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De que família cuida a saúde da família? Os efeitos de poder nas relações de cuidado entre equipe e famíliasFerreira, Luis Henrique Moura 09 October 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-10-09 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / This study adopted the Family Health Strategy (FHS) as the locus of research.
The FHS is the Brazilian government's response to the organization and
execution of Basic Health Care. Analyzes the FHS as a strategical dispositive in
the art of governing the population wich adopts the family as a central
instrument for developing epidemiological changes, based on the concept of
Governamentality, an exercise of power inserted in the relationship between
security, population and government. Some effects of this power are
normalization of conduct, medicalization of life, imposing lifestyles considered
healthy from political technologies that investing on the body, health, the right
ways to eat, to live and interact, in sume an entire space of existence. This work
has taken as its object FHS care practices, analyzing how they can determine
the ways of life and subjectivity of families who receive assistance, for it
adopted the theoretical framework of analytical power of Michel Foucaut. From
the perspective of Social Constructionism, were analyzed official documents
from the Ministry of Health and observed the daily work of a family health team,
analyzing the discursive practices in these different fields of research. The
process of this investigation resulted in the possibility to analyze and relate the
meanings of three discursive practices: Families, Power and Care. In the
documentary analysis, three groups of meaning were discussed: (1) as the FHS
healthcare model approaches of a Governmentality dispositive; (2) the
meanings of family treated in the documents, the highlight occurs in the created
norms on families, and as this is an important strategy for the good government
of the population; (3) the strategic position that discursive practices of Care and
Humanization occupy in the documents and the changes they propel to care
practices. In participant observation, we report three situations experienced in
the field, it is argued from these reports the main meanings of team care
concrete practices and the effects of power in families. In the final
considerations discusses the three discursive practices that made up this work:
Power, Families and Care, tracing possible ways that contribute to the
movement of Clinical and Care Management, and indicating FHS care practices
in order to enable a ethical and humane meeting between worker-user which
generates autonomy, emancipation growth for these different actors. / Este trabalho adotou a Estratégia Saúde da Família (ESF) como lócus de
pesquisa. A ESF é a resposta do Estado brasileiro para a organização e
efetivação da Atenção Básica. Analisa-se a ESF como um dispositivo
estratégico na arte de governar a população que adota a família como
instrumento central para desenvolver mudanças epidemiológicas, a partir do
conceito de Governamentalidade, um exercício de poder inserido na relação
entre segurança, população e governo. Alguns efeitos desse poder são
normalização de condutas, medicalização da vida, imposição de estilos de vida
considerados saudáveis a partir de tecnologias políticas, que investem sobre o
corpo, a saúde, as maneiras corretas de se alimentar, de morar, de viver e se
relacionar, enfim de todo um espaço de existência. Este trabalho tomou como
objeto de estudo as práticas de cuidado da ESF, analisando como estas podem
determinar os modos de vida e subjetivação das famílias que são atendidas,
para isso adotou-se o referencial teórico da analitica de poder de Michel
Foucaut. A partir da perspectiva do Construcionismo Social, foram analisados
documentos oficiais do Ministério da Saúde e observado o cotidiano de
trabalho de uma equipe de saúde da família, analisando as práticas discursivas
presentes nestes diferentes campos de pesquisa. O processo dessa
investigação resultou na possibilidade de analisar e relacionar os sentidos de
três práticas discursivas : Famílias, Poder e Cuidado. Na analise documental
três núcleos de sentidos foram discutidos: (1) como o modelo de atenção da
ESF a aproxima de um dispositivo de governamentalidade ; (2) os sentidos de
família tratados nos documentos, o destaque se dá nas normas criadas sobre
famílias, e como esta é uma importante estratégia para o bom governo da
população ; (3) o lugar estratégico que ocupam as práticas discursivas sobre
Cuidado e Humanização presentes nos documentos e as mudanças que elas
impulsionam às práticas de cuidado. Na observação participante, relata-se 3
situações vivenciadas no campo, discute-se a partir destes relatos os principais
sentidos das praticas concretas de cuidado da equipe e os efeitos de poder sob
as famílias. Nas considerações finais discute-se as três práticas discursivas
que compuseram este trabalho : Poder, Famílias e Cuidado, delineando
possíveis caminhos que contribuam para o movimento da Gestão da Clinica e
do Cuidado, e indicando práticas de cuidado da ESF de forma a possibilitar um
encontro ético e humanizado entre trabalhador e usuário que gere autonomia,
emancipação a crescimento para esses diferentes atores.
