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Representações sociais da violência contra homossexuais no judiciário: um estudo de caso de crime de ódio homofóbico no Estado do CearáMELO, Miguel Ângelo Silva de 15 March 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-03-15 / Este estudo objetivou, por um lado, analisar a construção social dos crimes de ódio motivados pela homofobia, a partir das argumentações jurídicas e policiais de um caso concreto transitado em julgado; por outro lado, visa analisar como o Judiciário processa os casos de crimes homofóbicos no Estado do Ceará, ou seja, como os estereótipos (estigmas) de gênero e de sexualidade impactam no julgamento de casos de homicídios motivados pela orientação sexual e identidade de gênero da vítima. A metodologia utilizada foi estruturada a partir da análise documental, tendo como procedimento para a construção dos dados, a seleção de trechos dos discursos jurídicos do processo criminal que vitimizou José Roberto Xermundo Carvali, na cidade de Bom Jardim / Ceará. O procedimento do estudo de caso, enquanto estudo exploratório e descritivo, permitiu que se verificasse que tanto a trajetória dos crimes de ódio, quanto peculiaridades da violência homofóbica. A análise das estruturas normativas e empíricas, presentes no processo em estudo, bem como, nos inquéritos policiais criminais, contribuiu para a formulação dos específicos objetos da pesquisa: 1) identificar os posicionamentos e dinâmicas que tentam excluir ou incluir a (i)licitude da acusação de práticas homofóbicas; II – apontar automatismos e condutas heterossexistas no complexo sistema de justiça criminal que dificultam e impedem a criminalização dos crimes letais homofóbicos; III – identificar os motivos da prática jurídica do Ministério Público que desqualificou, no caso em estudo, o crime de homicídio (atentado contra a vida) em crime de latrocínio (atentado contra o patrimônio). Ao longo do estudo investigativo fiz uso de um referencial interacionista simbólico e desconstrutivista, os quais foram capazes de indicar as tensões e as contradições entre as práticas do Ministério Público e da Polícia Judiciária na produção de verdades jurídicas. A articulação teórica entre duas abordagens, à primeira vista antagônicas e/ ou problemáticas, tornou possível que os elementos homofóbicos, dentro de uma crítica à perspectiva normativa, institucionalmente presentes no funcionamento do sistema de justiça criminal, fossem demonstrados. / The purpose of this study was to analyze the social construction of hate crimes motivated by homophobia, based on the legal and police arguments of a concrete case that has become
final; On the other hand, it aims to analyze how the Judiciary processes cases of homophobic crimes in the State of Ceará, that is, how stereotypes (stigmas) of gender and sexuality impact on the prosecution of homicide cases motivated by sexual orientation and gender identity. victim. The methodology used was structured from the documentary analysis, having as a procedure for the construction of the data, the selection of excerpts from the legal discourses of the criminal process that victimized José Roberto Xermundo Carvali, in the city of Bom Jardim / Ceará. The case study procedure, as an exploratory and descriptive study, allowed us to verify that both the trajectory of hate crimes and the peculiarities of homophobic violence. The analysis of the normative and empirical structures present in the process under study, as well as in criminal police investigations, contributed to the formulation of the specific objects of the research: 1) identify the positions and dynamics that try to exclude or include (i) Accusation of homophobic practices; II - to point out heterosexist automatisms and behaviors in the complex criminal justice system that hinder and prevent the criminalization of homophobic lethal crimes; III - identify the reasons for the legal practice of the Public Prosecutor's Office, which in the present case disqualified the crime of murder (attempted murder) in the crime of robbery (attack on property). Throughout the investigative study I made use of a symbolic and deconstructive interactionist reference, which were able to indicate the tensions and contradictions between the practices of the Public Ministry and the Judiciary Police in the production of legal truths. The theoretical articulation between two antagonistic and / or problematic approaches at first glance made it possible for the homophobic elements, within a critique of the normative perspective, to be institutionally present in the functioning of the criminal justice system to be demonstrated.
