São Paulo City. Methods: Cross-sectional study aiming at assessing food consumption using the straight weighing method during three non-consecutive days. Nutrition values were achieved using Professional DietWin software. Diet adequacy was calculated using the following parameters: Estimated Energy Requirement – EER for energy; Estimated Average Requirement – EAR for protein, iron, vitamins C and A; Adequate Intake – AI for calcium since there is no EAR for this nutrient. Data were doubled entered, validated and analyzed using Epi Info. Results: Food consumption mean for the eight daycare centers has demonstrated that nutrients analyzed were inadequate for energy with deficits of iron and calcium, and excess of proteins, vitamins A and C. Distribution of adequacy percentuals for macronutrients showed inadequacy for lipids. Conclusion: The results allow the conclusion that the daily nutrition reccomendations for energy, iron and calcium were not attended while for protein , vitamin C and vitamin A reccomendations were exceded which reflects the necessity of critical assessment of São Paulo preschool food program. / TEDE / BV UNIFESP: Teses e dissertações
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Prevalência de hiperuricemia e fatores nutricionais associados: um estudo transversal com nipo-brasileiros do município de Bauru / Prevalence of hyperuricemia and associated nutritional factors: a cross-sectional study nipo-Brazilian city of BauruPoletto, Juliana [UNIFESP] 25 March 2009 (has links) (PDF)
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Previous issue date: 2009-03-25 / O objetivo do presente trabalho foi estimar a prevalência de hiperuricemia em nipo-brasileiros do município de Bauru (São Paulo), bem como verificar a existência de associações dessa doença com fatores nutricionais. MÉTODOS: Foram obtidos dados de 1.330 indivíduos por meio de questionários previamente testados (dados demográficos, histórico de saúde e dietéticos), exames físicos (estado de saúde e pressão arterial) e bioquímicos (ácido úrico, creatinina, glicemia de jejum e 2 horas, colesterol total e frações). Utilizaram-se o teste qui-quadrado e razões de prevalências para avaliar associação entre as variáveis nutricionais e a presença de hiperuricemia. RESULTADOS: A prevalência de hiperuricemia foi de 35,3% e acometeu, principalmente, tabagistas, indivíduos do sexo masculino, aqueles com 55 anos ou mais, com excesso de peso, obesidade central, hipertensão arterial, intolerância à glicose, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, em uso de grupo específico de medicamentos e com creatinina sérica > 1,4 mg/dL. Mediante análise bruta, observaram-se relações entre hiperuricemia e o consumo de calorias totais, lipídeos, gorduras saturadas, álcool, carnes vermelhas, embutidos, leite e derivados, e frutas cítricas. Após o ajuste às variáveis de controle, permaneceram, com significância estatística, as associações entre hiperuricemia e excesso de peso, obesidade central, hipertrigliceridemia e uso de medicamentos. CONCLUSÃO: Encontrou-se elevada prevalência de hiperuricemia entre esses nipo-brasileiros, e que mudanças no perfil nutricional como redução de peso e da gordura corporal podem contribuir para minimizar a ocorrência dessa anormalidade entre esses sujeitos. / This study aimed to estimate the prevalence of hiperuricemia among Japanese-Brazilians living in Bauru city (Sao Paulo) as well to verify the existence of associations between this disease and nutritional factors. METHODS: Data were obtained from 1,330 individuals using previously tested questionnaires (demographic, health history and food intake data), physical examination (health status and blood pressure) and laboratory procedures (uric acid, creatinine, fasting and 2 h glucose, total cholesterol and fractions). Chi-square and prevalence ratios were used to evaluate associations between hyperuricemia and nutritional variables. RESULTS: The prevalence of hyperuricemia was 35.3% and it occurred more frequently among smoker individuals, men subjects, aged . 55 years, with overweight or obesity, central obesity, glucose intolerance, hypercholesterolemia, hypertrigliceridemia, using specific drugs and with creatinine levels >1.4 mg/dL. We found in the crude analysis that hiperuricemia was associated with total calories, total fat, saturated, alcohol, red and processed meats, milk and dairy products, and citric fruits intake. After control variables adjustment remained statistically significant the associations between hyperuricemia and body weight excess, central obesity, hypertrigliceridemia and use of specific drugs. CONCLUSION: High hiperuricemia prevalence rate was found among these Japanese-Brazilians and changes in nutritional profile including weight and body fat reductions may help to minimize the occurrence of this disease in that community. / TEDE / BV UNIFESP: Teses e dissertações
