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Foucault: uma arqueologia política dos saberes / Foucault: a political archeology of knowledge

Ribeiro, Carlos Eduardo 01 March 2010 (has links)
Uma conjectura a respeito dos primeiros trabalhos de Michel Foucault marca uma opinião comum sobre a chamada arqueologia do saber: ela desenvolveria um método autorreferencial e semiestruturalista, bem como uma teoria sobre a sociedade que teria esvaziado o social. Por consequência, o surgimento da genealogia do poder adviria desse esgotamento teórico-metodológico da arqueologia. Não reconstruímos integralmente tais interpretações, mas a respeito delas assinalamos que uma adequada caracterização da arqueologia não pode prescindir da crítica intrínseca que ela traz. Este trabalho, portanto, pretendeu restituir à arqueologia de Foucault seu caráter crítico e político, a partir da determinação das condições de surgimento da genealogia do poder, demonstrando a total compatibilidade entre arqueologia e genealogia. Nossa hipótese geral foi a de que a arqueologia desfruta de caráter político, porque, no próprio desenvolvimento de condições históricas e de regras específicas do discurso, pode-se apreender a transformação das condições de existência e funcionamento dos discursos. Ora, a modificação dessas formações já é uma forma de ação política; logo, por nossa hipótese, não se deve perguntar qual prática política envolve a arqueologia, mas que avaliação pode ela fazer das transformações no modo de existência das formações discursivas. O objetivo deste trabalho foi, portanto, o de remontar a crítica arqueológica, sobretudo a crítica às ciências, tal como ela se estrutura nos primeiros trabalhos de Foucault. Para expressar de modo consistente a subversão crítica da concepção foucaultiana de arqueologia, escolhemos um itinerário. Deslocamos a crítica do saber médico para a analítica da finitude (História da loucura, Nascimento da clínica, e As palavras e as coisas); propusemos uma fundamentação teórico-prática das regras do discurso (Arqueologia do saber) e, por fim, fizemos da crítica arqueológica uma operação do conceito nietzschiano de vontade de verdade. / A conjecture constituted on Michel Foucaults first essays imprints a common opinion about the so-called knowledge archeology: it would not only develop a self-referent and semistructural method, but also a theory about the society that would have emptied the social. As a consequence, the emergence of powers genealogy would come from the theoreticmethodological exhaustion of the archeology. We havent reconstructed fully such interpretations, but concerning them, we signalize that an appropriate characterization of the archeology cannot be separated from the inherent criticism that carries it. Therefore, this thesis is meant to refund Foulcauts archeology its critical and political aspect, beginning with the determination of the genealogy powers emergence conditions, showing the complete suitability between archeology and genealogy. Our general hypothesis is that the archeology possesses a political feature because, in the development of speechs specific rules and existence conditions one can anticipate the transformation of existence conditions and speech operation. Nevertheless, the modification of these conformations has already the shape of a political action; therefore, according to our hypothesis, one should not ask which political experience implicates archeology, but what kind of evaluation can be done on the transformation of discursive conformations existence mode. Thus, the objective of this study is to rebuild archeological criticism mainly when its related to the criticism of Sciences, the way it is structured in Foucaults first essays. To express, in a consistent way, Foucaults archeological subversively critical concept, we have chosen an itinerary. We have dislocated medical knowledge criticism from finitude analytics (Madness and Civilization, The Birth of the Clinic e The Order of Things), offering a theoretical-practical grounding for the discourse rules (The Archaeology of Knowledge) and, lastly, from the archeological criticism weve created operation of Nietzsches will of truth concept.
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O debate bioético e jurídico sobre as diretivas antecipadas de vontade /