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Mulheres e câncer de mama = experiência e biografia cindidas / Women and breast cancer : experience and biography disruptionMontagner, Maria Inez 18 August 2018 (has links)
Orientador: Ana Maria Canesqui / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-18T01:36:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2011 / Resumo: A proposta desta tese foi realizar uma pesquisa sobre a experiência de mulheres portadoras de câncer de mama, no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), em Brasília. Utilizando como referencial teórico a experiência com a enfermidade e, como fundamento, o conceito de ruptura biográfica de Michael Bury, buscamos entender as maneiras como elas vivenciam o adoecimento, articulado com as escolhas pessoais e profissionais e suas estratégias sociais. Para tanto, assumimos que essas experiências se expressam em muitas áreas da vida social, refletem e são o reflexo de suas crenças, costumes e valores, bem como de suas relações sócio-familiares. Em síntese, nossa questão central, como essas mulheres portadoras de câncer de mama conseguiram articular a sua condição de adoecimento com as suas atividades profissionais, religiosas e sociais, com suas vidas cotidianas e familiares. Esta pesquisa compõe-se de três momentos. Num primeiro, a observação em sala de espera no HBDF buscando compreender os espaços percorridos por essas mulheres dentro do hospital na procura pela confirmação da enfermidade, no tratamento e na cirurgia, como elas se relacionam com os profissionais da saúde e com as outras mulheres que também fazem parte deste universo. Um segundo, a realização de uma entrevista focada, semi-estruturada, com as mulheres com câncer de mama. Por fim, em um terceiro momento, com base na teoria de Michael Bury, buscamos esboçar as estratégias destas mulheres frente à ruptura biográfica, mantendo o foco principal nas suas experiências com o adoecimento. A metodologia foi a da pesquisa social, dentro de uma perspectiva qualitativa e com os referenciais da sociologia da saúde. Com este trabalho, esperamos contribuir para o entendimento sobre o câncer de mama, em especial, na perspectiva de mulheres que não tem planos de saúde e dependem unicamente do Sistema Único de Saúde, SUS / Abstract: The purpose of this thesis was to conduct a research on experiences of women with breast cancer at the Hospital of Base of the Federal District (HBDF), in Brasilia, Brazil. Using the theoretical framework of the illness experience and founded on the concept of biographical disruption Michael Bury, we seek to understand the ways they experience the illness, combined with the personal and professional choices and their social strategies. To this end, we assume that these experiences are expressed in many areas of social life, reflect and are a reflection of their beliefs, customs and values, as well as their social and family relationships. In summary, our main issue is such as women with breast cancer were able to articulate their condition of sickness with their professional activities, religious and social, with their everyday lives and families. This research is composed in three moments. At first, the observation in the waiting room at HBDF seeking to understand the spaces covered by these women in the hospital in search for confirmation of the disease, treatment and surgery, as they relate to health professionals and with other women also part of this universe. A second, conducting a focused interview, semi-structured, with women with breast cancer. Finally, in a third time, on the theory of Michael Bury, we outline the strategies these women facing the biographical disruption, keeping the focus on their experiences with the illness. The methodology was that of social research within a qualitative perspective and with the reference of the sociology of health. With this work, we hope to contribute to the understanding of breast cancer, especially in the perspective of women who have no health insurance and depend solely on the Health System, SUS / Doutorado / Saude Coletiva / Doutor em Saude Coletiva
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Em meio ao lixo, a riscos e estigmas: Construindo um lugar chamado Parque Santa CruzAMARAL, Arthur Pires 28 March 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-03-28 / Esta dissertação de mestrado foi estruturada ao longo de seis partes: uma introdução, quatro capítulos e as considerações finais. Inicialmente, eu delimito o meu objeto etnográfico: o Parque Santa Cruz, bairro da região sudeste de Goiânia-GO, que era um lixão da cidade antes de ser ocupado (capítulo 1). Depois, o difícil processo de transformação desse ambiente inicial em um lugar de moradia será aqui apresentado (capítulo 2). No capítulo 3, eu destaco as diferentes vozes responsáveis por perceber e, sobretudo, definir a habitação naquele lugar: o bairro é ou não uma área de risco ? Discutir essa questão é, ao mesmo tempo, revelar os múltiplos sentidos contidos na noção de risco. No capítulo 4, a descoberta pessoal de uma população estigmatizada tanto pelo alto índice de homicídios no bairro, ligados ao tráfico de drogas, quanto pelo passado do Parque Santa Cruz ( lixão e invasão ) será problematizada. Por fim, eu analiso como o imaginário social construído acerca do lugar, e as maneiras como os entrevistados manipulam a sua identidade deteriorada , tiveram efeitos sobre a minha própria percepção de risco.
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Violência conjugal contra a mulher na perspectiva dos homens encarcerados por essa prática no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia-GO / Conjugal violence against women from the perspective of men imprisoned by this practice in the Prison Complex of Aparecida de Goiânia-GOSousa, Gaspar Alexandre Machado de 31 October 2017 (has links)
Submitted by JÚLIO HEBER SILVA (julioheber@yahoo.com.br) on 2017-11-28T19:02:01Z
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license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Rejected by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com), reason: Fiquei com uma dúvida com relação ao TECA, pois não tem assinatura do orientador . on 2017-11-29T10:43:23Z (GMT) / Submitted by JÚLIO HEBER SILVA (julioheber@yahoo.com.br) on 2017-12-04T16:41:17Z
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Previous issue date: 2017-10-31 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG / This thesis deals with conjugal violence against women from the perspective of men
imprisoned by this practice in the Prison Complex of Aparecida de Goiânia-GO. It is a
study characterized as a qualitative approach, whose central question is to understand
whether the imprisonment by the Maria da Penha Law influences the way in which
men signify conjugal violence against women. In order to answer this question, a
bibliographical survey was first made based on the theoretical framework chosen for
the conceptualization of "gender", "power", "masculinity", "violence" and "stigma".
Subsequently, semi-structured interviews were carried out with thirty men imprisoned
in the said Prison Complex for the practice of conjugal violence against women. The
files and records of the criminal proceedings to which the interviewees respond were
also examined. After the interviews, there was a categorization of the subjects'
speeches, which subsidized the analysis undertaken in the thesis. Based on this
categorization, which was based on the sociological concepts worked, the following
nuclei of interest were defined: a) marital relationship; b) conjugal violence; c) Maria
da Penha Law, prison and prospects for the future. For the analysis of the interviewees'
speeches, the discourse analysis technique was used. It was concluded that the
imprisonment under the Maria da Penha Law does not influence the way in which men
signify conjugal violence against women. On the contrary, in seeking criminalization as
an end in itself, current legislation does not bring about change, it only breeds the
reproduction of traditional ideals, reinforcing the convictions that led men to practice
violent behavior. Obviously, it is not disputed that the safety of women in situations of
violence is fundamental, so that all aggression must be stopped and its perpetrator
blamed. However, this is not simply to restrict the complexity of violent conjugal
interactions to the criminal dimension. It is urgent, therefore, to broaden the
discussions on the best ways to overcome domestic and family violence against
women, beyond the penal system. / A presente tese tem como tema a violência conjugal contra a mulher na perspectiva
dos homens encarcerados por essa prática no Complexo Prisional de Aparecida de
Goiânia-GO. Trata-se de estudo caracterizado como de abordagem qualitativa, cuja
questão central é compreender se o encarceramento pela Lei Maria da Penha
influencia o modo pelo qual os homens significam a violência conjugal contra a mulher.