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Simões Lopes Neto Jornalista : uma leitura da coluna Inquéritos em Contrastes, de 1913Lima, Patrícia Lima de January 2016 (has links)
Este trabalho busca recuperar a série de crônicas/reportagens Inquéritos em Contraste, publicada pelo escritor João Simões Lopes Neto em 1913, no jornal A Opinião Pública, de Pelotas, do qual foi redator neste período. Para isso, foram consultados e fotografados os originais das obras, no acervo da Biblioteca Pelotense, que serviram de base para a consulta constante que requereu esta pesquisa. Para que o leitor moderno pudesse compreender as crônicas em seu contexto, foi feita uma rápida reconstituição das circunstâncias econômicas, sociais e urbanas de Pelotas no início do século 20, já que está na cidade a fonte para os temas abordados na série. Também para possibilitar a compreensão e a leitura, foram feitas anotações nos textos, com a decifração de termos e gírias de época e a inclusão de notas informativas sobre pormenores históricos indispensáveis para uma leitura profunda e coerente. Depois de apresentar ao leitor contemporâneo esta faceta de Simões Lopes Neto, o trabalho ensaia uma comparação dos Inquéritos em Contraste com alguns pontos da vasta obra jornalística de João do Rio. / This reaserch aims to introduce the set of chronicles/reports called Inquéritos em Contraste, wrote by João Simões Lopes Neto in 1913, at A Opinião Pública, a newspapper from Pelotas. For this purpose, the original edition kept at the Public Library of Pelotas' collection was consulted and photographed, a material which was used for the entire research. Intending for the modern reader to understand the chronicles within its context, it became necessary to reconstitute the city's economical, social and urban circumstances back in the early 20th century. In order to enable reading and comprehension, notes were taken throughout the work, detailing the meaning of ancient terms and slangs. Informative notes about historical aspects were also included and are crucial for a deeper reading. Further on the research presents a comparison between Inquéritos em Contraste and selected chronicles from the large literary and journalistic work of João do Rio.
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Tradução e validação de conteúdo em português do questionário para avaliação de distúrbios impulsivo-compulsivos na doença de Parkinson - Parkinson's Disease Impulsive-Compulsive Disorders Questionnaire – Current Short (QUIP-CS)Krieger, Débora Mascella January 2016 (has links)
Base teórica: A doença de Parkinson (DP) é a segunda enfermidade neurodegenerativa mais frequente, crescendo proporcionalmente com o aumento da idade. É uma doença de comprometimento motor e não motor. Levodopa e agonistas dopaminérgicos (AD) são usados no tratamento da DP, permitindo um controle ótimo dos sintomas nos primeiros anos. Entretanto, em 5 anos, metade dos pacientes terão complicações motoras e nãomotoras induzidas pelo uso de antiparkinsonianos. Manifestações neuropsiquiátricas são frequentes, entre elas depressão, ansiedade, prejuízos cognitivos, sintomas psicóticos e transtorno de descontrole dos impulsos(DI). O DI é uma condição caracterizada pela falência em resistir a impulsos ou tentação de executar atos. O DI está associado ao uso de antiparkinsonianos, em especial, os agonistas dopaminérgicos A identificação desta condição é primordial para seu tratamento e estudo adequados. Na literatura atual, o questionário padrão-ouro foi validado na língua inglesa (QUIP), não existindo uma validação para língua portuguesa. Objetivo: Traduzir e validar o questionário QUIP-CS, em sua versão curta e aplicável no momento presente da DP, para lingua Portuguesa do Brasil Métodos: A versão curta da QUIP (QUIP-CS) foi traduzida para o Português por tradutor juramentado. Após, esta foi avaliada por 5 especialistas em DP no Brasil, sendo sugeridas pequenas correções. A versão corrigida em português foi retrotraduzida para o inglês por 2 tradutores juramentados nativos na língua original da escala (inglês), que compararam suas versões posteriormente, chegando-se a uma nova versão final neste idioma. Esta foi enviada ao autor da escala original, que concordou com esta versão, ou seja, foram mantidas as propriedades semânticas do instrumento. Após, a versão final em Português foi auto-aplicada em 65 indivíduos com diagnóstico de DP em tratamento no ambulatório especializado no HCPA, sendo que, de forma aleatória, para 30 foi aplicado um questionário de avaliação sobre o grau de dificuldade de compreensão de suas perguntas. Resultados: Em uma escala de 1 