Mabtum, Matheus Massaro. January 2014 (has links)
Orientador: Patricia Borba Marchetto / Banca: Maria Amália de Figueiredo Pereira Alvarenga / Banca: Hermes de Freitas Barbosa / Resumo: O presente trabalho abordou as principais questões referentes às Diretivas Antecipadas de Vontade, fazendo uma análise sob a óptica da Bioética e do Direito, respeitando as características de cada abordagem. Buscou-se demonstrar que a bioética, em razão de sua natureza interdisciplinar, apresenta uma interface com a ciência jurídica, em especial com o Biodireito, responsável por regulamentar essa interação. Foram abordados os quatro princípios bioéticos descritos no Belmont Report e na Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. O princípio constitucional da dignidade da pessoa humana também mereceu consideração especial, vez que compõe o núcleo axiológico do ordenamento jurídico. A Diretiva Antecipada de Vontade é a representação do respeito à autonomia e autodeterminação do paciente. Utilizou-se a doutrina dos direitos da personalidade para justificar a vinculação do médico à vontade do paciente. Prolongamento de vida e qualidade de vida nem sempre estão associados, por essa razão a dignidade deve ser preservada em todas as etapas, mesmo em sua fase final, por meio de uma morte digna. Muitas vezes o paciente é mantido vivo, mas já não possui vida, então o que se tem é a ampliação do processo de morte. Procedeu-se a distinção teórica das espécies de intervenção médica em pacientes terminais: eutanásia, distanásia, e ortotanásia. Entende-se que a autonomia do paciente deve ser preservada, razão pela qual o consentimento livre e esclarecido deve ser colhido, com o escopo de evitar abusos, ou condutas inapropriadas. A Diretiva Antecipada de Vontade é gênero, composto pelas espécies: Declarações Prévias de Vontade para o Fim da Vida, que consiste em delimitar sua recusa a determinados cuidados e tratamentos médicos; e Mandato Duradouro, pelo qual se nomeia um representante para o cumprimento de suas vontades referentes à saúde, caso esteja incapacitado de manifestá-las... / Abstract: The present study addresses the main issues concerning the Advance Health Care Directive, analyzing, from Law and Bioethic's perspective, respecting the characteristics of each approach. The aim was to demonstrate that bioethics, due to its interdisciplinary nature, has an interface with legal science, especially with Biolaw, which is responsible for regulating such interaction. This study dealt with the four bioethical principles, which are described in the Belmont Report and in the Universal Declaration on Bioethics and Human Rights. The constitutional principle of human dignity also was given a special consideration, since it is one of the main parts of the legal system. The Advance Health Care Directive is a manifestation of respect for the patient's autonomy and self-determination. This study also used the personality rights doctrine to justify the link between the doctor and the patients' will. Prolongation of life and quality of life not always are associated, and for that reason dignity must be preserved in all stages, even in life's final stage, by means of a dignified death. In several occasions the patient is kept alive, but no longer has his own life, so what happens is the expansion of the process of dying. The species of medical intervention in terminal patients were theoretically distinguished: euthanasia, dysthanasia and orthothanasia. It is understood the patients' autonomy must be preserved and that is the reason why free and informed consent must be taken into account, in order to avoid abuses or inappropriate behavior. The Advance Health Care Directive, is a gender, composed of the species Living Will, which consists on limiting the refusal to certain cares and medical treatment; and Durable Power of Attorney, through which a representative is named to accomplish its' will concerning its' health, in case of incapability of free manifestation. Therefore, due to its' characteristics, it may be considered... / Mestre
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A legitimidade do estado civil na teoria política de Jean-Jacques Rousseau / The legitimacy of the civil state in the political theory of Jean-Jacques Rousseau

Pinto, Marcio Morena 11 September 2007 (has links)
O objetivo deste trabalho é conduzir um estudo sobre o tema da legitimidade do Estado civil no Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau, por meio da análise da construção e do desenvolvimento de sua teoria política, bem como dos principais conceitos a ela inerentes. / The objective of this work is to focus the theme of legitimacy of the civil State on Jean-Jacques Rousseau´s Social Contract, analyzing the construction and development of his political theory, as well as his most important concepts related with it.
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A dial?tica das modalidades como fundamenta??o l?gica do processo de autodetermina??o da vontade