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Encontros de aprendizagem e governamentalidade no trabalho em saúde : as residências no País das Maravilhas / Learning meetings and governmentality in the work in health : Residency Programs in the Wonderland / Encuentros de aprendizaje y gubernamentalidad en el trabajo en salud : las Residencias en el País de las MaravillasDallegrave, Daniela January 2013 (has links)
Encantada e enredada pela fabulosa história de Alice no País das Maravilhas, nesta tese se constroem três possibilidades de olhar para as Residências em Saúde. Uma primeira possibilidade é tecida com a experiência da autora, segundo suas memórias, sentimentos e afecções, registro produzido em seus “encontros” com a temática e sua pragmática. A segunda possibilidade sumariza elementos de pesquisa com base em teses e dissertações elaboradas no Brasil, no período de 1987 a 2012, sobre Residências em Área Profissional da Saúde e Médicas. A terceira possibilidade, a tecedura de um País das Maravilhas das Residências, resultado de uma pesquisa constituída por conversas. Conversas empreendidas com participantes dos Encontros – Gaúcho e Nacional – de Residências e também do X Congresso da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, eventos ocorridos no ano de 2012. Esses participantes, os quais receberam os nomes dos habitantes do “País” de Lewis Carroll, foram conversando com este estudo sobre detalhes do País das Maravilhas das Residências. Esta pesquisa possibilitou também manifestações à provocação “como você expressaria uma experiência de aprendizagem na Residência em Saúde (imagem, som, narrativa, poesia...)?” A análise das conversas e das manifestações livres foi empreendida juntamente com a análise de regramentos emitidos pelas Comissões Nacionais de Residência Médica e Multiprofissional em Saúde. Na invenção do País das Maravilhas das Residências, o material empírico foi recortado, didaticamente, baseado em dois analisadores: a governamentalidade (a partir de Foucault) e os encontros de aprendizagem em saúde (tomando os signos, conforme Deleuze). Como resultados, estão apontadas a inseparabilidade desses dois conceitos e sua produção mútua, mas, também, os modos de liberdade e captura que vão aparecendo na fabricação deste “País das Residências”. A tarefa política, no interesse das aprendizagens ou do exercício da governamentalização, é de apostar nas singularizações, modos de ser profissional da saúde, de formar para o cuidado do outro e, neste sentido, possibilitar liberdade aos “encontros” para que não sejam constrangidos pela forma. Ao fim destes escritos, um reencontro com o Coelho Branco, como possibilidade de continuar despertando curiosidades de pesquisa, interrogações, instigantes, problemas de pensamento e movimento em relação ao tema, uma apropriação complexa do “trabalhar” em saúde, resultado dos encontros de aprendizagem. A governamentalidade, naquilo que parece ser o “império” da forma, enfraquece justamente esta apropriação. / Enchanted and entangled by the fabulous story of Alice in the Wonderland, three possibilities of looking at the Health Residencies are built in this dissertation. An initial possibility is woven with the author experience, according to her memories, feelings, and affections, a record produced in her “meetings” with the theme and its pragmatics. The second possibility summarizes elements of research based on theses and dissertations produced in Brazil, between 1987 and 2012, on Medical and Health Professional Area Residency Programs. The third possibility, the weaving of a Residency Programs Wonderland, resulted from a research composed of conversations. These conversations were undertaken with the participants of the National and State Meetings of Residency Programs, as well as the X Congress of the Brazilian Association of Collective Health, events that occurred in 2012. These participants, who received the names of the inhabitants of Lewis Carroll’s “Land,” dialogued with this study on details of the Residency Programs Wonderland. This research also made possible manifestations to the question “How would you express an experience of learning in the Health Residency Program (image, sound, narrative, poetry…)?” The analysis of the conversations and the free manifestations was undertaken together with the analysis of regulations issued by the National Commissions of Medical and Multiprofessional Health Residency Programs. In the invention of the Residency Programs Wonderland, the empirical material was didactically cut out, based on two analyzers: Foucault’s governmentality, and the learning meetings in health (taking the signs, according to Deleuze). As results, the inseparability of these two concepts and its mutual production, as well as the ways of freedom and capture that appear in the manufacturing of this “Residency Programs Land,” is indicated. The political task, in the interest of the learning or the exercise of governmentalization, is to bet in the singularization, ways of being a health professional, of educating for the care of the other, and, in this sense, to provide freedom to the “meetings”, so that they are not constrained by the form. At the end of these writings, a reunion with the White Rabbit, as a possibility to continue arousing research curiosity, exciting interrogations, problems of thought, and movement in relation to the theme, a complex appropriation of “to work” in health, resulting from the learning meetings. The governmentality of the learning meetings. The governmentality, in what seems to be the “empire” of the form, weakens exactly this appropriation. / Encantada y enredada por la fabulosa historia de Alicia en el País de las Maravillas, en esta tesis se construyen tres posibilidades de mirar hacia las residencias en salud. Una primera posibilidad es tejida con la experiencia de la autora, desde sus memorias, sentimientos y afecciones, registro producido en sus “encuentros” con la temática y su pragmática. La segunda posibilidad sumariza elementos de investigación con base en tesis y disertaciones elaboradas en Brasil sobre residencias médicas y en áreas profesionales de la salud, que comprende el período de 1987 a 2012. La tercera posibilidad, la tejedura de un País de las Maravillas de las residencias, resultado de una investigación constituida por diálogos. Éstos fueron emprendidos con participantes de los encuentros de residencias, gaucho y nacional, y también del X Congreso de la Asociación Brasileña de Salud Colectiva, eventos ocurridos en 2012. Estos participantes, los cuales recibieron los nombres de los personajes del cuento de Lewis Carroll, conversaron, bajo ese estudio, sobre detalles del País de las Maravillas de las residencias. Esta investigación también hizo posible manifestaciones a la provocación de “como usted expresaría una experiencia de aprendizaje en la residencia en salud (imagen, son, narrativa, poesía…)?” El análisis de los diálogos y de las manifestaciones libres fue emprendido en conjunto con el análisis de reglamentos emitidos por las Comisiones Nacionales de Residencia Médica y Multiprofesional en Salud. Con relación a la invención del País de las Maravillas de las residencias, se hizo un recorte didáctico del material empírico basado en dos puntos de análisis: la gubernamentalidad (a partir de Foucault) y los encuentros de aprendizaje en salud (desde el concepto de signo de Deleuze). Como resultados se apuntan la inseparabilidad de esos dos conceptos y su producción mutua, además de los modos de libertad y captura que van apareciendo en la constitución de este “País de las Residencias”. La tarea política – desde el interés de los aprendizajes o del ejercicio de la gubernamentalización – es de apostar en las singularizaciones, modos de ser profesional de la salud, de formar para la asistencia al otro y, en este sentido, posibilitar libertad en los “encuentros” para que no sean constreñidos por la forma. Al fin de estos escritos, un reencuentro con el Conejo Blanco, como posibilidad de seguir despertando instigadoras curiosidades de investigación, interrogaciones y problemas de pensamiento y movimiento con relación al tema, una relación compleja del “trabajar” en salud y de los encuentros de aprendizaje. La gubernamentalidad, a partir de una concepción de lo que parece ser el “imperio” de la forma, debilita justamente esta apropiación.