No intuito de responder a essa questão, primeiramente realizou-se um levantamento
bibliográfico a partir do referencial teórico eleito, para a conceituação de “gênero”,
“poder”, “masculinidade”, “violência” e “estigma”. Posteriormente foram feitas
entrevistas semiestruturadas junto a trinta homens encarcerados no referido
Complexo Prisional pela prática de violência conjugal contra a mulher. Também foram
examinados os prontuários e os autos dos procedimentos criminais a que respondem
os entrevistados. Realizadas as entrevistas, houve a categorização das falas dos
sujeitos da pesquisa, que subsidiou a análise empreendida na tese. A partir dessa
categorização, que tomou por base os conceitos sociológicos trabalhados, foram
definidos os seguintes núcleos de interesse: a) relacionamento conjugal; b) violência
conjugal; c) Lei Maria da Penha, prisão e perspectivas de futuro. Para a análise das
falas dos entrevistados, utilizou-se a técnica da análise do discurso. Concluiu-se que
o encarceramento pela Lei Maria da Penha não influencia o modo pelo qual os homens
significam a violência conjugal contra a mulher. Ao contrário, ao buscar a
criminalização como um fim em si mesmo, a legislação atual não propicia mudanças,
apenas gera a reprodução dos ideais tradicionais, reforçando as convicções que
levaram os homens a praticar a conduta violenta. Obviamente, não se discute que a
segurança da mulher em situação de violência é fundamental, de modo que toda a
agressão deve ser sustada e seu autor responsabilizado. Todavia, isso não significa
simplesmente restringir toda a complexidade das interações conjugais violentas à
dimensão criminal. Urge, portanto, que se ampliem as discussões acerca das
melhores formas de superação da violência doméstica e familiar contra a mulher, para
além do sistema penal.
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Poder, memória e estigmas: pontes entre Ceres e Rialma / Power, memory and stigmas: bridges between Ceres and RialmaCosta, Lucas Felício 24 February 2016 (has links)
Submitted by Cláudia Bueno (claudiamoura18@gmail.com) on 2016-08-17T18:49:35Z
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Previous issue date: 2016-02-24 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / In this workit is proposed an approach between the forms of Power and Stigma
as actions which engender socioeconomic and spatial differences. The cities of
Ceres (National Agricultural Colony of Goiás) and Rialma (Barranca) were
takenas objects of investigation. They are two municipalities in the state of
Goiás, located in the Valley of Saint Patrick, at the banks of the River of Souls.
Considered as “sisters”, these cities are separated by a geographic limit, a river,
but they are also connected by stories, memories and a bridge. The two cities
were founded on the same occasion, but their trajectories reveal, today,large
differences established by an unequal and predatory relationship, based, since
the beginning, on the construction of stigmas. To develop a possible reading of
the historical, political and social condition, related to the formation of Ceres and
Rialma, it is indicated a dialogue between the works of Michel Foucault (1992,
2008, 2012, 2013), based on the concepts of Power, Domain, Discipline and
Torture, and the works of Walter Benjamin (1987, 1994, 2011), taking as
reference the notion of History, Allegory, and Ruin. The historical groundwork of
this dissertation was structured based on the analysis of official, literary and
iconographic documents,and also based on interviews realized with residents of
the cities of Ceres and Rialma. As a methodological proposal of evaluation of
the process of territorial stigmatization, two procedures of reading of the
territories of analysis were realized. These procedures refer to Certeaus’s
(1994) concepts: the research in the condition of Flaneur, who walks and
experiences the daily life of the cities, and as a Voyeur that uses several
indicators – social, census, demographic, economicand cultural for analysisof
Ceres and Rialma condition. The confrontation with the data obtained from the
statements recorded in the field research, with the pioneers and the young
people from the cities, enabled us to identify how the stigma of “Barranca” and
other multiple forms of domination and subordination are present in the
correlations between them as a strategic action of power. Therefore, we
obtained as final considerations of this research that the production of social
inequalities between the two cities comes from a historical function which feeds
back and supports the maintenance of the status quo. / Neste trabalho propõe-se uma aproximação entre as formas de Poder e
Estigma como ações que engendram diferenças socioeconômicas e espaciais.
Tem-se por objeto de investigação as cidades de Ceres (Colônia Agrícola
Nacional de Goiás) e Rialma (Barranca), dois municípios do Estado de Goiás
localizados na região do Vale de São Patrício, às margens do Rio das Almas.