Carvalho, Alberto Jos? Vinholes de 10 January 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2015-04-14T13:54:50Z (GMT). No. of bitstreams: 1 399935.pdf: 588695 bytes, checksum: bd138cf874e50a989e69f6f3ac70e8d4 (MD5) Previous issue date: 2008-01-10 / Para Hegel, liberdade pressup?e determina??o que, segundo o autor, ? o resultado de um movimento necess?rio de autodetermina??o do Absoluto. Hegel, na Filosofia do Direito exp?e os movimentos de autodetermina??o da vontade, que aparecem como uma explicita??o do movimento interno do sujeito, a partir do qual ? justificada sua inclus?o no processo de aprendizado ?tico. O autor, em v?rios momentos, indica a Ci?ncia da L?gica como fonte dos elementos complementares ?queles apresentados na Filosofia do Direito, a fim de obtermos uma melhor compreens?o da necessidade de tal processo. O movimento de autodetermina??o da vontade, explicitado na Filosofia do Direito, apresenta uma similaridade com o processo de autodetermina??o do Absoluto, que o autor exp?e na Ci?ncia da L?gica no cap?tulo sobre a Dial?tica das Modalidades. Nas rodadas: formal, real e absoluta, o autor, por meio da articula??o entre possibilidade, conting?ncia e necessidade, apresenta o processo de autodetermina??o do Absoluto. Neste sentido, a Ci?ncia da L?gica antecipa e esgota as quest?es que balizam as no??es de moralidade e eticidade.
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O agir humano em Confiss?es e obras anteriores de Agostinho de Hipona : um estudo das rela??es entre libido, consuetudo e voluntas

Degani, Patr?cia 04 August 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2015-04-14T13:54:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1 403589.pdf: 1217785 bytes, checksum: b80d9c4100bafbb1baeb16810b38e3c0 (MD5) Previous issue date: 2008-08-04 / Para responder ? pergunta de por que o sujeito n?o age sempre segundo sua raz?o, Agostinho de Hipona (354- 430 d. C) formula o conceito de vontade cindida em Confiss?es, VIII. Esse conceito resulta da interrela??o dos termos libido, consuetudo e voluntas desenvolvida nas obras anteriores ao ano de apari??o de Confiss?es, compreendidas entre suas primeiras obras at? 401 d.C.. Na an?lise de libido, consuetudo e voluntas nas obras anteriores ao relato autobiogr?fico do hiponense, com um n?mero significativo de ocorr?ncias, permanece o entendimento de libido como desejo desmedido, consuetudo como h?bito e uma evolu??o no conceito de voluntas, desdobrado entre vontade (voluntas) e livre-arb?trio da vontade (liberum arbitrium voluntatis). A vontade, entendida nesse contexto espec?fico como uma inclina??o, pode pender tanto para os bens temporais quanto para os eternos. No entanto, devido ? natureza corrompida do homem depois da Queda, a vontade j? n?o mais se inclina naturalmente para os bens eternos. Estando a vontade inclinada para os bens temporais, o desejo desmedido e o h?bito de usufruir desses bens impedem o pleno exerc?cio do livrearb?trio da vontade. Ocorre, portanto, uma cis?o da vontade entre os bens superiores e os inferiores. O livre-arb?trio n?o consegue exercer o seu poder de determinar a vontade, pois est? impedido pelo desejo desmedido, constitutivo do homem ca?do, e pelo h?bito. A liberta??o do livre-arb?trio dos grilh?es da libido e da consuetudo ? percebida como obra da Gra?a divina, uma vez que o desejo desmedido n?o pode ser superado pelo pr?prio indiv?duo, embora se possa combater o h?bito. Portanto, a interrela??o entre libido, consuetudo e voluntas explica a id?ia de vontade cindida e a necessidade da interven??o de um poder acima do homem para romper o ciclo vicioso assim instaurado.
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O conceito de virtude no jovem Agostinho : evolu??o ou revolu??o?

Reis, ?milien Vilas Boas 31 July 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2015-04-14T13:55:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 382088.pdf: 593232 bytes, checksum: d73f64d60a00db67560dcc3437431adf (MD5) Previous issue date: 2006-07-31 / Este trabalho ? uma pesquisa sobre o conceito de virtude no pensamento do jovem Agostinho. Na verdade, quer achar uma teoria da virtude, que se encontra de forma esparsa pelas obras analisadas. Assim, as obras de Agostinho analisadas compreendem o per?odo entre sua p?s-convers?o ao cristianismo no ano de 386, em que escreve os di?logos de Cassic?aco, at? o ano de 388, no qual escreve o Livro I do De Libero Arbitrio e o De Moribus Ecclesiae Catholicae et De Moribus Ecclesiae Manichaeorum. O texto procura verificar como o conceito de vitude surge no pensamento de Agostinho, trazendo muitas concep??es do pensamento anterior, principalmente dos est?icos e neoplat?nicos, mas que, ap?s a descoberta da faculdade da vontade no De Libero Arbitrio Livro I, e a associa??o desta com a virtude, passa a ser considerado diferentemente por Agostinho. Levando em considera??o as descobertas do De Libero Arbitrio Livro I na an?lise do De Moribus Ecclesiae Catholicae et De Moribus Ecclesiae Manichaeorum, mostrar-se-? a associa??o do conceito de virtude ao conceito de amor, e uma nova mudan?a em rela??o ao conceito de virtude.
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A concepção de liberdade na filosofia política de Hannah Arendt