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Políticas de assistência social no Brasil : o governo da vida pela proteção e inclusão socialLasta, Letícia Lorenzoni January 2015 (has links)
Esta tese estuda a proveniência e a emergência da assistência social a partir de práticas que, tangenciadas pela Filantropia e pelas Políticas Públicas de Assistência Social, passam a afigurar-se como estratégias de governo a partir do período pós-república no Brasil e suas relações com os imperativos da proteção e inclusão social, cujas noções são o lócus privilegiado para a efetivação de tais estratégias. A tese discute como a Assistência Social no Brasil, a partir das práticas socioassistenciais que circulam entre a Filantropia e as Políticas Públicas de Assistência Social, as quais são entendidas como estratégias para o governo da vida, se articula com as noções de proteção e inclusão social. Investigam-se quais as implicações que tal Assistência Social produz na e sobre a população na contemporaneidade; com isso, a relação entre governo e a Assistência Social é colocada em análise a partir de uma atitude crítica do presente, em uma trama de governamentalidade que conduz a população a constituir-se como sujeitos “pobres”, “miseráveis”, “vulneráveis”, partindo de um modelo socioassistencial que garante assistência a quem dela necessitar. Portanto, a partir dessa relação entre governo e Assistência Social, analisa-se como as Políticas de Assistência Social brasileiras articulam práticas de proteção e inclusão social ao mercado econômico, de forma a operar no governo da população – “pobre/miserável/vulnerável” –, constituindo estratégias para que esta faça parte do jogo neoliberal. Esse fenômeno pode ser denominado como o governo da vida pela proteção e inclusão social, o qual traz à tona uma série de mobilizações, dentre elas, a configuração de Estado, economia, mercado econômico, filantropia e políticas públicas sociais (em particular, as políticas de assistência social). Tomam-se como sustentação teórica autores e autoras pós-estruturalistas, em especial os estudos de Michel Foucault, principalmente os que remetem às noções de governamentalidade, biopolítica, biopoder e, por conseguinte, às relações entre segurança, população e governo. Metodologicamente, a pesquisa foi organizada a partir da análise de documentos que materializam e regulamentam a Assistência Social no Brasil, a saber: a Constituição Federal de 1988, a Lei Orgânica da Assistência Social de 1993, a Política Nacional de Assistência Social de 2004, a Norma Operacional Básica – SUAS de 2005, a Norma Operacional Básica – SUAS de 2012 e as leis nº 12.101 de 2009 e nº 13.019 de 2014. O objetivo foi observar de que modo tal política vem utilizando as noções de proteção e inclusão social enquanto práticas e, portanto, como espaço de efetivação de uma racionalidade política neoliberal. Com o intuito de examinar de que forma tal política vem sendo efetivada e ofertada à população, foram também analisados os documentos que legislam sobre o atual funcionamento dos serviços socioassistenciais e regulam a forma como devem ser organizados os serviços de proteção social do Sistema Único de Assistência Social, sendo eles: a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais de 2009, reeditada em 2014, e as Orientações Técnicas sobre o PAIF de 2012, vol. I e II. Foi possível apontar que as Políticas de Assistência Social encontram, na parceria público/privado, juntamente com as instituições sem fins lucrativos, um instrumento eficaz para operar de modos distintos sobre a conduta dos sujeitos, gerenciando riscos e governando as mazelas sociais produzidas pela pobreza, miséria, fome, vulnerabilidade, deficiência, velhice e exclusão social, numa tentativa de garantir direitos sociais aos cidadãos brasileiros que necessitarem. / This thesis investigates the provenience and emergence of social assistance from practices which, touched by philanthropy and public policies of social assistance, have become government strategies since the post-republican period in Brazil, as well as its relationships with the imperatives of social protection and inclusion, whose notions are the privileged locus for the execution of such strategies. The thesis discusses the way in which social assistance in Brazil, from social-assistential practices that range from philanthropy to public policies of social assistance understood as strategies for the government of life, has been articulated with the notions of social protection and inclusion. It also investigates the implications produced by this kind of social assistance both in and on the population in contemporaneity; thus, the relationship between government and social assistance is analyzed from a critical perspective of the present, in a governmentality web that causes the population to be constituted as ‘poor’, ‘miserable’, ‘vulnerable’ subjects, as seen from a social-assistential model that guarantees assistance to those who need it. Therefore, considering this relationship between government and social assistance, we analyze the way through which Brazilian social assistance policies articulate practices of social protection and inclusion with the economic market in order to act on the government of the “poor/miserable/vulnerable” population by formulating strategies to have this population to take part in the neoliberal game. Such phenomenon can be called as the government of life through social protection and inclusion, which causes a number of mobilizations, such as the configuration of State, economy, economic market, philanthropy and public social