a 5 pontos, onde 1 era nenhuma compreensão das perguntas e 5, clara compreensão, a média de entendimento pelos pacientes foi de 4,06 +/- 0,69 DP. Conclusão: A avaliação desta versão foi considerada de fácil compreensão pelos próprios pacientes. O artigo para validação da tradução do conteúdo da versão em Português da QUIP-CS está em fase de revisão para publicação. / Background: Parkinson’s disease (PD) is the second most often neurodegenerative disease and proportionally growing with people aging. PD is a disease with motor and nonmotor clinical features. Levodopa and dopaminergic agonists (DA) are used for PD treatment, allowing an exquisite control of the motor symptoms during the first years. However, in five years, half patients will present motor or non-motor complications induced by cronic use of these medications. Neuropsychiatric symptoms are often, for example, depression, anxiety, cognitive impairment, psychotic symptoms and impulse control disorders (ICD). The ICD is characterized by failure on resisting an impulse or on performing an specific act. Identification of the PD affected patients is crucial for proper management and study of this condition. There is an already validated self-reported questionnaire for this purpose, the Parkinson's Disease Impulsive-Compulsive Disorders Questionnaire (QUIP), without equivalent in portuguese language. Objective: To translate and to validate the Portuguese short version of the gold-standard questionnaire for identifying ICDs PD affected patients, applicable at the current moment of PD Methods: QUIP-CS was first translated to Portuguese by a professional translator. This translated version was shown to 5 PD neurologist specialists. in Brazil, being suggested minor modifications on it. This new Portuguese revised version was back translated to English by two independent native English speakers. They were both asked to compare the version one another and checked for differences. Then, they contacted each other and got a final back translated version. This one was sent for the original author, that approved its new version comparing to his original and validated one, with no loss of it’s original properties. The Portuguese corrected version was applied to 65 patients in a random way at PD’s ambulatory at HCPA. From these, 30 were asked to answer a number that would represent their level of QUIP-CS questions’ comprehension. Results: In a 1 to 5 point scale, being 1 no comprehension and 5, total comprehension, the average was 4,06 +/- 0,69 DP. Conclusion: Our results on Portuguese version of QUIP-CS show that QUIP-CS translated and corrected version was easily understood and easily self-applied. The article is under revision to be submitted for publication.
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Estudo da progressão, das complicações induzidas pela levodopa e do polimorfismo do transportador de dopamina relacionados na doença de ParkinsonMantese, Carlos Eduardo Aliatti January 2018 (has links)
A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum. Atinge 3,3% das pessoas com mais de 64 anos. Com o envelhecimento populacional, sua prevalência deve dobrar. A doença classicamente se caracteriza por degeneração dos neurônios da substantia nigra, afetando principalmente a transmissão dopaminérgica. O tratamento mais eficaz na DP continua sendo a levodopa, um precursor dopaminérgico com excelente resposta motora. Entretanto, à medida que a doença progride, aparece uma série de complicações motoras e não motoras que limitam o tratamento. Para facilitar o reconhecimento destas complicações, foram criados questionários que aumentam a possibilidade de diagnóstico, abordando aspectos motores e não motores. O principal deles é um questionário de 19 itens. Ele consiste em 19 manifestações que o paciente deve assinalar, caso tenha determinado sintoma, e se ele melhora com a próxima dose da medicação. Quando existem pelo menos duas respostas positivas, o questionário tem ótima sensibilidade e especificidade. A Doença de Parkinson tem evolução heterogênea, sendo que uma das causas atribuídas para tal é genética. Tem se estudado muitos genes da rota de dopamina por sua relação íntima com a fisiopatologia e tratamento da doença. O transportador de dopamina (DAT), que realiza a retirada da dopamina da fenda sináptica, desempenha papel fundamental nesta rota. Existe um polimorfismo VNTR com cópias de uma unidade de repetição variando de 3 a 11 com as repetições 9 e 10 sendo os alelos mais comuns. Diversos estudos correlacionaram esse polimorfismo com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade quando há 10 repetições e com a Doença de Parkinson quando há 9 repetições. Seria um candidato ideal para avaliação com relação às complicações do tratamento e