Estas cidades “irmãs” são separadas por um limite geográfico, um rio, mas
conectadas por histórias, memórias e uma ponte. As duas cidades foram
fundadas na mesma ocasião, mas suas trajetórias revelam, hoje, grandes
diferenças estabelecidas por uma relação desigual e predatória, calcada desde
o início na construção de estigmas. Para desenvolver uma leitura possível da
condição histórica e político-social referente à formação de Ceres e Rialma,
indica-se uma interlocução entre as obras de Michel Foucault (1992, 2008,
2012, 2013) a partir dos conceitos de Poder, Domínio, Disciplina e Suplício e as
obras de Walter Benjamin (1987, 1994, 2011) tomando-se por referência a
noção de História, Alegoria e Ruína. A base histórica desta dissertação foi
estruturada na análise de documentos oficiais, literários e iconográficos além
de entrevistas realizadas com moradores de Ceres e Rialma. Como proposta
metodológica de avaliação do processo de estigmatização territorial, foram
realizados dois procedimentos de leitura dos territórios de análise que remetem
aos conceitos de Certeau (1994): a pesquisa na condição de Flaneur que
percorre e vivencia o cotidiano das cidades e como Voyeur que se utiliza de
diversos indicadores – sociais, censitários, demográficos, econômicos e
culturais para análise da condição de Ceres e Rialma. O confrontamento dos
dados obtidos com os depoimentos registrados em pesquisa de campo com
pioneiros e jovens das cidades possibilitou identificar como o estigma da
“Barranca” e outras múltiplas formas de dominação e subordinação se fazem
presentes nas correlações entre essas cidades como uma ação estratégica de
poder. Neste sentido, obtivemos como considerações finais desta pesquisa que
a produção das desigualdades sociais entre as duas cidades parte de uma
função histórica retroalimentadora que sustenta a manutenção do status-quo.
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O pobre na literatura: anÃlise sociolÃgica da obra O CortiÃo / The poverty in literature: analyses of the " O CortiÃo".Ryanne Freire Monteiro Bahia 31 January 2012 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / O objetivo geral desse trabalho à produzir uma leitura possÃvel sobre a representaÃÃo do pobre por meio do romance O CortiÃo, de AluÃsio Azevedo. Questiona-se: De que forma o pobre surge sob a perspectiva Aluisiana? Que construtos simbÃlicos ela define e fortalece? O primeiro capÃtulo apresenta de forma sucinta a filiaÃÃo intelectual de AluÃsio Azevedo: o naturalismo, assim como descreve o campo de estudos. No capÃtulo dois, encontra-se a fundamentaÃÃo teÃrica acerca dos eixos analÃticos que sustentam a discussÃo, a saber: representaÃÃo social, sociologia da literatura e pobreza. O terceiro capÃtulo marca o inÃcio da anÃlise de dados propriamente dita. Nesta, a pobreza à exposta atravÃs dos conceitos de estigma social de Erving Goffman e de distinÃÃo social de Bourdieu, amparados nos estudos de Sevcenko. O quarto capÃtulo trata da antinomia entre disciplina para o trabalho e vadiagem, recaindo na associaÃÃo imediata entre classes pobres e classes perigosas. No capÃtulo cinco, sÃo apresentadas as teorias raciais do sÃculo XIX e sua influÃncia direta da escrita da obra O CortiÃo. à guisa de uma conclusÃo, à possÃvel afirmar que o pobre à representado por ,pelo menos, duas correntes interpretativas : a de vÃtima da estrutura social, e a de sujeito responsÃvel por seu estado de penÃria. A pobreza à um estigma que representa uma forma de violÃncia simbÃlica. Na contemporaneidade, pobre à aquele que necessita de auxÃlio, seja por intermÃdio do poder pÃblico, seja pela da caridade civil. Pensadores como Serge Paugam e Georg Simmel compreendem a pobreza pelo viÃs da tutela, do assistencialismo. O presente estudo problematiza a pobreza na perspectiva de Anthony Giddens, como algo dotado de um valor subjetivo, o qual nÃo pode ser mensurado unicamente por meio das estatÃsticas da pobreza, mas pela percepÃÃo dos prÃprios atores sociais. De forma especÃfica, buscaremos expor discursos, as ditas âproduÃÃes de verdadeâ, sobre a pobreza, percebendo com isso as metamorfoses conceituais atinentes ao sentido da pobreza; bem como o pobre deixou de representar uma conexÃo com o divino, atravÃs da economia de salvaÃÃo na Idade MÃdia para transformar-se no estorvo, obstÃculo da modernizaÃÃo. A pobreza à um problema complexo, possuindo raÃzes histÃricas, polÃticas e econÃmicas. Com esse texto, procuramos incitar uma reflexÃo sobre o pobre, sujeito social e sua teia de significaÃÃes, as quais ele està vinculado por sua simples condiÃÃo. A concepÃÃo literÃria adotada na anÃlise neste trabalho à a perspectiva mediadora, a qual seria um meio termo entre a visÃo materialista e a estÃtica ou idealista. Ela admite a criatividade do autor, a inventividade, mas permeada por idÃias, sentimentos e questÃes relativas a um contexto de produÃÃo que à social e histÃrico.