Barbosa, Kherlley Caxias Batista 27 April 2017 (has links)
Neste trabalho sustento a tese de que a concepção de liberdade no pensamento de Hannah Arendt inclui três dimensões: a dimensão política, em que a liberdade é atualizada na ação; a dimensão ontológica, em que a natalidade é considerada a fonte das atividades humanas livres; a dimensão interior ou mental, em que a liberdade é a característica fundamental das atividades do pensar e do querer. Essas três dimensões são entrelaçadas por uma noção comum: a capacidade humana de dar início a algo novo. Arendt elege a liberdade como tema fundamental de seu pensamento desde o seu turn para a política até seus últimos escritos. Sustento que a noção de liberdade é o fio condutor que perpassa todos os seus trabalhos sobre as atividades humanas e sobre a condição humana. Intérpretes de Arendt ressaltam a centralidade da liberdade no seu pensamento político, mas não mostram como a condição da liberdade é atualizada em todas suas dimensões porque reduzem a liberdade à dimensão política (Kateb e Dana Villa), não tratam do pensar e do querer, que são atividades da dimensão interior (Passerin D‟Entreves), enunciam a relação da capacidade de iniciar com as atividades humanas de forma ambígua (Kohn), adotam um conceito de liberdade que não rende a noção comum de liberdade que Arendt usa para descrever as atividades humanas (Young-Bruhel). Por distinguir três dimensões da liberdade e por indicar a noção comum a todas elas, estabeleço um modo de compreensão da liberdade de Arendt que visa desvelar uma concepção de liberdade que articula suas descrições das atividades das faculdades humanas com suas reflexões sobre a condição humana. O trabalho foi estruturado para tratar de cada uma das dimensões da liberdade. Começa com as origens do pensamento político arendtiano no confronto crítico com a filosofia existencial e na discussão da Questão Judaica; mostra a aniquilação da liberdade pelo governo totalitário, e apresenta cada uma das dimensões da liberdade, primeiramente, considerando as dimensões política e ontológica da ação, da revolução e da natalidade, concluindo com a análise da dimensão interior da liberdade, apresentando as atividades da mente: o querer e o pensar. / In this work, I support the thesis there are three dimensions in Arendt‟s conception of freedom: the political dimension, in which freedom is actualized in action; the ontological dimension, in which natality is considered as the source of free human activities; the inner or mental dimension, in which freedom is the fundamental characteristic of the activities of thinking and willing. These three dimensions are intertwined by a common notion: the human capacity to initiate something new. Arendt chose freedom as the fundamental theme of her thinking from her turn to politics to her later writings. I maintain that the notion of freedom is the guiding thread that pervades all his works on human activities and on the human condition. Arendt's interpreters emphasize the centrality of freedom in her political philosophy, but they do not show how the human condition of freedom is actualized in all dimensions of freedom, because they reduce freedom to the political dimension (Kateb and Dana Villa), do not deal with thinking and willing which of the mental dimension of freedom (Passerin D'Entreves), enunciate the relation of the ability to begin with human activities in an ambiguous way (Kohn), adopt a concept of freedom that does not yield the common notion of freedom that Arendt uses to describe human activities (Young -Bruhel). By distinguishing the three dimensions of freedom and by pointing out the notion common to all of them, I establish a way of understanding Arendt's freedom, which seeks to unveil his conception of freedom, and which emphasizes the anthropological trait of her descriptions of the activities of human faculties and her reflections on the human condition. This work was structured to deal with each of the dimensions of freedom. It begins with the origins of Arendtian political thought in the critical confrontation with existential philosophy and in the discussion of the Jewish Question, shows the annihilation of freedom by totalitarian government, and presents each of the dimensions of freedom, first considering the political and ontological dimensions of action, revolution and natality and concluding with the analysis of the inner dimension of freedom, presenting the activities of willing and thinking.
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A \"miragem\" do absoluto - Sobre a contraposição de Schopenhauer a Hegel: crítica, especulação e filosofia da religião / The mirage of the Absolute. On the contraposition of Schopenhauer and Hegel: Critique, Speculation and the Philosophy of Religion