progressão. Assim, avaliamos pacientes com Doença de Parkinson longitudinalmente para comparar a progressão da doença com polimorfismo do DAT e verificar as complicações associadas ao tratamento. Inicialmente, realizamos uma revisão sistemática das propriedades clinimétricas dos questionários de wearing off. Esta revisão mostrou que o questionário de 9 itens tem sensibilidade de 0,87-1 e especificidade de 0,1-0,69. Já o questionário de 19 itens tem sensibilidade de 0,81-0,9 e especificidade de 0,63-0,8 com ponto de corte igual a 2 itens positivos. Realizamos a validação deste último para português, com boa estabilidade no teste-reteste com correlação intraclasse de 0,87 (IC 95% 0,69-0,95 p < 0,01) e sensibilidade de 0,97 (IC 95% 0,94-1 p < 0,01) e especificidade de 0,71 (IC 95% 0,56-0,85 p < 0,01). Para progressão, foi demonstrada uma associação de sexo feminino e a presença de alelo com 9 repetições como fatores de risco para progressão mais rápida. A progressão em homens medida pelo UPDRS 3 era menor em 1,277 (IC 95% 2,18-0,38 p < 0,01) e pelo UPDRS total era menor em 1,50 (IC 95% 2,92-0,11 p = 0,031). Com presença de alelo com 9 repetições, a progressão do UPDRS 3 era menor em 1,92 (ICC 95% 0,04-1,01 p = 0,0317), e presente mesmo controlando para sexo. Não houve diferença na escala de discinesias ou questionário wearing off. Assim, os resultados obtidos mostraram que o questionário de 19 itens é uma boa ferramenta diagnóstica, sendo validado para português. Além disso, o polimorfismo DAT está associado à progressão mais rápida da DP com 9 repetições. / Parkinson’s disease (PD) is the second most common neurodegenerative disease. It affects 3.3% of people over 64 years. With population aging, its prevalence should double. The disease is classically characterized by degeneration of substantia nigra neurons, mainly affecting dopaminergic transmission. The most effective treatment for PD continues to be levodopa, a dopaminergic precursor with excellent motor response. However, as the disease progresses, there is a number of motor and non-motor complications that limits the treatment. To facilitate the recognition of these complications, questionnaires were created to increase the possibility of diagnosis, addressing motor and non-motor aspects. The main one is a questionnaire of 19 items. It consists of 19 symptoms that the patients should indicate, if they feel particular symptom, and if they get better with the next dose of medication. When there are at least two positive responses, the questionnaire has optimal sensitivity and specificity. Parkinson’s disease has a heterogeneous evolution, and one of the reasons attributed for that is genetic. Many genes of the dopamine route have been studied for their intimate relationship with the pathophysiology and treatment of the disease. The dopamine transporter, with synaptic cleft reuptake, plays a key role in this route. It has a VNTR polymorphism with copies of a repeating unit ranging from 3 to 11 with repetitions 9 and 10 being the most common alleles. Several studies correlated this polymorphism with Attention Deficit Hyperactivity Disorder with 10 repetition allele and Parkinson’s disease with 9 repetition alleles. It would be an ideal candidate for evaluation regarding treatment complications and progression. Thus, we evaluated patients with Parkinson’s disease longitudinally to compare disease progression with DAT polymorphism and to verify treatment-related complications. Initially we performed a systematic review of the clinimetric properties of the wearing off questionnaires. That showed that the questionnaire of 9 items has sensitivity of 0.87-1 and specificity of 01-0.69. The questionnaire of 19 items has a sensitivity of 0.81-0.9 and a specificity of 0.63-0.8 with a cut-off point of 2 items. We performed the validation of the latter for Portuguese, with good stability in the testretest with intraclass correlation of 0.87 (95% CI 0.69-0.95 p < 0.01) and sensitivity of 0.97 (CI 95% 0.94-1 p < 0.01) and specificity of 0.71 (95% CI 0.56-0.85 p < 0.01). We demonstrated a female association and presence of 9 DAT allele repetition as risk factors for faster progression. The progression in men ofwith UPDRS 3 was lower in 1.277 (95% CI 2.18-0.38 p < 0.01) and total UPDRS was lower in 1.50 (95% CI 2.92-0.11 p = 0.031). With the presence of allele with 9 repetitions the progression of UPDRS 3 was lower in 1.92 (ICC 95% 0.04-1.01 p = 0.0317), and present even correcting sex. There was no difference in the dyskinesia scale or wearing off questionnaire. Thus, the results obtained showed wearing off questionnaire is a good tool for clinical and research, and it is validated to Portuguese. Also, DAT polymorphism is associated with faster PD progression with 9 repetition allele.