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A experiência de conviver com HIV/Aids na velhice / The experience of living with HIV/AIDS in old ageWilson Aparecido Silva 07 April 2009 (has links)
Embora a velhice seja uma realidade biológica, os significados que lhe são atribuídos são construções sociais e históricas e se constitui em categoria de análise complexa e heterogênea. O aumento de casos de HIV/Aids entre pessoas acima de 60 anos e adultos tem sido reportado por pesquisadores e tido ampla repercussão na mídia, pois os dados mostram o aumento de casos proporcionais de HIV/Aids entre idosos e adultos comparado as outras faixas de idade. Entre as razões para esse aumento figuram a maior oferta de fármacos contra disfunção erétil, o baixo uso de preservativos nessa geração e o atraso no diagnóstico. A velhice é cercada por uma série de preconceitos e estereótipos (ageism) em razão da idade ou geração e o HIV/Aids nessa fase da vida gera perplexidade, pois rompe com o estereótipo da velhice como uma fase marcada pela assexualidade, recolhimento e passividade. O objetivo deste trabalho foi o de apresentar experiências de pessoas acima de 60 anos convivendo com HIV/Aids em uma cidade histórica de Minas Gerais, colocando em cena dois aspectos pouco estudados, que iluminam duas dinâmicas importantes da epidemia: a interiorização e o aumento dos casos em pessoas nessa faixa etária. A pesquisa foi realizada principalmente a partir de entrevistas com mulheres e homens, acima de 60 anos que eram acompanhados no Centro de Testagem e Aconselhamento em DST/aids (CTA) e com diagnóstico sorológico positivo para o HIV/aids. Participaram da pesquisa três mulheres e um homem, com idades variando entre 60 e 76 anos, com pouca escolaridade, renda e com um tempo de diagnóstico variando de 5 a 9 anos. As entrevistas foram gravadas e transcritas e os conteúdos foram submetidos à análise de conteúdo. A análise dos resultados mostra diferentes estratégias adotadas para o enfrentamento da questão do viver com HIV/Aids, sendo a principal delas a tática do silêncio, do segredo e da ocultação da condição de pessoa convivendo com HIV/Aids, como forma de evitar ainda mais as situações de estigma e discriminação que ocorrem de maneira mais evidente nas relações familiares e na vida cotidiana por meio de diversos constrangimentos. Um aspecto específico do conviver com HIV/Aids nessa fase da vida é o agravamento da diminuição gradual da rede de relações sociais freqüente entre os idosos. Este trabalho mostra que as dimensões sociais de vulnerabilidade, especialmente a pobreza, as desigualdades de gênero, o estigma e a discriminação marcam a experiência de conviver com HIV/Aids na velhice. A superação de tais dimensões constitui-se em processo histórico de transformações amplas nas estruturas sociais, políticas e econômicas, nas relações sociais de gênero e na desconstrução de preconceitos e estigmas. / Although old age is a biological reality, the meanings ascribed to it are social and historical constructions and constitute a complex and heterogeneous analysis category. Increase in HIV/AIDS cases among people over 60 years old and adults has been reported by researchers, gaining wide repercussion in media, since data show a proportional increase in HIV/AIDS cases among elders and adults compared to other age brackets. Amongst the reasons for such increase are: a greater supply of medicines for erectile dysfunction, low use of condoms in such generation, and delayed diagnosis. Old age is surrounded by a number of prejudices and stereotypes (ageism) because of age or generation and HIV/AIDS in such period of life causes perplexity, since it breaks with the stereotype of old age as a period characterized by asexuality, withdrawal, and passiveness. The purpose of this project was to present experiences of people over 60 years old who live with HIV/AIDS in a historical city in Minas Gerais, drawing the attention to two aspects that have little investigation, lighting up two important dynamics of epidemic: internalization and increase in cases of people in such age bracket. The research has been carried out mainly from interviews with women and men over 60 years old who were followed up at DST/AIDS Testing and Counseling Center (CTA) and had HIV/AIDS-positive serological diagnosis. Three women and one man aged between 60 and 76 years old, with little education, income, and diagnosis time varying from 5 to 9 years have participated in the research. The interviews have been recorded and transcribed, and the contents have been submitted to analysis. The analysis of the results shows different strategies used for confrontation of the matter of living with HIV/AIDS, and the main one is the tactic of silence, secrecy and concealment of the condition of persons living with HIV/AIDS as a way to avoid even more stigma and discrimination situations that occur more evidently in family relationships and daily life through several constraints. A specific aspect of living with HIV/AIDS in such period of life is the aggravation of social relationships network fading, often among elders. This project demonstrates that the social dimensions of vulnerability, especially poverty, gender inequalities, stigma and discrimination define the experience of living with HIV/AIDS in old age. Overcoming these dimensions is a historical process of wide transformations in social, political, and economic structures, in gender social relationships, and in the deconstruction of prejudices and stigmas.