policies (particularly, the social assistance policies). The study has been theoretically supported by post-structuralist authors, especially Michel Foucault’s works addressing the notions of governmentality, biopolitics, biopower and, consequently, the relationships between security, population and government. The research has been methodologically organized from the analysis of documents that both materialize and regulate Social Assistance in Brazil, such as: 1988 Federal Constitution, 1983 Social Assistance Act, 2004 National Policy of Social Assistance, 2005 Basic Operational Norm - SUAS, 2012 Basic Operational Norm - SUAS, and Acts 12.101 and 13.019, from 2009 and 2014, respectively. The aim is to investigate the way in which such policy has used the notions of social protection and inclusion as practices and, thus, as a place for implementation of a neoliberal political rationality. Aiming at examining how such policy has been implemented and provided to the population, we also analyzed the documents ruling the current socialassistential services and the way the social protection services of the Unified System of Social Assistance must be organized. They are the following: National Categorization of Social- Assistential Services, from 2009, republished in 2014, and e PAIF Technical Guidelines from 2012, vol. I and II. It has been possible to evidence that the social assistance policies, together with non-profitable institutions, in the public/private partnership have been an effective tool to act differently on the subjects’ conduct by managing risks and ruling the social annoyances produced by poverty, misery, hunger, vulnerability, deficiency, old age and social exclusion, in an attempt to guarantee social rights to the Brazilian citizens who need them. / Esta tesis estudia el origen y el surgimiento de la asistencia social a partir de las practicas que, relacionadas por la filantropía y por las políticas públicas de asistencia social, pasan a entenderse como estrategias del gobierno a partir del periodo pos-republicano en Brasil y sus relaciones con los imperativos de la protección e inclusión social, cuyas nociones son un lugar privilegiado para hacer efectivas tales estrategias. La tesis discute cómo la asistencia social en Brasil, a partir de las practicas socioasistenciales que circulan entre la filantropía y las políticas públicas de asistencia social, las cuales son entendidas como estrategias para el gobierno de la vida, se articula con las nociones de protección e inclusión social. Se investigan cuáles son las implicaciones que tal asistencia produce en y sobre la población en la actualidad; con eso, la relación entre el gobierno y la asistencia social es colocada en análisis a partir de una actitud crítica del presente en una trama de gubernamentalidad que conduce a la población a constituirse como sujetos “pobres”, “miserables”, “vulnerables”, partiendo de un modelo socioasistencial que asegura asistencia a quien necesitase. Entonces, a partir de esa relación entre el gobierno y la asistencia social, se analiza cómo las políticas de asistencia social brasilera articulan prácticas de protección e inclusión social al mercado económico, con el fin de operar en el gobierno de la población –pobre, miserable, vulnerable– creando estrategias para que formen parte del juego neoliberal. Ese fenómeno puede ser denominado como el gobierno de la vida por la protección e inclusión social, el cual trae a la luz una serie de movilizaciones, entre ellas, la configuración del estado, economía, mercado económico, filantropía y las políticas públicas sociales (en particular, las políticas de asistencia social). Se toman como sustentación teórica autores y autoras pos-estructuralistas, en especial los estudios de Michael Foucault, principalmente los que hacen referencia a las nociones de “gubernamentalidad”, “biopolítica”, “biopoder” y por consiguiente, a las relaciones entre seguridad, población y gobierno. Metodológicamente, la búsqueda fue organizada a partir del análisis de documentos que materializan y reglamentan la asistencia social en Brasil, que son: La Constitución Federal de 1988, La Ley Orgánica de Asistencia Social de 1993, la Política Nacional de Asistencia Social de 2004, la Norma Operacional Básica –SUAS de 2005, la Norma Operacional Básica – SUAS de 2012 y las leyes nro. 12.101 de 2009 e nro. 13.019 de 2014. El objetivo fue observar de qué modo tal política viene utilizando las nociones de protección e inclusión social como prácticas y, en vista de eso, cómo espacio de realización de una racionalidad política neoliberal. Con el objetivo de examinar de qué forma tal política viene siendo efectivizada y ofertada a la población, fueron también analizados los documentos que legislan el actual funcionamiento de los servicios socioasistenciales y regulan la manera en cómo deben ser organizados los servicios de protección social del Sistema Único de Asistencia Social, siendo ellos: la Tipificación Nacional de Servicios Socioasistenciales de 2009, reeditado en 2014, y las Orientaciones Técnicas sobre el PAIF de 2012, vol. I y II. Fue posible apuntar que las políticas de asistencia social encontraron, en conjunto público/privado, juntamente con las instituciones sin fines de lucro, un instrumento eficaz para operar de modos distintos sobre la conducta de los sujetos, administrando los riesgos y gobernando los problemas sociales producidos por la pobreza, miseria, hambre, vulnerabilidad, deficiencia, vejez y exclusión social, en una tentativa de garantizar derechos sociales a los ciudadanos brasileros que lo necesitasen.