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Prevalência de diabetes autorreferido em capitais brasileiras : estimativa a partir do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por inquérito telefônico - VIGITELIser, Betine Pinto Moehlecke January 2012 (has links)
Objetivo: estimar a prevalência de diabetes autorreferido e caracterizar o diagnóstico e o tratamento do diabetes em adultos de capitais brasileiras. Métodos: Analisaram-se questões adicionais de diabetes do Vigitel 2011, provenientes de 54.144 entrevistas telefônicas. Estimativas de prevalência e seus IC 95% levaram em conta os pesos amostrais atribuídos aos indivíduos entrevistados. Resultados: A prevalência de diabetes autorreferido foi de 5,6% (IC 95% 5,2 – 6,0), aumentando com idade e estado nutricional. O diagnóstico ocorreu aos ≥ 35 anos para 88% dos casos, em média 48 anos para homens e 47 anos para mulheres. A quase totalidade (99,9%) dos casos informou ter realizado exame de glicemia; apenas 28% dos que não referiram diagnóstico prévio não haviam realizado o exame. Um percentual pequeno (1,2%) dos casos não realizou glicemia ou o fez há mais de cinco anos e não faz tratamento para diabetes. A prevalência de diabetes autorreferido em tratamento para diabetes foi de 5,1% e em tratamento medicamentoso de 4,4% (3,4% na região Norte e 5,0% na Região Sudeste; 2,5% em Palmas e 5,1% em São Paulo). Entre os que não relataram ter diabetes, a realização de glicemia foi menor nos homens, nos mais jovens, nos de menor escolaridade e naqueles da região Norte. Conclusões: O elevado percentual de realização de glicemia na população apóia o uso do relato de diagnóstico prévio como medida de prevalência de diabetes. As demais questões permitiram caracterizar melhor o diagnóstico e o tratamento do diabetes, trazendo informações úteis para sua vigilância. Incertezas em relação aos possíveis falsos relatos persistem, limitando correções nas estimativas de prevalência de diabetes atualmente utilizadas. Outros estudos são necessários para estimar diretamente os falsos positivos e negativos e com maior precisão informar o número total de casos de diabetes. / Objective: To estimate the prevalence of self-reported diabetes and to describe diagnostic and treatment patterns in adults living in state capitals of Brazil. Methods: Questions about diabetes added in Vigitel 2011 were analyzed from 54,144 telephone interviews. Prevalence estimates are presented as proportions and confidence intervals, taking into account sample weights assigned to each participant. Results: Prevalence of self-reported diabetes was 5.6% (CI 5.2-6.0) with increasing rates according to age and nutritional status. Diagnosis occurred at ≥ 35 years of age in 88% of cases, on average 48 years for men and 47 for women. Almost all (99.9%) cases of diabetes informed having done a previous glucose test; only 28% of the non cases informed not having done a previous test. A small proportion (1.2%) of cases did not perform a glucose test or did so more than five years before the interview. The prevalence of self-reported diabetes based on being under any type of treatment was 5.1%, and under drug treatment, 4.4% (varying from 3.4% on the North Region to 5.0% on the Southeast and from 2.5% in Palmas to 5.1% in São Paulo). Among non cases, blood glucose testing was less frequent in men, in younger adults, in less educated and in those living in the North region. Conclusions: The high percentage of glucose testing strengthens the use of self-reported diabetes as a measure of diabetes prevalence. The additional questions to Vigitel 2011 allowed a better description of the diagnostic and treatment patterns of diabetes for the means in surveillance. Uncertainty remains about possible false reports, thus limiting corrections in current estimates of diabetes prevalence. Further studies need to be done to estimate directly false reports so as to estimate more accurately the total number and characteristics of cases of diabetes.
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Epidemiologia dos acidentes de trânsito: incidência de envolvimento e fatores comportamentais em um estudo de base populacional.Rios, Polianna Alves Andrade 24 April 2015 (has links)
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TESE FINAL. POLIANNA RIOS. 2015.pdf: 10494436 bytes, checksum: b5185b9e0ba2d1619d3733c0a6753dd0 (MD5) / Os acidentes de trânsito (AT) se constituem em um importante problema de saúde pública mundial devido a sua magnitude crescente e ao alto custo humano e material que acarreta a qualquer sociedade. Embora as estatísticas de óbito e internação por AT no Brasil mostrem números alarmantes de vítimas, é consenso que elas revelam parte do problema, pois refletem os casos de maior gravidade que são registrados nos sistemas de informação em saúde. Assim, são escassas as pesquisas epidemiológicas sobre o envolvimento da população em acidentes de trânsito no Brasil, que tenham utilizado dados primários oriundos de base populacional, e inexistem investigações prospectivas que tenham estimado o risco de sofrer AT e seus padrões de ocorrência segundo características diversas das pessoas, incluindo os comportamentos no trânsito. Desse modo, o presente