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Estereótipos e crenças relacionadas à esquizofrenia: um levantamento comparativo entre profissionais de saúde mental e a população geral do Brasil / Stereotypes and beliefs related to schizophrenia: A comparative study between mental health professionals and the general population of BrazilAlexandre Andrade Loch 27 November 2013 (has links)
O presente estudo avaliou o estigma relacionado à esquizofrenia em duas amostras no Brasil: uma amostra de psiquiatras que estavam frequentando o XXVII Congresso Brasileiro de Psiquiatria, e uma amostra representativa da população geral do Brasil. Os objetivos do estudo foram: (1) avaliar o estigma da esquizofrenia na população geral e nos psiquiatras brasileiros; (2) analisar quais variáveis correlacionam-se com as medidas de estigma da esquizofrenia estudadas; (3) analisar se as amostras se comportam de maneira homogênea ou se há perfis diferentes de crenças estigmatizantes; (4) comparar psiquiatras e população brasileira com relação as suas crenças relacionadas à esquizofrenia. Com relação à amostra de psiquiatras, 1414 psiquiatras foram recrutados durante o XXVII congresso Brasileiro de Psiquiatria, realizado em São Paulo em 2009. Para a amostra de população geral, 2001 indivíduos representativos da população do Brasil foram escolhidos pelos métodos probabilístico e semi-probabilistico. Um instrumento avaliando quatro dimensões de estigma foi aplicado: atribuição de estereótipos, desejo por distância social, restrições a direitos civis e preconceito percebido. Para os psiquiatras, este instrumento foi aplicado face-a-face; antes da aplicação do instrumento foi dito que deviam responder ao mesmo pensando em uma pessoa com esquizofrenia. Para a população geral, o mesmo instrumento foi aplicado através de entrevistas telefônicas. Para a população, antes da aplicação do instrumento cinco diferentes vinhetas foram lidas. Quatro vinhetas descreviam casos clínicos de acordo com o DSM-IV (depressão, esquizofrenia, dependência de álcool, dependência de substâncias), e uma vinheta agia como controle (\"indivíduo estressado\"). Após a leitura da vinheta pedia-se que o participante opinasse se ela se tratava de um caso de distúrbio psiquiátrico, e se sim, qual. Para a amostra final da população geral, apenas os indivíduos designados para a vinheta de esquizofrenia (n=1015) foram escolhidos. Como resultado tivemos que tanto a população geral quanto os psiquiatras apresentam em média um grande preconceito contra pessoas com esquizofrenia. Observamos que para os psiquiatras três perfis de estigma estiveram presentes: benevolentes, imparciais e discriminadores. O perfil \"discriminadores\" foi o que conteve mais indivíduos. Para a população geral, quatro perfis de estigma foram observados: benevolentes, imparciais, rotuladores e discriminadores. O perfil \"discriminadores\" novamente foi o que conteve mais indivíduos. Comparando-se as duas populações, viu-se que o estigma variou de acordo com o conhecimento: a população geral que não identificou a vinheta como esquizofrenia apresentou o menor estigma, seguida pelos que reconheceram ser uma doença psiquiátrica, e pelos que identificaram tratar-se de um caso de esquizofrenia. Os psiquiatras, por sua vez, foram os que pontuaram mais alto nas escalas de estigma. Assim, nosso estudo mostra que o estigma atrelado aos indivíduos com esquizofrenia é alto no Brasil. Além disso, os psiquiatras foram os que mais apresentaram crenças estigmatizantes, quando comparados com a população geral. Desta forma, fazem-se necessárias medidas de combate ao preconceito de pessoas com esquizofrenia. Tais medidas devem atingir principalmente os profissionais de saúde mental, como os psiquiatras, já que esta classe profissional é formadora de opinião em assuntos de saúde mental / The present study evaluated the stigma related to schizophrenia in Brazil in two samples: a sample of psychiatrists who were attending the XXVII Brazilian Congress of Psychiatry, and a representative sample of the general population of Brazil. The study objectives were: (1) to assess the stigma of schizophrenia in the general population in Brazil and in Brazilian psychiatrists; (2) to analyze which variables are correlated with the four measures of stigma of schizophrenia studied; (3) whether the samples behave homogeneously or if there are different profiles of prejudiced beliefs; (4) to compare psychiatrists and general population regarding their prejudiced beliefs related to schizophrenia. With regard to the sample of psychiatrists, 1414 psychiatrists were recruited during the XXVII Brazilian Congress of Psychiatry, held in São Paulo in 2009. For the general population sample, 2001 individuals representative of the general population of Brazil were chosen by probabilistic and semi-probabilistic methods. An instrument assessing four dimensions of stigma was applied: stereotypes assignment, desire for social distance, restrictions on civil rights and perceived prejudice. For psychiatrists, this instrument was used face-to-face; before the application of the instrument psychiatrists were told that they should answer it regarding a person with schizophrenia. For the general population, the same instrument was administered via telephone interviews. For the population, prior to the application of the instrument 5 different vignettes were read. Four vignettes described clinical cases according to DSM-IV (depression, schizophrenia, alcohol dependence, substance dependence), and a vignette acted as control (\"stressed individual\"). After reading the vignette, participants were asked if the vignette was a case of psychiatric disorder, and if so, which. For the final sample of the general population, only individuals assigned to the schizophrenia vignette were chosen (n=1015). Regarding the results, both general population and psychiatrists had on average a great level of prejudice against people with schizophrenia. We have noted that for psychiatrists three profiles of stigma were present: benevolent, impartial and discriminators. The profile \"discriminators\" was the one which contained most individuals. For the general population, four profiles of stigma were observed: benevolent, impartial, labelers and discriminators. The profile \"discriminators\" again was the one that contained most individuals. Comparing the two populations, it was seen that stigma varied according to knowledge: the general population who did not identify the vignette as a case of psychiatric disorder had the lowest stigma, followed by those who recognized the vignette as a psychiatric illness, followed by those who identified the vignette as a schizophrenia case. Psychiatrists, in turn, were those who on average scored higher on the stigma scales. Our study shows that the level of stigma linked to individuals with schizophrenia is high in Brazil. In addition, psychiatrists had the most stigmatizing beliefs when compared with the general population. Thus, it becomes necessary to combat prejudice towards people with schizophrenia. Such measures should affect mainly the mental health professional, such as psychiatrists, since this professional class usually acts as opinion leaders and role models for the society