Ramos, Flamarion Caldeira 30 January 2009 (has links)
Esta tese procura reconstruir a crítica de Schopenhauer a Hegel, para além das invectivas e juízos sumários. Embora não escreva um texto específico sobre esse tema, a posição crítica de Schopenhauer em relação a Hegel é formulada em vários momentos de sua obra. Nosso trabalho consiste, em um primeiro momento, em reconstruir a crítica de Schopenhauer, comparando-a com as posturas críticas de Schelling e Feuerbach. Trata-se de expor e analisar os argumentos de Schopenhauer de modo a construir uma imagem crítica da filosofia de Hegel e, ao mesmo tempo, mostrar em que sentido essa mesma crítica pode ser relativizada do ponto de vista da filosofia hegeliana. Nesse sentido, o presente trabalho procura refletir sobre a dificuldade implicada na tarefa de construir uma crítica da filosofia de Hegel, já que como mostrou Gérard Lebrun, Hegel oferece menos uma filosofia que um discurso que é mal compreendido sempre que tentamos julgá-lo a partir de nossos pressupostos discursivos. Num segundo momento, examinamos os pontos comuns da abordagem especulativa presente em ambas as filosofias e investigamos temas tais como a questão da determinação das coisas finitas em relação à realidade substancial, a tarefa da filosofia e o problema da exposição da verdade filosófica. Num terceiro e conclusivo momento, procuraremos contrapor a filosofia da religião de ambos os autores, pois como pretendemos mostrar, o tema da fronteira entre a filosofia e a religião é fundamental para estabelecer a oposição entre os autores sobre a questão central da exposição do absoluto e dos limites do conhecimento. Por fim, ofereceremos ainda alguns textos paralelos a essa tese que procuram refletir sobre as interpretações de autores como Lukács e Horkheimer sobre a contraposição entre Hegel e Schopenhauer. / This thesis seeks to reconstruct Schopenhauer\'s criticism of Hegel, beyond invective and brief judgment. Though he does not write on the theme specifically, Schopenhauer\'s critical position with regards to Hegel is formulated at several moments of his oeuvre. This work consists of reconstructing Schopenhauer\'s criticism at first, by comparing it to the criticism of Schelling and Feuerbach. It aims at exposing and analyzing Schopenhauer\'s arguments so as to build a critical image of the philosophy of Hegel, and simultaneously demonstrate how this very criticism can be relativized from a Hegelian point of view. Therefore, this work seeks to reflect upon the difficulty implied in the task of constructing a criticism of the philosophy of Hegel, since Hegel, as Gérard Lebrun has demonstrated, offers less of a philosophy than a discourse which is misunderstood whenever we attempt to judge it from the perspective of our discursive presuppositions. Secondly, we shall examine the common points in the speculative approach present in both philosophies, and investigate themes such as the question of the determination of the finite in relation to the substantial reality, the task of Philosophy and the problem of the exposure of the philosophical truth. Thirdly, we\'ll attempt to counterpose the philosophy of religion of both authors, for, as we intend to demonstrate, the theme of the frontier between Philosophy and Religion is crucial to establish the opposition between the authors on the central issue of exposure of the Absolute and of the limits of knowledge. Finally, we shall look into a few other texts parallel to this thesis which aim at reflecting upon the interpretations of authors such as Lukács and Horkheimer about the counterposition between Hegel and Schopenhauer.
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Labirintos do nada: a crítica de Nietzsche ao niilismo de Schopenhauer / Nothing\' s labyrinth: Nietzsche\'s critic to the Schopenhauer\' s Nihilism