estudo foi concebido com o intuito de contribuir para ampliar o conhecimento sobre o tema. A Tese é composta por três artigos com os seguintes objetivos: Artigo 1 - Estimar a incidência cumulativa de envolvimento autorreferido em AT entre condutores de veículos terrestres a motor e descrever as características desses eventos segundo variáveis sociodemográficas, circunstâncias dos acidentes, lesões produzidas e utilização de serviços de saúde; Artigo 2 - Identificar fatores associados ao envolvimento em AT entre condutores por meio de uma abordagem analítica hierarquizada; Artigo 3 -Estimar a densidade de incidência (DI) geral de envolvimento em AT, autorreferido por condutores de veículos a motor, e DI estrato-específicas segundo características sociodemográficas e comportamentos no trânsito, por meio de abordagem prospectiva.Foi conduzida uma pesquisa longitudinal prospectiva, de base comunitária, que ocorreu entre os anos 2013 e 2014, e incluiu condutores de veículos motorizados terrestres residentes no município de Jequié, Bahia. Na linha de base (LB) do estudo foram recrutados 1.407 participantes por meio de amostragem por conglomerado em único estágio, para a qual foram selecionados 35 setores censitários. Durante a LB foram realizadas entrevistas domiciliares, após obtenção do consentimento informado, com aplicação de formulário estruturado por equipe de entrevistadores treinados, composta por estudantes de graduação da área da saúde de uma universidade pública.Ao fim das entrevistas, a equipe de coleta informou aos participantes sobre a fase de acompanhamento do estudo, na qual foram realizados três contatos telefônicos quadrimestrais para saber se houve envolvimento em AT, perfazendo o período completo do seguimento. A análise dos dados foi feita com estatística descritiva univariada, estimação de medidas epidemiológicas de frequência, medidas de associação e de impacto potencial, e modelo de regressão logística multinível para identificação de fatores associados ao envolvimento em AT enquanto dirigiam veículo (variável desfecho, definida segundo a Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão, com modificações). Para isso,foi elaborado um modelo conceitual hierarquizado composto por quatro blocos de fatores de exposição de acordo com as relações proximais-distais entre estes e o desfecho, estimando-se Odds Ratio (OR) ajustado e Intervalos de Confiança a 95% (IC95%).Estabeleceu-se valor de p≤0,05 como critério de significância estatística. Além disso, o delineamento amostral foi considerando durante a análise. Os dados produzidos na LB compuseram os dois primeiros artigos, enquanto o terceiro utilizoudados da etapa longitudinal. Dos 1.407 condutores entrevistados, 10,6% referiram envolvimento em AT enquanto estavam dirigindo veículo nos 12 meses anteriores à entrevista. A maioria dos envolvidos foi do sexo masculino (72,1%), entre 15 e 29 anos de idade (42,2%) e que estavam conduzindo motocicleta (52,4%). O tipo de acidente mais frequente foi colisão entre automóvel e moto (31,3%). Este último veículo esteve presente em 65,4% das ocorrências. O acidente interrompeu as atividades habituais de 23,8% dos envolvidos e 40,1% sofreram lesão física. Entre os envolvidos em AT, 25,2% foram atendidos em emergências hospitalares e 8,2% foram hospitalizados. Quanto aos fatores associados,observou-se maior chance de envolvimento em AT entre condutores de 15 a 29 anos (OR=3,56; IC95% 1,42-8,94); de cor da pele preta ou parda (OR=1,55; IC95% 1,03-2,33); motociclistas (OR=1,73; IC95% 1,16-2,57); com antecedentes de multa no trânsito (OR=1,77; IC95% 1,05-2,97); que referiram beber e dirigir (OR=1,67; IC95% 1,11-2,51) e usar telefone celular durante a condução (OR=1,66; IC95% 1,11-2,47). Os fatores proximais modificaram as medidas de associação das exposições dos níveis superiores de determinação do modelo hierarquizado, principalmente da associação com a variável sexo. No tocante à etapa prospectiva, no período de um ano, 110 condutores se envolveram em AT enquanto dirigiam veículos. A taxa geral de DI situou-se em 8,4 envolvidos por 100 condutores-ano. As taxas específicas apresentaram diferenças entre categorias de algumas variáveis. O risco de se envolver em AT foi maior entre condutores do sexo masculino, com idade entre 15 e 29 anos, solteiros, sem filhos, que conduziam, mais frequentemente, motocicletas, já tendo sofrido pelo menos um acidente anteriormente e que referiram se engajar em alguns comportamentos de risco, como gostar de velocidades altas ao dirigir e andar em veículo cujo condutor ingeriu bebidas alcoólicas. Os Riscos Atribuíveis Proporcionais variaram de 12,2% a 49,0%, sendo os de maior magnitude aqueles concernentes aos comportamentos sobre velocidade na condução. Os resultados foram, no geral, coerentes com as informações publicadas em literatura científica sobre o tema de estudo, ressalvado as diferentes abordagens metodológicas. As informações obtidas nesse estudo, de base populacional e prospectivamente, indicam um quadro mais preciso e completo sobre a magnitude dos AT e sobre grupos de risco em área urbana, que podem subsidiar políticas públicas e programas de prevenção de causas externas e de promoção da saúde e segurança no trânsito.