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Encontros de aprendizagem e governamentalidade no trabalho em saúde : as residências no País das Maravilhas / Learning meetings and governmentality in the work in health : Residency Programs in the Wonderland / Encuentros de aprendizaje y gubernamentalidad en el trabajo en salud : las Residencias en el País de las MaravillasDallegrave, Daniela January 2013 (has links)
Encantada e enredada pela fabulosa história de Alice no País das Maravilhas, nesta tese se constroem três possibilidades de olhar para as Residências em Saúde. Uma primeira possibilidade é tecida com a experiência da autora, segundo suas memórias, sentimentos e afecções, registro produzido em seus “encontros” com a temática e sua pragmática. A segunda possibilidade sumariza elementos de pesquisa com base em teses e dissertações elaboradas no Brasil, no período de 1987 a 2012, sobre Residências em Área Profissional da Saúde e Médicas. A terceira possibilidade, a tecedura de um País das Maravilhas das Residências, resultado de uma pesquisa constituída por conversas. Conversas empreendidas com participantes dos Encontros – Gaúcho e Nacional – de Residências e também do X Congresso da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, eventos ocorridos no ano de 2012. Esses participantes, os quais receberam os nomes dos habitantes do “País” de Lewis Carroll, foram conversando com este estudo sobre detalhes do País das Maravilhas das Residências. Esta pesquisa possibilitou também manifestações à provocação “como você expressaria uma experiência de aprendizagem na Residência em Saúde (imagem, som, narrativa, poesia...)?” A análise das conversas e das manifestações livres foi empreendida juntamente com a análise de regramentos emitidos pelas Comissões Nacionais de Residência Médica e Multiprofissional em Saúde. Na invenção do País das Maravilhas das Residências, o material empírico foi recortado, didaticamente, baseado em dois analisadores: a governamentalidade (a partir de Foucault) e os encontros de aprendizagem em saúde (tomando os signos, conforme Deleuze). Como resultados, estão apontadas a inseparabilidade desses dois conceitos e sua produção mútua, mas, também, os modos de liberdade e captura que vão aparecendo na fabricação deste “País das Residências”. A tarefa política, no interesse das aprendizagens ou do exercício da governamentalização, é de apostar nas singularizações, modos de ser profissional da saúde, de formar para o cuidado do outro e, neste sentido, possibilitar liberdade aos “encontros” para que não sejam constrangidos pela forma. Ao fim destes escritos, um reencontro com o Coelho Branco, como possibilidade de continuar despertando curiosidades de pesquisa, interrogações, instigantes, problemas de pensamento e movimento em relação ao tema, uma apropriação complexa do “trabalhar” em saúde, resultado dos encontros de aprendizagem. A governamentalidade, naquilo que parece ser o “império” da forma, enfraquece justamente esta apropriação. / Enchanted and entangled by the fabulous story of Alice in the Wonderland, three possibilities of looking at the Health Residencies are built in this dissertation. An initial possibility is woven with the author experience, according to her memories, feelings, and affections, a record produced in her “meetings” with the theme and its pragmatics. The second possibility summarizes elements of research based on theses and dissertations produced in Brazil, between 1987 and 2012, on Medical and Health Professional Area Residency Programs. The third possibility, the weaving of a Residency Programs Wonderland, resulted from a research composed of conversations. These conversations were undertaken with the participants of the National and State Meetings of Residency Programs, as well as the X Congress of the Brazilian Association of Collective Health, events that occurred in 2012. These participants, who received the names of the inhabitants of Lewis Carroll’s “Land,” dialogued with this study on details of the Residency Programs Wonderland. This research also made possible manifestations to the question “How would you express an experience of learning in the Health Residency Program (image, sound, narrative, poetry…)?” The analysis of the conversations and the free manifestations was undertaken together with the analysis of regulations issued by the National Commissions of Medical and Multiprofessional Health Residency Programs. In the invention of the Residency Programs Wonderland, the empirical material was didactically cut out, based on two analyzers: Foucault’s governmentality, and the learning meetings in health (taking the signs, according to Deleuze). As results, the inseparability of these two concepts and its mutual production, as well as the ways of freedom and capture that appear in the manufacturing of this “Residency Programs Land,” is indicated. The political task, in the interest of the learning or the exercise of governmentalization, is to bet in the singularization, ways of being a health professional, of educating for the care of the other, and, in this sense, to provide freedom to the “meetings”, so that they are not constrained by the form. At the end of these writings, a reunion with the White Rabbit, as a possibility to continue arousing research curiosity, exciting interrogations, problems of thought, and movement in relation to the theme, a complex appropriation of “to work” in health, resulting from the learning meetings. The governmentality of the learning meetings. The governmentality, in what seems to be the “empire” of the form, weakens exactly this appropriation. / Encantada y enredada por la fabulosa historia de Alicia en el País de las Maravillas, en esta tesis se construyen tres posibilidades de mirar hacia las residencias en salud. Una primera posibilidad es tejida con la experiencia de la autora, desde sus memorias, sentimientos y afecciones, registro producido en sus “encuentros” con la temática y su pragmática. La segunda posibilidad sumariza elementos de investigación con base en tesis y disertaciones elaboradas en Brasil sobre residencias médicas y en áreas profesionales de la salud, que comprende el período de 1987 a 2012. La tercera posibilidad, la tejedura de un País de las Maravillas de las residencias, resultado de una investigación constituida por diálogos. Éstos fueron emprendidos con participantes de los encuentros de residencias, gaucho y nacional, y también del X Congreso de la Asociación Brasileña de Salud Colectiva, eventos ocurridos en 2012. Estos participantes, los cuales recibieron los nombres de los personajes del cuento de Lewis Carroll, conversaron, bajo ese estudio, sobre detalles del País de las Maravillas de las residencias. Esta investigación también hizo posible manifestaciones a la provocación de “como usted expresaría una experiencia de aprendizaje en la residencia en salud (imagen, son, narrativa, poesía…)?” El análisis de los diálogos y de las manifestaciones libres fue emprendido en conjunto con el análisis de reglamentos emitidos por las Comisiones Nacionales de Residencia Médica y Multiprofesional en Salud. Con relación a la invención del País de las Maravillas de las residencias, se hizo un recorte didáctico del material empírico basado en dos puntos de análisis: la gubernamentalidad (a partir de Foucault) y los encuentros de aprendizaje en salud (desde el concepto de signo de Deleuze). Como resultados se apuntan la inseparabilidad de esos dos conceptos y su producción mutua, además de los modos de libertad y captura que van apareciendo en la constitución de este “País de las Residencias”. La tarea política – desde el interés de los aprendizajes o del ejercicio de la gubernamentalización – es de apostar en las singularizaciones, modos de ser profesional de la salud, de formar para la asistencia al otro y, en este sentido, posibilitar libertad en los “encuentros” para que no sean constreñidos por la forma. Al fin de estos escritos, un reencuentro con el Conejo Blanco, como posibilidad de seguir despertando instigadoras curiosidades de investigación, interrogaciones y problemas de pensamiento y movimiento con relación al tema, una relación compleja del “trabajar” en salud y de los encuentros de aprendizaje. La gubernamentalidad, a partir de una concepción de lo que parece ser el “imperio” de la forma, debilita justamente esta apropiación.