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Através do estigma e o que se encontrou por lá: um estudo psicossocial sobre identidade, metamorfose e violência / Through the stigma and what was found there: a psychosocial study of identity, metamorphosis and violenceNicole Nöthen de Oliveira 25 April 2014 (has links)
A presente investigação teve por objetivo estudar a história de vida de uma família em um bairro (localizado em uma cidade do Vale do Paraíba-SP) estigmatizado pela violência. Buscou-se, com este estudo de caso, a melhor compreensão da maneira como a violência opera neste lugar e quais as consequências disso para as identidades de seus moradores no caso, os membros da família entrevistada. O método utilizado para a coleta de dados foi o percurso comentado / itinerário, o qual consiste em caminhadas com os sujeitos da pesquisa pelos lugares onde vivem, enquanto relatam sua história de vida nestes lugares. A postura adotada para a realização dos procedimentos de coleta inspirou-se na abordagem etnográfica, atentando-se pra as peculiaridades de uma etnografia contemporânea. Para a apresentação dos dados foi escolhida a forma de narrativas de personagens, fazendo-se um paralelo com a história de Lewis Carroll Alice no país do espelho (ou Alice através do espelho e o que ela encontrou por lá), e cotejando-se com observações da pesquisadora. A análise dos dados teve inspiração na análise literária e na escrita etnográfica, ou seja, articulando os momentos de estar lá (no campo da pesquisa) e de estar aqui (de volta à universidade), e buscando a interpretação das narrativas à luz de teorias que versem sobre os temas emergidos das falas. A partir dos relatos e da articulação teórica oferecida neste trabalho, buscou-se visualizar de forma mais clara o possível caminho através do qual emerge o que se chamou de violência no território estudado. Para isso, o trabalho apoiou-se em teorias psicossociais e dramatúrgicas da identidade, tais como a do interacionismo simbólico, focalizando o processo de estigmatização, tal como entendido por Goffman. E para o melhor entendimento da dinâmica social atuante no território em questão, buscaram-se subsídios em teorias provindas da psicologia socioambiental, em particular, a contribuição dos estudos urbanos, e, ainda, em teorias que versam sobre a marginalidade social, tais como a obra de Quijano. A título de conclusão, poder-se-ia entender que a questão da violência não pode ser atribuída somente a características individuais, nem apenas à sociedade em que o indivíduo se encontra inserido. Espera-se ter evidenciado, através das discussões, que a problemática existente no território estudado a questão da violência pode ser identificada como resultado ou até como um elemento intrínseco a determinadas interações humanas e estruturas sociais (estereotipadas, hierarquizadas e subjugadoras, gerando, assim elementos marginais); e que a sua maior contraposição é representada pela possibilidade de metamorfose (nos âmbitos individual e coletivo, constituindo aquilo que é propriamente humano) e pela participação verdadeiramente ética e política, de atores sociais capazes de serem protagonistas não somente de suas próprias histórias mas também do contexto que os rodeia / This research aimed to study the life history of a family in a neighborhood (a city located in Vale do Paraíba-SP) stigmatized by violence. We sought, with this case study, a better understanding of how violence operates in this place and which are the consequences for the identities of its residents - in this case, the family members interviewed. The method used for data collection was the route commented / itinerary, which consists of walking with the subjects in the places where they live, while reporting his story of life in these places. The posture adopted for carrying out the procedures of collection was inspired by the ethnographic approach, considering the peculiarities of a contemporary ethnography. For the presentation of the data, we chose the form of narratives of characters, making a parallel with the story of Lewis Carroll - \"Through the Looking-Glass and What Alice Found There\"), and interpolating with observations of the researcher. Data analysis took inspiration in literary analysis and ethnographic writing, ie, articulating the moments of \"being there\" (in the research field) and \"being here\" (back to the university), and sought the interpretation of the narratives under the light of theories that deal with the themes emerged from the speeches. Based on the narratives and on the theoretical articulation offered in this work, we attempted to visualize more clearly the possible path through which emerges what is called \"violence\" in the studied territory. For this, the work was based on psychosocial and dramaturgical theories of identity, such as the symbolic interactionism, focusing on the process of stigmatization, as understood by Goffman. And for the better understanding of the social dynamics acting in the territory in question, we sought grants in theories of environmental psychology, in particular, the contribution of urban studies, and also in theories that deal with the social marginality, such as the work of Quijano. In conclusion, it would be possible to understand that the issue of violence can not be attributed only to individual characteristics, nor only to the society in which the individual is inserted. We expect to have demonstrated, through the discussions, that the existing problematics in the study area - the issue of violence - can be identified as a result or even as an intrinsic element to certain human interactions and social structures (stereotyped, hierarchical and dominator, generating, this way, marginal elements); and that his greatest contraposition is represented by the possibility of metamorphosis (at the individual and collective levels, constituting what is properly human) and by the truly ethical and political participation of social actors, capable of being not only the protagonists of their own stories but also of the context that surrounds them