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Associação entre níveis pressóricos e o consumo alimentar de uma dieta tipo DASH em indivíduos adultos de Porto AlegreCelestini, Analisa January 2007 (has links)
Fundamento: Recomendações para controle da hipertensão contemplam controle de peso, restrição de sódio e consumo de bebidas alcoólicas, além de adesão à dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension). Objetivo: Avaliar a associação entre consumo de dieta tipo DASH e pressão arterial, na população adulta de Porto Alegre. População e Métodos: Estudo transversal (Síndrome de Obesidade e Fatores de Risco para Obesidade -SOFT), desenvolvido em uma amostra populacional, incluiu 1629 indivíduos com 18 a 90 anos de idade. Entrevistas domiciliares foram feitas por entrevistadores treinados, utilizando-se instrumentos padronizados que incluíam questionário de freqüência alimentar validado na mesma população. Foram aferidos peso e altura, além de pressão arterial (quatro medidas), utilizando-se equipamento automático (OMRON CP705). Estimouse a ingestão diária e foram calculados os grupos alimentares de frutas, vegetais, laticínios dietéticos e grãos integrais, que constituíram o Escore DASH. Análise de variância, regressão linear múltipla e regressão logística foram utilizadas para as análises. Resultados: Cerca de 21% da população ingeriu dieta tipo DASH. Indivíduos no quintil inferior de consumo de frutas apresentaram médias de pressão sistólica (129,4 ±1,1 mmHg) e diastólica (78,2 ±0,7 mmHg) superiores às do quintil mais elevado (125,3 ±1.1 and 76,9 ±0,7 mmHg, respectivamente), o mesmo aplicando-se a laticínios totais e dietéticos e grãos integrais (apenas para pressão sistólica). Escore DASH associou-se inversamente com hipertensão; comparativamente ao quintil superior, participantes situados no primeiro quintil apresentaram risco independente cerca de quatorze vezes maior (OR= 14,4; 95%CI: 1,8- 117,9). Conclusões: População adulta de Porto Alegre consome componentes da dieta DASH, mas apenas um quinto apresentou padrão tipo DASH, confirmando-se os benefícios sobre a pressão arterial em contexto populacional. / Background: Recommendations for the control of hypertension include weight control, the restriction of sodium intake and the consumption of alcoholic beverages, as well as adherence to the Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH). Objective: To evaluate the association between consumption of a DASH-type diet and blood pressure within the adult population of Porto Alegre, Brazil. Population and Methods: A cross-sectional study was conducted in a population-based sampling of 1629 adults between 18 and 90 years old. Interviews were conducted at participants’ homes by certified interviewers, using standardized protocols, including a food frequency questionnaire validated for this population. Weight and height were measured, in addition to blood pressure (four measurements), using a automated validate device (OMRON CP-705). Daily dietary intakes were estimated and categorized into the alimentary groups of fruits, vegetables, dairy products and whole grains that make up the DASH score. Analyses of variance, multiple linear regression, and multivariate logistic regression were undertaken for this study. Results: Approximately 21% of the population consumed a DASH-type diet. Individuals in the lower quintile of fruit consumption had higher systolic (129.4 ±1.1 mmHg) and diastolic means (78.2 ±0.7 mmHg) than those in the higher quintile (125.3 ±1.1 and 76.9 ±0.7 mmHg, respectively), as well as those participants who consumed regular and low-fat dairy products and of whole grains (for systolic pressure only). The DASH score was inversely and independently associated with hypertension; participants situated in the lower category had nearly fourteen times greater risk than those in the higher category (OR= 14.4; 95%CI: 1.8- 117.9). Conclusions: The adult population of Porto Alegre consumed groups of the DASH diet, but only one fifth presented a DASH-type diet. The present findings confirm the benefits of the DASH diet on blood pressure in a non-intervention setting.