Salviano, Jarlee Oliveira Silva 12 March 2007 (has links)
As filosofias da Vontade de Arthur Schopenhauer e Friedrich Wilhelm Nietzsche apresentam duas posturas antagônicas em relação ao sentido da vida. Em ambos a vida deve ser explicada como a expressão de uma força cega e irracional, tornando-se sinônimo de dor e sofrimento - contudo, a reação de cada um diante deste achado filosófico do século XIX os coloca em caminhos contrários. No elogio schopenhaueriano da negação da vontade, da fuga ascética em direção ao Nada, Nietzsche encontra o antípoda de sua filosofia, o niilismo passivo contra o qual propõe o niilismo ativo da afirmação do Eterno retorno. / Arthur Schopenhauer and Friedrich Wilhelm Nietzsche\'s philosophies of Will present two contrary positions in relation to the sense of life. In both cases life should be explained as an expression of blind and irrational force, becoming a synonym of pain and suffering - nevertheless, the reaction of each in the face of this philosophic finding of the XIX century, places them in opposing paths. In the Schopenhaueran commendation to the denial of will, of self-denying escape in the direction of Nothing, Nietzsche finds the opposite to his philosophy, passive nihilism against which he proposes active nihilism of the affirmation of the Eternal return.
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Identidade entre ideia e volição: a crítica à imagem do livre-arbítrio em Espinosa / Identité entre l\'idée et volition: la critique à l\'image du libre arbitre chez Spinoza

Rodrigues, Juarez Lopes 11 February 2014 (has links)
O escopo dessa dissertação é explicitar, na medida do possível, as críticas formuladas por Espinosa em relação a Descartes, notadamente em sua doutrina do livre-arbítrio. Compreendendo a noção de livre-arbítrio cartesiano, tentaremos precisar a ruptura existente entre os dois filósofos. Analisaremos na Ética e no Tratado da emenda do intelecto a concepção da natureza da ideia e a sua distinção entre ideias adequadas e inadequadas, o que nos levará à sua crítica da faculdade da vontade livre. Essa análise se deterá especialmente na identificação que Espinosa realiza entre ideia e volição, sendo a ideia concebida como um ato de afirmação ou negação, de modo que a volição é constitutiva da ideia. É em virtude dessa identidade que Espinosa afirmará que o verdadeiro e o falso não se referem a um juízo exterior às ideias, mas a um juízo que opera internamente, nas próprias ideias. Com essa análise, tentaremos evidenciar que a identidade entre ideia e volição não elimina o caráter voluntário da ação cognitiva do homem na filosofia espinosana. A crítica de Espinosa em relação ao conceito de vontade, entendida como uma faculdade abstrata, isto é um universal abstrato, visa a romper com a ideia de que a vontade é absolutamente livre. A vontade deixa de ser a faculdade que afirma a liberdade entre contrários e torna-se a afirmação da livre necessidade. É essa concepção de uma faculdade universal e abstrata que acarretará ilusão do livre-arbítrio. / Le but de cette dissertation est dexpliciter, autant que possible, les critiques formulées par Spinoza par rapport à Descartes, en particulier sa doctrine du libre arbitre. En comprenant la notion cartésienne de volonté libre, nous essayons de préciser la rupture existante entre les deux philosophes. Nous analyserons dans lÉtique et dans le Traité de la Reforme de lEntendiment la conception de la nature de lidée et sa distinction entre des idées adéquates et inadéquates, qui nos conduira à sa critique de la faculté de la volonté libre. Cette analyse se detient en particulier sur lidentification que Spinoza fait entre lidée et volition, étant lidée conçue comme un acte daffirmation ou de négation, de sorte que la volition est constitutive de lidée. Cest en vertu de cette identité que Spinoza affirmera que le vrai et le faux ne se réfèrent pas à un jugement extérieure aux idées, mais à un jugement qui opère internement, dans les idées elles-mêmes. Avec cette analyse, nous essaieront de montrer que lidentité entre lidée et volition nélimine pas le caractère volontaire de laction cognitive de lhomme dans la philosophie spinoziste. La critique de Spinoza à la notion de volonté, comprise comme une faculté abstraite, cest à dire, un universel abstrait, vise à rompre avec lidée que la volonté est absolument libre. La volonté cessera dêtre la faculté qui affirme à partir de lindétermination entre contraires et deviendra laffirmation de la libre necessité. Par contre, cest la conception dune faculté universelle et abstraite qui donnera lieu à lilusion du libre arbitre.

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