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Estigmatização de pessoas que vivem com HIV/aids e sua relação com suporte social e qualidade de vida / Stigmatizing people living with HIV / AIDS and its relationship with social support and quality of lifeJuliano de Souza Caliari 19 December 2016 (has links)
Introdução: A aids é uma patologia clínica incurável que marca as pessoas por rótulos discriminantes e preconceituosos. Objetivo: Analisar a estigmatização de pessoas que vivem com HIV/ aids e sua relação com o suporte social recebido e com a qualidade de vida. Métodos: Estudo transversal, quantitativo, realizado em um Serviço de Assistência Especializado no atendimento de pessoas que vivem com HIV/aids no Estado de Minas Gerais. Participaram do estudo 258 usuários do serviço que atenderam aos critérios de inclusão, idade igual e superior a 18 anos e estar em uso da terapia antirretroviral, há pelo menos seis meses; e excluídos os indivíduos em situações de confinamento e institucionalizados. A coleta aconteceu por meio de entrevista individual e consulta em prontuário médico, utilizou-se questionário sociodemográfico e de saúde, Escala de Estigmatização, Escala de Suporte Social e Questionário HAT-Qol. Os dados foram organizados em planilhas do Microsoft Office Excel® 2010 e processados no IBM® SPSS 23.0. Para a caracterização do perfil dos participantes, utilizou-se a estatística descritiva. Utilizou- se os testes Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para comparar as variáveis e as escalas. Para a análise da influência conjunta das variáveis sobre a estigmatização, utilizou-se o programa R versão 3.1.2 através da biblioteca GAMLSS. Resultados: Do total destaca-se: sexo masculino (56,2%), faixa etária de 40 a 49 anos (36,0%), um a cinco anos de escolaridade (44,2%); solteiros (45,7%); recebiam até um salário mínimo (63,2%); 61,2% residiam em casa própria e 75,6% participavam de algum movimento religioso. Quanto aos dados da vida afetivo-sexual, 80,6% eram heterossexuais; 57,4% haviam tido parceria sexual nos últimos 12 meses; 41,1% conheciam a condição diagnóstica da parceria sexual e 34,5% referiram uso de preservativo masculino. Em relação às variáveis epidemiológicas, 36,8% conviviam com o diagnóstico há mais de 10 anos e 78,3% foram expostos ao HIV pelo contato sexual. Com relação ao tratamento com antirretrovirais, 82,2% faziam uso de até dois comprimidos ao dia; 76,4% não possuíam efeitos adversos e 29,5% suspenderam o tratamento alguma vez. Em análise das variáveis clínicas, 59,3% apresentavam contagem de linfócitos T CD4+ >= 500 células por mm3 /sangue e 65,9% com carga viral indetectável; 82,6% não referiram comorbidades e 71,3% não faziam uso de drogas. Em relação aos resultados da análise de regressão, permaneceram no modelo final o escore geral da escala de suporte social; os domínios preocupação com o sigilo e com a saúde, do questionário HAT-QoL; e as variáveis tipo de parceria sexual, quem sabe do diagnóstico, categoria de exposição, efeitos adversos e comorbidades. Considerações Finais: Na análise de regressão, constatou-se que os fatores relacionados com a estigmatização percebida pelos participantes indicaram que partilhar o diagnóstico com a família e amigos, desconhecer a categoria de exposição ao HIV, apresentar efeitos adversos e comorbidades, foram preditores associados positivamente ao aumento médio da estigmatização / Introduction: Aids is an incurable clinical pathology that marks people for discriminating and biased labels. Objective: To analyze the stigmatization of people living with HIV / AIDS and its relationship with the received social support and quality of life. Methods: Cross-sectional study, quantitative, conducted in a Specialized Care Service in the State of Minas Gerais. The study included 258 people that are cared at the service who met the inclusion criteria: age over 18 years and use of antiretroviral therapy for at least six months; and excluded individuals in isolation situations, such as prisoners and institutionalized. The data were collected through individual interviews and consultation on medical records sociodemographic questionnaire were used and health questionnaire, Stigma Scale, Social Support Scale and HAT- QoL questionnaire. Data were organized in Microsoft Office Excel® 2010 spreadsheet and processed in IBM® SPSS 23.0. To characterize the profile of the participants, we used descriptive statistics. Mann-Whitney and Kruskal-Wallis tests were used for phase comparison between variables and scales. The last phase was to analyze the combined influence of the variables on the stigma, using multiple regression analysis method, which used the R version 3.1.2 program by GAMLSS library. Results: Of the participants, 56.2% were male, 36.0% were aged 40 to 49 years; 44.2% had 1-5 years of complete schooling; 45.7% were single; 63.2% received up to one minimum wage; 61.2% lived in their own home and 75.6% participated in any religious movement. According to the characteristics of the affective-sexual life, 80.6% were heterosexual; 57.4% had had sexual partners in the last 12 months; 41.1% knew the diagnostic condition of sexual partners; 34.5% reported condom use. As for the epidemiological variables, 36.8% faced diagnosis for more than 10 years and 78.3% were exposed to HIV through sexual contact. Regarding antiretroviral treatment, 82.2% used up to two tablets a day; 76.4% refered no adverse effects and 29.5% discontinued treatment sometime. In analysis of clinical variables, 59.3% had CD4 + cell count >= 500 cells per mm3 / blood and 65.9% with undetectable viral load; 82.6% reported no comorbidities and 71.3% did not use drugs. Regarding the results of the regression analysis, the final model remained in the final model, the overall score of social support scale remained in the model; the areas concerned worry with secrecy and health, of HAT-QoL questionnaire. And the variables sexual partners who knows the diagnosis, exposure category, adverse effects and comorbidities. Final Considerations: In relation to the regression analysis, it was found that the factors related to stigma perceived by participants indicated that sharing the diagnosis with family and friends, ignoring the category of exposure to HIV, have adverse effects and comorbidity were predictors positively associated with the average increase of stigmatization
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