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Ingestão alimentar e níveis séricos de ferro em crianças e adolescentes portadores do transtorno de déficit de atenção/hiperatividadeMenegassi, Márcia January 2009 (has links)
Introdução: Diversas pesquisas sobre as causas e os tratamentos para o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) investigam possíveis deficiências de alguns nutrientes (p.ex., ferro, zinco, magnésio, ácidos graxos poliinsaturados), sensibilidade a certos alimentos e aditivos alimentares que possam estar envolvidos com os sintomas do transtorno. A homeostase do ferro no sistema nervoso central é necessária para o funcionamento normal do cérebro e a redução em sua concentração é acompanhada por alterações na condução das fibras corticais, mudanças nos sistemas dopaminérgicos e serotonérgicos, assim como na formação da mielina. Níveis significativamente baixos de ferritina têm sido observados em crianças com TDAH, correlacionado com a severidade dos sintomas do transtorno. Isto deve-se ao papel do ferro como cofactor da tirosina hidroxilase, enzima limitante envolvida na síntese da dopamina, onde sua deficiência pode alterar a densidade do receptor e da atividade da dopamina. Além disso, o benefício da suplementação de ferro na função atencional de crianças e na redução dos sintomas do TDAH tem sido sugerido por muitos autores. Em contrapartida, outros estudos não confirmam o papel da deficiência de ferro na fisiopatologia do transtorno, assim como não recomendam a suplementação de ferro. Objetivo: Investigar as variáveis hematológicas relacionadas à deficiência de ferro e à ingestão alimentar no TDAH. Método: 62 crianças e adolescentes (6-15 anos) foram divididos em três grupos: Grupo 1: 19 (30,6%) pacientes com TDAH em uso de Metilfenidato durante três meses; Grupo 2: 22 (35,5%) pacientes com TDAH sem uso de medicamento; e Grupo 3: 21 (33,9%) sujeitos no grupo controle. Ferro sérico, ferritina, transferrina, hemoglobina, volume corpuscular médio (VCM), amplitude de distribuição dos eritrócitos (RDW), concentração da hemoglobina corpuscular média (CHCM), parâmetros de diagnóstico nutricional - Coeficiente de Índice de Massa Corporal (IMC) e inquérito alimentar foram avaliados. Foram observados o tamanho do efeito e a correlação dos sintomas do transtorno e os níveis de ferro, medido pelos níveis de ferritina sérica. Resultados: Foi encontrada diferença significativa entre os grupos apenas para o RDW (p=0,03). Embora 59% dos pacientes com TDAH do grupo não medicado apresentassem RDW com valor anormal, não observou-se diferença significativa entre os grupos (p=0,13) e, ainda, apenas quatro dos pacientes apresentaram RDW >= 14,5% associado com outras variáveis hematológicas (VCM <= 77 fL e/ou ferritina<= 30 ng/mL), sugestivo com deficiência de ferro. Para todas as outras variáveis hematológicas e inquéritos alimentares não encontramos diferença significativa entre os grupos. Além disso, não observamos nos grupos correlação entre os sintomas do TDAH (medidos pelo SNAP) e níveis de ferritina. Mesmo com limitado tamanho amostral, a magnitude do efeito encontrado para a variável ferritina foi pequena. Conclusões: Marcadores periféricos do estado nutricional de ferro e a ingestão alimentar de ferro não parecem estar modificados em crianças com TDAH, mas mais estudos avaliando os níveis de ferro no cérebro são necessários para compreensão plena do papel do ferro na fisiopatologia do TDAH. / Introduction: Several research about reasons and treatments for Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD) have been investigated possible deficiencies of nutrients (i.e. iron, zinc, magnesium, polyunsaturated fatty acids), sensibility for some foods and food additive which could be involved with the disorder mechanisms, as hyperactivity, concentration and attention. The brain iron homeostasis is required for its normal function, where a decrease in iron concentration is accompanied by changes in the conduct of cortical fibers, changes in serotonergic and dopaminergic systems, as well as the formation of myelin. Significant low levels of ferritin have been observed in children with ADHD, correlating with the severity of the symptoms. This is due the role of iron as a cofactor of tyrosine hydroxylase, limiting enzyme involved in the synthesis of dopamine, whose its deficiency may change the receptor density and the dopamine activity. Moreover, the benefits of iron supplementation on attention function in children and decrease ADHD symptoms have been suggested by many authors. In contrast, other studies do not confirm the role of iron deficiency in the pathophysiology of the disorder, and not recommend the supplementation of iron. Objectives: To investigate the hematologic variables related to iron deficiency and food intake in ADHD. Method: 62 children and adolescent (6-15 years old) were divided into three groups: Group 1: 19 (30.6%) patients with ADHD using methylphenidate for 3 months; Group 2: 22 (35.5%) patients with ADHD who were MPH naïve and Group 3: 21 (33. 9%) control group. Serum iron, ferritin, transferrin, hemoglobin, mean corpuscular volume (MCV), red cell distribution width (RDW), mean corpuscular hemoglobin concentration (MCHC), nutritional diagnostic parameters - Body Mass Index Coefficient (BMI) and food surveys were evaluated. The effect size and the correlation between the disorder symptoms and iron levels (measured by ferritin) were evaluated. Results: A significant difference (p=0.03) among groups was found only for RDW. Although 59% patients were from the ADHD group drug naïve for MPH, we did not found significant differences among groups (p=0.13), and only four patients had the RDW >= 14.5% associated to the other haematological alterations (MCV <= 77 fL and/or ferritin<= 30 ng/mL), suggestive with iron deficiency. For all other hematologic and food surveys variables no significant differences were found among groups. Furthermore, the correlation between the symptoms (measured by SNAP score) and ferritin levels in all groups was not observed. Even with a limited sample size, the magnitude of the effect found for the variable ferritin was small. Conclusions: Peripheral markers of iron status and food intake of iron do not seem to be modified in children with ADHD, but further studies assessing brain iron levels are needed to fully understand the role of iron in ADHD pathophysiology.
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