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Uma história de governamento e de verdades : educação rural no RS 1950/1970Weschenfelder, Noeli Valentina January 2003 (has links)
Esta tese, intitulada uma história de governamento e de verdades – Educação Rural no Rio Grande do Sul (1950-1970), analisa como a educação rural constituiu-se em dispositivo que desenvolveu minucioso esforço de governamento da população rural no período estudado A pesquisa inscreve-se no campo das discussões educacionais que examinam relações de poder-saber e está considerando a perspectiva que toma a educação em seu papel na fabricação ativa dos indivíduos. A investigação trata de um processo de produção de subjetividades de crianças, jovens e docentes para novos tempos vividos entre as décadas de 1950 a 1970 e analisa investimentos estratégicos levados a efeito através da Revista do Ensino do Rio Grande do Sul e do manual didático Escola Primária Rural. Conclui que tais investimentos não queriam produzir apenas os rurais escolares, mas também pretendiam atingir, o mais amplamente possível, as comunidades rurais, as famílias; em última instância, queriam atingir a vida dessas populações, regulando-a, governando-a. Na primeira parte do trabalho, o objetivo é montar o baralho da estratégia analítica, situando, além do corpus discursivo, a perspectiva dos estudos Culturais Contemporâneos e as contribuições da teorização de Michel Foucault. Assim, são anunciadas as concepções utilizadas para realização de uma analítica do governamento. Na segunda parte, faz-se uma leitura das prescrições endereçadas ao magistério gaúcho e, através dele, à comunidade. Inicialmente, são examinados alguns investimentos de poder sobre os escolares, tecnologias que colocaram em ação instrumentos disciplinares com vistas ao aparelhamento da escola, formação-atualização docente e a educação integral dos estudantes, através do Clube Agrícola A seguir, a analítica realizada utilizou o conceito de biopoder desenvolvido por Foucault, para mostrar os investimentos de um poder político sobre o conjunto da população rural. Inúmeras campanhas, programas e projetos foram veiculados prescrevendo um conjunto de coisas ensináveis, relativas ao modo de vida da população. Observa-se como docentes e estudantes rurais tiveram a pauta de um currículo cultural constituída por enunciados que pretenderam mudar a mentalidade da população, modernizando-a. A mudança de hábitos dizia respeito à alimentação, agricultura, saúde e economia, bem como a cuidados com o corpo, a casa e o meio ambiente. Por fim, a investigação teve como propósito mostrar os sujeitos escolares rurais como efeito das práticas discursivas a que estiveram submetidos. O trabalho buscou problematizar o sujeito escolar rural descrito e prescrito pelos discursos em análise, interrogando como os rurais constituíram-se em objeto de conhecimento possível e desejável.
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Testes de drogas no ambiente de trabalho : vigilância e controle social na sociedade contemporâneaFreitas, Daniel Jorge Salles de 23 July 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-07-23 / A realização de testes químicos no ambiente de trabalho para identificar o uso de drogas lícitas e ilícitas pelos funcionários é uma prática instituída em muitas empresas de grande porte no Brasil. Esse trabalho aborda o tema sociologicamente e discute questões relacionadas aos testes a partir de pesquisa de inspiração etnográfica realizada dentro de uma empresa mantém um programa de testagem em seus funcionários. Buscando contextualizar o tema no debate sobre as formas de controle social na sociedade contemporânea. Recorre-se à genealogia de poder de Foucault para se construir um referencial analítico que permite descrever os testes de drogas no ambiente de trabalho como práticas de vigilância representativas de um arranjo de poder governamental biopolítico, mecanismos cujos efeitos de poder voltam-se menos para o disciplinamento dos indivíduos do que para a fabricação de tipos específicos de liberdade e a administração das condutas dos sujeitos livres por meio de técnicas atuariais e classificação social. Adotando uma abordagem interpretativa com o objetivo de compreender como os próprios funcionários atribuem sentido aos testes de drogas, a pesquisa empírica enseja uma análise dos valores e significados sociais articulados por tais práticas. Ao final a pesquisa permite delinear algumas novas tendências no controle social contemporâneo, que se apresenta de formas muito mais difusas e descentralizadas, bem como depreender os discursos e os sentidos simbólicos que o legitimam e sustentam. Além disso, o trabalho também pretende contribuir com a questão metodológica apresentando algumas discussões sobre perspectivas e abordagens para pesquisas empíricas sobre a vigilância. Ao compreender como os indivíduos percebem e lidam com essas novas formas de controle social, esse trabalho pretende colaborar com os esforços para se entender melhor a sociedade contemporânea e alguns de seus processos sociais mais desafiadores – como transformações nas concepções de liberdade, responsabilidade individual e segurança. / Workplace drug testing is a common practice in large companies in Brazil. In this work this practice is approached sociologically and questions related to the tests are debated from an ethnographic research held within a specific company that maintains a regular drug testing program on its employees. To contextualize the theme in the debate about forms of social control in contemporary society, Foucault's genealogy of power is used, constructing an analytical framework that allow to describe the workplace drug testing as a surveillance practice representative of the biopolitical governmental power arrangement, a mechanism whose power effects are less focused on disciplining individuals than on fabricate specific types of freedom and on the management of the conduct of free subjects through actuarial techniques and social classification. By adopting an interpretive approach to understand how employees themselves give meaning to the workplace drug testing, empirical research provides an analysis of the values and social meanings articulated by such practices. At the end it is possible to delineate some new tendencies in contemporary social control, which presents itself in much more diffuse and decentralized ways, as well as to understand some discourses and symbolic meanings that legitimize and sustain it. In addition, the paper also aims to contribute to the methodological issue by presenting some discussions on perspectives and approaches to empirical research on surveillance. By understanding how individuals perceive and deal with these new forms of social control, this work seeks to collaborate with efforts to better understand contemporary society and some of its more challenging social processes - such as changes in conceptions of freedom, individual responsibility, and security.
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Uma relação sempre atual: a liberdade recalcitrante de Michel Foucault / An always current relationship: Michel Foucault\'s recalcitrant libertyIbarra, Andres Alfredo Rodriguez 09 May 2008 (has links)
A presente tese parte da afirmação reiterada e desconcertante desse filósofo francês de que ele não seria, de modo algum, um \"teórico do poder\", para mostrar que, para além das discussões em torno de se o primeiro Foucault (da arqueologia dos saberes), o segundo (da genealogia do poder), ou o terceiro (da ética e das condutas individuas), seria o mais importante, o \"melhor\", é possível falar numa unidade no que diz respeito à trajetória do seu pensamento e que essa unidade se dá em torno das relações políticas entre os homens, o que faz com que ele seja, eminentemente, um pensador da política, ou melhor, do político. Só que a política tal qual ele a entende não tem nada a ver com a aquela dos teóricos da política ou do poder e, sim, com a relação que ele passou a perseguir em um determinado momento dessa trajetória: a relação entre governantes e governados. Essa relação, cuja percepção se tornou possível por meio do conceito de governamentalidade, gestado no ano de 1978, constitui-se numa nova \"grade de leitura\" para a política, que permite: 1) dar um basta à idéia de que haja, nesse âmbito, modelos universais que possam dar respostas a todos os tipos de questões--modelos esses que legitimam a existência de \"intelectuais universais\", incumbidos de conceber esses modelos e apresentá-los aos \"explorados\" e \"ignorantes\", prometendo-lhes a sua libertação, bem como da \"vida política\" nas atuais democracias representativas--; 2) conceber uma noção de liberdade--enquanto uma relação entre governantes e governados que não possui limites a priori--que escapa à da tradição liberal que, gestada nos séculos XVII-XVIII, se tornou hegemônica no Ocidente a partir do século XIX, não só no plano discursivo, mas enquanto realidade sócio-econômica global. Onde quer que existam essas relações--e elas sempre existirão, para Foucault, do micro ao macro--é necessário que seja possível, sempre, pô-las sob questão; o que só acontece quando o pensamento é deixado solto para ser capaz de levantar o maior número de conflitos possível--e não de consensos--; para, crítico, apontar o maior número de problemas a serem resolvidos dentro do âmbito dessas. Algumas dessas relações irão, então, se sustentar, conseguir se justificar; outras, não, terão que ser revistas, num interminável trabalho de extensão dos limites da liberdade humana. Essa nova noção de liberdade, por sua vez, traz consigo a possibilidade de interrogação do fenômeno da subjetividade, na medida em que são sujeitos, sempre, os que participam dessas relações entre governantes e governados. Por isso, o presente trabalho se esforça em mostrar percursos intelectuais que, tendo sido percebidos e diretamente abordados por Foucault (caso de Kant e de Platão) ou não (segunda clínica lacaniana e perspectivismo ameríndio), mantêm, na ênfase que dão ao sujeito, uma visada em comum com a empreitada foucaultiana. / This thesis initiates itself by the reiterated and astonishing declaration by this French philosopher that he would not be, under any circumstance, a \"power theoretician\", in order to show that, beyond the debates on whether it would be the first Foucault (the archeology of knowledge one), the second (genealogy of power one), or the third (the ethics and the individual conduct one), the most important one, the \"best\", it is possible to talk about a unity in what concerns the trajectory of his thought and that such unity concerns the political relations between men, which results in that he is, eminently, a thinker of politics, or rather, of the political. Except that politics as he understands it has nothing to do with that of the theorists of politics or of power but with a relationship that he began to pursue somewhere along such a trajectory: the relationship that exists between the governing and the governed. Such a relationship, whose perception became possible by means of the concept of governmentality, conceived in the year of 1978, constitutes itself as a \"grid of understanding\" for politics, which allows to: 1) declare that we\'ve had enough of the idea that there shall exist, in such domain, universal models that may answer all kinds of questions--models which legitimate the existence of \"universal intellectuals\", held responsible for conceiving such models and for presenting them to the \"exploited\" and \"ignorant\", promising their liberation, as well as of \"political life\" in current representative democracies--; 2) to conceive a notion of liberty--as a relationship between the governing and the governed which has no a priori limits--that escapes from the liberal tradition one which, created along the XVII/XVIIIth century, became hegemonic in the West since the XIXth century, not only on the discursive level, but as socio-economic global reality. Wherever such relations exist--and they will always do, for Foucault, from micro to macro--it is necessary that it be possible, always, to put them open to question; that which only occurs when thought is left free to be able to raise the highest number possible of conflicts--and not consensuses--, in order to, critic as it is, point out the highest number of problems to be solved in such domain. Some of those relationships will be able, then, to sustain themselves, to justify themselves; others, won\'t, they will have to be modified, in an interminable labor of extending the limits of human liberty. This new notion of liberty, by its turn, carries along with itself the possibility of the inquiry of the phenomenon of subjectivity, as it is that it is always subjects that participate in such relations between the governing and the governed. For this reason, this thesis makes an effort to present intellectual paths which, having been noticed and approached by Foucault (the case of Kant and Plato) or not (second Lacanian clinic and Amerindian perspectivism), maintain, in the emphasis they give to the subject, a common viewpoint with the Foucauldian enterprise.
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[en] THE GOVERNMENT OF CROWDS: POPULATION AND POWER IN MICHEL FOUCAULT / [pt] O GOVERNO DAS MULTIDÕES: POPULAÇÃO E PODER EM MICHEL FOUCAULTEDUARDO SEIXAS MIGOWSKI 21 September 2016 (has links)
[pt] Esta monografia tem, como objetivo geral, perceber a articulação entre as relações de poder e a população ao longo de diferentes períodos. Partindo de alguns conceitos clássicos, desenvolvidos pelo filósofo Francês Michel Foucault, como poder de soberania e disciplinar, bem como a noção de sociedade de controle trabalhada por Gilles Deleuze, será feita uma análise dos mecanismos que levam à passagem de uma tecnologia de poder a outra ao longo de diferentes momentos do processo histórico. / [en] This monograph has as main objective to understand the relationship between power relations and the population over different periods. Starting with some classic concepts developed by French philosopher Michel Foucault, as sovereign and disciplinary power, and the notion of control society of control by Gilles Deleuze, is an analysis of the mechanisms that lead to the passage of power from one technology to another over different times of the historical process.
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Uma relação sempre atual: a liberdade recalcitrante de Michel Foucault / An always current relationship: Michel Foucault\'s recalcitrant libertyAndres Alfredo Rodriguez Ibarra 09 May 2008 (has links)
A presente tese parte da afirmação reiterada e desconcertante desse filósofo francês de que ele não seria, de modo algum, um \"teórico do poder\", para mostrar que, para além das discussões em torno de se o primeiro Foucault (da arqueologia dos saberes), o segundo (da genealogia do poder), ou o terceiro (da ética e das condutas individuas), seria o mais importante, o \"melhor\", é possível falar numa unidade no que diz respeito à trajetória do seu pensamento e que essa unidade se dá em torno das relações políticas entre os homens, o que faz com que ele seja, eminentemente, um pensador da política, ou melhor, do político. Só que a política tal qual ele a entende não tem nada a ver com a aquela dos teóricos da política ou do poder e, sim, com a relação que ele passou a perseguir em um determinado momento dessa trajetória: a relação entre governantes e governados. Essa relação, cuja percepção se tornou possível por meio do conceito de governamentalidade, gestado no ano de 1978, constitui-se numa nova \"grade de leitura\" para a política, que permite: 1) dar um basta à idéia de que haja, nesse âmbito, modelos universais que possam dar respostas a todos os tipos de questões--modelos esses que legitimam a existência de \"intelectuais universais\", incumbidos de conceber esses modelos e apresentá-los aos \"explorados\" e \"ignorantes\", prometendo-lhes a sua libertação, bem como da \"vida política\" nas atuais democracias representativas--; 2) conceber uma noção de liberdade--enquanto uma relação entre governantes e governados que não possui limites a priori--que escapa à da tradição liberal que, gestada nos séculos XVII-XVIII, se tornou hegemônica no Ocidente a partir do século XIX, não só no plano discursivo, mas enquanto realidade sócio-econômica global. Onde quer que existam essas relações--e elas sempre existirão, para Foucault, do micro ao macro--é necessário que seja possível, sempre, pô-las sob questão; o que só acontece quando o pensamento é deixado solto para ser capaz de levantar o maior número de conflitos possível--e não de consensos--; para, crítico, apontar o maior número de problemas a serem resolvidos dentro do âmbito dessas. Algumas dessas relações irão, então, se sustentar, conseguir se justificar; outras, não, terão que ser revistas, num interminável trabalho de extensão dos limites da liberdade humana. Essa nova noção de liberdade, por sua vez, traz consigo a possibilidade de interrogação do fenômeno da subjetividade, na medida em que são sujeitos, sempre, os que participam dessas relações entre governantes e governados. Por isso, o presente trabalho se esforça em mostrar percursos intelectuais que, tendo sido percebidos e diretamente abordados por Foucault (caso de Kant e de Platão) ou não (segunda clínica lacaniana e perspectivismo ameríndio), mantêm, na ênfase que dão ao sujeito, uma visada em comum com a empreitada foucaultiana. / This thesis initiates itself by the reiterated and astonishing declaration by this French philosopher that he would not be, under any circumstance, a \"power theoretician\", in order to show that, beyond the debates on whether it would be the first Foucault (the archeology of knowledge one), the second (genealogy of power one), or the third (the ethics and the individual conduct one), the most important one, the \"best\", it is possible to talk about a unity in what concerns the trajectory of his thought and that such unity concerns the political relations between men, which results in that he is, eminently, a thinker of politics, or rather, of the political. Except that politics as he understands it has nothing to do with that of the theorists of politics or of power but with a relationship that he began to pursue somewhere along such a trajectory: the relationship that exists between the governing and the governed. Such a relationship, whose perception became possible by means of the concept of governmentality, conceived in the year of 1978, constitutes itself as a \"grid of understanding\" for politics, which allows to: 1) declare that we\'ve had enough of the idea that there shall exist, in such domain, universal models that may answer all kinds of questions--models which legitimate the existence of \"universal intellectuals\", held responsible for conceiving such models and for presenting them to the \"exploited\" and \"ignorant\", promising their liberation, as well as of \"political life\" in current representative democracies--; 2) to conceive a notion of liberty--as a relationship between the governing and the governed which has no a priori limits--that escapes from the liberal tradition one which, created along the XVII/XVIIIth century, became hegemonic in the West since the XIXth century, not only on the discursive level, but as socio-economic global reality. Wherever such relations exist--and they will always do, for Foucault, from micro to macro--it is necessary that it be possible, always, to put them open to question; that which only occurs when thought is left free to be able to raise the highest number possible of conflicts--and not consensuses--, in order to, critic as it is, point out the highest number of problems to be solved in such domain. Some of those relationships will be able, then, to sustain themselves, to justify themselves; others, won\'t, they will have to be modified, in an interminable labor of extending the limits of human liberty. This new notion of liberty, by its turn, carries along with itself the possibility of the inquiry of the phenomenon of subjectivity, as it is that it is always subjects that participate in such relations between the governing and the governed. For this reason, this thesis makes an effort to present intellectual paths which, having been noticed and approached by Foucault (the case of Kant and Plato) or not (second Lacanian clinic and Amerindian perspectivism), maintain, in the emphasis they give to the subject, a common viewpoint with the Foucauldian enterprise.
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